Não quero um melhor capital genético para meus filhos. Não quero melhorar o desempenho econômico à custa de milhões de vidas. Não quero ricos e políticos poderosos como Deuses muito menos Robôs mandando em mim.Como podemos
contribuir com a educação de jovens para uma nova ética? Como podemos
questionar a luz de uma nova ética as ideias que diversas organizações
empresariais, governamentais, cientificas e outras estão vendendo como únicas
formas de pensar o mundo em que vivemos?
Se nossa educação só serve para encher o bolso é uma ética porem se
quero inclusão, justiça social, amor, espiritualidade, arte e sustentabilidade
do planeta é outra ética. Outras formas de pensar, agir e ser.
É preciso compreender
indo além da razão, o sentir e o imaginar, vivenciando e experimentando outros
modelos, ideias, e tecnologias de vida, conhecendo pessoas diversas e
apreendendo o valor de tudo isto. Favorecer e fortalecer este debate nas
comunidades, juventudes, Governos, Universidades e outros segmentos.
Talvez este seja o
melhor caminho de lidar com profundas desigualdades em que mais do que os
pobres são os ricos e poderosos que precisam ser educados sobre os efeitos de
seus poderes nas vidas de milhões de pessoas e da natureza. Hoje estas
desigualdades e miséria funcionam como algo “normal” dentro do Estado de
Direito e Democrático.
Nesta Sociedade aonde
vários Estados se rendem a lógica Neo liberal aonde o capital impera sobre as
vidas e as esquerdas negociam o pão de cada dia para aonde canalizar as
esperanças, as energias, o pensamento positivo, os sonhos, os ideais, nosso
trabalho, carinho, dignidade?
Como enfrentar um
modelo único de sociedade que protege o capital e destrói a natureza indo além
do cientificismo, capitalismo, da cultura do consumo, dos espetáculos políticos
à luz de uma ética e uma educação para cidadania global?
Como podemos proteger
as crianças e os jovens que ainda dependem de nós para que possam sobreviver
neste mundo. Como podemos lidar com atrocidades que eles sofrem consideradas
normais por muitos? Eles não tem para onde correr trata-se da “legalização e
legitimação” da miséria, criminalidade e outros que passam a ser consideradas
normais.
Diante destas
atrocidades, as drogas, gravidez precoce, criminalidade, violências, vidas e
desejos como consumo temos que uni-las as lutas, as inovações nas políticas
públicas em processos que ao mesmo tempo lidem com as causas, desenvolvam
intervenções concretas agora , e sejam alicerçadas por uma nova ética capaz de
despertar de um mundo que está nos destruindo como humanos para outro que
fortaleça nossa humanidade em novos horizontes e outras formas de ser e viver
em sociedade.
Esta é tarefa
histórica das juventudes canalizar sua energia para transformar socialmente o
mundo em que vivemos, ousar nas ideias, nas experiências, inovar nos modelos
educacionais, em tecnologias ambientais que recuperem o estrago que realizamos,
em sistemas econômicos que fortaleçam Direitos iguais para todos que são mais
baratos que a ausência deles provoca na vida de todos, em não temer o amor, a
espiritualidade e a arte como formas de compreender economicamente e
socialmente o mundo em que vivemos.
Toda atitude
política, ação econômica, projeto social, política pública, ideia, saber,
consumo, arte, crença espiritual, convívio com a natureza e as tecnologias tem
impacto educacional em nossas vidas no desenvolvimento de uma nova ética, no
conhecimento de quem somos e do mundo em que vivemos, na construção de um ser
sustentável. Por isso precisamos ousar e experimentar novos caminhos,
descobertas, ideias que nos libertem de prisões conceituais, espirituais, politicas,
educacionais, culturais indo além dos dogmas e programas que nos construíram e
construíram este admirável mundo novo liderados por Big Brothers de várias
espécies prontos a nos controlar, colonizar e clonar.
Um mundo que une a
Robótica com Engenharia genética e a nano tecnologia pois não precisamos mais
de homens para produzir nem precisamos da natureza para gera-los pois
fabricamos crianças em laboratórios com DNAs programados e estamos
transformando seres humanos em robôs programados socialmente pelo capital,
drogas e consumo. As cidades, os shoppings ou paraísos artificiais querem a
cada dia mais ocupar o lugar da natureza em nossa vidas.
Neste mundo e em sua
ética a autodeterminação, a igualdade, a liberdade, os direitos e a dignidade
são desprezíveis e não são mais necessárias. A tecnologia deve ser compreendida
como a natureza criando-se a si mesma por intermédio do Capital e da Ciência
sobre os quais a humanidade perdeu o controle dos fins.
Os robores não faram
o debate da ética que os construíram e dominaram os que os conceberam em sua
visão limitada de mundo e de vida. Cada vez mais o componente não biológico de
nossas vidas e inteligências está sendo invadidos por tecnologias, máquinas,
programando nossa ética e formas de ser e viver neste mundo. AFINAL QUANTOS JOVENS ADORARIAM SE TRASNFORMAR
EM ROBOS, VAMPIROS, EM LUTADORES DE UFC, EM SELFIES, EM MARCAS mas onde fica o
lugar do amor, da vida, conhecimento, espiritualidade, das lutas políticas por
justiça social, da arte, do convívio com a natureza?
Não podemos abandonar
nosso poder de decisão, iniciativas, valores, e escolhas que nos torna humanos.
A ciência busca hoje aliada ao capital se emancipar do gênero humano e só uma
nova ética HUMANA pode enfrentar o poder do capital e da ciência.
Não quero um melhor
capital genético para meus filhos. Não quero melhorar o desempenho à custa de milhões
de vidas. Não quero ricos e políticos poderosos como Deuses muito menos Robôs.
A arte mais uma vez estava certa a imaginação prevê as consequências de nossos
atos anos luz. Filmes como o Exterminador, Blade Runner , Matrix, X-Men, A Origem
ou os mais atuais Lucy, Transcendence e I Origins
tem a capacidade de nos alertar, despertar , educar e libertar para a
construção de uma nova ética.
Temos que nos
produzirmos a si mesmos de dentro para fora e não esperar que técnicas,
tecnologias, cirurgias plásticas e computadores nos produzam de fora para
dentro de nossa alma. Não precisamos de especialistas reconhecidos com suas
receitas de bolos, corpos, e mentes. Precisamos de novas experimentações e
aprendizagens com a diversidade sem receitas pois como novos conhecimentos
podem se integrar pela pessoa, como eles podem se tornar saberes, serem
traduzidos em competência, em saber agir? Com um tocador de piano pode comprar
o pacote para se tornar boxeador? Comprando um programa ou outra mão?
Alguns acham que se
compram e fabricam subjetividades. Eu acho que se produz monstros e robôs e não
seres humanos. Acho que podemos potencializar nossas capacidades com maquinas e
programas mas não substitui-las. A autonomia, a decisão, a escolha, a ética não
são substituíveis por maquinas e nem programadas por computador. Eles apenas
repetem o que o programa manda ou seja o que outro ser humano programou a
serviço do capital e da ciência.
Aqueles que nos
escolhem nos remodelar não serão remodelados eles mesmos por isso luto por uma
nova ética capaz de remodelar seus pobres fins e interesses a serviço do
capital e da ciência que não está a serviço da humanidade e nem do planeta.
Os homens todos e não
alguns tem o direito de escolher sua própria sorte e não ser modelados por
outros. Nem a Robótica, nem a Genética, nem o Estado, a Igreja, o Capital tem o
Direito de modelar homens e castrar seres de suas escolhas e potencialidades.
Os critérios e os julgamentos de nossa escolhas nos pertencem individualmente
ou coletivamente pela determinação de nossa leis. Não podemos roubar
antecipadamente a liberdade que não pode se satisfazer senão pela ignorância.
Todo ser humano deve
se compreender como autor de sua própria vida. Vidas capazes de mudar seleções
cientificas, hierarquizações sociais, desigualdades históricas, o poder de
Deuses e homens, sem normas e padrões. Não somos filhos do Estado, do Capital
ou da Ciência. Não podemos controlar o acaso e as incertezas mas podemos lutar
contra as arbitrariedades de homens poderosos.
Só podemos ser livres
se tivermos capacidade de produzir a si mesmo com autonomia, direitos e
responsabilidades. Enfrentar novas formas de escravidão como as grades feitas
de código de barras e capital contra castas genéticas que produz modelos de
corpos e habitats por vias financeiras.
Sem origem comum, sem
a comum compreensão de todos em cada um, não há sociedade nem civilização. Só a linguagem que interessa circula para os
fins que interessam sem propósitos nem sabedoria sobre eles. Hoje a
inteligência de muitos homens está sendo ocupada, clonada e colonizada pelo
capital e pela ciência sem a capacidade de criticar e refletir sobre eles e
seus novos Deuses. Infelizmente nosso sistema de educação produtor de éticas
favorece esta logica sobre o espirito de nossas crianças e jovens.
A informação é tudo
mas a que serve esta informação? Pessoas que tem que ser informadas como
matérias fabricadas. Agora as tecnologias que são inteligentes e coordenam processos
cada vez mais amplos e com grandes impactos sobre a humanidade. As tecnologias
e o capital cooperam entre si para nos dominar. Altas tecnologias e suas performances
superam vontades, subjetividades e inteligências humanas poucos críticas e sem
rebeldia.
Cada vez mais se
dividem e separam relações complexas e orgânicas nos seres humanos com
biotecnologias ou na natureza para domina-las e destruí-las. Igualar tudo e
todos não respeitando a diversidade da natureza e dos seres humanos. Tudo vira
plástico incluindo os corpos, os genes e a natureza tudo pode ser fabricado e
vendido. Um novo habitat produzido pelo capital e robôs.
Porem a Ecologia, a Complexidade,
e a Justiça social podem juntas construir uma nova ética para esta e as novas
gerações com o potencial de libertar as relações humanas da ideia de inimigos e
sem a necessidade de dominar outros homens e a natureza. Fundar uma civilização
que reforme o pensamento e que tenha coragem de lutar uma batalha pela
espiritualidade com as armas de uma nova ética.