No outro lado da rua , assim como quem busca no facebook uma pessoa, esta sentado um mendigo.
Júlio esta filmando ele com seu IPAD , e pergunta : Como ele se chama ? posso tirar fotos dele? Ahh, ele não faz parte de nenhuma comunidade que estou inserido. Não vou adicioná-lo. Ele não faz parte deste mundo!
Enquanto isso escrevo no meu diário. “ Pode ser que ele tenha o bolsa -família, isso faz ele comer e se divertir, fico feliz com isso. Sabe só acho que escolas, hospitais, empresas , e creches é que constroem a justiça social e a dignidade dos mais pobres com políticas de estado para todos.E não o bolsa família, os maiores lucros do bancos e os que vivem presos aos projetos de poder , dos novos senhores da casa grande.
Sabe descobri um coisa genial , vou colocar no blog , no qual estou escrevendo um livro, que tem imagens que fazem parte de um filme , que esta sendo divulgado pela TV na interrnet.
Julio resolveu postar nas suas redes sociais , o mendigo . Escreveu “Faço isso para divulgar o mendigo em todos os lugares, ele pode virar manchete, eu ajudo as pessoas a ficarem famosas ” Idiota né ? Talvez existam coisas mais idiotas ainda.
Descobri que os miseráveis que vivem nas ruas são gerados por vidas miseráveis que vivem em mundos vazios de sentidos. Descobri que nas Univer
idades, Empresas, Governos, ou nos bares, futebol e outros milhares de lugares. Tem pessoas, que tem condições de construir um mundo melhor , ou desenvolver suas vidas com éticas e estéticas mais humanas e igualitárias, mas que em seus podres papeis e poderes geram mais mendigos.
Mendigos que são mais humanos, dignos e reais do que os personagens que proliferam por exemplo nas redes sociais.
Sabe eu queria contar esta história pra vocês! Ela tem três influências : Dostoievski , Victor Hugo no seu livro Miseráveis mas também Nietzsche.
Nunca é demais lembrar, mais o que fazemos com nosso saber ? talvez seja esta a grande diferença entre os miseráveis por pobreza econômica e social , um dos resultados dos desgovernos de nossa sociedade , e os novos miseráveis por escolha.
Na vida real eles interagem de diversas formas e em vários lugares. Bem que poderíamos apreender com isto no nosso dia a dia. Enquanto vou realizando uma jornada por lugares para mim sagrados e mágicos: projetos, lutas e sonhos que mudam de fato a vida das pessoas. Em busca da Terra da Sabedoria. Resolvi contar também a história dos novos miseráveis , porque do outro lado da rua, eles passam em frente a lugares e pessoas sagradas e mágicas mas não conseguem despertar de seus pesadelos vazios e mornos. Conseguem ser mais Miseráveis que os miseráveis.
O principal motivo é a Educação que receberam ! Não adianta “acumular e empilhar” dados , mas viver melhor e mais intensamente, uma vida menos miserável. “ Porem o sistema de ensino vive de passado e memória e buscam formar um homem teórico, afastado das questões diárias, acumulando conhecimentos na maior parte das vezes inúteis, miseráveis. Restam sociedades onde os que se dedicam ao pensamento não tem conhecimento da vida prática, portanto, não sabem usa-los, e quem domina á vida pratica ignora, no mais das vezes as possibilidades do pensamento” e da arte. Estas sociedades se isolam e cada vez mais fingem não ver os miseráveis , mas se assustam com a violência!
Plolifera a ausência de pensamento critico, de experimentação, de inventividade em nossos sistemas de ensino que se sustentam na passividade do estudante e no poder do professor. É preciso apreender a pensar para escapar de uma vida miserável com dinheiro. A função do pensamento é afirmar a vida, potencializá-la, e não construir uma vida paralela, feita de signos e imagens, uma vida sem corpo. Como diria Nietzsche “ Abomino tudo aquilo que me instrui sem aumentar nem estimular imediatamente minha atividade.”
E que tipo de saber potencializa a vida ? O valor de um pensamento não esta no quanto de conhecimento permite, mas na quantidade de vida que provoca. Qualidade de ida para todos. Retomar a potência criativa e artística do pensamento é a saída, resgatar o prazer de ver uma questão a partir de varias perspectivas.
Nietzsche defendia “ Meu objetivo é tornar-me um mestre verdadeiramente prático, e, antes de tudo despertar nos jovens a reflexão e a capacidade crítica pessoal, indispensável para que eles não percam de vista o porque, o que e o como de uma ciência ”
Então Nietzsche sonha em criar uma Universidade livre, na qual cada um pudesse educar a si mesmo e que concebesse o professor como alguém que deve criar condições para que o educando se tornasse seu próprio educador.
Buscamos assim como “professores “ contando as historias dos novos miseráveis , verdadeiras aulas de uma Universidade livre que nos faz rir, sentir e chorar, desenvolver a nossa capacidade de generalizar, recordar, sintetizar , formar conceitos e relaciona- los , em outras palavras, raciocinar logicamente; mas também a capacidade de ficar admirados e perplexos, de duvidar, de criticar, de se indignar, de considerar a existência do outro, de argumentar, de debater, de sentir, de experimentar e de desdobrar estas experiências em pensamentos e palavras.
E porque não começar falando daqueles novos miseráveis , grande parte ricos, que freqüentam as Universidades públicas como idiotas ? Depois vem os famosos que freqüentam o facebook, infelizmente muitos empresários, juízes, artistas ...que como Dostoievski nos lembra pessoas pobres em situações de extremo sofrimento tem mais lições para nos doar do que estes verdadeiros idiotas.
Parabéns Egidio! Você sempre com textos bastante reflexivos!
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