SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sábado, 17 de janeiro de 2015

O DNA QUE DÁ VIDA A UMA CIDADE DE DIREITOS.



Estou escrevendo alguns artigos sobre novas formas de Governar que podem ser importantes cromossomos que dão vida as Cidades através da conquista de Direitos. Citando alguns temos Aguá, Educação, Saúde, Mobilidade, Trabalho, Cultura e outros. Porém dificilmente eles existem de forma isolada. Necessitamos termos uma visão sistêmica sobre a vida de uma cidade e inovar nos paradigmas sociais e científicos de onde podem emergir ideias, soluções, modelos e experiências de grande impacto e sustentabilidade na vida das pessoas.

Portanto temos que discutir questões não tradicionais que nos façam despertar do sono profundo em nossas compreensões do que é uma Cidade, O Estado, a Economia e mesmo nossas vidas nos dias de hoje.

Existe contradições históricas entre modelos de Estado que são focados em controles, Burocracias, jogos de poder e o que deveria ser Educação, Economia, Cultura e outros como cromossomos capazes de realizar vidas de forma integrada em várias dimensões e não fragmentadas, lineares e tristes separando o corpo da alma das pessoas e das cidades.

Por exemplo quem Educa os Educadores? Será que se justifica ter investimentos diferentes por escolas e por alunos criando condições desiguais para “melhores” e “piores” e quais as melhorias para o sistema como um todo? Será que um artista famoso merece o financiamento público 50 vezes superior ao de um artista em início de carreira mesmo os dois não tendo público para sua obra? Financiar grandes ou pequenas empresas para gerar trabalho ? Quais os critérios públicos que os gestores justificam milhões muitas vezes sem impacto no desenvolvimento das pessoas e das cidades?

Afinal quais são os cromossomos de Direitos que dão vida a uma cidade e criam um Ecossistema onde as pessoas possam desenvolver sua humanidade, conhecimentos, talentos, estéticas, éticas, riquezas , sonhos e a conquista de mais direitos e responsabilidades compartilhadas?

Hoje os Bancos e as Comunidades disputam o que é uma Cidade! Nos Bancos cidades significam investimentos imobiliários e shoppings para ricos em áreas bem avaliadas pelo capital cultural e social construídos pelo convívio das pessoas nas cidades. Hoje os Bancos já não avaliam os melhores países mas as 200 cidades mais importantes para concentrar o excedente de capital no mundo. Afinal nestes ecossistemas o risco é menor assim como as condições de reprodução do capital enquanto os pobres pagam com suas casas e todos com menor qualidade de vida.


Visando lidar com esta complexidade de causas e consequências sistêmicas temos que ensinar as cidades a dançar passos e ritmos diferentes em seu desenvolvimento. Elas precisam de inteligência estratégica mas também de fortalecer as relações e complementariedades gerando capital social e cultural. As cidades necessitam desenvolver suas capacidades locais e interagir com tecnologias, inclusive sociais, inovadoras para adaptar aos seus contextos e desafios regionais. Inovar em projetos é essencial para sua transformação respeitando a diversidade cultural e social, de baixo pra cima , gerando autonomia, Governança , Controle Social e Transparência.

No Ceara estes desafios são gigantescos 54,9% de nossa cidades tem os piores indicadores de exclusão social do Nordeste segundo o Atlas da exclusão social dez anos depois organizado por Marcio Porchmann. Trata-se de um indicador que avalia Emprego, Pobreza, Violência, Juventude, Alfabetização, Escolaridade, Desigualdade e Exclusão. O Ceara apresenta a pior medias de salários do Nordeste e uma das maiores concentração de renda o que revela profundas desigualdades. O Baixo debate público sobre as prioridades e o desenvolvimento das políticas públicas se soma a corrupção nas cidades, os “custos” e a ineficiência administrativa além dos privilégios de famílias. Temos que compreender as violências, crimes, drogas, prostituição e outras como consequências diretas destas forças na destruição do tecido social de comunidades e cidades. A ausência sistemática do Estado na garantia de Direitos e não apenas as políticas públicas que interessam aos negocias ou a agenda política exclusiva de alguns.


Os Desafios das cidades são globais e os sonhos de consumo, mídia, comportamento e financiamentos também; nos sobra a ousadia e a participação ativa de todos na construção das soluções com suas vozes e tijolos em castelos coletivos. É preciso aprender alguns princípios para convidar as cidades a dançar qualquer música ou projeto.

Primeiro ponto Cidades não tem donos e nem fronteiras por isso se rebelam historicamente independente e para alem das lutas de classes. Como lidar com subjetividades politicas produzidas pelo capital nas vidas urbanas? Como lidar com os conflitos da vida coletiva? Como lidar com a criação de espaços autônomos? Como ela se insere na divisão internacional do trabalho e no mercado mundial de troca e credito?  E a energia, o lixo, o meio ambiente, água, internet e outros como lidar com bens coletivos?  Estas questões e outras trabalharei nos próximos textos. O fato é o que o Estado sozinho não consegue lidar com todas estas questões e o que acontece nas praças, igrejas, escolas, comercio e nas ruas tem muitas das respostas que precisamos!  



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