Em tempos difíceis como o que vivemos mesmo diante da irreversibilidade provocada pelas mudanças climáticas, tecnologias que ameaçam a humanidade como a IA, guerras insanas que podem destruir o planeta, domínio do crime organizado sobre a vida de milhões de pessoas. As elites e oligarquias, e agora educadores, trocam vidas por votos e mentiras, enquanto roubam e matam o próprio povo. Eles provocam várias formas de facismos dentro das escolas e governos, expulsam e perseguem quem pensa a educação por outros caminhos, quem mostra a verdade sobre a situação das escolas, quem não pactua com as métricas mentirosas e fabricadas que querem reduzir a escola a ausência de pensamento crítico sobre a realidade que vivemos.
Milhares de professores adoecem hoje em sala de aula sem a gestão enfrentar a situação, capitães do mato operam a educação para fins econômicos e eleitorais com seus chicotes, escravizando aqueles que sofrem as consequências de suas idiotices, ignorâncias e maldades. Por amor à educação caminhamos na contramão contra as ditaduras econômicas, políticas e agora educacionais a serviço de elites econômicas e políticas, e seus neo capatazes que se orgulham da destruição educacional, social e ambiental que deixam no caminho
É difícil enxergar a realidade quando os ditos líderes de trabalhadores não cumprem a missão histórica que lhes foi atribuído, quando mentem e se vendem como mais uma engrenagem a serviço de elites e oligarquias, quando a estratégia política é feita de oportunistas, e os livros e os saberes dos principais pensadores da educação são rasgados pelos capitães do mato a serviço do neoliberalismo que implantam diariamente nas escolas. A insuficiência e negação da crítica na educação e na política oligárquica, a serviço das elites, leva a diversas formas de exploração e dominação, agora desde crianças sem poder exercer suas linguagens, potenciais e capacidades. Diante dos mesmos que se mantêm no poder há décadas, já excluíram os pais, agora são os filhos, e já foram os antepassados durante séculos.
A exploração econômica de alguns pode terminar, mas o desejo de comandar dos tecnocratas e oligarcas, e o desejo de servir dos capitães do mato permanecem. Vivemos ainda os perigos do projeto iluminista sem questionar conceitos fundamentais, como razão e progresso. O capitalismo selvagem dos bilionários e a educação torna funcional a razão. Ela se tornou uma finalidade sem fim que, por isso, se deixa atrelar a todos os fins. A razão pura tornou-se irrazão, procedimento sem erro, mas sem conteúdo na era dos algoritmos, Big data e IA, muitas dessas tecnologias tem acelerado a destruição dos planeta e exclusão de milhões de pessoas. A ciência não tem superado o mito, mas lhe confere uma moldura racional.
É urgente a crítica ética e estética à racionalidade técnica, pois a dominação da natureza é também dominação dos homens, e buscamos compreender o caráter intrinsecamente repressivo da cultura da música que influencia a sexualidade, o comportamento das redes sociais e dos jogos de apostas que pautam uma geração. Compreendermos os novos meios da indústria cultural, destruidora das subjetividades, propagadora da indiferença e da passividade. "Quanto mais firmes se tornam as posições dessa indústria, mais sumariamente ela pode lidar com as necessidades dos consumidores, produzindo-as, dirigindo-as, disciplinando-as e, inclusive, suspendendo a diversão. [...] Divertir-se significa estar de acordo."
Mesmo assim, continua o papel da arte como antídoto contra a barbárie como fazem países como a Finlândia e regiões como Emilia Romagna que colaboram para que crianças e jovens expressem suas mil linguagens. Necessitamos desenvolver práticas pedagógicas e pesquisas, teórica e empiricamente, sobre a autoridade, a família, o preconceito, as desigualdades, violências e os desafios para educar a cidadania. Continuamos a viver numa sociedade produtora de servidão voluntária que forma e promove novos capitães do mato na educação, sindicatos, governos, e empresas. Afinal quais são os motivos pelos quais as revoluções nunca cumprem as suas promessas? Não troque vidas por votos e mentiras como fazem os destruidores da Educação.