SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

domingo, 29 de maio de 2022

APRENDER COM A MENTE CORPORIFICADA OS CONCEITOS E AS IMAGENS EM MOVIMENTO!

 

 

É preciso ver as imagens em ação e a vida ao longo do tempo e não apenas reduzi-la a conceitos e palavras aprendidas na escola. Não podemos reduzir a educação da escola e seus processos de ensino e avaliação que privilegiam a formação de uma mente letrada baseada em séries e currículos escolares. Muitas coisas, saberes e pessoas se tornam invisíveis pelo consumo, mídia, igrejas, poderes políticos, e currículos inclusive e principalmente a razão instrumental e nossos meios de interpretação, incluindo nossos olhares e palavras que tendem a avaliar e julgar sem conhecer. 



A ordem visível é a primeira injustiça que aprendemos e rege o mundo das desigualdades e violências que afetam a ética, estética e justiça social de estudantes e professores reféns apenas da escola e famílias. “Há um pequeno número de pessoas que vemos e ouvimos e existe uma massa indistinta dos que não vemos nem ouvimos” Muitos que trabalham ou vivem em comunidades pobres são invisíveis e não aprendemos sobre eles, e outras questões, temas e problemas críticos de nossa sociedade. É preciso educar para transformar a visibilidade desses seres e coisas como por exemplo a natureza destruída pelas mudanças climáticas ou as desigualdades, os modos como são visíveis e pensados mas também as próprias formas da visibilidade transformando os espaços educacionais não escolares em salas de aulas vivas. Redesenhar as paisagens do mundo com outros sentidos agora feitas por estudantes e professores; e não apenas esperar por aqueles que se dedicam à Ciência e a Universidade venham cumprir esse papel muitas vezes tirando a autonomia e autoria das pessoas em escrevem suas próprias histórias e sentidos. 


 

O mundo e a realidade são o resultado de toda uma estruturação do perceptível, dizível e pensável que Jacques Ranciere denomina partilha do sensível. Precisamos educar a sensibilidade que forma razões e frustrar as visões que querem reduzir as sensibilidades, éticas e estéticas que colocam sua participação na ordem do sensível indo além de uma lei dogma derivada de uma necessidade econômica, histórica, sociológica, educacional ou outras. Desobrigar aqueles que ocupam determinados lugares na ordem social a adotar determinados modos de fazer, pensar ou ver que correspondem a esse lugar; e os constrange a, por sua vez, a reproduzir a ordem das coisas que os atribui a esses lugares. “Se é importante mostrar a ficção em ação naquilo que se passa por real, é também central reintroduzir, naquilo que nos é dado como necessidade, a contingência na qual se traçam os caminhos de emancipação. “ Jacques Ranciere.  



Educar outras formas de fazer, pensar e ver no encontro dialógico com outras realidades; e no diálogo com o diferente e diverso que pensa e age diferente de mim em espaços educacionais não escolares é o propósito de outras práticas pedagógicas e formas de aprendizagem e autonomia. Contra lógicas que se propõe explicar tudo e eternizar em conceitos sem vida, buscamos singularidades em transformação que se expressam em acontecimentos, textos, imagens, corpos em movimentos em realidades múltiplas e diversas visando apreender o modo como sua racionalidade se constitui no próprio nível de sua emergência singular e autônoma.



DANDO VIDA AOS CONCEITOS EM UMA EDUCAÇÃO COMPLEXA E SISTÊMICA VIVENCIADA EM ESPAÇOS EDUCACIONAIS NÃO ESCOLARES. 


  

Henri Bergson em sua obra investiga "entre essas duas questões: Qual a natureza do tempo? e Qual a natureza do pensamento conceitual? – há uma solidariedade íntima “ 


 

A primazia do conceito sufoca a intuição e fragmenta a inteligência prejudicando a aprendizagem. Nem o tempo do senso comum ou da ciência é o tempo real, ou seja, o tempo tem duração e movimento independente do conceito científico ou das palavras que o representam no cotidiano que buscam conquistá-lo por meio de nomeações. Os espaços são heterogêneos e as durações dos movimentos desigualmente tensionadas e ricas é impossível prendê-la em poucos conceitos e somente nos espaços e métodos da escola. 



A mente corpórea ou o corpo sem órgãos que inclui a mente e o ambiente nele inserido, dialoga, aprende e se expressa por diversos sentidos desde o olhar, o tato, o cheiro, o movimento do corpo, o paladar e claro o cérebro mas também pelos óculos que usamos, os instrumentos de pesquisa científica, os computadores , celulares, e cada vez mais robôs , engenharia genética e inteligência artificial se incorporam aos nossos corpos e de animais apontando uma sociedade pós humana no mundo em mudanças climáticas.



“Assim como um historiador concentra uma pluralidade de fatos elementares num único fato...Na sensação vemos que pensar é deter, fixar...” Na filologia nada prova que sujeito, verbo e complemento seja um quadro do pensamento, afinal existem línguas que não possuem verbos. Porém existem o substantivo , a coisa, e o adjetivo que compõe a realidade que nomeamos. Porém a realidade e o movimento é una, indivisível, fluida e móvel quando não fixamos ela é um ponto preso ao contexto de um espaço. Assim, antes do trabalho racional, obra da inteligência, é preciso algo de não separado, indistinto, que tornará possível a distinção, o conceito. No começo do ato de aprendizagem encontramos uma continuidade móvel, o movimento, o contínuo, a duração, o tempo. Aprender a duração e o movimento, atrás do conceito fixo, “liberta-se dos conceitos e das categorias, libertar-se deles ao menos por um instante para retomar consciência da realidade, para alcançar outras categorias mais fluidas, mais concebíveis para imaginação; reformular, numa palavra, nossos conceitos habituais para obter outros, mais fluidos, mais aptos para captar o devir...isto é, a eternidade do devir e não a eternidade do conceito que é uma eternidade da morte.”  



O pensamento abstrato lógico, apenas alinhara símbolos, mas deixa escapar a espontaneidade contínua da evolução, a raiz da liberdade. Daí a importância de práticas pedagógicas como pesquisa, autobiografia, e pensarmos a relações entre família, escola, comunidade e espaços educacionais não escolares como instrumentos que nos ajudam a desenvolver a visão sistêmica sobre a jornada de vida e aprendizagens não apenas por meios lineares e fragmentados e sim por caminhos caóticos em movimento. 


 

“Existe uma falsa clareza que consiste em partir do estável e do distinto para dirigir-se ao instável e indistinto. É, ao contrário, desse instável e indistinto que é preciso partir.... Toda descoberta científica é um lançamento de sonda na mobilidade do devir. A exposição limita-se a expor ideias mas a invenção consiste penetrar na mobilidade do devir...“    




APRENDIZAGEM E AUTONOMIA EM ESPAÇOS EDUCACIONAIS NÃO ESCOLARES NUMA EDUCAÇÃO INTEGRAL PARA VIDA.



A cognição é estudada como a conjunção, inseparável e complexa, de um organismo cognoscente com seu meio. No nosso caso vamos usar corporeidade porque a mente é compreendida como uma propriedade emergente, inseparável dos componentes que formam o corpo de organismos cognoscentes em interação com seu ambiente. Lembramos que a ciência feita por seres humanos em ambientes econômicos, sociais e políticos encarna seus raciocínios em artefatos tecnológicos em interação com o ambiente, por isso incluímos também os impactos dos instrumentos tecnológicos como uso do celular, internet, inteligência artificial, robótica e outros que interferem nos processos de aprendizagem e conhecimento dos ambientes que vivemos não apenas nas Escolas e Universidades. Já em 1959 no MIT na publicação do livro “A mente corpórea” por Francisco Varella já nos alertava sobre “No caso da ciência cognitiva, são máquinas pensantes e atuantes cada vez mais sofisticadas que têm o potencial de transformar a vida do dia a dia talvez de um modo mais eficaz que os livros do filósofo, as reflexões do teórico social ou as análises terapêuticas do psicólogo. “Desde essa época vários livros foram publicados que abordam a relação entre ciência e experiência que tentam estabelecer uma fundamentação computacional para experiência da autoconsciência buscando produzir seres cognitivos sem ego nem eu que existem independentes do mundo como robôs e inteligência artificial.  


    

Contrapondo a essa visão Merleau-Ponty encarou esse mundo vivido da experiência humana a partir de um ponto de vista filosófico com base na tradição da fenomenologia. Na França essa tradição de Heidegger e Merleau-Ponty é continuada por autores tais como Michel Foucault, Jacques Derrida, Pierre Bourdieu, Deleuze e mais recente Jacques Rancière. Na União soviética décadas antes as pesquisas de Vygotsky sobre interação social e linguagem somam a essa abordagem, nos EUA optamos em nos concentrar em John Dewey e suas teorias sobre a reflexão e experiência, e no Brasil em Paulo Freire em sua luta contra a opressão, educação bancária e a busca da construção da autonomia compõe nosso referencial teórico em defesa da corporeidade.


   

Segundo Francisco Varela as nossas mentes corporificadas, aprendem coletivamente conceitos e imagens em movimento, onde interagimos socialmente aprendendo com Vygotsky a zona de desenvolvimento proximal do outro e produzindo juntos diferenças com autonomia em espaços educacionais não escolares. Um passo importante numa jornada com Paulo Freire alternativa à educação bancária. 



A autonomia que pode ser fortalecida pela autoria e nossas capacidades de aprender e construir em Espaços educacionais não escolares presenciais potencializados por meios digitais que “combinam o formal, não formal e o informal, é a vontade de configurar um sistema educacional que facilite ao máximo que cada indivíduo possa traçar seu itinerário educacional de acordo com sua situação, suas necessidades e seus interesses. Para tanto o sistema tem de ser aberto, flexível, evolutivo, rico em quantidade e diversidade de ofertas educacionais.” Trata-se de construir programas híbridos de educação formal e não formal que acolham os aspectos mais pertinentes de ambos os tipos de educação. O que realmente importa para Jaime Trilla nessa educação híbrida deve ser a qualidade e a pertinência pessoal e social da aprendizagem em questão.  


     

Indo além da opressão, repetição e do conceitos isolados essa jornada pedagógica nos educa a buscar encontrar os fios nessa rede educacional vivenciada que religa e integra saberes mais complexos e interdisciplinares segundo Edgar Morin em diálogo com nossas vidas e o planeta que vivemos nos aprende e transforma, criando assim novas relações dialógicas entre o visível, as palavras, as coisas e o tempo. Essas práticas pedagógicas que buscam viver e pesquisar esses espaços educacionais não escolares foram desbravados por Michel Foucault e Deleuze em suas obras para compreender diversos espaços como presídios, hospícios, justiça, clínicas, igrejas, fábricas mas também nas escolas de como eles impactam nossas vidas e sociedades através de mecanismos, disciplinas e controles que comandam nosso pensar e agir na sociedade negando nossa autonomia. Assim buscamos pesquisar nessa jornada como as práticas pedagógicas de Paulo Freire colocam a escuta, a esperança, autonomia, e o amor como princípios pedagógicos de convivência nesses espaços educacionais não escolares usando a curricularização da extensão para aprender a ética, estética, justiça social e sustentabilidade econômica e ambiental numa educação integral para vida. Saberes vitais para a convivência em uma sociedade democrática sendo complementar a escola, família e comunidade. É preciso aprender vivendo os caminhos que unem a família, escola, comunidade e espaços educacionais não escolares enxergando as pontes, conceitos e imagens que se transformam em práticas pedagógicas e diálogos entre os diferentes sujeitos, organizações e meios cada vez mais complexos e digitais incluindo além das desigualdades e violências as relações com o meio ambiente e as tecnologias nesses espaços.


 

“Precisamos da sociedade para sobreviver, expandir os afetos, fazer amigos, arranjar emprego, praticar esportes, nos divertir e rir. Se precisamos da vida em sociedade, é melhor saber lidar com ela. Reconhecer os lugares amigáveis, os perigosos e, especialmente, ter consciência do projeto de vida possível de levar à frente.

A escola representa a pólis, a vida na cidade, lugar do ajuste, difícil, entre as partes. A variedade de professores em uma escola, de conhecimento e de sensibilidades variadas permite ao estudante encontrar distintos modelos de identidade. E, entre inúmeras variáveis, por meio da prática do seu livre-arbítrio, escolher os amigos e qual será o desenho, possível, para o seu projeto de vida.” Janice Theodoro da Silva, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.


 

Nessa jornada buscamos valorizar e priorizar as vozes do povo ou dos estudantes diante de tantos discursos privilegiados que se colocam pela força econômica, política e acadêmica e buscam anular ou sofrer violências e preconceitos os saberes, poderes e subjetividades produzidos pelas crianças e jovens pobres em suas jornadas em espaços educacionais não escolares sobre suas vidas e o mundo em que vivemos. Além de buscar na interseccionalidade uma teoria social crítica que sirva de método de pesquisa e incorporação dos saberes destes atores sociais na conquista de seus direitos, liberdades e autonomia. 


 

Porém o olho e as vozes da maioria de nosso povo são produtos históricos reproduzidos por afetos, imitações e instruções processadas no seio de várias instituições sociais e na troca entre elas, incluindo as escolas, nos quais se desenvolvem os atos, falas e pensamentos ordinários e extraordinários de nossas vidas que agora ocupam as redes sociais. Somadas “ às privações e explorações impostas pelas desfavorecidas condições da vida material de todo oprimido se reproduzem e agravam pelos estigmas atribuídos aos hábitos do seu corpo, as propriedades de sua língua, e as marcas de suas vozes. Essa estigmatização se reforça com os prestígios usufruídos pelas práticas e atributos dos gestos, falas e pronúncias das classes dominantes de nossa sociedade.”


 

Ora, as discriminações fazem reiterada e constantemente dos sentidos do povo um alvo privilegiado. Sua visão, sua audição, e seu olfato seriam grosseiros e desprovidos de sutileza para devida apreciação das formas, cores, tons e odores elegantes. Seu paladar e seu tato seriam igualmente rudes e carentes de refinamento para a adequada degustação dos sabores complexos. Os ruídos e comportamentos dos corpos da gente humilde, assim como sua língua e suas falas, não são pouco poupadas nos julgamentos que se produzem em olhares e escutas guiados pela lógica da distinção social. No que se refere principalmente a escuta que quase nunca ouve, mas que sempre deprecia a vontade do povo. 


 

Portanto nessa jornada de escuta das crianças e jovens em espaços educacionais não escolares buscamos encontrar caminhos e meios que eles mesmos expressem com sua autoria o que seus corpos pensam, sentem e vivem. 


 

É importante lembrar com ironia claro que muitas vezes pessoas oriundas de comunidades pobres que ascenderam economicamente pelo crime organizado tem gostos e hábitos respeitados pela alta classe social o que significa que talvez nossas classes ricas é que tenham de fato costumes desprezíveis diante de tantas desigualdades e miséria vivendo de luxos às custas dos pobres. 



Nesses discursos autorais das crianças e jovens aprendemos como eles constroem imagens de si e a construção de uma ética e estética do que consideram bom e belo em suas vidas apesar das brutais injustiças que sofrem e das diversas dificuldades e barreiras que encontram em seus processos de aprendizagem e construção de suas autonomias. Essa dimensão sociológica remete aos trabalhos de Pierre Bourdieu que propôs uma reinterpretação da noção de ethos no conceito de habitus. Como componente do habitus, o ethos designa em Bourdieu o conjunto de princípios interiorizados que guiam nossa conduta de forma inconsciente, incluindo a hexis corporal que refere as posturas, as relações com o corpo, igualmente interiorizadas. 



 

Por isso escolhemos duas experiências de espaços educacionais não escolares baseadas na educação do corpo, uma através do Balé e outra do Surf que coloca em movimento e expressão autoral as diferenças produzidas por esses corpos em suas jornadas educacionais. Buscamos também a interseccionalidade seguindo o livro de Patricia Collins como método e teoria crítica para pesquisar termos inter relacionados como desigualdades sociais, problemas sociais, ordem social, justiça social e mudança social, como impactam essas vidas e seus processos de aprendizagens e autonomia. É preciso investigar como análises críticas e ações sociais nesses espaços educacionais se desenvolvem ou apenas reproduzem mais do mesmo. O significado de teorias sociais incluindo pedagógicas específicas não residem apenas em suas palavras mas principalmente em como estas ideias são criadas e usadas. A interconexão entre pessoas, problemas sociais e ideias agora são centrais para a interseccionalidade como uma forma reconhecida de investigação e práxis críticas capazes de avaliar as práticas pedagógicas, acima de tudo por se referirem à ação social, as ideias de interseccionalidade tem consequências no mundo social.  


                

Construímos assim nessa jornada uma visão mais sistêmica e autônoma porque acompanha uma teoria e pedagogia social crítica à transformação histórica das palavras e das coisas, os conceitos e imagens que fazemos do mundo e sobre quem somos, mas ao mesmo tempo também autoral pois registramos em portais na internet ou rede sociais nossas vozes, palavras e imagens por computadores ou celulares incluindo nossas memórias, reflexões, ideias, críticas, e imaginações compartilhando nossas vivências e saberes com outros atores sociais diversos que convivem juntos nesses espaços educacionais não escolares quer seja professores, alunos, comunidade, famílias, ONGs, Universidade, Empresas e poder público. Em torno de uma agenda compartilhada, missões educacionais, objetivos e desafios comuns onde emergem práticas pedagógicas e sociais gerando um ecossistema educacional e suas relações múltiplas e diversas com os diversos ambientes que vivemos, não apenas a família e a escola. Percebe assim os acontecimentos que configuram a própria trama da existência, individual e coletiva, afirmando as potências, conflitos e imanências que emergem de nossas capacidades críticas e criativas para compreender a guerra entre discursos, saberes e sentidos na construção de uma educação ética e estética, justiça social, econômica e ambiental que priorize a vida e o planeta Terra.       




domingo, 22 de maio de 2022

Se você dança por dinheiro ? entenda porque meu nome é Guerra !





Você absolutamente não pensa neles

Você se concentra no dinheiro

Fixando seus olhos na parede

Eu sou sua dançarina particular

Uma dançarina por dinheiro

Eu farei o que você quer que eu faça.



Fui assistir um filme sobre a Guerra na Ucrânia e de repente a guerra chega e destrói a casa de pessoas simples que não querem dançar por dinheiro, apenas viver ! Enquanto outros senhores da guerra por poder e vaidades dançam por dinheiro e não estão buscando apenas sobreviver como dançarinas particulares. Fui assistir outro filme sobre trabalhadores escravos no Brasil onde senhores das fazendas fazem guerra contra pessoas simples que buscam apenas um trabalho digno para viver. Eles usam seus capangas para matar os que querem fugir da escravidão tudo isso em nome de suas riquezas, poder e vaidades. Outras guerras acontecem todos os dias em vários lugares no Brasil em comunidades pobres dominados pelo tráfico e milícias onde milhões de pessoas simples morrem há décadas, guerras na politica feitas por políticos profissionais que dançam por dinheiro para dominar os cofres públicos, guerras em igrejas que ameaçam pessoas para pagar o dízimo, guerras em Escolas e Universidades quando muitos querem transformar educação em dinheiro ensinando crianças e jovens a dançarem por dinheiro, guerras na relações em família ou em namoros quando querem transformar amor em dinheiro, entre outros em guerras consigo mesmos dançam por dinheiro ! 


  

Eu desejo saber como

É se sentir livre

Eu desejo poder quebrar

Todas as correntes que me prendem

Eu desejo poder dizer

Todas as coisas que eu gostaria de dizer

Dizer em alto e bom som

Para o mundo todo ouvir

Eu desejo poder compartilhar

Todo amor que há em meu coração

Remover todas as barreiras

Que nos mantém separados

Eu desejo que você saiba

O que significa ser quem sou

Então você ir ver e concordar

Que todo ser humano deve ser livre.



Então o que eu tenho?

Por que mesmo eu estou viva?

Sim, inferno

O que eu tenho

Ninguém pode tirar de mim


Tenho o meu cabelo, tenho minha cabeça

Tenho meu cérebro, tenho minhas orelhas

Tenho meus olhos, tenho meu nariz

Tenho minha boca

Eu tenho

Eu tenho a mim mesma


Tenho meus braços, minhas mãos

Tenho meus dedos, tenho minhas pernas

Tenho meus pés, tenho dedos nos pés

Tenho meu fígado

Tenho meu sangue

Eu tenho uma vida

Eu tenho vidas!



Liberdade,

quantos você fez chorar.

Sem você, quanta solidão!


Até quando

terá um sentido viver

eu viverei para ter você.


Liberdade

quando um coro se levantará

cantará para ter você.


Claro que talvez tenhamos que passar a vida toda dançando por dinheiro para poder sobreviver sem sermos livres. Nessa jornada que vale uma vida e nossa existência talvez tenhamos que entregar nosso amor, saberes, causas, sonhos, fé e até mesmo a família ? mas sem lutar ? sem se libertar ? sem dizer em voz alta quem são os senhores da guerra que matam, oprimem, e destroem vidas em nome de suas riquezas, poder e vaidades no Brasil da corrupção sem justiça nem lei.  Sim eu entendo que talvez tenhamos que dançar por dinheiro mas não se acostume o nome disso não é vida e você não foi criado para isso, sua existência é muito maior, bela, boa e justa do que empresários, educadores, políticos, pastores e outros senhores da guerra querem lhe transformar. 



Uma das primeiras lições que devemos aprender é que guerras vamos ter que lutar na vida e as melhores são as que lutamos pelas vidas dos que não podem lutar, devemos desde cedo aprender a lutar por amor, por causas, pelo saber e por tudo aquilo que não nos transforma em dançarinos por dinheiro. O consumo, o poder, vaidades e outros nunca valeram uma vida na verdade eles lhe matam antes de ter vivido e sentir o verdadeiro amor, beleza, fé, causas,  e sonhos. 




Se o mundo ficar pesado

Eu vou pedir emprestado

A palavra poesia


Se o mundo emburrecer

Eu vou rezar pra chover

Palavra sabedoria


Se o mundo andar pra trás

Vou escrever num cartaz

A palavra rebeldia


Se a gente desanimar

Eu vou colher no pomar

A palavra teimosia


Se acontecer afinal

De entrar em nosso quintal

A palavra tirania


Pegue o tambor e o ganzá

Vamos pra rua gritar

A palavra utopia


O planeta e nossas vidas estão sendo destruídas por vários senhores da guerra é para eles que continuará a dançar ? É hora da Resistência! 





domingo, 8 de maio de 2022

A Missão da Educação da Juventude diante das Mortes de uma Geração de Jovens por brutais Desigualdades e Violências




E os abestados, ignorantes e violentos preferem pagar presídios,  segurança e policia do que gerar trabalho, cidadania e mercado como fizeram vários países. A primeira pergunta a ser feita seria: se esses jovens fossem filhos de ricos e políticos continuaríamos com a mesma omissão e silêncio diante de tantas tragédias?  A segunda questão é que a verdade baseada na história, dados e fatos precisa ser dita sobre as causas dessas mortes; e o Estado, as Escolas, as Universidades, Empresas que dizem ter ESG, mídia e Justiça precisam cumprir sua missão. 


Quantos precisam morrer para que possamos fazer algo? O que precisa ser feito que tenha impacto na vida de milhões de jovens que vivem sobre as mesmas brutais condições que levam a morte de milhões de jovens nas últimas décadas? Muito mais do que guerras, tragédias ambientais ou mesmo os mortos pela pandemia. 



Jovens que com sua cidadania amariam trabalhar se tivessem oportunidades, assim como também gostariam de estudar se tivessem condições. Eles geram riquezas e podem juntos colaborar na solução de várias problemas sociais e ambientais das comunidades pobres através de projetos na escola, ou na universidade através de pesquisa e extensão. Porém, é preciso enxergar o tamanho do problema e os passos que podem ser dados visando juntos superar esse desafio: 1) Incluir ações de vários setores da sociedade que poderiam ser realizadas em sinergia; 2) Otimizar recursos e ampliar o impacto; 3) Combater fake news e falsas mídias com as verdades mais duras sem apagar a história conscientizando as pessoas. Todavia, sem inocência, sabemos que no Brasil os ricos, grandes empresários e bancos vivem do Estado através de um dos maiores juros do mundo, a isenção de impostos, onde se deveria ser taxado as grandes riquezas, títulos da divida pública, incentivos fiscais, corrupção e privilégios sob o advento das leis. 


Mas as Escolas e as Universidades não pertenceram aos ricos porque ela é ultimo espaço republicano e democrático que se caracteriza pela liberdade, equidade e solidariedade e terão que lutar contra os professores, famílias e suas comunidades o que representa 99% contra 1 %. Lembre se vocês perderam no Chile: o Presidente, as elites, a mídia e o exercito não foram suficientes quando as pessoas aprendem a dizer NÃO e basta diante de tanto sofrimento. 


 

Vamos analisar um caso concreto como do Ceará. Dos 9 milhões de cearenses, temos quase 6 milhões que não concluíram o ensino médio, é o quinto estado pior em analfabetismo do Brasil e o Ceará mata mais jovens  do que o estado de São Paulo há décadas que tem uma população quatro vezes maior.  Ou seja, o mesmo grupo politico no poder comandado por Ciro Gomes e Tasso Jereissati há décadas como Cuba e Venezuela. Nos mesmos governos os empresários tem bilhões de incentivos fiscais, fato apresentado pelo Deputado Estadual Renato Roseno. 




Muitos empresários com incentivos fiscais se tornaram bilionários, temos mais de bilhões denunciados pelo Deputado Estadual Heitor Ferrer em vias de  corrupção, sem haver investigação no pacto onde a Assembleia Legislativa do Ceará barra CPIs e impede fiscalização, algo que seria a principal função do Legislativo. O Ceará recebe bilhões da cooperação internacional para combater a pobreza há décadas, mantem um equilíbrio fiscal que exclue a maioria da população do acesso as politicas públicas, mas ao mesmo tempo, mantem incentivos fiscais, corrupção e privilégios para políticos e suas famílias que vivem do Estado, como foi o caso recente da aprovação de uma aposentadoria para ex-governadores estaduais que inclui Camilo e agora Izolda. 



Porém o Ceara é tido como modelo de educação no Brasil, isso porque não discutimos porque menos de 350 mil jovens cursam o ensino médio enquanto milhões de outros jovens nem estudam, nem trabalham. Lembra dos 9 milhões de cearenses supracitados? Se usa na prática menos de 350 mil jovens para produzir um “case” de excelência baseado em suas notas de português e matemática, seguindo o índice internacional PISA.  



Nenhum dos melhores países em educação, segundo o PISA, separam politica educacional da social, nenhum exclui os dados que representa o acesso da quase totalidade de suas populações que são escolarizadas, nenhum delas as crianças e jovens vivem na pobreza como no Ceara ou milhares de jovens são mortos todos os anos. Não vejo a Fundação Lemann ou outras falar sobre esses critérios diferentes para um case e, muitos brasileiros que estudam em Universidades Americanas, acabam por se calar diante de tal situação. 



Da mesma forma, quanto do orçamento das Universidades Federais se transforma em bolsas para alunos que não tem condições financeiras para estudar e que podem atuar em projetos de pesquisa e extensão? Se abrimos os orçamentos das instituições publicas, quanto é gasto em prédios, privilégios e outros enquanto a razão de ser dessas instituições estão sendo mortas pelas brutais desigualdades e violências? Não se sabe ao certo, mas o número é absurdamente desigual diante do pouco que ficam em bolsas que garante a conclusão do curso. 



Instituições como a FIEC se calam para pobreza, desigualdades e corrupção no Ceará. Dizem que tem ESG, mas não importa o impacto? Elas são ineficientes com bilhões do “Sistema” S e aparelham com privilégios e cargos igual aos piores políticos, as associações empresariais são usadas para acessar financiamento de bancos públicos como casos absurdos no Banco do Nordeste, perpassando por várias presidentes, tais como o Sr. Byron de Queiroz. A justiça não vê? E a grande mídia? Enquanto uma geração de jovens, seus pais, avos, bisavós, tataravôs… pagaram com suas vidas os que enriquecem pelo Estado e Bancos públicos, esses mesmos abastados  viajam para os EUA, Europa e Dubai, falam de mercado, meritocracia, gestão, mas não conseguem viver deles, como determinados países fizeram gerando trabalho, cidadania, mercado e Democracia. 



Outros caminhos estão sendo construídos sem nenhum apoio porque não fazem parte desses grupos políticos e elites e apesar de ter mais impacto com pouco ou nenhum recurso. Isso nāo importa porque o que prevalece é a péssima gestão, mentira e corrupção no Ceará com o silêncio e o pacto entre os poderes.  O Prof. Dr. Henrique Cunha (UFC) tem denunciado com pesquisas e métodos científicos os crimes e a barbarie cometidos contra os negros há séculos no Brasil, que por muito menos gerou nos EUA o “Movimento Vidas Negras Importam”, mas a história e a verdade importam? Assim como o Prof. Dr. Babi Fonteles (UFC) tem lutado, pesquisando e divulgando sobre os mesmos crimes contra as populações indígenas. 


A Profa. Dra. Maria do Céu (UFC) com sua tese de doutorado pela USP sobre as comunidades pesqueiras evitou que mais pescadores fossem roubados de suas terras em beneficio de grandes empresários, imobiliárias e interesses do turismo internacional, esse turismo que não reduz a pobreza cearense mas enriquece alguns. 



Posso falar de vários outros projetos de pesquisas e extensão das Universidades Cearenses incluindo as estaduais e privadas que juntos com jovens podem mudar essas realidades de suas vidas e comunidades, reduzindo a pobreza e as violências. Assim como há dezenas de trabalhos de ONGs, tais como a EDISCA e outras que tem mais impacto em educação do que as politicas públicas com muito menos recursos, negócios sociais ou projetos culturais que fortalecem a humanidade, geram trabalho, impacto social e reduzem as violências. Porém, isso tudo citado não importa, pois o que impera no Ceara é a “Ditadura da Corrupção”, as violências e as mentiras com o dinheiro publico “em nome dos pobres” mas que serve somente aos ricos, aos abastados e “abestados”, que acabam por definir quem vive e quem morre no nosso estado.




segunda-feira, 2 de maio de 2022

ATUAÇÃO DE EGIDIO GUERRA COMO ORIENTADOR, PESQUISADOR E PROFESSOR DE ACADÊMICOS DE UNIVERSIDADES AMERICANAS.



https://www.sit.edu


DECLARAÇAO: EGIDIO GUERRA DE FREITAS 


Atestamos para os devidos fins que EGIDIO GUERRA DE FREITAS, RG 9300217276320, CPF 43394566320 actuo como Orientador de Pesquisa entre Setembro de 2012 e Dezembro 2018 e entre Setembro e Dezembro de 2016 e 2018, palestrou sobre Politicas Publicas no programa de Justiça Social e Sustentabilidade da School for International do World Learning do Brasil – Fortaleza.


Escrevo esta carta de declaração em apoio a Egidio Guerra de Freitas.

Minha recomendação desta pessoa é entusiástica e sem reservas. Egidio é uma pessoa e orientador de primeira em todos os aspectos. Por meio desta carta, desejo chamar a atenção de seus leitores para um pessoa, acadêmico e cidadão internacional excepcional e notável.


O SIT Study Abroad Program é uma experiência educacional internacional interdisciplinar rigorosa projetada para expor estudantes universitários de universidades norte-americanas aos desafios e recompensas da vida intercultural internacional. Os programas SIT Study Abroad ocorrem no contexto de uma localização nacional específica em 30 países ao redor do mundo.


O programa do nordeste do Brasil com sede em Fortaleza equilibra a sala de aula tradicional e os formatos de aprendizagem experiencial. O programa exige que o aluno aprenda sobre o Brasil trabalhando, vivendo e aprendendo em uma variedade de situações socioeconômicas e culturais que são, em sua maioria, significativamente diferentes daquelas encontradas nos Estados Unidos.


Adaptabilidade, flexibilidade, sensibilidade cultural, boas habilidades de comunicação bilíngue e interpessoal, paciência, empatia, compreensão e desejo de aprender com uma ampla gama de situações e pessoas são as habilidades que o programa procura inspirar e desenvolver. Egidio se destacou em todas essas áreas. O desempenho de Egidio como orientador e palestrante em situações de sala de aula e de campo sempre foi exemplar. Ele demonstrou excelência acadêmica em sua abordagem de aprendizagem, pesquisa e análise de situações e condições no Brasil.


Sendo assim, é recomendado como sendo uma ótima candidato para programa de Mestrado. Estamos à disposição para maiores detalhes.


William Calhoun Jr.
Professor e Diretor Geral Aposentado do World Learning do Brasil