SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

domingo, 15 de julho de 2012

Stephen Greenblatt e o personagem Shakespeare



Stephen Greenblatt e o personagem Shakespeare

A primeira lembrança que Stephen Greenblatt tem de William Shakespeare remonta aos 12 ou 13 anos de idade, quando foi apresentado, em sala de aula, à comédia pastoral “As you like it” (“Como gostais”), do dramaturgo inglês. — Uma péssima escolha para alunos desse nível. Éramos garotos cheios de hormônios e espinhas. É um absurdo para qualquer pessoa dessa idade, porque se trata de uma comédia bastante complicada e sofisticada de quiproquós de gênero e personagens travestidos. Hoje a considero fascinante, mas na época me lembro de achar horrível. Não me recordo de ter desgostado de algo tão intensamente — diz ao GLOBO em sua sala no prédio da biblioteca Harry Elkins Widener Memorial, na Universidade de Harvard.

Sua descoberta de Shakespeare como “algo poderoso” se deu alguns anos mais tarde, quando outro professor dedicou mais de um semestre ao estudo do texto de “Rei Lear”. A reveladora experiência o marcou para sempre. Hoje, Stephen Greenblatt é reputado como um dos maiores especialistas na obra e na vida de William Shakespeare, e sua biografia “Como Shakespeare se tornou Shakespeare” — com lançamento previsto para o dia 8 de dezembro no Brasil pela editora Companhia das Letras, com tradução de Donaldson M. Garschagen e Renata Guerra — foi finalista do prêmio Pulitzer e permaneceu por semanas na lista de mais vendidos do “New York Times”.

Intelectual de curiosidade infatigável, orador e ensaísta de prosa cativante e erudita, Greenblatt é reconhecido como o pai da corrente teórica do novo historicismo, balizada por vertentes do marxismo e do desconstrutivismo e cultuada nos anos 1980. O novo historicismo defendia a análise de uma obra de arte através de seu contexto histórico e, simultaneamente, a compreensão da história cultural através das obras. Em 2008, escreveu a quatro mãos com o autor americano Charles Mee a peça “Cardenio”, sobre o texto homônimo de Shakespeare dado como perdido em 1613, e encenada em diferentes países, inclusive no Brasil.

Seu ensaio recentemente lançado nos EUA, “The swerve: how the world became modern” (“A guinada: como o mundo se tornou moderno”, em tradução livre), narra a trajetória do manuscrito “De rerum natura”, de Lucrécio, escrito por volta de 50 a.C. Um exemplar do poema em hexâmetros, de 7.500 versos, foi redescoberto em 1417 pelo humanista italiano Poggio Bracciolini, um ex-secretário papal “caçador de livros”, na biblioteca de um monastério germânico. A obra, considerada herética pelos crentes, verseja a teoria do atomismo, critica a religião, nega a vida após a morte, afirma a inerente sexualidade do universo e credita exclusivamente ao homem seus desígnios sobre a Terra. Antes condenados ao olvido, os versos ressuscitados influenciaram o pensamento e as artes da Florença do século XV e, num espectro mais amplo, o mundo ocidental nos 400 anos seguintes por meio do interesse de pensadores como Galileu, Giordano Bruno, Montaigne, Charles Darwin, Thomas Jefferson, Sigmund Freud e Shakespeare.

— Foi o nascimento da modernidade, e o que nos deu, em última análise, Darwin, Einstein ou Freud. Sejam quais forem nossas heranças hoje, vêm direta ou indiretamente da volta à circulação desse objeto calado. Eu sou fascinado por isso — confessa Greenblatt, na entrevista a seguir.

Como foi sua descoberta de William Shakespeare?

Eu tive um professor brilhante, John Harris, que passou quase um ano inteiro nos ensinando uma única peça, “Rei Lear”. É um texto sobre pessoas de idade, nada que se relacionasse à minha realidade imediata, mas a intensidade existencial da peça deve ter me tocado num nível bastante profundo quando tinha 16, 17 anos. Me lembro disso como sendo uma das grandes experiências educadoras da minha vida. Eu me lembro desse maravilhoso professor, em algum momento do texto, nos dizer: “Tenho lido isso por anos, e ainda não entendo”. Não sei se ele estava se referindo à linguagem, ao conceito, mas o fato é que pela primeira vez na minha vida escutava um professor dizer que não entendia algo. Um extraordinário professor — que parecia saber de tudo — admitir que um texto lhe impunha problemas de compreensão, aquilo para mim foi uma confissão poderosa. Ainda me lembro disso claramente hoje, 50 anos depois, com uma espécie de arrepio. E isso tinha muito a ver também com Shakespeare. Às vezes penso que você simplesmente não entende as coisas mais poderosas. Há certas coisas que representam problemas profundos, insolúveis, mas que ficam dentro de você de maneira mais profunda do que textos mais transparentes, que você entendeu muito bem. Anos depois, li “O processo”, de Kafka, na Universidade de Cambridge, e me lembro de não ter entendido absolutamente nada. Não compreendi as relações entre os personagens, não entendi por que o homem cometeu suicídio no final da história, nada fazia sentido para mim. Fechei o livro, e me lembro de momentos depois sentir um incrível... não posso realmente explicar, não tenho as palavras certas para isso. Mas algo como se alguém tivesse tangido com força a corda dentro de mim. Isso não aconteceu porque eu entendi, mas porque eu não entendi.

O senhor procurou incorporar efeitos imaginativos de escrita em seu trabalho. Isso teria sido extremo em sua biografia de Shakespeare? (Leia mais: Método de Greenblatt criou polêmica entre críticos)

Não acredito que os efeitos sejam “extremos”. O livro é de não ficção, e tentei indicar claramente os momentos em que estou especulando. Mas qualquer biografia de Shakespeare requer especulação — é um escritor que não só viveu 400 anos atrás, mas também existia, como profissional de classe média, abaixo do nível comum de curiosidade social de sua cultura. E não acredito que a verdade histórica precisa ser apresentada com as roupas mais grosseiras.

Há escassos documentos relacionados à vida de Shakespeare, o que deixa sua história pessoal repleta de vazios. Essas lacunas estimularam as diferentes especulações, inclusive a de que Shakespeare não seria o autor de sua obra, evidenciada no recente filme “Anonymous”, de Roland Emmerich. Como o senhor lidou com isso na hora de escrever a biografia?

Eu me impus como princípio que só me entregaria a especulações se a especulação tivesse uma ligação com um vestígio documental, por menor que fosse. E esse vestígio teria de ter alguma existência fora da própria obra. Isto é, embora as peças de Shakespeare tratem profundamente do adultério, não tomei a liberdade de propor — como James Joyce, entre outros, propôs — que a mulher de Shakespeare teria cometido adultério. Ela pode realmente ter sido adúltera, mas não consegui encontrar nenhuma evidência disso fora da própria imaginação de Shakespeare. É verdade que há lacunas significativas no registro documental, mas Shakespeare foi de fato um escritor famoso na sua época, celebrado repetidamente pelos seus contemporâneos. As teorias de que outra pessoa escreveu as peças têm quase tanta credibilidade quanto as teorias de que os Estados Unidos forjaram o desembarque na Lua.

Seu interesse hoje é o estudo da mobilidade na cultura. Como seu novo ensaio, “The swerve”, se insere nessa pesquisa?

Originalmente comecei a pensar nessas questões porque me interessei pelo que significa recuperar um livro perdido, neste caso, o manuscrito de Lucrécio sobre a natureza das coisas. Para mim foi um tipo de paradigma, não somente da Renascença, mas de questões de mobilidade. Temos um texto escrito em torno de 50 a.C., que foi lido naquela época, mas gradualmente, até o século IV, desapareceu de circulação, foi calado. Não se sabia se existia, sobreviveram uma ou duas cópias. Ficou numa prateleira por mais de mil anos. Então, em 1417, alguém tirou o livro da estante do monastério, e ele voltou a circular. É um tipo de ato primário, uma ação simples, nada glamourosa: alguém retira o livro da estante da biblioteca, e cópias começam a circular. E essa reentrada no mundo da mobilidade acaba produzindo a longo prazo resultados impressionantes. É apenas um antigo poema, mas na verdade foi o que trouxe de volta ao mundo ocidental toda essa teoria de gênese de átomos se debatendo, sem um projeto inteligente ou um criador misterioso. Na verdade, foi o nascimento da modernidade, e o que nos deu, em última análise, Darwin, Einstein ou Freud. Sejam quais forem nossas heranças hoje, vêm direta ou indiretamente do momento da volta à circulação desse objeto calado. Eu sou fascinado por isso. Pelo fato em si, pelo que está envolvido na circulação, pelos riscos assumidos — porque quando as coisas são trazidas de volta, oferecem riscos. Giordano Bruno e outros descobriram o preço de fazer circular ideias fora de lugar, por assim dizer. Conto a história da perda e da redescoberta, um tipo de paradigma para a mobilidade e o início de um novo mundo.

O que senhor pode dizer sobre o novo historicismo hoje?

É difícil dizer. Talvez não seja apenas um movimento, mas vários movimentos ligados frouxamente um ao outro sob uma única rubrica conveniente. Não me sinto disposto a ser o juiz ou o >ita O senhor lê autores contemporâneos?

Leio. Não acompanho a ficção contemporânea de uma forma diária ou rotineira. Não li o último romance de Jonathan Franzen. Li recentemente um romance — que não é contemporâneo, deve ter sido escrito nos anos 1950 —, de Vasily Grossman, chamado “Tudo flui”. Inacreditavelmente dolorido e triste. É um romance sobre a fome na Ucrânia, sob Stálin. Um livro poderoso, mas, como disse, tem 60 anos. Li não faz muito tempo “Wolf hall”, de Hilary Mantel, porque me pediram uma resenha. Algumas vezes leio o que minha mulher ou um amigo recomendam, mas, para ser honesto, meu primeiro impulso não é ler ficção contemporânea. Agora estou lendo Tito Lívio, o historiador romano. Me dei conta de que não tinha lido “Joseph Andrews” de (Henry) Fielding provavelmente desde que estava na pós-graduação, então reli esse livro com grande prazer. Não tenho esse sentimento de que é urgentemente importante me manter atualizado com o que acabou de sair. Mas leio com prazer coisas recentes, e também poesia contemporânea. Há Jorie Graham, Robert Pinsky, Seamus Heaney. Gosto de Frank Bidart, Tom Sleigh.

Por que, para o senhor, o filósofo francês Michel de Montaigne deveria ser mais lido hoje, ou “descoberto”, como diz?

É meu escritor preferido da Renascença. Eu deveria dizer que Shakespeare é o meu favorito, mas para mim Montaigne é o maior deles. Por que “descobri-lo”? Acho que não tenho uma grande resposta, a que tenho é mais ou menos a que Montaigne deu sobre o que explicava a sua relação com Étienne La Boétie, o grande amigo de sua vida: “Porque era ele, porque era eu”. Montaigne atinge da maneira como um amigo íntimo chega até você, alguém que você ama de forma absoluta. Na verdade, Shakespeare não faz isso, ele é muito difuso por toda a sua obra. A não ser que você responda com uma profunda intimidade aos seus sonetos, você não sente — pelo menos eu não sinto —, essa vontade de sentar junto. Mas sinto isso com Montaigne, profundamente. Poderia dizer muitas coisas sobre Montaigne, que ele é assombrosamente inteligente, muito engraçado, notavelmente tolerante e decente, espantosamente franco, aberto consigo mesmo. Ele tem a capacidade de um mestre zen de viver o agora, o tesouro de viver o presente. Algo que gostaria de ter o máximo possível na minha própria vida. Eu realmente amo Montaigne. Pretendo escrever sobre Montaigne, o que sempre adiei toda a minha vida, mas agora vou tentar escrever algo sobre ele.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

“Hay una guerra mundial por la cultura de masas”



Entrevista a Frédéric Martel, autor de ‘Cultura Mainstream’: “Hay una guerra mundial por la cultura de masas”

In Postmoderneo, Versus on 25 mayo, 2011 at 11:51 am

Huntington habló del choque de civilizaciones para definir el pulso entre Oriente y Occidente y el 11-S terminó dándole la razón. Lo que no tuvo en cuenta es que una de las armas de esta guerra por imponerse al resto de países es la cultura de masas, esa industria del entretenimiento globalizada que también ejerce influencia sobre el vecino. Es lo que se denomina soft power (poder blando), frente al hard power que representan las fuerzas militares, económicas e industriales. Este es el punto de partida de la tesis que el sociólogo y periodista Frédéric Martel recoge en Cultura Mainstream. Cómo nacen los fenómenos de masas (Taurus), que ayer presentó en Madrid y donde analiza el mapa actual de la geopolítica del entretenimiento. Aquí va íntegra la entrevista que le hice ayer y que sale publicada reportajeada en Público de hoy.

Lo primero: ¿qué es ‘mainstream’?

El mainstream es, ante todo, una cultura popular, una cultura de masas. Puede ser divertimento, pero también puede ser arte. Es tanto Lady Gaga como Piratas del Caribe, y también Batman y Toy Story, las series de televisión y el manga. Es algo, por tanto, que puede ser positivo, gustar a mucha gente y crea felicidad y divertimento, pero también puede suponer problemas porque al final es monolítico, imperialista y de tan repetitivo, puede ser realmente criticable. La cultura mainstream es positiva y negativa y, más que un concepto, es un término que se puede analizar y entender desde un punto de vista local, nacional, geográfico… Se pueden hacer muchas lecturas de este concepto.

¿Se puede hablar de choque de civilizaciones culturales, como dices en tu libro, corrigiendo a Huntington? Igual que EEUU intentan imponer su cultura a nivel global, hay una respuesta similar por parte de China, Brasil y otros países, o Al Yazira en el ámbito árabe, el manga en Japón, la telenovela en Sudamérica. ¿Se puede hablar de una tercera guerra mundial a nivel cultural?

Sí. Creo que hay una batalla cultural globalizada hoy por hoy, por instalar unos valores, por imponer la cultura de masas. Donde no estoy de acuerdo con Huntington es que esta batalla enfrenta solo a las naciones. En el mundo árabe, por un lado está por ejemplo Arabia Saudí, por otro Líbano, y grupos como Al-Yazira, MBC, Rotana, cada una con una visión. China contra Hong Kong por el fenómeno de los ciberdisidentes. EEUU contra EEUU. Unos países luchan contra y otros, y también contra si mismos.

Es el denominado ‘soft power’: por un lado hay una guerra con armas de ‘hard power’ (política, economía, industria) y por otro, unas armas ‘blandas’, formada de elementos culturales, entretenimiento, ocio… que también sirven para imponer una visión por encima de otras.

Por supuesto. Son guerras, batallas, rivalidades económicas. Si vas a China, a Riad (capital de Arabia Saudí) o a Dubai, los jefes de las industrias culturales quieren defender unos valores contrarios a los de EEUU. ¿Cuáles? La familia, un cine con menos violencia y menos sexo, y mayor tolerancia con respecto a las religiones. Escuchas esto por parte de los opositores de EEUU, que son China y el mundo árabe, y nos damos cuenta de que son exactamente los mismos valores que defienden Disney y la MPAA [el lobby y brazo político de Hollywood]: más familia, menos violencia y menos sexo.

Lo que hablabas antes de las guerras entre países y con ellos mismos es una paradoja de la globalización: ahí está la llamada “diversidad cultural”. EEUU impone su modelo fuera, luchando contra ella, pero dentro de sus fronteras las mantiene.

Me gustaría concentrarme en un aspecto que me parece que lo ilustra: se nos dice a los europeos que tenemos que tener esa diversidad cultural para luchar contra la cultura impuesta por EEUU. Y nos han dado la razón la UNESCO para precisamente defender esta diversidad cultural. Los españoles, como los franceses, estaban contra los EEUU en esta batalla. EEUU ha luchado contra esa convención, y han querido por ejemplo luchar contra las cuotas de pantalla que había en Corea. En Seúl, por ejemplo, la embajada de USA vi como quería impedir esas cuotas en Corea. Tambien he estado en Mexico y Brasil, y he sido testigo de que EEUU quiere sistemáticamente destruir sus estudios locales y poner en su lugar a J.LO o Gloria Estefan, es decir, productos que se crean en EEUU. Hasta aquí estamos de acuerdo.

Pero qué pasa después en la realidad del terreno. En Francia, se defiende la diversidad cultural en la Unesco pero no en el territorio francés. La inmigración de franceses que provienen de Tunez, Argelia o Marruecos, por ejemplo, no está aceptada y lo que queremos es que sean franceses. Nos burlamos de los teatros árabes o moros, mientras que en EEUU hay 800 teatros de negros. No hay un solo teatro árabe en Francia. Lo mismo ocurre con las culturas regionales o locales. El presidente de la Republica ha defendido esa diversidad cultural, pero hoy de lo que habla es de la identidad cultural.

En EEUU, sin embargo, la diversidad cultural fue inventada hace muchos años. La Corte Suprema en 1978 definió la diversidad cultural como parte de la matriz fundamental en la decisión Bakke. En los 80, Jimmy Carter estableció leyes que ligaban este fenómeno cultural de forma obligatoria a la educación. Hoy, los EEUU defienden una vez las diversidad cultural por una razón sencilla: tiene 45 millones de latinos, 38 millones de negros y 14 millones de chinos. Esta esa paradoja de que en Francia se defiende una diversidad cultural fuera del territorio nacional pero no dentro, igual que en España; y de una diversidad cultural que EEUU combaten fuera de sus fronteras pero mantienen dentro de ellas. Mira Broadway hoy: allí lo mismo cabe una personalidad como Tony Kushner (judío homosexual) que Nilo Cruz (latino), y lo mismo hay espectáculos dirigidos a chinos que a negros.

Otra batalla cultural ganada por EEUU: los multicines se han exportado a todos los países.

Para que se haga una idea: todos los días se abre un multicine en China, en la India y en México. Y cada dos días se abre uno en Brasil. Pero con tantos multicines, lo que hace falta son películas. ¿Y con qué se nutren? Los americanos quieren películas americanas, y los chinos, chinas. Y hay que ver el lugar que puede ocupar Europa, y hoy por hoy, en estas salas de multicine, las películas europeas son casi inexistentes.

Hay una paradoja, que de hecho es una conclusión de mi libro: las culturas nacionales van bien en todo el mundo. España, por ejemplo, produjo en 2008, 173 películas. Es el segundo productor europeo, detrás de Francia. También se puede ver en República Checa, donde se hacen muchísimas películas. España ha presentado 3 películas en Cannes, uno de ellos es Almodóvar, muy conocido España y en todo el mundo, y de hecho, Almodóvar es mainstream. La música en España también es muy española, ya sea con músicos latinos, como Enrique Iglesias, o con otros más orientados al pop. En literatura ocurre lo mismo: Javier Marías, Pérez Reverte o libros sobre la guerra civil. Y ahora mismo, en los cines, se puede ver Piratas del Caribe, en donde la presencia de Penélope Cruz incluso se les está dando mayor protagonismo que al propio Depp.

Es decir: en España, hay una cultura nacional potente. Al igual que en España, en Francia, Alemania o Italia también funciona bien su propia cultura nacional. Sin embargo, esa cultura española apenas se conoce en Francia, y viceversa. Es donde entra la globalización, que lo que ha hecho es dificultar el acceso a la cultura nacional que no es propia de un país. La dificultad de todos los países europeos para entender la cultura de otros países hace que compartan una misma cultura, la del mainstream, la norteamericana, pero luego cada uno tiene la suya propia. Por supuesto no estoy hablando de la danza, del teatro de vanguardia o la poesía, que ellos encuentran fuera del mercado. La elite europea puede conocerlos, pero para los jóvenes eso no existe directamente.

Da miedo miedo comprobar las sinergias entre Hollywood con cargos de los servicios secretos. Muchos cargos importantes en la industria cultural vienen directos de ocupar puestos en el Gobierno de los EEUU.

Es lo que digo en el libro: efectivamente, los directivos de la MPAA [lobby y brazo político de Hollywood] son altos cargos del gobierno, destacadas personalidades y miembros del congreso. De hecho, el último presidente de la MPAA fue un ministro de la agricultura que ahora lo que hace es vender palomitas de maíz.

¿Se entiende Hollywood mejor con los gobiernos de determinados signos políticos?

Fitzgerald explicó que nadie entendía a Hollywood, que nadie podría comprender sus engranajes. Hay que ver el papel de la política, de la creatividad, del mercado y el papel de las universidades. Y también la población y como la diversidad de 45 millones de latinos, 38 de negros y 14 de asiáticos, desempeñan un papel fundamental en la diversidad. Es un sistema descentralizado en el que hoy en día los estudios son como bancos: manejan el dinero, dan luz verde a los proyectos y subcontratan a pymes para levantar los diferentes aspectos de una película.

¿Y en su relación con los gobiernos a los que pretende influir, por ejemplo, para eliminar las cuotas de pantalla? ¿Se entiende Hollywood en este sentido mejor con los gobiernos de derechas o de izquierdas?

Hollywood en realidad se ha sentido tan cómodo con la izquierda de Obama que con la derecha de Reagan, que al fin y al cabo venía del cine. Pero no creo: los americanos siempre trabajan con quien sea, con dictaduras en América Latina para asentarse y lanzar allí sus películas, pero también con gobiernos socialistas como el de Mitterrand, o ahora con Sarkozy. Son muy pragmáticos.

El arma de la guerra cultural es el copyright, que también está librando su propia batalla…

En cuanto a esta batalla, efectivamente, el copyright se encuentra ahora bajo presión. Ayer y hoy se está celebrando en París una cumbre del eG8, con Sarkozy y los principales directivos de Facebook, Google, Microsoft, Wikipedia y Amazon. Y esta guerra lo que hace es mostrar una batalla entre dos posiciones. Este fin de semana publiqué un artículo en un periódico francés en contra la hipocresía con el que se ha tratado este asunto. He publicado la correspondencia que tenía Sarkozy con el anterior ministro de asuntos exteriores, Bernard Kouchner. Esta visión supuestamente abierta de internet que él tiene es en realidad una vision controlada, lo que él llama “civilizada”, que se sigue apoyando en la ley Hadopi, que es en realidad una visión cerrada de Internet. La visión abierta, que es la de Obama y Kouchner, es precisamente la de la libertad de expresión y de la ciberdisidencia. La visión de Sarkozy es mucho más represiva, es la visión represiva del copyright. Hay que proteger las obras, el copyright es importante, pero la libertad de expresión y el diálogo, el ideal de justicia, son valores que no se pueden pasar por alto.

Se da aquí otra paradoja: EEUU quiere exportar un modo cultural basado en la democracia, pero por otra parte, la MPAA ejerce presiones muy fuertes en otros países para que se aprueben leyes similares a la Hadopi.

Lo que hay que saber es que la ley Hadopi no ha funcionado, no funciona en Francia, y de hecho, es probable que el año que viene se vaya a suprimir: la izquierda ha dicho que la suprimirá si llega al poder en el 2012 porque no funciona. No se puede castigar al usuario. Se puede castigar a las páginas web, a los conglomerados de medios, pero no al usuario. Es una ley que en realidad no puede hacer gran cosa. No puede hacer nada, por ejemplo, contra el streaming. Es ridícula y todo el mundo la crítica en Francia.

Porque, ¿cómo combatir con leyes nacionales un fenómeno global?

Justamente: hay que ver primero qué es internet. Falta una regulación internet en función de qué es: si entendemos que es equiparable a reproducir un DVD es muy diferente de si lo entendemos como una televisión o una radio, donde bastaría con pagar unos derechos de autor, como los que se pagan en una emisora de radio.

Citando a Jospeh Nye, “nuestra influencia [la de EEUU] se ver reforzada por Internet, Google, YouTube, MySpace y Facebook”. O sea, que internet tiene nacionalidad y es estadounidense, es una prolongación cultural de EEUU.

Absolutamente. Es puro soft power. Una versión suave, pero es el poder cultural de EEUU.

Internet ha acabado con los intermediarios, encargados en gran parte de producir y vender estos fenómenos ‘mainstream’. ¿Qué influencia ha tenido su aparición?

Hace unos años, cuando llegó Internet, muchas personas pensaron que era terrible porque todos iban a escuchar a los mismos artistas, iba a ver las mismas películas y que se perdería la cultura local y nacional. Estas mismas personas, después, dijeron que el problema de Internet es que se forman microcomunidades y que la gente se encierra en pequeñas comunidades y se separa de las demás. Internet en realidad permite las dos cosas: por un lado, está su aspecto local; por otro, su lado global y mundial. Es su magia: permite producir productos a escala global y otros destinados al mercado local. Pero hay que ser muy humildes respecto a lo que permite Internet. Si nos hubiéramos visto hace dos años no hubiéramos hablado de Twitter. Si nos hubiéramos visto hace 5, no hubiéramos hablado ni de YouTube ni de Facebook. Y si nos hubiéramos conocido hace 10 años, ni siquiera habríamos hablado de Google ni de Wikipedia.

Dices que Hollywood subestima la red y que sus intentos actuales por controlarla recuedan a cuando, en la década de 1910, la industria del disco, quiso prohibir la radio. “Es un combate perdido”, escribes.

Las industrias creativas siempre han sido así: cuando aparece la radio, la industria de la música no se emociona con la idea y la quiere prohibir. Luego llega la televisión, y el cine lo quiere prohibir. Luego Canal+, y el cine lo quiere prohibir. Y a día de hoy, las industrias están mejor con esas innovaciones que han ido surgiendo. Siempre ha sido así, y siempre se ha demostrado que luego las industrias van a mejor.

Durante la realización del libro te has encontrado con “la cultura del secreto y a menudo de la mentira”, practicado por la figura de los PR [relaciones públicas de las grandes corporaciones, encargadas del trato con la prensa]. Esto parece una herencia de la política, es decir, el ‘soft power’ coge del ‘hard power’ esa obsesión por controlar la información.

Lo que me soprendió fue el funcionamiento: EEUU y China son similares en este sentido, pero China lo hace por motivos políticos, y EEUU por motivos económicos. Los secretos comerciales son secretos con mucho valor, por eso se cambian datos, informaciones, y el papel del periodista es precisamente sacar a la luz todo esto y ver los límites del mercado.

Profundizando en esto: más que dar información, dices, los PR se dedican a ocultársela a los periodistas. Y también afirmas que internet están rompiendo muchos de estos “secretos” cuando se producen filtraciones.

Sí, de hecho, los consumidores, gracias a Internet, son cada vez más listos y son capaces de ir más allá de las limitaciones del márketing.

Y aparecen nuevas formas de control de la información. Le pongo un ejemplo: en el reciente pase de la última película de ‘Piratas del Caribe’, se nos exigía a los periodistas firmar un documento embargando “cualquier reseña, crítica o tweet hasta el 16 de mayo”. El embargo en Twitter no lo había visto nunca.

Bueno, eso lo puedes evitar creando un usuario con otro nombre, con un seudónimo. No hay que atenerse a esas normas.

¿Y qué importancia tiene en el fenómeno ‘mainstream’ la irrupción del ‘consumer critic’, ese crítico que antes era de arte y ahora es de entretenimiento?

Es lo que hacemos los dos: tú en tu periódico, yo con mi libro. No quiero mostrarme en contra del mercado o EEUU, pero tampoco hay que ser cándido, y hay que saber decodificar y saber leer.

Se habla del daño del internet en la caída de la venta de discos, pero usted habla de Clear Channel, que ha llegado a montar un monopolio de radios en EEUU gracias de sucesivas desregularicaciones. Sus cadenas emiten las mismas canciones, casi siempre por acuerdo económico con la industria, 24 horas, en varios estados, algo muy efectivo en lo comercial, tecnologícamente barato y hasta con uso político. ¿Qué responsabilidad tiene en la caída de la ventas de artistas que no llegan a estas emisoras, en la llamada crisis del disco?

Hacen falta ese tipo de modelos, pero no se puede abusar y no tiene porque convertirse en el modelo. De hecho, confio bastante en lo USA porque tiene unos sistemas muy fuertes para castigar este tipo de monopolios dominantes.

He echado en falta en su libro algo más profundo sobre la industria editorial. ¿Son aplicables las reglas mainstream del cine y la música al cine?

Absolutamente. Cuando hablaba en un capitulo de Europa, me refiero a la edición, aunque siempre para un escritor es complicado hablar de los editores. Pero funciona exactamente igual: grandes grupos que subcontratan pequeñas empresas y forman un entramado extramademente complejo y se nutren de ellas. Y sobre todo con la aparición de la digitalización del libro. Desde hace unas semanas, se está haciendo en EEUU el cambio al libro digital. Lo que estamos viendo ahora en EEUU es lo mismo que yo vi en 2001, cuando vivía en Nueva York, con la aparición del iPod. Este mes, por ejemplo, ya se venden más libros digitales en Amazon que libros en papel. Esto quiere decir que de aquí a 5 años, se habrá procesado el cambio y hay que ser muy rápido para adaptarse.

¿Y el videojuego? Veo que cada vez utiliza mecanismos propios de Hollywood y copian este modelo.

Sí, sí. Lo mismo, lo que pasa es que los videojuegos exageran este fenómeno todavía más. En Francia, por ejemplo, estamos orgullosos de ser uno de los países líderes del videojuego: a través de Vivendi, poseemos Activision-Blizzard, y también Ubi Soft. Pero estuve en las oficinas de Ubi en Canadá y solamente hacían videojuegos americanos. Así que puede que sean francesas, pero producen juegos americanos. Así que los videojuegos son todavía una actividad más mainstream que otras disciplinas artísticas.

Otra particularidad es que ya son nativamente digitales. Y que además los juegos que podemos ver en un soporte como una tableta están ya muy desarrollados. Incluso los videojuegos relacionados con las redes sociales.

La particularidad pues es que estos juegos se producen con grandes estudios, que subcontratan a pequeñas y medianas empresas para crear los diferentes elementos necesarios en un videojuego. En el videojuego también hay márketing y la digitalización: esto da fe de que pertenecen al mainstream. Pero si no hay un autor detrás, no hay videojuego. Lo que es una muestra de que pertenecen también a las industrias creativas.

¿Ha afectado la crisis financiera de 2008 al fenómeno ‘mainstram’?

Afectó profundamente al sistema cultural norteamericano. La filantropía ha perdido muchísimo dinero, y las agencias culturales, las films offices… y esto hace que el sector sea cada vez más difícil. Pero también ha habido puntos positivos: la elección de Obama, que fue un poco anterior, y que ha nutrido esa diversidad cultural; y un desarrollo económico que aún así es muy importante en EEUU: tienen ya un 50 por ciento de las exportaciones mundiales en productos culturales y progresan un 10 cada año y mientras que Europa decrece ese mismo 10 por ciento cada año. La crisis si que ha afectado enormemente al sector de las indsutrias de la creación. EEUU tiene muchos defectos (estoy encontra de la pena de muerte, el sistema de salud, el mercado todopoderoso y las carencias de las regulaciones) pero tienen la capacidad de corregir sus errores. Y la crisis permite que se pongan hombro con hombro y trabajar.

¿Y no ha afectado en que los consumidores consuman cultura?

Sí, y de hecho no quiero creer en esa tendencia de que hay un declive en términos culturales con respecto a América. La crisis está ahí, pero siguen teniendo una creatividad muy fuerte.

¿Tiene la “cultura de mercado” unas herramientas propias, diferentes a las de otros mercados?

Sí. Son industrial culturales, industrias creativas. Y en este término, lo importante es la parte “creativa”: no son cocacolas o garbanzos. Por ejemplo: Avatar, Spiderman o Piratas del Caribe, se pueden crear varias secuelas, pero no son botellas de refresco idénticas. Cada prototipo es diferente, original, singular, se diferencia de los demás. Esa creatividad es necesaria, porque sin esa creatividad, la próxima película sobreTintín, por ejemplo, no sería posible.

UMA NOVA GERAÇÃO VAI MUDAR FORTALEZA – 40 TRIBOS



UMA NOVA GERAÇÃO VAI MUDAR FORTALEZA – 40 TRIBOS Personagens de uma Nova História.

Uma nova História se inscreve com novas atitudes, sonhos, projetos, ideias, que precisam ser conectadas para se tornar realidade,na vida de milhares de pessoas. Vários Tribos e seus personagens estão vivendo novas formas de ser jovem em nossa cidade. Quem são estes personagens e que histórias eles tem para iluminar os caminhos de outros jovens ? Na Educação, Cultura, Trabalho, Esporte, Espiritualidade, e Política. Nas Comunidades, Família, Amigos e porque não no Amor ?

Todo jovem busca se realizar no trabalho, se superar na educação, mudar para melhor sua comunidade , viver sua arte , seu esporte , sua espiritualidade ; Se divertir muito , lutar contra as injustiças, preservar a natureza, namorar, amar e ajudar sua família e amigos.

A politica só tem sentido se mudar vidas, se transformar pessoas , tornando possível boas oportunidades de nós realizarmos.Novos caminhos para viver em sociedade.

Uma nova geração de líderes, personagens de uma nova história, mudara Fortaleza. Conectando as Tribos e seus projetos, gerando uma economia socialista a partir da oferta e da demanda dos jovens por novos serviços, produtos, politicas públicas, arte, esporte, educação e outros. Ao se conectarem , eles vão formar um novo ecossistema social, mais ligado a natureza, a espiritualidade, ao prazer do que somente ao consumo e aos pobres projetos de poder.

Nós vamos conectar, ser maestros à tocar juntos, os instrumentos de nossos sonhos, ideias, capacidades, habilidades para tocar novas “musicas” em nossa vida e em nossa cidade. Vamos misturar nosso cromossomos para gerar o DNA de uma nova sociedade, Novas Instituições, Novos Projetos, Novas formas de viver em sociedade conectada a uma nova geração! Como gourmet, misturar os ingredientes, os talentos da juventude, viver novos sabores.

Cada jovem de Fortaleza terá um cartão através do qual terá acesso a realização de seu plano de vida. Ali ele vai acessar Cursos profissionalizantes, Línguas, Informática, Credito, Pré-vestibular , Universidade, Cinema , Livros, Festas, Viagens, Projetos sociais para sua comunidade e outros. Porem de forma personalizada, de acordo com sua história e plano de vida, à partir do questionário que preenchera no Portal da Juventude DEMOCRACIA 3.0. Hoje se escolhemos nosso sapato, a música que ouvimos, é claro que queremos não só escolher mas construir as nossa políticas públicas. Votar 1.0 , Fiscalizar 2.0 mas agora Realizar DEMOCRACIA 3.0

Uma cidade não pode pertencer aos ricos,muito menos as burocracias partidárias que aparelharam a Prefeitura, as ONGS, as Entidades e Movimentos Estudantis e Sociais. Elas tem que ser democratizadas pelo acesso, pela igualdade, pela liberdade de escolha dos rumos de sua vida, pelos direitos iguais à ricos e pobres, e não por oportunidades diferentes. Enquanto uns tem acesso ao Bolsa família, outros aos lucros dos Bancos, e outros aos melhores cargos e salários no poder público. Temos que ter as melhores escolas, hospitais, meios de transporte, acesso a cultura,para todos independente de cor, classe, convicção politica, gênero, idade. ISSO É O VERDADEIRO SOCIALISMO.

Não precisa ser o Estado a prover isto, as ONGS, Universidades, Empresas, Comunidades, Pessoas, podem e dever ajudar. Temos que buscar, quem consegue fazer melhor com menos, avaliar o impacto de projetos e politicas públicas, melhorar a gestão publica, revolucionar a participação, a transparência e a governança do que é publico. ISSO É O VERDADEIRO SOCIALISMO.

Numa Sociedade em Rede , em que ninguém aguenta mais ser espectador e plateia. Podemos ser personagens de uma nova história, a nossa e da sociedade em que compartilhamos, seus desafios e novos horizontes. Uma nova geração vai mudar Fortaleza!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

FORTALEZA DE PERFORMANCES, RESISTÊNCIAS E JOGOS VORAZES.



A vida é um conjunto de performances em momentos decisivos, às vezes avançar, outras resistir, no meio de jogos vorazes. Os sonhos mais lindos nos dão Fortaleza para continuar lutando, mas o resultado desses sonhos nos cobram a melhor performance que podemos ter.

Alguns se acostumam tanto a lutar, que depois que ganham o direito de realizar o sonho, perde-se num meio de um labirinto de vaidades e jogos de poder. E as novas desculpas são de novo atacar, porém agora com novos nomes para fingir que vai ser diferente.

A Resistência é um conceito que vem da ética, muitos se esquecem, que a vida e não os discursos é que evidencia quem nós somos. Às vezes palavras de ousada independência, tentam esconder as práticas feudais e vorazes nos jogos políticos. As resistências pouco significado tiveram na hora das escolhas para realizar os sonhos.

Tenho que discordar. Como vocês disseram que não é fácil abdicar do poder e compartilhar com o outro sem tentar controlá-lo? Que é difícil respeitar a autonomia do outro quando interesses estão em jogo? Que o debate de ideias é diferente dos debates de grupos? Mas não era esse é o seu discurso? Os políticos não são a resistência e sim as comunidades e suas lutas por direitos à educação, transporte, saúde e trabalho de qualidade. E a performance dos resultados que as comunidades irão receber depois de lutar e votar?

O sinônimo de performance é desempenho. Quando a gente olha o orçamento de Fortaleza, algo em torno de 4 bilhões por ano, a pergunta que não cala é: Como foi gasto esse dinheiro? E as prioridades?

A gestão da esquerda deu farda e merenda, mas não melhorou a qualidade de ensino. Fez o jardim japonês, a praia de Iracema, Vila do mar, mas não deu prioridade a urbanização das favelas. Negociou impostos com as empresas, mas não renovou a frota, nem aumentou o número de linhas e não investiu nos terminais. Não conseguiu melhorar o atendimento no IJF nem nos postos de saúde. Pergunto-me: Onde foi gasto o dinheiro da cidade e quais as prioridades?

Bem vindo a nova performance teatral e cinematográfica de Fortaleza agora comandada por Duda Mendonça. Estreia o candidato a Prefeito de Fortaleza Elmano, querendo usar o desempenho de Lula e de Dilma, para esconder os problemas de Fortaleza e seus responsáveis. Começam as cenas, os foguetes, o dinheiro, as propagandas, atos de jogos vorazes na política. A ideia hoje também é destruir as resistências, como as falsas acusações ao PSOL, a luta desesperada para evitar que o Governo e outros partidos lançasse candidatos, as tentativas de usar a gestão pública para impedir avanços na cidade.

O mais grave é que pela simples ignorância de novos modelos, projetos e instrumentos simples de gestão como o planejamento, desejam pautar o que serão os avanços de Fortaleza à luz de que avanços na cidade? Ou os avanços nos discursos como se a vida na cidade fosse um teatro ou apenas um jogo político? Estamos aqui para resistir a essa forma de fazer política.

A última fala da Prefeita é que Sobral quer dominar Fortaleza. Mas nem Inácio, nem Heitor, Renato, Roberto são de Sobral. É que eu me esqueço de que é apenas mais um discurso, uma performance teatral, sobre sonhos não realizados, novas desculpas, de jogos vorazes na política. Porém, a história mudou, a cidade também, o prefeito também mudará!

Egidio Guerra - de um pequeno grão de terra à Terra da Sab

terça-feira, 3 de julho de 2012

MENOS ESPERANÇA , MAIS CORAGEM ! , página 6


Os Desafios começam a ser organizados! Desafios, Novidades e Atitudes. Os jovens se preparam para enfrentar o destino, tudo aquilo que pode prejudicar suas vidas. Eles têm a capacidade de recriar os futuros como novos presentes. Um alerta, ninguém nos ensina sobre o bem e o mal, a vida ensina. Eles estavam reunidos à frente das escolas e das Universidades, literalmente, afinal elas deveriam ensinar éticas e estéticas. O bem e o belo são mais importantes que a matemática, a física, a química, e outras. Afinal as ciências e a vida devem estar a serviço delas.

Porem, “quando não há mais nada a esperar, não há mais nada a temer: eis toda coragem disponível, e contra toda esperança, para um combate presente, para um sofrimento presente, para uma ação presente”! A alegria destes jovens dava medo aos políticos, juízes, policiais, banqueiros e outros que monitoravam as reuniões. Eles querem saber que planos são estes de novas formas de viver e ser em sociedade!

Esta ousadia extrema desta juventude é temperada pela prudência. Alimentada por uma razão sensível, complexa e por atitudes que dão vida; às estratégias de luta e projetos de sociedade. “Só esperamos o que não depende de nós. Só queremos o que depende de nós. Menos esperança, mais coragem” Eles cantavam antes das reuniões, era o ato, era um rito, uma celebração para lembrar que o pior, é o sofrimento que dura, o horror que se prolonga, ambos atuais, atrozmente atuais. A música continua mesmo diante dos obstáculos em seus planos, eles se mantinham alegres.

Eles decidiram organizar um evento, o DNA, aonde vários projetos, novas formas de ser e viver em sociedade serão multiplicados nos bairros por células de jovens. Estas células pesquisam os principais problemas, desafios e soluções para suas comunidades e dão forma e vida aos projetos, instituições, a cidade e as redes que se formam nesta jornada. Em cada rua por onde passavam, filmavam, e convidavam a juventude a participar, a mobilizar, a protestar, a empreender seus sonhos. A multidão se formava, as andorinhas se uniam, para emergir de baixo para cima, e iluminar o evento.

A coragem esta no desejo. Toda coragem é feita de vontade... Frases que se multiplicavam em seus facebooks, twitters, msn, como gritos de guerra, como ecos de atitudes. Não precisamos de intelectuais covardes. A coragem não é um saber, mas uma decisão, não é uma opinião mais um ato.

Os projetos da UNESERES, NOVOS MERCADOS, ESCOLA DE CINEMA, PORTAL DEMOCRACIA 3.0, ENERGIA SOCIAL, PIRAMBU SOCIAL, O Belo e o Bem, Movimento de Saúde Comunitária e outros vão ser lançados no DNA. Todos vão se tornar personagens de sua própria história, ser empoderados com curtas nas redes sociais, conectar-se entre eles em sinergia, seus sonhos, atitudes, imaginários, otimizar recursos, gerar complementariedades, ampliar o impacto e a sustentabilidade de seus projetos. A célula de jovens multiplicara em seus bairros estas iniciativas, o DNA, de novas formas de ser e viver em sociedade.

A competição deve evoluir para cooperação em rede, a ciência se conectar com a espiritualidade para inovar a serviço do bem público, o consumo pode ser reciclado por outras alegrias que potencializam o trabalho criativo, o uso sem propriedade, multiplica a propriedade comum nas cidades para garantia dos direitos de cada ser feliz, a serviço da ética e da estética, do belo e do bem.

“Esta é à força da alma, a coragem dos doces e dos heróis, isso é o que precisamos compartilhar e vivenciar em nossa juventude. Precisamos apreender com ética e estética, o belo e o bem, a ser justos, pois sem a coragem e a razão, não saberemos como combater as injustiças. A coragem de lutar por boas causas e projetos libertam e purificam o eu. A coragem é generosa. Precisamos ser senhores de nossos prazeres. Como Epicuristas, o melhor não é o mais, é o que atrai e basta a nossa felicidade. Viveremos com o coração contente de pouco. Principalmente em nossa sociedade de abundância , nas quais se morre e se sofre com maior frequência, por excesso de álcool, drogas, guerras, crimes, consumo, do que por fome ou sublimação. MAIS ARTE, MENOS ESPERANÇA, MAIS CORAGEM. A coragem não é um espetáculo e não lhe importa os aplausos. É preciso encontrar o prazer em servir o outro. O amor a si, dizia Kant, é a fonte de todo mal, e o amor ao outro de todo bem. É necessário ter coragem de amar e lutar!”

O evento da vida começou, DNA , antes do final do mundo, uma nova sociedade nasce para erguer os alicerces de uma nova civilização, uma Terra da Sabedoria. Eva declamava em cima do palco, a arte anunciava nova forma de viver em sociedade, a União dos Seres Sustentáveis (UNESERES) compartilhava entre eles a formação em rede, a economia deixava fluir a energia social gerando novos mercados, os projetos se conectavam num portal da Democracia Direta 3.0 formando um ecossistema digital e real, de um pequeno grão de terra á Terra da Sabedoria.