SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Um novo paradigma para gerir escolas e existências ?

 


Administração não é axioma.  Ela se pauta por resultados e desenvolvimento tecnológico atualizando seus processos. O contexto e a cultura importa impactando modelo de gestão e inovação num processo histórico que importa de outros países, esses modelos cada vez mais híbridos. Porém é difícil falar numa gestão brasileira ou americana assim como na ciência porque a globalização ou internacionalização de ideias sempre esteve presente em nossa história. 


Entre criar ciência e gerar novas tecnologias, entre gerir e inovar, temos processos contínuos que extrapolam a empresa ligando ela a laboratórios, universidades, escolas e governos. Entre resistências e vanguardas não podemos ficar passivos reféns de ideologias, precisamos ser ousados de forma complexa e sistêmica modificando nossas formas de ser, viver, educar, gerir e governar. Ainda carregamos o peso de conceitos e disciplinas que castram a liberdade de pensar, expandir seres e transformar sociedades. Talvez estamos vivenciando a queda do poder das estruturas e aumento da autonomia focada nos impactos da aprendizagem e auto governo, visando melhorar processos cada vez mais em redes auto gerenciadas por processos emergentes como nos ensina o biólogo chileno Varella.  Assim como nossa mente é corpo, organizações são sociedade, ou os neurônios se ligam aos processos de desenvolvimento cognitivos, sociais, e digitais. 


Será esse um novo horizonte que se abre ou o verdadeiro processo de aprender ou gerir qualquer sociedade? Camadas de gestão, economia, educação e ideologias políticas convivem nas mesmas pessoas, cidades e sociedades. Elas nunca serão orgânicas apesar da simplificação e didáticas que  buscam traduzir tudo em conceitos com métodos lineares e fragmentados. É preciso educar nossos educadores sobre todas essas variáveis que impactam a escola e que não se reduzem a gerenciar notas e frequências. 


Estamos falando do potencial das pessoas e das sociedades. A escola é um meio que educa e dialoga com todos os outros meios e fins da existência humana. A pobreza pode ser educacional, material e espiritual, incluindo a incapacidade de imaginar e sonhar que castra as demais. 


Será que estamos vivenciando um novo paradigma para gerir escolas e existências ? Neste paradigma complexo inclui as desigualdades, violências, mudanças climáticas, engenharia genética e robótica na produção de ciborgues. A Escola é hoje e não ontem. Não é progresso! É lidar com nossas ignorâncias, mistérios e maldades.  


Quando robôs produzem e vivemos de renda mínima, quando preservar a natureza torna o trabalho mais caro para uma humanidade que decide o carbono zero, e a economia circular elimina super produção mas como viverá super populações ? E alguém me fala em gerir escolas e pensar a educação sem pensar e agir sobre essas questões estratégicas? 


Entram as questões políticas na teoria dos jogos educacionais. As regras de um novo leilão de métodos educacionais agora também tecnológicos ou algoritmos impactam no peso das questões na avaliação final, na leitura da íris, e na realidade ampliada como vivência em multiversos científicos cercados de pobreza, crime e mudanças climáticas. Qual a teoria de gestão para escolas ? talvez a mais adequada seja salvar vidas e o planeta. 


Aos poucos ou mesmos velozes temos que aprender a lidar com o complexo sistêmico de longo prazo ao invés do imediato fragmentado especializado . Deus Taylor , considerado científico e racional, tratava os movimentos das pessoas como máquinas e a vida como uma linha de produção de objetos e consumo. Às vezes esquecemos que em Roma, gladiadores matavam outros e aplaudimos, mas hoje o crime organizado toca fogo em pessoas dentro de pneus. Os espetáculos da violência para plateias educadas nos educa sobre a especialização na educação ou no mundo do trabalho. Sem questões éticas ou estéticas, a educação no nascimento do capitalismo, exclui os pobres, produz em escala assassinos, injustiças e desigualdades em nome de que ?


A gerência ganha vida para além do humano, separa concepção e execução, divisão do trabalho, autoridade, disciplina, unidade de comando, unidade de direção, subordinação dos interesses particulares ao interesse geral, centralização e descentralização variando de acordo com as circunstâncias, a hierarquia da organização administrativa herdada da organização militar, ordem como princípio de organização e método, e eqüidade e não unicamente justiça. Da empresa, aos governos, às escolas, às artes, às igrejas, e às relações com a natureza.


Produtividade e economia são os novos Sócrates a tudo eles perguntam porque ? Quem perguntar ser ou não ser ? é hora de enxugar os executivos e manda- los para gerenciar escolas ? Produtos e alunos padronizados avaliados pelo tempo de produção e notas em série. Chegou a hora dos fios do marketing se unirem à produção , todos viram marcas agora vendidas nas nuvens e redes sociais, os fios da financeirização tecem o mundo da especulação neo liberal , agora as escolas são vendidas na Bolsa ! Mas porque não exportam as escolas finlandesas ou de Emilia Romana?

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