Fui estudar os caminhos que levaram os Países a ter as melhores educações do mundo segundo o PISA. Nenhum deles teve como foco melhorar as notas em matemática e na sua língua materna e sim uma estratégia sistêmica que envolvia vários fatores dentro da educação e em outras áreas da vida como saúde, trabalho, assistência social e outros. Infelizmente apenas nós brasileiros achamos que a educação vai melhorar sem as crianças e jovens ter o que comer ? uma casa mínima para ter paz e estudar ? da mesma forma que a violência não vai resolver com mais policia, presídios e segurança.
A maioria de nós brasileiros vivemos no que denominamos periferias que são frutos da imigração rural ou do Norte e Nordeste para outros Estados. Em Fortaleza por exemplo observamos o abandono destas comunidades pobres que vivem em brutais desigualdades e exclusão de uma cidadania mínima para pensar a médio e longo prazo suas vidas e família.
E assim como nossos políticos pensam apenas na próxima eleição ou como roubar, as pessoas que vivem nas comunidades pobres diante do abandono pensam em como ganhar qualquer coisa para sobreviver de algum problema urgente ou ate o próximo mês.
Desta forma vivemos como País uma troca de moedas e favores entre os poderes e as comunidades pobres. Algumas politicas públicas alcançam resultados pontuais e fragmentados, aos custos altíssimos permeados por corrupções em benefício de alguns sem conseguir mudar a vida das pessoas a médio e longo prazo. Uns dizem que esse é um problema cultural enquanto outros buscam construir caminhos institucionais para mudar as regras desse jogo que torne possível igualdade de oportunidades a todos.
Uma nova geração de políticas públicas é urgente que pense de forma integrada e sistêmica compreendendo as vidas, as comunidades e as cidades como um todo . Isso é muito difícil porque cada secretaria é entregue a agenda e interesses de um partido enquanto a sociedade paga a conta! É como se numa empresa privada os donos não tivessem lucro pois nas atuais políticas fragmentadas sem impacto, os resultados para sociedade diante de investimentos na área social de 1,5 trilhão por ano ou 4, 5 bilhões por dia são quase nulos.
Necessitamos uma nova geração de políticas públicas com ações integradas e sistêmicas, avaliando o impacto delas nas vidas das pessoas de forma personalizada. Otimizando recursos e competências , gerando sinergias e sustentabilidade entre os vários setores da sociedade, inovando em rede com novas formas de ser, viver e governar.
Necessitamos de negócios de impacto social, pesquisas das universidades em campo com resultados no atendimento da população e no desenho de novas políticas públicas, integração tecnológica entre as pessoas e os vários setores da sociedade, fintechs, cidades inteligentes, educação interagindo com as politicas publicas.
Nossas crianças, jovens e ate idosos tem que ter no poder público ferramentas para potencializar suas vidas e não rouba-los ou mata-los aos poucos por falta de segurança, saúde, trabalho e outros. Por incrível que pareça a principal função de bons governos é criar as condições para que as pessoas sejam felizes, vivam com qualidade e saúde, trabalhem, se eduquem na cidade, sonhem e imagem novas possibilidades para esta e as futuras gerações.
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