Estou escrevendo alguns artigos sobre novas formas de Governar que podem ser importantes cromossomos que dão vida as Cidades através da conquista de Direitos. Citando alguns temos Aguá, Educação, Saúde, Mobilidade, Trabalho, Cultura e outros. Porém dificilmente eles existem de forma isolada. Necessitamos termos uma visão sistêmica sobre a vida de uma cidade e inovar nos paradigmas sociais e científicos de onde podem emergir ideias, soluções, modelos e experiências de grande impacto e sustentabilidade na vida das pessoas.
Portanto temos que
discutir questões não tradicionais que nos façam despertar do sono profundo em
nossas compreensões do que é uma Cidade, O Estado, a Economia e mesmo nossas
vidas nos dias de hoje.
Existe contradições
históricas entre modelos de Estado que são focados em controles, Burocracias,
jogos de poder e o que deveria ser Educação, Economia, Cultura e outros como
cromossomos capazes de realizar vidas de forma integrada em várias dimensões e
não fragmentadas, lineares e tristes separando o corpo da alma das pessoas e
das cidades.
Por exemplo quem
Educa os Educadores? Será que se justifica ter investimentos diferentes por
escolas e por alunos criando condições desiguais para “melhores” e “piores” e
quais as melhorias para o sistema como um todo? Será que um artista famoso
merece o financiamento público 50 vezes superior ao de um artista em início de
carreira mesmo os dois não tendo público para sua obra? Financiar grandes ou pequenas empresas para gerar trabalho ? Quais os critérios públicos
que os gestores justificam milhões muitas vezes sem impacto no desenvolvimento
das pessoas e das cidades?
Afinal quais são os
cromossomos de Direitos que dão vida a uma cidade e criam um Ecossistema onde as
pessoas possam desenvolver sua humanidade, conhecimentos, talentos, estéticas, éticas, riquezas , sonhos e a conquista
de mais direitos e responsabilidades compartilhadas?
Hoje os Bancos e as
Comunidades disputam o que é uma Cidade! Nos Bancos cidades significam investimentos
imobiliários e shoppings para ricos em áreas bem avaliadas pelo capital
cultural e social construídos pelo convívio das pessoas nas cidades. Hoje os
Bancos já não avaliam os melhores países mas as 200 cidades mais importantes
para concentrar o excedente de capital no mundo. Afinal nestes ecossistemas o
risco é menor assim como as condições de reprodução do capital enquanto os pobres
pagam com suas casas e todos com menor qualidade de vida.
Visando lidar com
esta complexidade de causas e consequências sistêmicas temos que ensinar as
cidades a dançar passos e ritmos diferentes em seu desenvolvimento. Elas
precisam de inteligência estratégica mas também de fortalecer as relações e complementariedades
gerando capital social e cultural. As cidades necessitam desenvolver suas capacidades
locais e interagir com tecnologias, inclusive sociais, inovadoras para adaptar
aos seus contextos e desafios regionais. Inovar em projetos é essencial para
sua transformação respeitando a diversidade cultural e social, de baixo pra
cima , gerando autonomia, Governança , Controle Social e Transparência.
No Ceara estes
desafios são gigantescos 54,9% de nossa cidades tem os piores indicadores de
exclusão social do Nordeste segundo o Atlas da exclusão social dez anos depois
organizado por Marcio Porchmann. Trata-se de um indicador que avalia Emprego,
Pobreza, Violência, Juventude, Alfabetização, Escolaridade, Desigualdade e Exclusão.
O Ceara apresenta a pior medias de salários do Nordeste e uma das
maiores concentração de renda o que revela profundas desigualdades. O Baixo
debate público sobre as prioridades e o desenvolvimento das políticas públicas se
soma a corrupção nas cidades, os “custos” e a ineficiência administrativa além dos
privilégios de famílias. Temos que compreender as violências, crimes, drogas,
prostituição e outras como consequências diretas destas forças na destruição do
tecido social de comunidades e cidades. A ausência sistemática do Estado na garantia
de Direitos e não apenas as políticas públicas que interessam aos negocias ou a
agenda política exclusiva de alguns.
Os Desafios das
cidades são globais e os sonhos de consumo, mídia, comportamento e financiamentos
também; nos sobra a ousadia e a participação ativa de todos na construção das
soluções com suas vozes e tijolos em castelos coletivos. É preciso aprender
alguns princípios para convidar as cidades a dançar qualquer música ou projeto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário