SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Causa Nordestina : Em nome de Deus e do amor aos sertanejos.




Algumas obras como Diario de Anne Frank denunciaram ao mesmo tempo o holocausto de um povo e a coragem de uma garota assim como fez Rachel de Queiroz quando escreveu o Quinze sobre o holocausto de um povo diante da seca e de oligarquias que usam o dinheiro publico para enriquecer e se manter no poder a qualquer preço. Ela escreveu sobre A Causa Nordestina: Em nome de Deus e do amor aos sertanejos.
Hoje depois de um século e dois anos , em dezessete, se soma a seca,  a violência, criminalidade, corrupção e a falta de direitos básicos como saúde.

As oligarquias continuam no poder ora sendo financiadas suas empresas com dinheiro público e incentivos fiscais , ora herdando cargos públicos e  orçamentos públicos.

Entre quinze e dezessete "Recordando a labuta do dia, o que o dominava agora era uma infinita preguiça da vida, da eterna luta com o sol, com a fome, com a natureza".

" E se não fosse uma raiz de mucunã arrancada aqui e além, ou alguma batata-brava que a seca ensina a comer, teriam ficado todos pelo caminho, nessas estradas de barro ruivo, semeado de pedras, por onde eles trotavam trôpegos, se arrastando e gemendo. "

Diante de tanto sofrimento nos questionamos  ?


Aonde estão nossos intelectuais como foi Rachel de Queiroz  e os políticos diante do Estado que mais mata jovens no Brasil e crianças pela seca e a miséria ? Aonde estão os sertanejos enterrados ou fugindo como sempre para São Paulo para não morrer de fome , desemprego ou pelo crime ! Se tivesse chances estariam em seus lares no Ceara mas infelizmente as chances são sempre para os mesmos que herdam dos pais para os filhos as desigualdades que os elegem pela corrupção ou usando o Estado como maquina de guerra.  Não importando quantas vezes errem ou roubem com o dinheiro publico afinal este é um assunto de família ninguém tem culpa nem responsabilidades.  Menos os que pagam com a vida os absurdos das oligarquias. 

Quando destes senhores feudais são falsos moralistas com a mão suja do roubo ? Quanto estão decepcionados pelo seus falsos poderes comprados nas urnas e se embriagam ou se drogam para não ter de encarar a dura verdade de onde vem seus poderes?

Certas personalidades quando são atraídas para politica por suas famílias podem defender e ate mesmo justificar fascismos, esquerdismo, libertação nacional ou qualquer outra ideologia  para se manter no poder.  Enquanto se calam para os indicadores sociais e a corrupção em seus Estados. 

Quando a paixão é liberada em pessoas imoderadas que se acostumaram a mandar, a alma mergulha no prazer, no amor ao dinheiro, ao poder, e ate a loucura. São tiranos diante de sua própria alma que não conseguem mais enxergar a realidade que os cerca nem seus próprios atos.  Domínios injustos de homens mantidos pela força, pelos desejos mais baixos, pelos sofrimentos que causam . Qual a visão de mundo destes homens se não aquelas que seus atos  provaram ? que as vidas da maioria e suas necessidades pouco valem !

A seca e o crime são situações limites que nos fazem defrontar com as questões fundamentais da vida e da verdadeira politica. 

Cabe a cada um de nós enfrentar com autenticidade e de forma livre estas situações limites como Rachel de Queiroz quando escreveu o quinze e devemos continuar sua obra.

Porém o mundo não se resume  há uma abordagem estética vista de fora mas o mundo é algo que vivemos dento de nós com suas dores, responsabilidades , alegrias e cabe a cada um de nós agir . A vida é a historia que escrevemos com nossas palavras e atitudes.

Mesmo com mais de cem anos vários estudos apontam as mesmas condições sociais e econômicas .

Assim como o Século XXI a época de Rachel de Queiroz foi " um período de grandes transformações, 1930 é mesmo considerado por Francisco de Oliveira, como o marco principal de uma escolha das elites brasileiras que colocará o país entre as nações industrializadas e urbanizadas do mundo. As grandes conturbações vividas naqueles anos não se limitaram ao centro sul, palco dos maiores investimentos capitalistas desde então. Ao mesmo tempo, no contexto do desenvolvimento desigual e combinado do sistema, a região nordeste passará a ocupar mais e mais, no imaginário da nação o lugar da “ região problema ” do Brasil. "

Hoje o desafio é desindustrializar avançando com a tecnologia, robótica, internet das coisas, genética, energias limpas, cidades inteligentes porem o Nordeste refém das oligarquias e das desigualdades vê o crime avançar  alem da seca e outros problemas gerados pelas grandes cidades por falta de terras e tecnologia para permanecer no campo.

A urbanização acelerada das metrópoles teve entre seus principais componentes os nordestinos migrantes. A massa de mão de obra foi deslocada de suas origens não por um movimento espontâneo, mas, pelo contrário, expulsa da terra onde a estrutura fundiária implicava e implica a vitória dos grandes proprietários. Sob o estigma da seca, os imigrantes vão se deslocando pelo sol escaldante, fugindo das áreas em que não há mais trabalho, nem possibilidade de produzir. Surge as sementes do MST.  

Nestes processos históricos surgem as favelas nas grandes cidades e nelas emergem coisas boas como nossa cultura do samba, carnaval mas também desemprego e os sub empregos da nossa rale sem cidadania como escreve o sociólogo Jesse de Souza.  Iniciam os pequenos delitos,  vem a ditadura ,  os presídios,  as sementes do PCC,  o crime organizado, e o crime desorganizado da corrupção na politica nos militares enriquece empresários , coronéis e oligarquias sustentadas pelo Estado. Muitos sindicalistas apreendem rápido esta cultura patrimonialista que não separa o publico do privado e viram gangues partidárias com a desculpa de distribuir esmolas sem direitos geram o assalto sistemático dos cofres públicos,  ocasionando o maior roubo da Historia.  

Alem de Raquel de Queiroz outros grandes autores já manifestaram sua preocupação com a temática que envolve a seca em suas obras. Graciliano Ramos em “Vidas Secas”, por exemplo, apresenta muito bem a realidade de moradores do sertão nordestino e o sacrifício em busca da sobrevivência. 

“ O Quinze ” de Raquel de Queiroz foi escrito em 1930 e parece dialogar mais com os leitores do centro dinâmico da economia nacional que com os locais. A sensibilização para a “causa” nordestina marca a obra e faz dela ainda hoje um clássico da literatura . Num certo sentido,      procura - se aqui, compreender a construção do imaginário do nordeste pela sociedade brasileira . Num regionalismo marcado pelo modernismo, compreender o esforço no sentido contrário empreendido por Raquel de Queiróz, mostrando a essência do homem nordestino, expulso de seu lugar em busca de alguma condição de sobrevivência.


É o que buscamos continuar suas linhas desta causa nordestina com minhas palavras na esperança de que compreendam que o Nordeste padece de suas tristes e brutais oligarquias que sempre culpa Sao Paulo para colocar em suas contas bancarias mais dinheiro não na vida da maioria e sua reais necessidades e prioridades publicas.  Elites com delírios de superioridade acham que são os donos do mundo praticam discursos pós modernos,  mantem praticas feudais e mostram palácios cercados de desigualdades sem reconhecer neles a sua feiura , a fome , miseria e as mortes que os cercam.

A historia nao se repete mas a farsa e a tragédia das mesmas oligarquias e seus interesses sim. Sao ciclos de seca , corrupção e falsos desenvolvimentos  as custas de muitas vidas.

Continuamos com esperança de que o próximo presidente compreenda este processo histórico e ajude nosso povo a permanecer em suas terras enfrentando seca com tecnologia. Esperamos que não sejam empresários mimados que herdaram suas riquezas, nem coronéis oligarcas que mentem e falam de tudo para esconder a corrupção e a miséria que suas famílias geram com suas absurdas obras delirantes , nem membros de gangues partidárias forjadas pela corrupção. Esperamos que assim como um sertanejo seja alguém que viveu na casa dos outros , sem ser herdeiro de famílias ricas ou politicas mas conquistou sua independencia pelos estudos  e construi sua carreira politica passo a passo sem gangues  partidárias.  Assim talvez possamos escrever outra historia no Nordeste em 2030. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário