Uma vez, a Rainha e o Guerreiro se encontraram e se perderam numa batalha era uma cidade grande dava medo mas o amor protegia . Não havia tempo para conversa e diálogos , não existe diálogo sem compreensão do outro é do que é amar. O medo é o amor morrer.
Em varios lugares e de varias formas o silêncio foi mais importante pois a cura talvez naquele momento era caminhar sem parar. Se pensasse um pouco sobre o amor , Rainhas e Guerreiros viveriam juntos em seus mundos e o Mundo mudaria mais rápido. Encontraria o equilíbrio entre o dia a dia e as grandes mudanças que plantavam no Reino, um pouco de si no meio de tantos desafios coletivos, um pouco dela no meio de tantos desafios pessoais.
As Rainhas não tem tempo mas Guerreiros escrevem entre uma batalha e outra apreendendo o que é o amor. Numa Sociedade dominada pelo dinheiro não podemos corromper o que é amar, A vida não ousa sem o brilho do teu Deus e do teu coração. Não mataras , diz o quinto mandamento, o amor, pois se matar, apreenderas a ser indiferente, a nada ter valor, ao ponto que chegamos hoje em que vida de milhões de pessoas não valem nada. Porem o amor de um Guerreiro tem o poder de transformar a vida de uma Rainha no amor de milhares de pessoas do seu Reino.
Deus denominou o Reino de Amor. No quinto dia o mar e terra se povoaram de todos os tipos de animais que se multiplicaram preparando assim o caminho para o homem surgir e se multiplicar pelo amor.
Eros é mais antigo dos Deuses, ele não tem pai, mais antigo que o Deus do Tempo. No principio o verbo era amor. Não mataras o amor que existe em cada ser pois o amor expande, cresce, envolvendo outros e diversos sentimentos. O Ser humano é rico quando sente com mais intensidade a necessidade interior de se realizar através de múltiplas manifestações vitais, isto é o ser cuja atividade sensível esta carregada de paixão. Aonde a liberdade se une com a necessidade, o individual ao coletivo. Amor é o ponto aonde encontramos o que é próprio do nosso eu e o que é livre em nossa vontade com o movimento do Universo. Amor só se troca por amor, confiança por confiança, enquanto dinheiro transforma fidelidade em infidelidade, amor em ódio, ódio em amor, virtude em vicio, …
Rainhas lê-em a Bíblia pois o poder vem dos céus. Guerreiros pode parecer absurdo mas lê-em literatura e buscam o amor. O amor tem o poder de aperfeiçoar as leis, os princípios, os valores universais e a justiça. Porem o amor como as Rainhas tem algo de demoníaco precisa ser esperto, e buscar o que é eterno e imortal na condição humana. Assim como os Guerreiros , o amor tem que lutar pela imortalidade . No amor mais do que conhecer a si mesmo quero conhecer o outro! E neste ponto que Rainhas e Guerreiros se encontram.
Dante em Divina Comedia conclui que o amor pode mover o sol mas ate no amor temos que ser inteligente ! Shakespeare nos alerta que o curso do verdadeiro amor nunca é sereno . O amor , filho de Poros e Penia nos convida a se situar conscientemente entre o excesso e a carência.
Existe o amor de Werther de Goethe que se suicida por amor a Carlota. Existe o amor que é a arvore da vida. Não existe ponto de equilíbrio no amor, existe a dança do amor entre vários passos e gestos em simetria e sinergia com o mundo.
Nesta dança temos que apreender quem somos nós e o que é amar.
Em nossas emoções entramos em contato com aquilo que existe antes do eu. Angustia ou alegria, segurança ou temor.. A paixão é a corda estendida entre o eu e os anjos do amor. Não importa nossa idade sempre teremos em nós uma parte imatura. É esta criança que nos impulsiona em busca do outro. Em busca da emoção que em nós continua incompreensível, esperando que por milagre no outro, se esclareça e elucide. Encontrar no outro o nosso prazer , a delícia e a agonia de amar. Num mar infinito aonde se perda o caminho do eu, mais perto dos anjos e da criança imatura que revelamos a nós mesmos.
Porem o amor tem o mesmo desafio da ética que todas as áreas da vida. Afinal são dois anjos que nos acompanham, um bom e um mau , ou um só anjo mutável , ora bom, ora mau. O que muda é nossa relação com o anjo de luminosa a tenebrosa.
Nós fomos criados a semelhança de Deus , uma centena divina como um anjo nos acompanha desde que nascemos. Ela nos acompanha em todos os momentos de nossa vida, porem segundo uma tradição iraniana este anjo vai se transformando imperceptivelmente a cada gesto nosso, a cada palavra, a cada pensamento. Assim no momento da morte a alma vê seu anjo, dependendo de como vivemos a vida, uma criatura mais bela ou um demônio horrível.
O que pode nos tornar mais belo é o amor verdadeiro não o dinheiro. Devemos construir um pacto com nosso anjo , não colocar a culpa nele pela construção do nosso caráter. Por isso quando amamos alguém não amamos seu anjo nem seu caráter, muito menos seu eu. Amamos a maneira especial que cada um tem de escapar de ambos, sua inda e vinda entre seu anjo e seu caráter.
Só na hora que achamos que Deus nos abandona ou que decidimos não ser salvos, só nos resta o Eu que cuidamos ou não durante a vida. Nos resta a criança que conseguimos ou não educar pelo amor.
O amor que é ao mesmo tempo profano e sagrado.
E assim como amamos , oramos !
“ Formosa és, meu amor, como Tirza, aprazível como Jerusalém, terrível como um exército com bandeiras.
Desvia de mim os teus olhos, porque eles me dominam. O teu cabelo é como o rebanho das cabras que aparecem em Gileade.
Os teus dentes são como o rebanho de ovelhas que sobem do lavadouro, e das quais todas produzem gêmeos, e não há estéril entre elas.
Como um pedaço de romã, assim são as tuas faces entre os teus cabelos.
Sessenta são as rainhas, e oitenta as concubinas, e as virgens sem número.
Porém uma é a minha pomba, a minha imaculada, a única de sua mãe, e a mais querida daquela que a deu à luz; viram-na as filhas e chamaram-na bem-aventurada, as rainhas e as concubinas louvaram-na.
Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua, brilhante como o sol, terrível como um exército com bandeiras?
Desci ao jardim das nogueiras, para ver os frutos do vale, a ver se floresciam as vides e brotavam as romãzeiras.
Antes de eu o sentir, me pôs a minha alma nos carros do meu nobre povo. “