SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

PROTETORES - Quando Amar é Proibido. O LIVRO, O FILME, A AUTOBIOGRAFIA DO ENCONTRO DE GERAÇÕES







PROTETORES - Quando Amar é Proibido.

De 1968 a 2068- Século I- Terra da Sabedoria



PREFÁCIO:
Uma viagem a origem de sua infância e de nossa sociedade.


Vivemos na era do vazio segundo o Sociólogo Francês Lipovetsky, porém me pergunto aonde foram parar nossos heróis, sonhos, brincadeiras, amigos? O eu da criança que carregamos dentro de nós e tudo aquilo que deu forma a nossa infância; que é o alicerce de nossa consciência e inconsciência.
Alicerce profundamente marcado pela Sociedade em que nascemos e vivemos , seus poderes econômicos e políticos , pelos modelos educacionais , espirituais e culturais , pela mídia e pelas gerações que nos antecederam.

Será que se fizemos uma viagem a estas origens “ao invés da Disney” poderíamos encontrar o nosso elo perdido nesta Sociedade? Conseguiremos enxergar a pulsão, a imaginação, às alegrias antes que fossemos acorrentados, antes que aprisionassem o eu, e o tornassem refém do vazio e dos “espetáculos” de nosso mundo. Será que como Neo desvendaríamos a MATRIX e construiremos nossa liberdade? e como Frodo destruiremos o Anel do Poder que nos prende ?

E se você fosse personagem do filme mais importante de sua vida, a sua própria vida, estaria pronto para escrever o roteiro? Ao se tornar personagem de sua própria história, assumindo a direção do filme da vida, conseguiria criar cenários, filmar cenas com os atores que imaginou em sua infância e juventude? Nas utopias e lugares imaginários que sonhamos e vivemos indo além da pobreza/riqueza de nossas realidades, mentes e de nossas almas.

A idéia de um filme como metáfora para modelos de educação baseados no resgate e construção de histórias de vida nos desafia a compreender o eu , o mundo em que vivemos e o “destino” que nos ofertam

Porque se realmente soubéssemos educar nossas crianças e jovens elas não estariam perdidas, entregues as drogas ou como adultas imersas em suas tristezas e sofrimentos.

Porque se conseguíssemos ter as ferramentas necessárias para escrever e interpretar nossas histórias, não seriamos reféns de nós mesmos e de nossa sociedade. Construídos em grande parte, de fora para dentro ou de cima para baixo e muito pouco de dentro para fora ou de baixo para cima. Teríamos o poder de nos libertar. Conhecendo a si mesmo e o mundo que vive nos permite desafiar nossos limites e de nossa sociedade para construir outras histórias reais, mas parecidas com os sonhos de nossa infância e juventude.

Elas serão mais emocionantes e alegres para preencher nossa alma e encher nosso coração de entusiasmo e vida tornando nossa mente mais livre e humana capaz de se libertar desta sociedade que funciona em grande parte para bloquear ou destruir a vida da maioria das pessoas.

Esta mesma sociedade que pratica prostituição infantil, pedofilia, drogas, violência, que incentiva o consumo das crianças ou mesmo as deixa sem casa, escola e cada vez mais sem pais e sem amor.

Se nos tornássemos nossos próprios heróis com a missão de proteger esta infância perdida, a nossa e de outras pessoas, seriamos mais corajosos?
Se tivéssemos formas de lutar e construir caminhos que nos realizem ousaríamos empreender nossos sonhos?
Poderíamos construir uma Sociedade diferente a partir de nossas atitudes?

Se tivéssemos um roteiro com perguntas, reflexões, teorias, a cada passo que damos em nossa vida poderíamos construí-lo de outras formas? Poderíamos encontrar pistas deste labirinto da vida ou mesmo desafios que nos recompensassem com dias melhores.

É verdade que o jogo da vida não pode e nem deve ser enquadrado num manual, mas o roteiro de nossas vidas é personalizado e não devemos prescindir de escrevê-lo como forma lúdica e responsável de viver.
Em busca de caminhos, porque não dizer, mais autênticos e mágicos como a vida deve ser vivida em toda sua intensidade com alma e paixão.


MANUAL DE UM PROTETOR E DE SUA ALQUIMIA / EXPERIMENTO NA VIDA – Nível 1
O nascimento de um Outsider que empreende sonhos numa Terra da Sabedoria durante o Século I ( 1968-2068)

Assim como a Terra é um pequeno ponto azul pálido viajando pelo Universo segundo Carl Sagan imagine nós que somos feitos de poeira estrelar que evapora no ar segundo alguns com a morte. Se a insignificância do tamanho de nosso planeta diante do Universo é imensa como também da matéria que faz nosso corpo. Felizmente não podemos dizer o mesmo da vida , poucos apareceram para defender esta tese ou melhor para comprová-la abdicando de sua vida por nada. Mesmo aqueles que se suicidaram apresentaram seus motivos. Nem encontramos por ai nem baratas ou mesmo formigas se matando , e animais com livre arbítrio como seres humanos , mesmo alguns considerados Deuses pelo seu poder, dinheiro ou tecnologias que criaram. Desafiaram a todos menos a sua própria vida.

E Nós perderemos esta chance de viver?
Nos conformaremos com qualquer coisa ou com o nada e o vazio que a Sociedade aponta? Ou buscaremos caminhos como nos apontam Edgar Morin ” Devemos reconhecer que na loucura , que é o amor, há a sabedoria do amor. No amor da sabedoria ou da filosofia, falta amor. O importante da vida é o amor. Com todos os perigos que ele contem”

Eu prefiro ser um cobaia de minha própria alquimia e experimento de viver do que copiar formulas que naufragaram em suas vaidades , inconsistências , pois nesta viagem e jornada pelo mundo revela a magia que sentimos e criamos . Apesar de não necessitar de explicações é maravilhoso contar estas histórias .

Enfim enigmas, equações, justificativas, citações, tragédias, epopéias, explosões , razões, parábolas. Como formas de respostas ou recompensas para o desafio de viver tal como muita grana, um Doutorado, fama, ser presidente, escrever um livro, amar e ser amado.

Todos cobaias de fins comuns que se realizam quando exploramos e vivemos nossas potências, valores e dimensões humanas nos caminhos da vida. Apoiados ou impedidos por nossas Instituições, pelo Sistema Econômico e político, por nossos medos e angústias, pelas mensagens que adquirimos nas TVs e revistas e pelos limites que construímos e constroem ao nosso redor e muitas vezes dentro de nós.

A MUDANÇA DO ECOSISTEMA QUE MANTEM A VIDA NA TERRA, NA SOCIEDADE, A PARTIR DO QUE PULSA DENTRO DE NÓS.
Acredito que não são apenas desastres ambientais que estão se espalhando pelo mundo, realizando profecias do fim do mundo, e configurando uma nova era em nossa Terra.

Diferentes da era glacial, nós somos os grandes responsáveis por estas mudanças climáticas. Elas surgem como resposta ao desequilíbrio causado nos ecossistemas que mantém a vida.

Estas crises constantes alteram nosso modo de viver. Elas não são passageiras pelo menos até que possamos lidar com as causas.
Parte das causas está em cada um de nós, o que somos, pensamos, agimos. Estas conseqüências também são fruto de nossa forma de ser humanos, desequilíbrios, incoerências, hipocrisias ou como disse excesso de razões ou falta de explosões que um dia ocorrem na natureza ou dentro de nós...

Da mesma forma que as crises ambientais, as crises humanas resultantes de nossa forma de viver tem cada vez mais aprofundado as conseqüências negativas, o Século XX é um exemplo apesar de toda ciência, tecnologias e métodos, principalmente na perspectiva dos valores ou mesmo numa visão de viver nossas potências e existência.

Quando falamos do aumento da desigualdade, da pobreza, da fome...Falamos também de desequilíbrios da humanidade e todos nós que compartilhamos esta vida somos co-responsáveis por elas.

Portanto os desequilíbrios do meio-ambiente, da sociedade e de nossas vidas estão profundamente interligados não apenas pela mídia, pela complexidade, pelas terapias , mas principalmente por nossa visão de mundo, pelas formas que escolhemos viver nossa história de vida, pelas decisões, pelas perguntas e ou reflexões que deixamos de realizar em nossa jornada aqui na Terra.

Porque “escolhemos” viver desta forma? Será que temos convicção de nossas atitudes? de nossa razões ? Ou nos rendemos apenas ao prazer, a fuga, ao imediato?
Quem somos nós? No caos deste mundo que nos nega as respostas mais simples através da vida , que esconde de nós e aprisiona nosso eu .

Nos transformando na criação de vários Deuses humanos, em Franksteins costurados por diversas instituições, modas, interesses, vaidades, pelos poderes econômicos e políticos, pelos modelos educacionais, espirituais e culturais, pela mídia e pelas gerações que nos antecederam.

FRANKSTEINS, A HORA DE OLHAR NO ESPELHO E DESCOSTURAR PARA ENCONTRAR SEU EU:
Olhar no espelho e não se reconhecer depois de uma operação plástica virou rotina em nossa sociedade. Está nascendo aos poucos uma nova raça. Ela troca de corpo, de fé, de personalidade, de personagem, de acordo com a história ou interesse que melhor se enquadrar. Não falo sobre trocar de namorada ou mesmo esposa , posição ideológica , ou marca de um novo produto. Falo de raízes, de identidade, de que o cenário da vida e do mundo muda, mas por mais que queira a velocidade tecnológica ou a globalização não nos constituímos como humanos de material descartável como os produtos e por mais que nos tornamos mercadorias como Marx previu algo em nós pulsa e luta para destruir o Frankstein que a tv , o mercado e as novas novidades costuraram em nós.

Encontrar a linha que costurou em nosso corpo e alma pedaços clonados, imputados, antagônicos, contraditórios , hipócritas , incoerentes sobrepondo , camada por camada, tecidos sem a estética de nossas belezas e de nossa vida não é tarefa fácil.
Primeiro porque acreditamos que somos livres, ou seja, nem conseguimos enxergar estes implantes, vírus, ou as partes de nosso corpo que foram arrancadas para dar espaço para experiências ao estilo BBB em nossa alma.

Segundo porque são operações que não se fazem sem dor e as anestesias não tem muito efeito e muitas contra-indicações. É preciso coragem !
Porque não é simplesmente tirar de nós o que nos contamina , os corpos estranhos, mas principalmente como viver sem eles nesta sociedade que vive deles, o que colocar no lugar se é que precisamos de algo , ou a própria operação é que constitui a vida ? Dilemas de um paciente , como disse um cobaia , que resiste com uma agulha na mão operando todos os dias os sentidos da vida e do mundo.

Como dizia um poeta de nossa época Renato Russo “ é a própria fé que destrói , estes são dias desleais”
Como se ao dançar , ou ver um filme, ou comprar um produto, pudesse nos ver lá de cima por um momento fora de nosso corpo e perguntar qual o sentido disto que estou fazendo ? Porém não é apenas uma questão religiosa essa é uma dimensão importante mas não nos revela todo segredo da vida .
Se fosse um Romano, um nobre , pronto a ordenar que meus escravos fossem castigados por desobediência ou mesmo um senhor colonial no Brasil conseguiria realizar minha auto-crítica e avaliar meu ato ? Seria tão normal como hoje sendo um funcionário ou escravo de uma empresa que atua numa zona de exportação na China ?

Achamos que estas decisões não nos pertencem que apenas devemos obedecer as regras e baixar a cabeça quando se trata de ordens. O máximo de nossa liberdade se dá na escolha da marcas, no programa de TV, no time de futebol, no reino de minha casa, nas próximas férias...E nós reduzimos a isto. Bons espectadores aptos a aplaudir, amar, produzir, estudar, rezar, sonhar a noite na hora certa!

Sonhamos em ficar ricos para viver esta pobreza de vida e aumentar o numero de produtos a nossa escolha.

Fico pensando que a maioria das pessoas não viveu um grande amor, de ter ajudado e transformado a vida de pessoas, de escrever um livro ou cantar uma música sua, de falar diretamente com seu Deus da forma mais simples como conversasse com seu pai, não teve o orgulho de aprender o conhecimento não por causa de uma nota , de ter feito história na sua rua, comunidade, escola, universidade, cidade..Momentos mágicos como esse marcam a vida , são costurados na pele, transcendem a alegria de qualquer produto ou escolha que possamos fazer pois no outro dia precisamos de outro mas estas ficam para sempre.

Sabem estas decisões de não castigar os escravos ou de se libertar não sendo um deles dependem de nós. Compreender o personagem e o teatro que fazemos parte é fundamental para quebrar as cordas que nos movimentam como fantoches de um circo sem sentido.

Quando Pink Floyd ao lado de crianças cantaram que não precisávamos deste tipo de educação e era preciso derrubar as paredes da escola para enxergarmos o que estava acontecendo lá fora. Virou um hino da liberdade para milhões de jovens mais forte que o hino de suas nações. Quando a juventude foi as ruas em 1968 e literalmente parou e mudou o mundo , ninguém sabia no que aquela revolução silenciosa iria transformar. Hoje sabemos. Quando Martin Luther King conclamou a todos ir além da questão racial e viver a paz e a democracia; a história já imaginava que atos, sonhos e palavras tão fortes não ficariam perdidos. Eles continuaram com “ YES WE CAN “ na eleição de Barack Obama.

A coragem de realizar a operação de descosturar o Frankstein pode ser movida por momentos mágicos como esses. Nenhum destas pessoas que admiramos ficou concordando com tudo, seguindo ordens, balançando a cabeça . Eles resolveram assumir o comando da própria vida construindo um sonho, um ideal e o vivendo a cada dia como a própria vida. Não precisa ser estes personagens históricos, pode se lembrar na sua família ou comunidade, aqueles que fizeram e são a diferença como construíram seus caminhos?
Sabemos que não é fácil que é cheio de dragões, noites escuras, angústias, mas todos eles não negam o quanto valeu a pena.
De baixo para cima, juntando forças pelo lado, dialogando ou “esclarecendo” seus direitos para quem vem de cima para baixo. Vamos construindo caminhos, novos horizontes, linhas que vão descosturando o passado, o ser aprisionado, o Frankstein ,que ousa agora gritar de alegria da dor liberta.

Vão ficando pelo caminho tecidos que não colam e nem servem mais nem tem como se sustentar em nosso corpo. Enxergamos e vivemos a nossa pele e sentimos as alegrias e as dores de viver nossos sentidos em todos os sentidos. A cada costura que desfazemos, nos libertamos e aprendemos mais sobre nós e o mundo em que vivemos. De Franksteins, assumimos o nosso próprio nome, a nossa identidade.

DE QUE É FEITO A AGULHA DA OPERAÇÃO ?
É Preciso ler muito , pensar e refletir bastante, educar a si mesmo independentes das grades curriculares ( The wall ). Criar projetos e objetivos de vida.Tomar decisões , avaliar cenários , desenvolver estratégias, empreender sonhos. Educar e ajudar pessoas ao seu lado que compartilhem estes desafios. Se possível escrever, falar sobre isto. Rezar com a mesma fé do corpo que respira. Lutar , ter disciplina , como um guerrilheiro de uma boa causa que é maior que você neste caso a sua própria vida.

Caminhar de uma forma diferente pelos lugares que você já andou, com um novo olhar, coisas a dizer e perguntar, críticas a fazer e sonhos e criações a propor, ou seja, tornar o lugar uma parte de si; uma continuação da vida que pulsa, ao viver nossas potências e paixões, desvendando a MATRIX e libertando nosso Ser do poder que castra e destrói para ser parte dele.

Qual a nossa capacidade durante a vida de fazer as perguntas e viver as respostas do que realmente importa ? Contar para a gente a nossa história de vida da infância até o dia de hoje , dividi-la de forma pedagógica e artística em capítulos, cenas , fotografias , momentos mágicos que simbolizam vitórias ou derrotas , grandes alegrias e grandes dores. Encontrar dentro da gente, o racional e o irracional, o método, a razão, mas também a paixão e a explosão.
Este é o grande desafio da vida não acumular demais razões que vão sufocando e excluindo porções inteiras da vida. “ até que estas por sua vez se vinguem , exarcebando-se e subindo aos extremos” como nos diz o Sociólogo francês Maffesoli .

Viver o real sem perder o ideal . Ser anjo protetor da vida que acredita com a força com que nos movem as paixões e sabendo de ante mão o risco, as virtudes e as dores das explosões que mesmo aquelas que já ocorreram em nossa vida tem o poder curador de novas jornadas.

Esta agulha é feita de razão, paixão , alegrias, dores ela costura nossa história de vida com nossos pensamentos e atitudes e grava em nossa memória e corpo este filme que poucas vezes contamos para nós e que tem um poder libertador mágico .

A BUSCA DO TESOURO DO JOGO DA VIDA.
Decifrar o Código da vida é uma aventura maior que o código de Vinci.
O tesouro e o jogo é a própria vida, porque ela se divide em várias recompensas e desafios. Parte das regras deste jogo e peças deste quebra-cabeças vamos recebendo durante a busca. O mais importante é descobrir porque caminhamos , nos aventuramos, vivemos , que luz nos move ?

Compreender o eu , o mundo em que vivemos e o “destino” que nos ofertam. Conhecendo a si mesmo e o mundo que vive nos permite desafiar nossos limites e de nossa sociedade para construir outras histórias reais, mas parecidas com os sonhos de nossa infância e juventude.
Se tivéssemos um roteiro com perguntas, reflexões, teorias, a cada passo que damos em nossa vida poderíamos construí-lo de outras formas? Poderíamos encontrar pistas deste labirinto da vida ou mesmo desafios que nos recompensassem com dias melhores.

Considero três valores fundamentais para as descobertas que realizamos na vida eles são como ferramentas capazes de ampliar nossos poderes e desafiar os limites. São como prêmios que carregamos dentro de nós e que podemos despertar nos caminhos que nossa Sociedade nos oferta. São os valores da Sabedoria, Coragem e Amor.

É preciso saber viver, ou seja, apreender a Sabedoria através da Educação o que podemos apreender pelas descobertas dos seres humanos e pela Religião o que só podemos apreender através do sagrado. Conhecendo a si mesmo , Deus e o mundo em que vivemos. Desta forma vamos descobrindo e empreendendo o nosso caminho nesta Terra .

É preciso ter Coragem para viver este caminho , colocá-lo na prática , através do Trabalho, do mundo econômico , enfrentando as barreiras que a realidade nos impõe ou no Mundo das Artes sem as restrições que a realidade nos impõe podendo pintar, cantar, escrever, filmar, mostrar este caminho para todos. No mundo da Política podemos compartilhar nossos caminhos de forma coletiva transformando as realidades que nos cercam e nos desafiam.

Estes valores vividos nestes mundos através dos caminhos que descobrimos com sabedoria e coragem devem compartilhar com todos o amor pela vida , pelo mundo e pelos seres humanos. Estes valores significa descobrir nosso Universo e caminho com Sabedoria, viver este caminho com Coragem compartilhando amor .Protegendo e despertando a nós e o mundo em que vivemos nos tornando parte ativa deste destino e jornada de livre-arbritio..

Este é o Destino dos Protetores , empreender sonhos numa Terra da Sabedoria.Este livro conta a história de como construímos o nosso “destino” que perguntas, reflexões, teorias,atitudes.... nos moveram. Elas são contadas através de histórias de vida, com a agulha que descosturam franksteins despertando o eu. Visa a mudança do ecossistema que mantem á vida na terra , na sociedade, a partir do que pulsa dentro de nós .

Nós perderemos esta chance de viver?
Construiremos juntos nosso manual de protetores nesta sociedade e da alquimia / experimento que realizamos na vida.

Trata da história do nascimento de Outsiders Protetores que empreendem seus sonhos numa Terra da Sabedoria durante o Século I ( 1968-2068) Uma viagem a origem da infância dos Protetores e de nossa sociedade, a Terra da Sabedoria.


CAPITULO 1-
O Futuro não existe! O Futuro se cria hoje!



“Quando ele abriu o sétimo selo, fez-se no céu um silêncio de meia hora....
E vi os sete anjos que estão diante de Deus.
Foram-lhes dadas sete trombetas.
Veio outro anjo e se pôs junto do altar, tendo nas mãos um turíbulo de ouro.”
Apocalipse 8, 1-3

Eu me chamo João Victor Martins Oliveira Guerra, estou buscando conexões com meu pai, estou numa missão e preciso transformar as nossas vidas e mudar o curso da Historia e do mundo, iniciando pela nossa alma e nossos corações. Deus me enviou, amar não é mais proibido e uma luz brilha com intensidade. Alguém pode nos ajudar, alguém está escutando a nossa voz?

Estou vivendo no ano de 2068 morando num apartamento na lua. Tenho 71 anos, ainda viverei pelo menos mais 40 anos, graças a Biotecnologia e conhecerei o Século XXII ou o Século II da Terra da Sabedoria , a Terra dos Protetores , uma grande nação formada por gente de vários países , por várias TRIBOS , o qual meu pai faz parte .

Quem sabe nesta jornada pelo tempo e pela vida possamos descobrir algo mais sobre o amor. Meu pai me falava tanto, sobre algo que ele sentia por mim, minha mãe e a Terra da Sabedoria.

Hoje posso trocar de corpo, a micro-robótica controla e comanda todos os aspectos da vida, e posso fazer tudo que eu quero ou viver virtualmente de onde estou. Estou pensando me mudar para Marte, mas antes disso tenho que desvendar as mensagens de um livro e histórias que meu pai me enviou pelo túnel do tempo. A alma de Deus, brilha em mim, vejo o Sol pela janela mas não sinto o seu calor. Será mais fácil se outros humanos me ajudassem, mas tenho que resgatá-los numa missão no Planeta Terra no ano de 2008 ; antes da pandemia de 2019. Uma profecia que se realizou e destruí-o milhões de vidas e cidades, eles viveram o Apocalipse.

A velocidade de viagens que alcançamos nos permitiu, interagir, influenciar outras épocas da humanidade, mas temos que optar e escolher caminhos que pouco ou quase nada entendemos de seus desafios.

Vejo meu pai, escrevendo, lendo, planejando, trabalhando, rezando, chorando de saudades de mim...Ele fala com muitas pessoas, tenta convença-las de que não adianta poder e recursos sem sonhos, alma e paixão. Diz que não vive numa “Sociedade do Conhecimento” e sim numa Terra da Sabedoria aonde os conhecimentos iluminados por valores podem nos salvar como humanos . Vejo guerras, destruição da natureza, fome, miséria...mas vejo uma outra história sendo escrita longe da mídia, autoridades, universidades...São os Protetores . Sementes que eles plantaram em meu nome e de todas as crianças do mundo.
Foi por isso que durante muito tempo ele ficava longe de casa e minha mãe foi embora, mas vejo tantas pessoas felizes ao seu redor, apesar de tanta luta, eles conseguiram libertar o amor.

Sei que ele me ama e ama a minha mãe, e eu queria lhe dizer que ele não ficasse triste, que apesar da distancia entre nós quando eu era criança, um dia eu entendi o quanto sua vida e o mundo que enfrenta, não dão descanso e como eu , ele tinha que cumprir a sua missão.

Lembranças de um programa na TV e um DVD
Devido à gravidade, o meu xixi tem que ser útil, e reaproveitar não tenho como jogar fora da espaçonave. As leis do universo proíbem, viu o que fizemos com a Terra.

Já a vida da maioria das pessoas não precisavam ser útil, naquela época, e hoje elas são cada dia mais uma raridade a fazer parte de minha coleção de miniaturas, ao lado de animais extintos. Pessoas que buscavam apenas ter o corpo malhado, vestir roupas de grife, sair em festas, beber, ter o seu carro e o seu ap, fazer sexo, trabalhar sem buscar um sentido...Não importava o preço que isto exigia, chamavam de liberdade e se iludiam com algo que só aumentava o vazio e o amor cada vez mais distante e proibido. Muitas pessoas sofrem por nossas escolhas e não tem liberdade de optar suas vidas, algumas indefesas outras inconscientes são presas fáceis na mão do orgulho , de estratégias silenciosas que não calam a fragilidade dos motivos e a mediocridade de suas intenções . São tão breves quanto a velocidade de sua fuga, não encontram a paz pois perderam de si ; o sentido e os valores. Porém continuam a ter a capacidade de não abandonar sua missão e sonhos, mesmo que tenhamos que voltar no tempo de nossas vidas para reencontrar no tempo um elo perdido: um fato, uma história, algo precioso, guardado, escondido, que a vida não apaga principalmente quando desejamos intensamente encontrar o que meu pai me dizia sobre o amor. E cada um tem sua história de vida como eu tenho a minha é hora de resgatarmos para construir um outro futuro.

Neste mini DVD que meu pai me enviou de Nova York, com o título grafitado “ Os Protetores - Quando amar é proibido” tem várias fotos nossas em Curitiba, Florianópolis, em nossa casa em Fortaleza, nos meus aniversários. Tem as cartas que ele me dava na escola para levar para minha mãe, com um conjunto de sonhos guardados esperando para ganhar vida. Existe lembranças vivas de nossos passeios pelo Beach Park, Iguatemi, Parques de Diversão, praias, sempre em busca de maiores aventuras que tornou a minha vida feliz nos momentos que estávamos juntos. Há momentos de desespero de meu pai quando cai de bicicleta na pista de bicicross ele ia morrendo junto, tem nossa orações para voltarmos a viver junto. Os brinquedos e as figurinhas que meu pai trazia para mim de onde estivesse sempre lembrava de mim, e não esquecia de trazer roupas para mamãe ficar mais bonita. Tem uma imagem sua chorando enquanto escrevia um livro para mim, ele já tinha lido vários livros de diversas áreas, transbordado muitas experiências de vida, conhecido muitas pessoas, mas ainda não tinha entendido o que era o amor, que traz tanto sofrimento e alegria juntos, sei o qual”nada seríamos”.

A minha missão é compreender o amor por outras pessoas sem abandonar o amor pelo o mundo e a vida, continuando a construir uma Terra da Sabedoria.

Desta forma poderia tornar-me um mágico do futuro, com todas as tecnologias do mundo. Alinhado com sentimentos e valores não só poderia ajudar a outras pessoas a caminhar por mundos desconhecidos como o amor , mas também pela educação, economia, política, e cultura. Poderia mudar o mundo ao seu redor e o meu.

Já que falam que é para as próximas gerações que lutavam por mudanças para que vivêssemos a cada dia no mundo de amor e realizações para todos, digo, que é a minha geração e meus amigos que vamos lutar para que nossos pais não abandonem seus sonhos e se rendam a crueldade do mundo que os cerca, e possam conosco a construir o futuro a partir de agora, pois do futuro estaremos pensando, sentindo, imaginando, agindo e vivendo numa Terra da Sabedoria.

Como meu pai sempre me disse não desista dos seus sonhos, continue lutando, e encontre o caminho do amor . Vou realizar minha missão, este DVD vai ser muito útil, tem muitos desafios e segredos, este é um filme ao vivo e real , e vou precisar da sua ajuda para superar nossos limites e ir além da imaginação em nossa vidas, transbordando épocas, passados e futuros, realizando o impossível, transformando o eterno em presente, conhecimento em valores, palavras em vida e atitude. Eu em você.


O Futuro não existe! O Futuro se cria hoje!
O que existe são os nossos medos e as nossas esperanças, são eles que vão nos permitir viver o futuro que queremos!

Agora eu não sei, se no meio de uma turbulência, vamos conseguir reunir forças para enfrentar nossos medos ou continuaremos anestesiados por tantas ilusões cercadas ao nosso redor, 24 horas por dia, uma vida virtual on-line. Estamos alertas correndo o risco de seguir caminhos que iludem ; se aproveitando de algo que está ligado aos nossos medos ou esperanças. O problema nesta “realidade” é que quem escolhe o caminho que seguimos para nossos objetivos são outras pessoas , falsos profetas utilizam seus poderes para tornarem realidades o que prometem como soluções para nossas vidas . Isto pode ser uma guerra, uma eleição, uma nova tecnologia, uma droga, um saber, uma religião, uma riqueza, uma tatuagem no corpo, decisões sem alma, qualquer coisa pode selar o nosso destino como humanidade ou a nossa vida como parte de um experimento com este fim!

Espero que possamos nesta trajetória aprender a amar, porque felizmente existe algo que supera o medo e realiza a esperança. É o amor! Ele não só nos transcende, ele nos preenche com sabedoria, coragem, e sentido de vida!
Nos quatro cantos do planeta, milhares de pessoas serão dizimados por sua religião ou etnia, outras por ideologias no poder, outras por uma guerra santa, outras por crimes e drogas, milhões pelo poder econômico, todas elas por nossa apatia, ou melhor, pelo egoísmo escondido pela indiferença, alimentado pelo ócio ou pelo tempo preenchido pela velocidade de nossas angústias, ilusões, trabalho repetido, hábitos construídos por ”deuses”. O dinheiro, o poder, a Razão, a Fé, a Mídia, todos superando seus criadores e os destruindo um a um... Nestes caminhos de séculos alguns encontrarão o amor, e por eles ainda estamos e estaremos vivos; Os Protetores.

É preciso nos preparar para enfrentar nossos medos e transformar esperança em sonhos, tornando nossa vida um meio de alcançá-los.

Tudo que existe hoje na Terra fisicamente veio do CÉU e passou pela fornalha das estrelas, transformou-se em seres humanos, e agora em palavras, que fazem com que você possa lê-las e senti-las. Da mesma forma que aqui um pouco distante fisicamente de você, possamos estar juntos em nossa mente, no encontro das idéias, essas que nascem da vida, que um dia vinheram do céu, mas que hoje brilham como as estrelas...

Na trajetória da humanidade na Terra, muito já foi escrito em palavras! É o que são estas palavras que escrevo, se não a continuidade desta trajetória, idéias, sentimentos, histórias, sonhos, esperanças e medos que passam por mim. Deixo elas pousar em meu coração, serem escutadas por minha mente, torno-as realidade em minha vida. Neste momento, não escrevo por mim, até porque o que hoje materializo em letras continuará vivendo nos corações e mentes daqueles que continuarão pensando, sonhando, agindo, amando.

O ponto de encontro da esperança e o medo, da vida e a morte é o amor. Por isso quando amar é proibido, corremos o risco de não viver, de não ser, de não sonhar, de não exercermos em toda a nossa plenitude e potência a vida.
Nós somos o ponto de encontro entre o mundo e a humanidade, seres humanos aptos a empreender seus sonhos e construir uma Terra da Sabedoria aonde a vida é paz, alegria, felicidade, coragem, esperança alcançados pelo amor.


CAPITULO 2-
Quando amar é Proibido!
– Texto escrito a dez anos antes de empreender sonhos numa Terra da Sabedoria no dia 21.01.99


Quando amar ainda não era proibido, o Sol do Amor ao entardecer , iluminava os olhos de quem queria ver ! Despertava antes do anoitecer , o coração daqueles que queriam pensar sobre o dia que passara , a vida e o futuro que virá. Contar histórias nesta hora para lembrar , que na sua história , a minha história lá está!

Neste tempo o dito que se usava era que ainda havia tempo para amar . Era o momento de descobrir o amor através da vida e dar vida ao amor .
A idéia de juventude nasce e floresce nestas épocas. Logo depois que a beleza da vida se uniu com a pureza do corpo, dando corpo a infância.

A sabedoria da vida busca uma terra aonde possa realizar seus sonhos, construir seus caminhos, extrapolar os limites da infância, é descoberta a juventude. A percepção de que já trilhou outros caminhos de outras gerações, de que já ouviu histórias mais ainda não contou a sua. É chegado o momento de construir o mundo que olhava lá fora , dentro de si. Sendo filtrado por sua visão de mundo , seus valores, por aquilo que ama e crê, para viver a paixão, para responder questões essenciais que não podem ficar sem pensar , independente das respostas. Eis a juventude.

Deus ? o silêncio ? as rosas ? as palavras ? Quem é Deus de que tanto falam ? E as rosas que eu sinto ? E as palavras que falo ou calo ? Como responder estas perguntas e dar vida a estas respostas? Será que através das expressões da Arte, Religião, Política, Trabalho ou através da linguagem cientifica ou filosófica ? Que tal poesia com Razão , buscando encontrar além das palavras sentidos , valores , sentimentos . Uma lógica de sentimentos , de valores , de sentidos, uma razão que liberte para encontrar o seu caminho, que dê coragem para construí-lo com Sabedoria e amor. Que dê corpo , alma , sangue a juventude ; que desta época faça uma eternidade. Pois é nesta época que apreendemos a apreender, aprendemos a ser, apreender a contar histórias , recriar o mundo do nada, tendo a juventude como pincel , tinta e quadro, de pincelada em pincelada , palavra por palavra, começamos a criar nossa história, semear nossa Terra , despertando o Ser que existe dentro de nós, dando a ele juventude para dar forma ao Mundo , a partir de Deus de nós e do nada. E começar nossa história como ela deveria terminar.Era uma vez......

A Oração Poética Mitológica dos Protetores sobre a Origem da Terra da Sabedoria.

ERA UMA VEZ....,
Era uma vez...
Era uma vez Deus
como todas as vezes são
Era uma vez o Nada
a Ditadura do Silêncio
aonde a Semente da juventude está plantada
Revolucionando no Silêncio, o Ser
Era uma vez o Despertar do Ser no Tempo
Era uma vez o Desabrochar do Tempo através do Ser
Era a Semente, o chão, o Tempo e a Rosa
Um ciclo que só existe através de suas relações
da energia que os une, a partir da mesma essência
que unifica relações!
Essa mesma energia também se organiza de outras
formas.
Era o Ser, o Espaço, o Tempo e a Juventude
O Ser que cria o espaço no Tempo através de Sua
Juventude
O ciclo da Vida que só existe através de suas relações
da energia que os une, a partir da mesma essência
que unifica relações o amor a partir de suas crenças!
Afinal são essências da mesma essência, as relações!
Natureza é Energia, é Crença!
mas sem intensidade, juventude, vida
não há energia, nem crenças
Apenas energia com pouca Poesia na Razão e
Pouca Razão na Poesia.
Um mundo sem sentido, de palavras mortas,
Sonhos sem vida
Crenças que não se relacionam, não constroem
Só dispersam energia, com intensidade, Vida.
Mas crenças se realizam através da vida, quando são
Vividas
Quando a vida é energia em unificar relações
Cria a Intensidade da Juventude na Humanidade
Era uma vez , o final feliz das crenças, a origem
como todas as vezes São, Deus, um valor divino, a Fé no
Amor.
E do criador das Relações no Tempo
Surge um novo personagem, a História
Fruto das Relações entre os Seres e os Tempos
De onde despertam os valores humanos
alguns ao mesmo tempo, outros em tempos diferentes
para escrever a História
escrita na medida da vida,
onde o Desafio é, foi e será
Viver Valores, Crenças que se realizam através dos
Homens.
Criar instituições que expressem esses valores, dando-lhes
vida e
Linguagens que contextualize esses valores, dando-lhes
vida
De Seres de Linguagens que internalizam valores
De Seres que constroem, Símbolos, Ideologias e
Mentalidades
Línguas de Valores
De seres de expressões, atitudes em nome de seus
Valores
De Dimensões Humanas e suas criações
Através do qual dá forma ao Ser
na medida em que há vida em seus valores
e durante a História, brotam os Protestos das Rosas
a crítica dos Tempos, das gerações
a expressão política do Ser
Uma de suas dimensões, Uma de suas criações
forma encontrada para expressar a liberdade, a
igualdade...
que brotam de sua essência e da essência do outro
Raízes fundamentais do Ser, do viver relações
De onde surgirá outras dimensões
e suas expressões no Tempo
para construir e defender suas crenças, seus valores
como todas as vezes são
Suas crenças, Valores e Mitos...
o alicerce que durante o Tempo na História
instrumentaliza a Razão e a Linguagem
Criando símbolos, Ciências , Mitos, Ideologias e Mentalidades
Para transmitir suas Crenças
Dando corpo a sua História.
Realizando e expressando sua Visão de Mundo
E assim era uma vez a história.
O Ser e o Tempo interagem
para transformarem suas Crenças e Mitos em Verdade
Através das instituições que falam linguagens
Internalizam valores, comportamentos nos Seres
Humanos
Assim cada valor do Ser ergue sua História
ganha corpo através das expressões humanas:
a Política, a Arte, a Religião, a Educação, o Trabalho
Todas Dimensões de um Só Ser,
que internaliza valores no seu pensar
no seu comportamento, nas instituições...
Do micro para o macro, do Ser que faz História
Constroem suas Crenças, Seus Mitos
Do macro para o micro, das Relações que faz o Ser
Constroem um Sentido, unificando as relações entre as
partes
antes despedaçadas, hoje unidas
dando forma às suas Crenças, ao Ser e ao Tempo!
É chegado o momento da Liberdade de cada um, a
Diversidade!
Embora continua a História, de hora em hora, por ciclos e
Por Setas
Antes contavam Histórias, depois era só ler, hoje tudo ao
mesmo tempo.
O Jovem, na sua educação, já não fala
Já é instrumento das relações de poder
Da Guerra de Mitos, Crenças, Valores...
Já não mais reconhece o Seu Ser
Já não mais reconhece o Seu Tempo, a Pós-Modernidade.
As Instituições agora são quartéis generais
armadas por Ideologias, Razões e Linguagens
Lutando pelo seu valor, apontando como único, como
Deus!
Justificando as Divisões do Espaço
Dividindo o Ser, criando Franksteins
Seres criados para serem perfeitos diante à Sociedade
Porém são costuras forjadas de modelos construídos por
outros!
Uma Idealização das Instituições, do qual o fantasma
é o seu criador, nos assustamos com aquilo que criamos!
Pois o ser é o todo, a forma de seus valores e suas
expressões
É trabalho, educação, política, arte, religião...
mas ele já não se reconhece mais
as dimensões do Seu Ser
é um jovem, um instrumento do poder
Carregado de Mitos, que não são seus
de crenças que não são suas
Por isso é preciso
Quebrar os mitos
Perguntar as perguntas proibidas
que escondem as relações de poder
para unificar os espaços e recriá-los
a partir da vivência de todas as Dimensões do Ser
Unir as relações que constroem seu Ser, os valores
Vivenciando cada expressão humana
poderá unir a Busca da Sabedoria
que se dá na Educação e na Religião
O que o homem pode conhecer através da Humanidade
e o que se pode buscar através do Sagrado, de Deus!
Unir a Sabedoria à Coragem
Tornando realidade a sua busca, a sua visão de mundo
Concretizando-a através do trabalho, da política e da arte
tentando vencer os limites impostos pela realidade, no
trabalho.
Ou na arte, onde não há limites para o homem criar e
mostrar,
Com coragem, sua busca para o mundo
sem as restrições da realidade.
Ou na Política, compartilhando objetivos
para atribuir propósitos a realidade
E por fim se isto
Desembocará no prazer egoísta que dividimos com os
Objetos
ou no amor que traz o consigo o prazer e a felicidade do outro!
Protegendo o Amor
Libertando o Ser do Silêncio. Encontrando a Deus. Era uma vez...



MANISFESTO 1 - O TEMPO ZERO A LIBERDADE DE SER – 0 primeiro selo

Constantemente algo nos surpreende, imagens, histórias, acontecimentos rompem nossa visão de futuro! O Futuro muda da noite para o dia! Queda do Muro de Berlim, Crise na Bolsa de Valores do mundo todo, Eleição de Barack Obama , o Impacto da Biotecnologia, Nanotecnologia, Robótica , Internet em nossa vidas , 11 de Setembro, Tsunami, Terrorismo, ida a Marte, tudo isto alterou profundamente em poucos instantes o nosso futuro e a nossa concepção de futuro! Esses acontecimentos somados a velocidade com que são transmitidos, online , via satélite, já alteram no outro dia os acontecimentos e as decisões.

O espaço entre a reflexão e a ação, presente e ficção torna-se a cada dia próximo a zero. É o tempo zero, o tempo internet, que invade nossa vida e recria o futuro a cada instante, de um novo ângulo sobre uma nova perspectiva, do qual a diversidade de caminhos de forma dinâmica e virtual altera o futuro de forma diferente para cada um de nós!
O pedestal, que erguia o relógio como Senhor do Tempo, caiu no vácuo do espaço, de repente o chão desapareceu e o relógio transformou-se num objeto como qualquer outro, com um passado digno, claro, mas sem um futuro! Como nós, seus criadores e servos, hoje nau à deriva de ilha em ilha, de tribo em tribo , procuramos nos proteger e proteger quem amamos , esperamos criar para cada um de nós, um mix de bússola e relógio conectados aos nossos sonhos e valores, pois eles compreendem um tempo perfeito!

Mas o que aconteceu que transformou perplexidade, paradoxo e incerteza em leis, que é até difícil lembrar e entender como era antes! Como poderia ser esse jogo de posições e regras definidas, que um peão se considerava rei, que as exceções eram trabalhadas como regras, que a inversão era o normal, quando faltava visão e liberdade para cada um recriar o jogo, transformar as leis, fazer com que o peão e o rei percam sentido! Quando o relógio e o futuro único perderam a direção para onde o tempo apontava? Milhões de pessoas no mundo todo e a cada instante tornam o sentido do Tempo, o seu sentido!

Porém como sentimos estas transformações..., 1960, 1970, 1980, 1990, 2000, 2010... Que imagens vêm a sua mente, quando lembramos a década de 60, e a de 90? Qual a velocidade das mudanças entre 60 e 70, e entre 90 e 2000? E ao pensar sobre isso, o que é mais importante: a simplicidade de sentir uma garoa a noite antes de dormir ou a complexidade de rede on line de informações? Quais destes fatores alteram a sua percepção do Tempo, passar horas na Internet ou no ócio da garoa antes de dormir? A nossa relação com Tempo é uma das grandes questões que todo Ser Humano deve questionar a si mesmo, pois a falta de controle sobre ele, significa obedecer uma disciplina, rota, ritmo que pode desgovernar você buscando deixá-lo á deriva dos tempos da natureza de alguém.
Seguir seu ritmo, seu timing é proporcionar o desenvolvimento de sua capacidade de criar o mundo ao seu redor. Criar a si mesmo em torno dos valores que acredita, e encontrar os caminhos pelos quais o mundo ao seu redor o complementa, aonde os objetivos são compartilhados, a visão é sistêmica!

Enquanto as diferenças são respeitadas como forma de aprendizado e de transformação, além de, compreender o mundo do outro e suas relações com questões essenciais como o tempo e a vida, para redefinir nosso horizonte, nosso futuro! Cria a oportunidade de viver cada dia nossas ficções!
Pare para pensar que ficções de 60 se tornaram realidade em 70 e que ficções de 70 tornaram-se realidade em 80 ou em 90? Ficções científicas, sociais, políticas... algo que nos surpreendeu em ver aquelas imagens, acontecimentos, histórias, romperem nossa visão de futuro! No passado qual era a nossa compreensão sobre o futuro? O que entenderíamos por ficção? Com que velocidade estas palavras presente, ficção, futuro se fundirão em nossa mente? Para hoje perguntarmos qual a ficção presente em nossa realidade? O Tempo, o tempo zero internet é uma realidade, aonde estar a frente de seu tempo não significa mais produzir ficções, nem mesmo romper as Barreiras do Tempo, incorporando as novidades da moda como a juventude sempre fez! Estar a frente de seu tempo quando o futuro é instantâneo e não é único? O que para uns significa ficção para outros é passado, o que para outros tem sentido a partir de seu presente, amanhã ser chamado de futuro, para uns o futuro é a poesia que pode estar em Pessoa ou em Goethe. Ser futuro é ser presente nas questões essenciais, que dizem respeito, ao mundo que deseja construir por suas palavras, atos e valores!

E nesta concepção do Tempo, aonde a ficção é realidade, quem é a Juventude? Se não líderes para transformar o futuro no Presente! Para decidir que Futuro queremos! Repletos de diversidade, caminhos escolhidos pela liberdade de cada um. Um cavalo, ao lado de um feito de madeira, e outro uma diversão eletrônica chamado cavalo virtual, três paisagens, três tempos, mas claro uma só criança que possa deslumbrar essas três sensações e se possível em suas diferenças, apreender brincando com eles! Um Templo Higt Tech ao lado de uma fazenda não são Tempos diferentes, mas funções diferentes que hoje um Ser pode escolher para ser feliz!

É este o desafio da Juventude: erguer os alicerces da Sociedade do Conhecimento, que prefiro chamar de Terra da Sabedoria, pois o conhecimento a qual me refiro não é tecnológico! É o conhecimento com valores, respeitando as diferenças, a liberdade e as possibilidades de se tornarem concretos, sem os paradigmas étnicos, políticos, sociais que nos impedem de ver outros mundos ao nosso redor, que possuem suas dinâmicas muitos virtuais, pois hoje podemos caminhar entre um mundo e outro e ser mais! São estas pessoas que podem enxergar além das Ideologias, que podem aceitar a percepção do outro, que concordam em transformar os espaços mediante os sonhos e crer neles! Que vivem seus valores procurando compreender os valores do outro, as razões de sua vida, sua visão de mundo para daí construir a Terra da Sabedoria. Serem líderes capazes de transformar o futuro no Presente. Protetores
É desta juventude a qual me refiro, que em dias em que a rotina aperta, a paixão diminui, o cansaço e o tédio ganham espaços, a cabeça deixa de pensar, é hora de Declarar Dia Internacional da Liberdade, aonde cada um pode declarar o Seu, o dia que quiser, e sumir, desaparecer, brincar, ser feliz, livre e encher o coração de vida!

Pois a natureza do qual somos parte, eco-amigos, nos seduz a todo instante a viver nossa juventude. A exercer nossa capacidade de nos transformar, transformando o mundo. Um ciclo, uma seta apontando para o infinito. Tudo isto dentro de um pequeno ponto pálido azul. O Ser humano busca desvendar através de um projeto coletivo de liberdade, o que significa viver! A juventude é o maior agente neste processo de Libertação. Que ora oscila em descobrir o proibido, colocando isso como uma obsessão de sua natureza em ser livre. Ora em criar mitos, ideologias... através da liberação de sua consciência para estar construindo o mundo ao seu redor! Mas fundamentalmente é esta Paixão pela vida, a vitalidade, que lhe coloca a frente de seu tempo, pois estas rompem as Barreiras, as grades, e os muros que dividem nossos espaços, consciência, valores em função de determinados fatores ditos Proibidos, que nos transformam em ilhas!
Crusóes que se auto-justificam livres pelo fato de Ter toda a ilha a percorrer, o espaço seu; súditos que o reverenciam por ser a inteligência dominante no meio... Mas será que isto atende às nossas necessidades enquanto Seres Humanos? É desta liberdade que precisamos? O ego não é Liberdade, nem mesmo a auto-realização nos conduz a felicidade! Solidão e Poder andam juntas na pós-modernidade, até chegar determinados momentos críticos, aonde os proibidos vão perdendo sentido, os mitos vão caindo, as pessoas aproximando-se, as ilhas interconectando-se; afinal o ar que respiramos é o mesmo! Esses momentos críticos são em essência auto-organizadores de um novo processo de compreensão da vida, aonde o Sagrado e o Proibido entrelaçam-se para rever suas definições e as funções na integração da Sociedade em nome de um Deus e de suas Leis.

A juventude é a geração que possui menos Bagagem deste Sagrado e do Proibido, e portanto capaz de reconfigurá-los a partir das interpretações dos valores, de acordo com seus Desejos, Sonhos, necessidades e a possibilidade de realiza-los no mundo concreto e nas Fantasias!
Chega momentos em que se percebe que é possível transformar as Fantasias em realidade, desde que se possam abandonar nossas ilhas, para compreendermos juntos a forma, ou padrão que organizamos nossas vidas! Conectar-se ao diferente, ao outro, para ver nossa vida e a dele, sobre novos ângulos, criar desta crítica os caminhos que nos une, ampliar a nossa visão de mundo, dando a vida e ao mundo todos os sentidos que ele deve ter! Da utilidade, recurso válido para garantir a sobrevivência, a Coragem, o Amor, a Liberdade que podem não garantir a sobrevivência física, mas dão a plenitude da vida, capaz de dar-nos força para lutar pela sobrevivência física. Por isso o Ser deve Ser Arte, Trabalho, Política, Religião e fundamentalmente Educação vivendo e dando a sua direção a cada uma destas expressões humanas.

Estas expressões permitem-nos ver a importância da utilidade no Trabalho, mas também da Coragem na Política, da Liberdade na Arte, da Fé e Verdade na Religião, e da Vitalidade na Educação; para, depois de forma auto-organizada, estabelecermos o mundo em que queremos viver, não a partir das instituições aí traçadas que trazem embutidas uma forma de organizar a vida, aonde os controle sobre ela e sobre as suas experiências se dão de forma centralizada nas mãos de alguns poucos que de suas ilhas definem o que é Religião, Política, Arte, Trabalho...
Enquanto a maioria das pessoas ficam distantes anos-luz da Liberdade, que é exatamente colocar para si o que quero buscar, aprender em minhas relações com o Sagrado e com a humanidade.
Isto não será na Igreja, nem em grades curriculares, que por isso se chamam grades evidenciando a prisão do saber.

O que quero construir no trabalho?, na política?, que objetivos quero compartilhar?, que mundo quero criar na Arte? Ler os Clássicos é uma experiência fantástica, mas escrever sobre este fantástico, pintá-los ou cantá-los é consolidar a experiência deste fantástico com uma profundidade única. Permitindo tornar o valor da Arte não uma propriedade de uma ilha, mas de uma comunidade que comunga Arte e desenvolve estes Seres em toda a sua plenitude capaz de perceber e sentir o mundo do outro, com a mesma emoção do Seu. Pois apesar de reconhecer as diferenças de outras artes, é fundamental conhecer a semelhança de produzir arte! Apesar de conhecer as diferenças dos produtos que necessitamos para sobreviver. É fundamental conhecer a experiência de produzir a utilidade que garante a sobrevivência física! Para não catalogar, enquanto artista, o empresário e o trabalhador como ilhas não cultas e míopes, e nem o empresário classificar o artista como ilha do ócio e da futilidade. Esses são olhares que se entrecruzam sem contemplar a liberdade do outro, sem admirar o sentido do outro, que enquanto do Ser humano também se faz presente em suas ansiedades e angústias. É vital que possamos olhar para a vida, não aceitar o proibido como Dogma, ou Sagrado, nem o Sagrado como Proibido ou Leis! Isto pode até existir, mas deve ser a construção de uma comunidade, de uma Sociedade, de uma Terra que leva a Sabedoria na medida em que ela coloca as questões essenciais para serem discutidas a luz de suas experiências com o Sentido do outro! A luz da Diversidade!
Por isso é preciso conhecer, em um primeiro momento, o mundo em que vivemos, nosso berço e Tempo, Suas Histórias, Seus Valores, O Sagrado e o Proibido. Para a partir daí realizar uma Destruição criadora, aonde o caos que hoje organiza a juventude, a juventude possa organizar este Caos dando juventude e Sentido às pessoas! E se a humanidade tem paixão pelo proibido, Vamos Declarar que Amar é Proibido, este é o princípio de nossa jornada: conhecer o mundo em que vivemos com Razão, mas fundamentalmente com Amor, sem ódio e nem rancor, para entender as diferenças que nos construíram e como elas nos construíram assim como nós somos!

Conhecer o berço de nossas diferenças, aonde as especialidades buscam obsessivamente a finalidade última do Universo e sua origem, cada qual podendo encontrar a sua e elegê-la como Deus! Este é um dos objetivos do homem pós-moderno. É preciso resgatá-lo do anonimato de sua ilha, para comunicar e comungar a paixão pela juventude da vida, a vitalidade, esta é uma forma de romper a Ditadura do Silêncio que hoje nos cala e declara que amar é proibido. Amar, Viver com Paixão, Lutar pelos Sonhos, Buscar a perfeição é romper o anonimato criado pela Ditadura do Silêncio.

PRISIONEIROS DO PASSADO EM TEMPO REAL
Normalmente, quanto mais avançamos no tempo, ficando adultos, nos tornamos prisioneiros do passado, pois lá estão lembranças boas e ruins. Gasset afirmou que “O homem rende o máximo de sua capacidade quando adquire plena consciência de suas circunstâncias. Por elas se comunica com o universo”.
Vovô que era escritor pensa assim e talvez daí tenha surgido seu amor pela História.
No meu DNA tem também além do amor ao passado a aventura no futuro , meu outro avô por parte de pai , desbravou no ciclo da borracha a floresta amazônica. Verde e preto e branco colorem minhas memórias ao som da selva e da cidade, um em busca da paz interior o outro em questionar a Sociedade. Um ficou rico e comprou dois bairros em Fortaleza, aonde ainda mora meus pais e parte de meus tios. O outro morreu pobre , mas me deixou uma mesa para continuar escrevendo. Um se separou e minha avó materna morreu de câncer, eles brigavam muito. O avô paterno morreu casado com minha avô, eles não brigavam nada , é o outro pólo , tudo é paz até hoje. Meu pai ainda hoje é uma criança em seu coração, e minha mãe uma guerreira que enfrenta e domina a realidade. Meu pai foi coroinha durante 10 anos e minha mãe por viver em colégio de freiras se acostumou a rezar, cantar e ir a missa. Minhas avós eram donas de casa, mães e rezavam muito. Inclusive meus avôs paternos construíram uma igreja que existe até hoje, a Capela de Santa Luzia, que minha tia e prima ajudam a administrar com o padre. Meus pais são ambos funcionários públicos. Minha mãe também fundou uma capela , no Hospital das Clinicas , aonde foi enfermeira , e ainda hoje cuida da capela.. Meus pais brigavam e tinham paz , são caseiros mas se aventuravam em suas conquistas pelo mundo, viveram numa espécie de sítio dentro da cidade, não eram ricos nem pobres, e quando nasci ambos tinham 40 anos. Minha mãe toca piano, estuda informática, adora viajar, administra tudo que você quiser com perfeição, tem obsessão por limpeza, regras e controles. Ela e minhas tias foram criadas em colégio de feiras dos cinco aos 18 anos , quando meus avôs se separaram , e minha mãe estudou um período no Rio de janeiro. Meu pai dirige como ninguém, adoro jogos, sempre teve muita sorte. Adora dar presente principalmente brinquedos para crianças e flores para suas irmã, Marinhinha. É apaixonado por rádio, notícias e futebol! Pesca e faz amigos como ninguém, é um embaixador da paz por onde anda. Foi contagiado pela obsessão de minha mãe por limpeza. Os dois sempre trabalharam muito. Os dois ajudam tudo o que podem a todos , não gostam de luxo e se importam profundamente com os pobres. Muitos deles vivem até hoje em minha casa , trabalhando de alguma forma, compartilhando comigo e um irmão almoços, roupas, dinheiro, carona , idas ao Hospital , presentes..
Porque que vocês acham que em uma de minhas carreiras me tornei um líder empreendedor Social? Amo liderar e administrar , sou guerreiro e pacifico, empreendedor e “ funcionário público” devoto as questões do estado , rico e pobre em vários momentos da vida , e mantenho meu filho e ex-esposa sempre ao lado , mesmo tendo nos separados ? que desde criança vou a igreja e acredito mais em Deus do que em mim, ? que adoro fazer amigos, ouvir música, ler , viajar, dar presentes, estar on-line coma as notícias, e que como meu avô também sou escritor.
Outras aspectos me rebelei , não gosto de controles, nem me render as regras , apreender e estudar sempre está em primeiro lugar, guardo minhas brigas para política, a minha espiritualidade não cabe mais numa igreja, empreendo não só no trabalho mas em qualquer lugar. Sou apaixonado por conhecer e compreender histórias de vida , criar projetos e organizações com propósito neste mundo , educar e unir pessoas com sonhos compartilhados, ajudá-los a empreender sua Tribo, desenvolver estratégias que realizem e dêem vida as suas jornadas pessoais e coletivas.


Perguntas e Reflexões 1
Quanto carregamos dentro de nós da gerações que nos antecedem ? Formando não só o DNA biológico, mas o econômico, educacional, cultural , religioso... Quantos e quais dos nossos comportamentos são meros reflexos de meus avôs e pais, dos modelos que eles são e das verdades que aprendi na infância? Como diria os psicólogos você já se libertou das histórias de seus pais para construir a sua? Você conseguiria escrever algo sobre a história de seus avôs?. Você consegue enxergar aonde sua trajetória começa a se diferenciar para começar a contar a sua história de vida a partir de seus pais e avôs?

Como estava contando Vovô que era escritor buscava ter plena consciência de suas circunstâncias e talvez daí tenha surgido o nosso amor pela História.
Ele que além do apego à essa forma de ver o mundo, através do estudo do seu passado, valorizando a tradição, vislumbra no avanço dos métodos, a atualização dos costumes, uma vez que a vida está em pleno movimento.
Como um bom aprendiz da modernidade, procurou se adaptar tecnologicamente, mas sem se libertar do passado. Um bom exemplo disso está no seu hobby de pintar quadros, unindo clássicos a modernos, cenas históricas com momentos atuais. Os cenários criados a partir desses quadros, facilitavam a compreensão do meu passado, minha origem, minhas circunstâncias e de minha sociedade.
É bom visitar, depois de algum tempo, o site www.quandoamareproibido/arteviva.br, criado por meu pai e avô, onde numa seção de artes plásticas, há montagens com quadros históricos e acontecimentos atuais, além de poesias que ganham vida em história.
Na semana passada a inspiração tinha partido dele. Foi em busca de cenas reais e atuais que pudesse contracenar com o quadro de Delacroix, a, liberdade conduzindo um povo, onde uma mulher com uma bandeira e uma criança com um revólver, relembram o levante do povo na Revolução Francesa.
O quadro ganhara vida no site do meu avô. Ele foi em busca de um vídeo apresentado na CNN, sobre uma guerra interminável na África, onde uma mulher africana e a bandeira de sua tribo, caminham ao lado de uma criança armada no meio de um conflito, ainda em nome da liberdade conduzindo seu povo.
Normalmente, ele buscava motivação na arte, a partir de quadros para depois ir em busca de fatos e assim alimentava seu site, fazendo dele as paredes de sua cela como um prisioneiro do passado. Nada próximo a mim que me considerava um prisioneiro do futuro, apto a não voltar de minhas viagens ao novo século, que acordado me sentia como se estivesse vivendo dentro de objetos de ficção científica, percebendo sua pulsação, agindo segundo o seu movimento. Apreendi mais ainda com meu filho que adora carros e me explica qual a diferença entre um e outro, o barulho, as rodas, o motor, design , que não é só entrar e dirigir ; tem a magia . Desta maneira fui montando um mosaico para saber como as tecnologias evoluíram. Carros, Robôs, computadores, equipamentos médicos, biotecnologia...
Eu tinha um amigo da escola , o Iran , na quarta série que adorava armas , ele entendia de tudo. Sabia de cor o nome de todos os fuzis , seus brinquedos eram exércitos, as naves da star wars , e adorava jogar War. Sabia o que faltava em cada arma e como encaixar com outros componentes formando novas tecnologias , que trouxesse a luz, o futuro e dentro dele nós seus prisioneiros.
Meu avô e pai tinham muitas semelhanças. Como disse ambos dividiam a admiração por Ortega Y Gasset. Vovô gostava muito de citar: “Eu sou eu e minha circunstância, e se não a salvo não me salvo eu.” A convivência com os dois me fez ficar sempre próximo de minhas raízes, mas sem me tornar refém das lembranças e, para mim, o equilíbrio entre o passado e o futuro, foi, aos poucos, fazendo do presente uma ponte entre a alma que transgride evoluindo e as necessidades do corpo. Em pé na corda bamba da vida, para não perder a coerência e cair num abismo sem fim.

Como meu pai, minha inspiração vem da imaginação, mas esta semana tivemos uma surpresa. A sugestão do novo quadro e experimento tecnológico vem da realidade que nos cerca, das circunstâncias de nosso mundo. Era a vez dela de sugerir libertar os prisioneiros trazendo-os do nosso passado de volta ao presente. Um quadro que meu avô me mostrou num museu quando criança e que ajudei a desenhar os traços dele inclusive em minha vida
Eram seis e trinta da manhã de Domingo quando meu avô ao assistir o culto judaico, ouvia o sermão sobre o memorável texto bíblico de Abraão e o Sacrifício de Isaac.
“E Abraão provou sua fé. Iria, em atendimento à vontade de Deus, sacrificar seu próprio filho, a quem tanto amor dedicava...” e assim prosseguiu o rabino em sua pregação.
Aquela sugestão da realidade lhe fez lembrar o antigo quadro de Michelangelo que visitou comigo no museu retratando o Sacrifício de Isaac. Logo após o culto dirigiu-se ao seu computador para encontrar o quadro e pôs a pensar que cena do mundo onde vivemos traria a tona o Sacrifício de um jovem por seu pai...
Enquanto isto a diversão de nossa turma de garotos de 10 anos na escola era as novas tecnologias enquanto eu me vislumbrava com computadores, Iran queria transformar o seu corpo em armas, ele ficava lendo revistas especializadas para entender como uma AR-15 funciona e imaginava que ela fosse seu braço, enquanto sua cabeça funcionava como um radar digital, mirando as pessoas que cruzavam o seu caminho como nestes jogos em cyber cafés . Todos nós éramos personagens de sua história, mesmo sem saber as pessoas que passavam ao seu redor, eram alvos inimigos. Como os garotos nos EUA ou os meninos bombas no Iraque! Isaacs que foram ensinados a sacrificar suas sociedades por seus pais.
Naquele dia ao dobrarmos a esquina da Escola para irmos para casa , vimos duas gang’s se enfrentando. Uma era formada por garotos do bairro , a outra garotos mais velhos da escola, mas o que me chamou mais atenção foi uma “câmara de TV que filmava tudo ali” e dava sinais de que realidade e ficção perderiam rapidamente suas fronteiras.
Sem perder tempo, Luizinho pegou minha pasta, imaginando nele uma lança-míssel que obedeceria a seu comando instantaneamente na velocidade de seu pensamento, porém antes de disparar seu lança-míssel, fomos acertados por balas perdidas, caímos... De repente de um lado via a gang, a câmera de TV e por detrás dela talvez meu pai e avô lá estivessem preparando a cena para o Sacrifício de Isaac... Por um momento, fiquei como que fora de mim e lembrando cenas de minha infância. Como poderiam brincar com a realidade desta forma? Lembrei de um desenho que fazia ao lado de meu pai, transformando estrelas num parque de diversão.
Passados todos esses anos, lembro que enquanto convalescia, imagens se formavam em minha mente. No infinito via uma porta aberta e “a primeira voz que eu vi falar-me como trombeta disse: ‘sobe até aqui para que eu te mostre as coisas que devem acontecer depois destas’”. Como se flutuando, o espírito me levava ao encontro de um trono e nele, alguém sentado: Deus ou um homem, não dava para identificar. Ao seu redor, via sete cadeiras ocupadas por pessoas de aspectos diferentes, todavia, algo era comum: o traje alvo de brancura inigualável e o uso de coroas, todas de ouro, mas em formatos e modelos diferentes. Diante delas via cendeiros, com sete lâmpadas de fogo, representando sete espíritos de “deus”.
O principal ocupante daquele cenário, tinha na mão direita um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos. Um anjo poderoso, proclamava em alta voz: “Quem é digno de abrir o livro, rompendo seus selos?” No entanto, não percebia quem, mas um jovem, em alto mar, como se estivesse em êxtase, ou num momento de suprema dor, tornou-se o escolhido pela divindade e abria selo a selo, em ritual como se estivesse a fazer um sacrifício e de repente começava a cair uma chuva de flores sobre a multidão de pessoas que viam, através da Internet e outros instrumentos de comunicação, aquelas imagens, inclusive na lua..


CAPITULO 3-
A Ditadura do Silêncio e do Espetáculo!



Atualmente estou estudando o que a CIA fez durante a guerra fria , que alterou profundamente a vida de países e milhares de pessoas. Estou lendo também um livro sobre a Máfia de Gamorra na Itália , e outro sobre o Mundo pós americano ou seja como as forças poderosas em nosso mundo como EUA, China, Rússia, Japão, Alemanha, a Comunidade Econômica Européia além da Índia, Brasil , estão se movimentando para gerar a nova geopolítica no mundo.

O desfio de decifrar o mundo passa pela magia de acreditar em contos de fada mas sem perder a noção da realidade mais dura e crua. Entender que o ser humano exerce vários papéis nesta vida . É preciso conciliar em nosso conhecimento o amor e a dor, as verdades das epopéias e das tragédias, a razão e os sentimentos, a visão econômica, psicológica e sociológica, a natureza, a arte, o corpo , alma, a sombra, a parte maldita, o obscuro, o imaginário, o lúdico, perspectivas do cosmo e do homem, os sons, as cores , os odores, o micro, o macro, o acaso, o necessário, o destino, a vontade, o histórico, o simbólico, a imaginação, o interior, o exterior, o momentâneo, o permanente, o conhecimento, as pulsões vitais, o saber , o poder, pois ao mesmo tempo que contamos vivemos nossa vida sobre ângulos múltiplos e únicos daquele acontecimento. Vamos além de uma função, para compreender a existência, percebendo a vida que nos anima. Dando o salto necessário em nossa razão em busca de nossas origens e de nossa sociedade que continuam a nos mover .
Mesmo o grito mais alto será menor que o silêncio de nossa visão de mundo. Aprofundar e ampliar esta visão de mundo é o desafio de todo ser humano para caminhar na vida de forma audaciosa, flexível e inventiva mesmo diante da dor.

Portanto ninguém consegue entender o mundo e se posicionar diante dele sem também conhecer o seu lado ruim ,ou seja, quem comanda hoje as drogas, a prostituição, o lixo atômico , a corrupção , que realiza guerras em defesa de seus interesses exclusivos. Quase todos os dias se assistem notícias sobre falcatruas na economia que geram crises na Bolsa e afeta a todos, sobre políticos que assaltam o estado, sobre a fé que vira comercio em muitas igrejas, a guerra entre Israel e Palestinos, crianças que atiram nas escolas, briga de gangues, enfim sobre notícias que se tornam espetáculos na mídia para nos manter amplamente informados, mas distantes das ações que podem modificar estes fatos. Reagimos com silêncio em regime de Ditadura.


MANISFESTO 2 – FAZER AS PERGUNTAS PROIBIDAS NO DESERTO QUE VAI FLORIR. – O segundo selo

O NASCIMENTO DE NOSSA SOCIEDADE E INFÂNCIA
A Gênese da Pós-Modernidade dá-se través do Renascer das Democracias e do avanço econômico e tecnológico. Infelizmente, trata-se da Democracia do anonimato no plano político, e das Sociedades Anônimas no Plano Econômico e seus capitais flutuantes.
Nestes dois espaços, o que impera é a palavra de poucos que tomam as decisões, e o silêncio de muitos que, em regime de Ditadura, cumpre as decisões. Pode-se afirmar que apenas de um lado está a Democracia política e econômica vivida por uma minoria concentradora de renda.É exatamente o respeito, a essa minoria, que a Democracia defende! Atuando de forma teórica e prática, quando no plano político aproveita o orçamento público (O Estado) para dividi-lo em posses privadas, ampliando a concentração de renda! Pois nestes leilões, de Setores estratégicos da economia, só participam a minoria dos grandes fundos de pensão e multinacionais. Esta minoria também utiliza o aparelho repressor do Estado para garantir as suas propriedades e liberdades. É para isto que serve o Estado, para esta minoria, salva guardada pela Democracia que a financia e protege. Já no plano privado, se é que se pode chamar este modelo de Estado de público, impera a Democracia das S.A. A S.A., os grandes Bancos, o mercado financeiro ou os Fundos são os grandes financiadores da Globalização, investimentos tecnológicos, fusões de empresas, ferramentas que só aumentam a concentração de renda. Portanto é a poupança, de uma maioria de trabalhadores em forma de ações , títulos de previdência ou investida em títulos públicos, que juntos provocam a crise financeira através da especulação, retornando ao trabalhador, com a quebra de sua economia, a perda do valor da moeda, inflação, pobreza, fome e mais concentração de renda e de liberdades.
Portanto, um jogo que começa e retorna ao mesmo tempo, porque financiamos este tipo de jogo, que dará aos grandes grupos financeiros e industriais (uma minoria) as condições de estabelecer completo domínio sobre os mercados nacionais: Controlando os Setores que garantem a sobrevivência da população e usufruindo os frutos do trabalho de uma maioria. Restando a esta maioria a única opção de exigir o que é seu, através da força, pois o pão e o circo já não são suficientes para todos!
Portanto, gostaria de relembrar, é o dinheiro dos trabalhadores que financia a sua ruína, de seus filhos, netos; de sua família. Esses mesmos trabalhadores, uma maioria, que tem criticado o desemprego estrutural, a globalização... É importante estarmos atentos para as conseqüências de nossos atos, pois analisando sobre uma perspectiva sistêmica observamos a Democracia de uma minoria sendo financiada pelo regime da Ditadura, que é imposto a uma maioria. Tendo como único direito o Silêncio, como dever o Trabalho. Por conseqüência disto, o Direito de Dever.
Por isto, hoje mais importante que seu voto é aonde você gasta seu dinheiro.Quais grupos econômicos você fortalece, através de suas compras e investimentos? Qual a visão de mundo deles? É semelhante a sua visão de mundo, seus Valores? Cada dólar, real, yen, marco... seu gasto, representa um voto num mundo que você quer construir!
Ou será que os neo-liberais estão certos, (Escola Austríaca), que não temos controle sobre o nosso desejo de consumir e portanto, como acontece em muitos casos, professores universitários com um discurso Marxista, e um consumo neo-liberal! Aonde consome vários produtos que não tem necessidade, influenciados pela propaganda, perde controle sobre seus atos. E assim mantém o seu discurso, distante de sua prática, sem credibilidade para propor uma nova visão de mundo, que em seus atos não constrói.
Mas as rosas mais belas, nascem nos
desertos mais sombrios, pois neste
chão,
Neste berço, para nascer é preciso,
Além do esforço, fé para viver!
É preciso ir em busca da água e do ar
Da vida
Não no deserto, pois lá não há
Mas na semente, na essência do Ser Humano!
Evitando que a rosa murche no deserto,
Realizando o desabrochar do Ser, da Juventude,
Uma rosa plantada no seio de sua sociedade
Um deserto que pode florir!
Para isto o ser que é a semente
Contém fé , sentimentos e razão!
Entre o Silêncio e o Trabalho, encontramos o berço histórico de nossa geração, e da geração que nos criou. A Transmissão da Modernidade vai se dar através da educação que nossos pais receberam e transmitiram-nos. Este é o elo perdido da nossa identidade! Seja no Capitalismo ou no Socialismo, é no contexto da História do Ser e das relações de poder que atuam sobre ele que se escreve a história do Ser da Pós-Modernidade! Nossos antepassados são os educadores que aceitaram as idéias, os valores e os símbolos, fundamentados no Silêncio e no Trabalho! Como escreve Max Weber, sobre a burocracia , que carece de valores e de méritos humanos! E a partir destas relações de poder, as pessoas erguem sua Ideologia, sua Linguagem e Razão. Transmitindo-as através das instituições, para a qual fomos educados a aceitá-las e conviver com elas. Questionando uma vez, de vez em quando, o conteúdo das disciplinas (Capitalismo ou Socialismo) não a grade curricular que nos prende (Silêncio e Trabalho).
De uma forma ou de outra, equipados com “n” logias, nossos educadores reproduziram espaços, tempo e mentes aonde as relações de poder que as define tem seus limites no Silêncio e no Trabalho, e agora no ócio, “viva a produtividade e a criatividade”. Nada pode ultrapassar estes limites, a não ser o despertar uma consciência crítica para entender as razões deste Silêncio e do Trabalho. A Criatividade, para a partir desta crítica, pensar novas formas de Democratizar as escolas, o trabalho, o Ser, a comunidade e as escolhas da vida e liberdade de cada um, sem temer a complexidade deste processo , pois não tememos o controle on-line dos fluxos e rentabilidades financeiras... Porque temer a governança, a democracia direta? Porque não colocar a tecnologia a serviço desses propósitos? Não esta Democracia ilusória e alienante. É preciso discutir estas questões essenciais em nosso cotidiano! Alimentar este hábito que nossos educadores substituíram por alicerces pré-moldados, aonde os valores e os significados do trabalho, da Democracia não é discutido. Dados como já existentes não tínhamos condições de perceber, ao raciocinar dentro de uma ideologia (alicerce pré-moldado), quem somos? Por que fazemos parte de determinados grupos? Que valores nós sustemos com nossas atitudes? E assim, sem nos questionar, hoje financiamos o cemitério global de corpos sem alma, sem vida, no qual já estamos mortos. PORQUE JÁ QUEREMOS ESQUECER A RAZÃO DE VIVER, A FELICIDADE, NOSSOS SONHOS, A SABEDORIA, A CORAGEM, O AMOR!


Antes de esquecer, é preciso expressar esta Razão de viver, principalmente em um lugar onde impera a palavra de poucos, o Silêncio de muitos. Antes que este lugar deixe de Ser deserto, para tornar-se único lugar de convívio da Ditadura do Silêncio. Pois o deserto ainda é belo, porque ainda temos em nossas lembranças jardins floridos e belos! Mas até isto quer apagar-se, esquecer, para não sofrer a dor da perda! Penso que não é o melhor caminho, é preciso encarar, ter a consciência dos motivos, da história que nos levou até esta Situação. Aonde erramos, aonde nos vendemos e entregamos nossa vida e o mundo! Como diria Kurt Cobain no seu Nirvana em todos os sentidos aonde está “ O homem que vendeu o mundo “ ? Para quem? O que é preciso fazer, acreditar, para que volte ao seu lugar o que é nosso? Resgatar o significado de palavras como Democracia! Criar o novo papel dos educadores! Assim a juventude irá buscar o que é seu! Até lá temos que transformar toda uma geração que não quer conversar, apática politicamente, e com um enorme desejo de ociosidade perante a este tipo de trabalho! Ela busca demonstrar o barulho corporal em seus atos, reagindo ao Silêncio de sua boca. É a primeira geração que quebra as relações de poder de sua época, não conscientemente indo contra a sua época, mas indo em busca da essência do seu Ser! Pelo caminho do desespero instigando-se aos prazeres desiguais que podem encontrar pelos caminhos de nossa sociedade!
É uma geração sem ídolos, sem utopias, sem motivos para lutar eternamente, sem vontade para trabalhar para uma minoria, e uma ideologia que não a pertence, portanto sem vontade de mudar apenas o conteúdo! Esta é uma questão central de nossa época, da Pós-Modernidade, que já vai configurando seus novos modelos de educadores! Afinal o cenário do qual fazemos parte, e esperam com que a juventude cumpra com o seu papel de braço de mundo, não é um cenário verdadeiro, nem generoso com a própria vida! Como todos nós já sabemos, direita, esquerda, centro, e pessoas que morrem de fome. O Ser Humano não é o objetivo da Globalização, Terceirização etc... É um consenso universal da ONU, G7, Conferência dos Líderes Mundiais em Davos, Mombaça, África, Favela do Papoco, Banco Mundial, FMI.
De uma maneira ou outra é isto que a juventude percebe claramente, mesmo sem conhecer as razões intrínsecas do projeto que está por trás. Ela conhece como ninguém seus efeitos! Porque é este jovem que hoje é o maior Sacrificado de toda esta História construída em nome do Nada. Este Isaac, que seus pais perderam a fé e não tem como salvá-lo. Este jovem que vê seu corpo coberto por armas, pois é o que o mundo lhe oferece de mais concreto, no meio de uma luta de gangues que agem em nome da violência, mesmo sem escudos apontam armas contra si . Estes jovens que deveriam estar construindo um mundo em que ele acredita, está sobrevivendo neste mundo, sem sentido, para não morrer; mas acaba construindo mundos místicos, criminosos, alucinógenos, espaciais, cibernéticos, porque já não acredita mais ou perdeu a noção do que é Ser Humano!
Porém o mundo eco-aventureiro, o culto a beleza e a força física tem servido pelo menos como cano de escape para uma aventura maior: a busca da gratuidade de viver e de encontrar-se. É a busca pela criança escondida em cada um de nós e a sua relação com a natureza. Desta forma temos encontrado um caminho para aprofundar a nossa originalidade como ser humano. Pois do outro lado, a Selva de Pedra, está cada vez mais comandada por uma arrogância tecnológica e neo-liberal, um Deus, que aje, e do silêncio já exige o não-pensar e a obediência cega a sua ética. A juventude nesse processo vem sofrendo uma mutação, aceleradas por doses de esquecimento, vem copiando o seu Predador, tornando-se um Clone, anulando o Seu Ser para se tornar objeto das relações de poder de outros. Infelizmente uma grande maioria da juventude não tem como financiar uma eco-aventura e só tem tempo para sobreviver. Neste tempo, passa a sofrer uma mutação mudando de espécie, ao rigor dos clones que vão se tornar para reproduzir jovens iguais a ele! E definitivamente, com este quadro, não é tão preocupante a produção de clones, quando clones cibernéticos neoliberais começam a reproduzir além da imagem, o discurso neoliberal, do qual não sabe o que significa, não conhece as raízes do processo que lhe deu origem. É uma máquina que acha que é ser humano.
E como nossos pais, seremos os mesmos; com uma grande diferença se ainda formos algo. Porque, diferente de nossos pais, nós perdemos inclusive a consciência das formas que nos imprimiram. Eles se orgulhavam delas.
É esta a principal razão de ser deste livro, ele aborda os vários tipos de modelos que querem nos codificar para coisificar as nossas relações! Ele aborda também em paralelo as diversas oportunidades do ser, do jovem, implodir por dentro estas formas. Não externamente, com uma bomba, mas internamente implodindo as relações de poder do qual fazemos parte sem nos dar conta do que se trata. Implodindo, indo em busca de si mesmo, do berço da pós-modernidade que é a época do qual somos frutos. Discutindo valores, significados dos grupos que fazemos parte mas, principalmente o ser que somos que assume formas diferentes mas que nos une naquilo que temos em comum e nos define como humanos. È esta essência que queremos descobrir e descobrir-nos. É isto, que hoje de fato importa quando se busca apagar da memória do Ser Humano, as perguntas essenciais que deveria ser o pano de fundo de qualquer sociedade. E que deveremos lutar para que seja da nossa, para isso é só levantar esses questionamentos em nosso cotidiano, nos ambientes que fazemos parte, entre as pessoas que conhecemos.
Não podemos esperar apenas pela política, o melhor caminho da mudança é aquele que se realiza entre dois seres que ensinam um ao outro, em suas atitudes! O caminho mais fácil de mudar o mundo, pois a partir dele e não da imposição de alguém, descobriremos a eco-aventura de salvar da extinção a espécie humana.
E como ecologistas que somos conhecemos os predadores e reconhecemos o valor de salvar, mesmo que seja um, é uma contribuição mundial que nós fazemos.
Assim poderemos transformar o ócio, a apatia, a violência da juventude em energia e vida. Desde que a bandeira erguida represente os sonhos de uma geração. O amor é ainda o grande sonho da Humanidade, e ainda é mais importante que um computador ou um eco-equipamento. Este na verdade são adereços para conquistar o amor que procuramos. Ainda são meios, e não fins. O reconhecimento de Hackers ou de um grande esportista, que um jovem busca ainda faz parte da vaidade que impera na conquista do amor.
Infelizmente, existem algumas barreiras para realizarem estes sonhos. A principal é que a geração que hoje está a frente do projeto, que gera desemprego e miséria, já perdeu a noção completa de valores; e sua capacidade de leitura do mundo é míope ideologicamente. Resta-nos o exílio cultural, mas não há terras não-globalizadas para onde ir!
O amor é subjugado a objeto, a vaidade é vazia; pois nem gozo mais gera. Apenas como máquinas semelhantes a que produziam, e as quais hoje passamos o maior tempo de intimidade com a Internet, vamos perdendo a noção da diferença entre o humano e o divino, amor e prazer. Pois um homem que se olha através das máquinas, não é um Homem; é Deus pelo poder que acumula pela natureza de sua produção! Eles, Deuses, e elas, máquinas, apenas produzem em alta velocidade até o seu limite, a ponto de quebrar-se e não se dar conta de seus defeitos, continuam a produzir chamando de Belo, não o que a Humanidade referenda, mas aquilo que atende a seu ego! Porque isto acontece? Nem o computador saberia responder; nem o Homem. É preciso encontrar, no Ser, o programa que busca na Inter-Humanidade as respostas essenciais. Talvez na educação, na Arte... poderemos encontrar arquivos perdidos; talvez na lixeira antes de Deletar. (É, às vezes, temos que mudar de linguagem para comunicar-nos!) Apesar de quanto isto é perigoso, acharmos que as respostas vêm de uma máquina, e que podemos Deletar aquilo que não gostamos!
Chaplin tentou mostrar isto, deixou uma mensagem (Tempos Modernos) mas infelizmente, em vez de abrir nossos olhos para a incoerência de nossos atos, a própria arte de massa de hoje é feita de tragédias, insetos, monstros estrelares, máquinas, fatos inexplicáveis, da mesma forma que é a nossa vida; eles se tornaram nossos heróis! Continuo a perguntar se esses são nossos heróis, quem somos nós? Se a maximização do lucro é o fim, e não salvar 4/5 da Humanidade é porque como já dissemos: Infelizmente esperamos hoje pela vida, ansiosos como nunca, desejosos como sempre; mas em Silêncio. O Silêncio que nos obriga a fiscalizarmo-nos para não pensar “coisas fúteis”, como nossa essência, como nossos Sonhos! É esta a loucura que vivemos, a loucura que deixa solto Seres Humanos que praticam atrocidades, semelhantes a matar milhões de judeus em câmara de gás; só que hoje em uma versão moderna, matar milhões de fome, sem emprego, de tristeza, lentamente... Hitler era perseguido; esses são elogiados e premiados!
É este o mundo embrulhado que entregam a nossa geração, que construíram uma porcaria de mundo sem sentido, e ainda se orgulham disto! Batem palmas e entregam prêmios para quem melhor sofrer mutações, para quem melhor construir uma prisão para abrigar-se. Falam de mundo global, e olham para o umbigo. Para que melhor silenciar além da boca, a mente; e, além da mente, o Coração. Coração que não faz mais Tum, Tum, Tum, mas Tic, Tac, Tic, Tac... mentes, que não pensam, aguardam o programa e o comando; olhos que não brilham, piscam, gente que vive, Não! Tecnologia ultrapassada. Piscar mais rápido, aumentar a velocidade do raciocínio programado, e trocar um Tic-Tac por um automático. Perder a noção do olhar, escutar, pensar e sentir!
Tentar construir um modelo novo de Homem, a juventude está na esteira da produção em série, compactada, e possui componentes globais. Mas ele se recusa a girar em frente! Como uma Rosa plantada no Seio de sua Sociedade. Pôde murchar,entregar-se, perder a vida, a força, a beleza da juventude em escala global. Sendo a última geração de Rosas, a não protestar, ou pode Desabrochar, florir, a quem estar disposto a aguar, a protestar; é esta a Hora! Não uni-vos, amai-vos e amai a aventura da vida, antes de Socializar o estado, as empresas, antes de apontar o inimigo , às vezes nem é preciso! Vamos Socializar o desejo de Socializar a Vida, despertando no Ser a descoberta de si mesmo e de outro. Não há outro caminho, que não seja o caminho que nós enquanto Seres Humanos, temos que fazer a leitura do mundo que vivemos, temos que criticá-lo e criar um caminho que devemos construir, seguir, tendo consciência daquilo de que de fatos queremos.Porque quando soubermos isto, terá chegado a hora de lutar!
Já que no atual momento em que vivemos, a opção é entre a Vida e a mecanização. Mas ainda podemos desligar o Plug! A energia que sustenta o mundo ainda é dos que, numa maioria anônima, financiam uma minoria personalizada. Porém, até lá é preciso caminhar, o encontro está marcado, resta estar pronto para ele. O encontro entre o Ser e o Mundo em que vivemos só acontecerá quando descobrirmos a nossa essência enquanto Seres Humanos, e de que Maneira poderemos viver ao lado do outro em Sociedade, aproveitando os benefícios de tudo que a Humanidade construiu. Quando de fato crermos nesta essência, lutarmos para realizá-la, a nossa razão e palavras não estarão mortas, como estão hoje. Porque já não acreditamos em nada, quando já não acreditamos no significado de nossas palavras. E portanto não há compromisso, dessa forma, entre o que somos, pensamos, falamos e fazemos!
Entre o eu e o outro! A velha contradição, a lógica que destrói o Ser. A Hipocrisia, o Ser que prega, e nem mesmo ele cumpre. Que sonha, mas não acha que é possível realizá-lo! Que diz que ama, mas bate! Que faz filantropia, vai à igreja, mas a sua riqueza ou empresa está sustentada em salários baixos, portanto no mal do século; a concentração de rendas e seus efeitos! Aquele que diz que ama o Saber ou a Arte, porém seus atos ridicularizam seus conhecimentos.
Muitos exemplos, poucas razões, palavras vazias. O silêncio que diante de tudo é valorizado como forte arma de sobrevivência, de não perder o emprego, a cabeça, e quem sobrevive?... o Silêncio.
Por isso é preciso repensar valores, unifica-los dando coerência ao Saber, e a coragem de agir para levar a prática do amor na Sociedade. É este o primeiro passo que nós, Seres Humanos devemos dar pois:

Onde não há Coragem, EXISTE Mentira
Onde há ignorância, existe Maldade
Onde existe Medo, não há amor!
Onde há medo, não EXISTE sabedoria
POIS A SABEDORIA SÓ SE REALIZA
COM CORAGEM E AMOR!

Unir os valores da Sabedoria, Coragem e Amor é a principal tarefa dos educadores, pois só assim as palavras ganham vida em atos! Para contar a história de cada Ser que constrói o mundo, e do mundo que lhe constrói. Como um Verso, um Ser Humano se encontra em suas palavras, e nestas palavras, além do ritmo, está expressa a harmonia de sua vida. O desafio de ler o mundo é o desafio de ler a si mesmo, encontrando as relações de poder embutidas em cada palavra que você repete! Criando o seu Dicionário!

Era uma vez o Silêncio!
As palavras estão mortas,
O homem não acredita mais nelas.
Ele é um refém da Ditadura do Silêncio.
Busca exílio cultural,
aonde possa voltar à acreditar nas palavras
quando voltar acreditar nos seus sonhos.
Mas mesmo assim, até lê, ainda escreve
Uma nova linguagem, a linguagem do seu Ser
que ele constrói, e é construído,
transformando seus Mitos em realidade
na medida em que se liberta das relações de poder,
internalizadas nas palavras que lhe ensinaram.
As Palavras estabelecem sua comunicação com o
mundo,
Mas não com ele, com o Seu Ser, único.
Por isso ele cria uma nova linguagem,
a sua Subjetividade,
escrevendo o Seu Ser, Sendo o seu estilo,
a sua tecnologia, compreendendo a si mesmo
para compreender o outro.
Investigando a Democracia,
não olhando através das brechas da grades,
sem enxergá-las, e criando a ilusão de ser livre.
Mas enxergando as grades,
isto é o primeiro passo para ser livre,
Cuidado quando a Democracia lhe incentiva a falar
mas o Silêncio é a regra,
Porque nem tudo, que não é preto, é branco
Neste intervalo existem muitas palavras,
A serem reveladas, a principal delas o Ser
que não se enquadra
Que não aceita palavras vazias, sem alma,
Sem conteúdo, que se escondem em discursos,
Mesmo quando revelada como A Democracia,
Não revela nas palavras que a acompanham,
Nem mesmo entre elas. O sentido da Democracia,
Porque os que citam e os que ouvem
Vivem em mundos diferentes.
Um que detém a palavra,
O outro o Silêncio.
A Democracia que é sustentada
Pala Ditadura do Silêncio do outro
E entre eles a História,
O adulto que fala, e o jovem que trabalha e se cala
A fé, que aguarda o pronunciamento, a palavra da
Igreja
O eleitor que vota, o Senador fala, para o eleitor nada!
O professor que fala, o aluno que se cala,
Para depois repetir além das palavras do
Professor, o Status de reprodutor...
O artista que canta, o Ser que dança,
Quando poderíamos cantar ou escrevermos juntos,
Afinal todo Ser, deve viver a experiência;
Da Arte, como também da Política, Educação,
Religião, Trabalho... Deve construir e ser construído
Por suas palavras, por sua EXPERIÊNCIA!
Mas por onde começar? Fazendo as perguntas
Proibidas,
Sobre as grades da Ditadura. Depois além de escutar,
Falar, além de ler, escrever, além de falar, agir...
Era uma vez a Ditadura do Silêncio.
Hoje, não é mais! Porque começa a escrever outra
História
A História do Seu Ser! Que desabrocha no tempo!



POR QUE ALGUMAS PERGUNTAS NAÕ PODEM FICAR SEM SER PERGUNTADAS QUANTO MAIS RESPONDIDAS!


Algumas perguntas vitais são Silenciadas, devido ao potencial de conflito que trazem em si, e não “devem” serem reveladas. Já que tocam em pontos universais e diria essenciais da existência humana. Pontos que consideramos como um direito universal do Homem, porque garantem as suas condições de existência. A medida que estas perguntas “proibidas” são colocadas as relações de poder que estas ocultavam, começam a serem postas, questionadas e esclarecidas enquanto conflito. As suas respostas, são os novos paradigmas de poder que serão aceitos pela comunidade; não como verdade absoluta, mas como normas necessárias para a existência da comunidade.
O cotidiano é, sem sombra de dúvidas, o despertar para o questionar, o perguntar, o conflitar; já que lá estamos mais “Livres” das forças coercivas da Sociedade. O cotidiano que o mundo moderno insiste em chamar de acaso, providência (a seca, ser pobre, perder o emprego)...e que cada vez mais estabelece laços com este tipo de cotidiano, através de instituições místicas da Sociedade Moderna ( astrologia, filantropia mascarada ). E moderna, por incrível que seja um “moderno” próximo em um ciclo a Antigüidade dos Deuses, que comandavam épocas em que o cotidiano era o acaso e a providência. É este o ciclo do Ser Humano, que une Antigüidade e Modernidade, com laços que unem Cotidiano, Silêncio e Mística. E que para aqueles que não questionam, que não perguntam, que não encaram a entender e criticar o seu cotidiano estão tão distantes quanto os homens da idade da Pedra estão da Modernidade ou Pós-Modernidade? Qual deles preferir conceituar!
Porém o importante é não só classificar o Cotidiano e estabelecer os critérios para questioná-lo, mais tirar do seu pano de fundo histórico a forma como se apresenta. Quais as barreiras que definem esta forma e que servem, ao mesmo tempo, para inibir o questionamento desta forma “proibindo” perguntas e suas respectivas respostas que nos fariam entender os laços de poder que caracterizam o tempo em que vivemos. Perguntas enquadradas, mapeadas, que visam áreas do “saber” com respostas premiadas, condicionadas e contextualizadas a não encontrarem vida em nossa sociedade. Dentro de áreas de Domínio, intermediadas pelos interpretes desta forma, que codifica em linguagens. Hoje, quando olhamos para o Feudalismo, não acreditamos o quantos os plebeus eram burros para obedecer aos Reis? Mas e os Reis que hoje obedecemos só mudaram de nome; na essência são os mesmos.
Portanto as próprias respostas da forma são coisificações do ser, que buscam dominá-lo e alegar que estas são “as características do seu tempo”. Vamos, portanto, dar uma volta pelo cotidiano, pelo ser e o tempo em que vivemos. A modernidade após, a inversão da contradição, em que habitamos e reconhecemos, ao mesmo tempo, como lar e prisão, que cultivamos como dogmas e chamamos de ciência, que falamos em democracia e habitamos a ditadura do silêncio.
E não há nenhuma ambigüidade nisto se entendemos como crenças! Se pensarmos a razão e a verdade científica como não pertencente ao mundo Natural, mas ao mundo humano simbólico. Afinal existe alguma Ciência que não seja humana? O mundo Humano é essencialmente dominado por “verdades”, “profetas”, suas crenças, suas normas, códigos e representantes, instituições, que são formas concretas de poder. E que para sobreviver, como um corpo humano, precisam ser alimentadas por “dietas das massas” sem diversidade, evitando as perguntas que são as vitaminas do espírito do seu tempo. Nos empurram a força coerciva; o enlatado, a propaganda, as receitas dos “mestres da boa alimentação e do” Saber “. E cada vez mais ficam gordos, alimentados por nossa ignorância e pela deles. O espírito continua fraco, a cabala se renova, pois a sua necessidade aumenta com o tempo e apaga-se. Sem coragem para acender nos lugares proibidos do domínio do dinheiro, do poder e do saber. E com o adentro da modernidade ficamos famintos, pobres, dominados, e ausentes da busca pelo “saber”. A modernidade conseguiu construir suas muralhas da sociedade, dentro do ser que nela habita, da mesma forma que na essência do que comemos esta a forma de como deve ser digerido. E assim optamos pela forma de como abdicamos de nosso ser, da ausência do alimento do espírito onde o cotidiano foi sendo desabitado a medida que pouco conhecemos nele, algo de nossa construção. Porque nem mesmo nos reconhecemos mais como construção do ser que somos, dos nossos vizinhos, colegas de trabalho mas insistimos em falar em comunidade. Porem antes de começar a viver a pos-modernidade, queria dizer que aqueles que lutam e sonham por dias melhores; que do deserto mais seco e mais sombrio, em sua natureza brota a vida. Dos desertos, podem surgir às rosas mais bonitas e vivas. Porque para sobreviver neste Deserto é necessário ser, muito mais do que em terras onde jorram água. Nestas terras a água é composta entre seres que compartilham às vezes só a esperança! No deserto você critica, compõe e cria do nada a vida, uma semente que precisa de velocidade e forma para sobreviver, florescer e procriar. Pois no deserto se sofre, e entende o sofrer, se chora e entende o chorar, para poder entender o significado de rir e viver. Para poder ser a rosa no Deserto, dentro dele na essência do Ser que ri e chora, e transformar-se em rosa. Em Rosa, através da prosa, ser a linguagem do Deserto que é tão frutífera na Cidade!
Cidade que cada vez mais se torna com a tecnologia que “fala” pelo Ser, um deserto sem linguagem. E sem comunicação, sem linguagem, não há pensamento, não há critica... Não há Seres, não há Cidade. Apenas um deserto sem linguagem, a modernidade.
Feito de cotidiano aonde o silêncio, a indiferença e a solidão formam o triple da Ditadura Moderna sobre o ser Humano, que sozinho não fala com outro ser. As suas expressões dos ser Moderno como a tecnologia, o consumo de massa e a democracia da ilusão, consolidam o feedback de socialização sem essência, sem palavras, sem pensar.
Por isso é preciso nomear aquilo que sentimos e falar (PENSAR) sobre elas. Aprender a pensar, criar estilos, novos tipos de rosas que nascem do deserto. Efetuar as perguntas necessárias, as criticas essenciais. Identificar as respostas a partir das omissões que ocultam as perguntas proibidas. Estas que são anteriores a qualquer consolidação de qualquer resposta, pois indicam a existência humana, a vida, o ser humano como anterior aos regimes de poder, pois estas perguntas rompem com a ditadura do silêncio apresentando à sua forma, um sentido, um significado... E quando a este significado não encontra, não encontra o Ser, e sem o Ser não existimos, não perguntamos, nem respondemos, como hoje fazemos! Esquecemos, calamos, como deveríamos silenciar? Não dá para agüentar, pois morrer não está nos planos da humanidade. Não perderemos esta chance de viver.
A evolução opera nem que seja por crises que nos alertam, avisam que algo está errado. A Aids provocou um reflexo sobre o Sexo! O terrorismo sobre a realidade que vive num mesmo lugar, e somos afastados apesar da vizinhança, há o desmoronamento da segurança que construímos no mundo da ficção que torna-se a nossa vida.
Se ainda não vivi, não sei o porque calar! Falo, Penso, Vivo, o mundo vou mudar! Reflito, Critico, Por que Calar? Se a Sobrevivência é tirada dos que calam! Quero Viver, quero falar... O mundo se escreve com Vida. Se acaso não percebemos a ferida que o Silêncio constrói, piora vira Solidão, o câncer da indiferença se alastra não no corpo, mas na alma. Só o antídoto da palavra acaba com a Epidemia do Medo, mesmo quando o antídoto não cura o câncer da Solidão, pois mesmo que você fale sozinho, a indiferença será curada, pois o teu pensar e o meu comungam dos mesmos Sonhos! Quando pensamos, Sonhos se realizam no tempo, Domínio do Ar aonde tudo se transforma, até mesmo a vida em palavras eternas... Que chegam pelos livros e pelos livros retornam a sua origem: a realidade. Portanto realize-se, fale, pense, silencie a solidão, com a Indiferença que o Ser tem por elas, quando descobre a si mesmo e ao outro! Quando Reconstrói, reconstrói-se em palavras, em atos, um mundo escrito, revelado... Por que não? Construído!
E afinal é isto o que somos: escrevemos o que somos, concretizamos o que acreditamos, despertamos! Falando, procurando saber se o que compreendemos de fato entendemos, significamos ou apenas nos surpreendemos, tirando ao vento segredos que nos revelam, e selam a aliança que temos com o Deserto e as Rosas, o Ser e o Nada, Deus!

Afinal, hoje no mundo em que vivemos onde a vida está em último plano, quem pode nos provar o porque da vida e de estarmos neste mundo? Se ninguém, Ser Humano, pode nos provar sobre que regras somos julgados, se somos julgados e por quem? O que é a verdade neste contexto? O que pode ser considerado certo ou errado em um mundo aonde para as perguntas essenciais não se busca as respostas; e onde muitas respostas são dadas as perguntas não essenciais. Toda a humanidade e a história encontraram em seu caminho, pedras deste quebra-cabeça. Alguns preferem dividi-lo em dois: Razão e Sentimento! Outros passam pelo mundo sem solucionar a sua parte do quebra-cabeça, enterram-se sem saber porque vieram ao mundo? Sem revelar o Seu Ser, a partir das respostas das perguntas essenciais. O que vai dificultando a solução, para os que permanecem na luta. A luta está em perguntar Por Que? Entender e revelar a resposta através das palavras, podendo assim interligá-las de forma que possamos primeiro enxergar todo o quebra-cabeça para saber exatamente aonde as partes se encaixam! Cada um encontrará a sua, até que um dia poderemos encontrar a Solução, que com certeza terá em cada uma de nossas respostas, a visão do holograma da felicidade, isto se o nosso horizonte for a busca da sabedoria que é vizinho da Bondade e da Coragem.
Até lá não podemos castrar nossa liberdade e vontade. O resto são lições simples que devemos vivê-las com rigor, sendo que isso é a metade do caminho. A outra metade são os valores que trago comigo durante esta jornada.
Só determinados valores serão premiados, outros nos levam a trajetória errada. Os caminhos são simultâneos, porque a forma de percorrê-los depende do seu conteúdo. Devemos segui-lo com determinada ordem, por isso esperamos que cada um defina seu ritmo, e que ele seja constante depois de definido, não importando se a sua resposta ainda não esteja nos livros; afinal se estivesse não estaríamos falando sobre isto, a necessidade de cada um descobri-la! O que importa neste caso é que sua Sabedoria possa guiá-lo e que diversas fontes da expressão humana forme um único saber simples, que possa ser dialogado com o outro, ensinado na escola, esta a primeira que deveríamos freqüentar!

Até lá eu não quero viver dentro de uma ideologia que não me pertence, que tem as rédeas do meu destino, controlado por quem o criou ou detém o poder sobre este caminho. Quero caminhar, viver, Ser uma ideologia ou um sonho que acredite nele tanto quanto acredito em mim. Quero criar meus mitos, símbolos... mas antes da criação quero entender a razão da sua existência, mesmo que esta seja viver sem razão, construindo crenças ou Mitos. Mais até lá, quem sabe terei uns momentos de felicidade, paixões fortes, exatamente porque estarei vivendo dos meus sonhos, de minhas crenças. O meu futuro será o meu presente, pois tudo aquilo que acredito, viverei hoje! Como hoje se vive em função do dinheiro, prazer, de imposições de outras pessoas! Não mais viverei assim, penso, assim faço. Hoje reconheço quem trava suas relações de poder comigo e porque! Quem vende seus Mitos, Ideologias. Quando na verdade, são estas instituições, que representam o poder da verdade, que tiram do Ser o que há de mais humano nele: a Liberdade!
Por isso é importante descobrir que por detrás de uma história, existe uma história de como ela foi construída. Porque elas são narradas daquela forma, os personagens, os temas, os cenários, o roteiro como um filme ou documentário. Alguém que de alguma forma organizou e sistematizou a sua construção. Todas as histórias têm a sua mágica, é importante “desvendá-la”! Por esta razão, gostaria de contar a história da minha história. E assim possamos nos comunicar em essência e intensidade! Quando o amor não for mais proibido, já teremos rompido com a Ditadura do Silêncio e conhecido melhor a história de nossas histórias de vida aonde realizamos as perguntas proibidas e o deserto com rosas floriu. Porem antes de ser rosa sua história começa como semente em sua infância

UMA VISITA AO MUSEU
Na minha infância, todo Domingo era uma festa. Logo cedo íamos para a casa do Vô Alberto. Apaixonado por artes, tinha nas paredes de sua sala, obras de vários pintores de épocas diferentes, entre antigos e modernos. Após andarmos nos jardins que cercavam a casa, ele sempre me levava para passear em galerias ou museus de artes.
Num desses domingos, fomos ver uma exposição de Michelângelo e ele, muito sábio, passou a me explicar cada quadro da exposição, embora que pouco entendesse devido minha idade.
Até aquela altura não sabia por que vovô tinha sugerido o meu nome a papai e mamãe. Ao passarmos diante do quadro “O Sacrifício de Isaac”, Vô Alberto me disse:
- Filho, você ainda é muito novo, mas, um dia compreenderá o porque de eu ter sugerido seu nome: Isaac.
- Por quê, vô?
- Neste quadro se reproduz uma cena onde amor e fé se confunde, o que passamos a vida toda a fazer.
- Não entendi. Pode explicar melhor?
- Está bem. Então vamos sentar um pouco.
- Vou contar uma história:
“Os primeiros servos de Deus foram os grandes patriarcas do Antigo Testamento, dentre eles, Abraão”.
Abraão casara com Sarah, que depois de casada se descobriu estéril.
Para dar continuidade à sua descendência, Sarah fez com que Abraão gerasse um filho em sua escrava Agar.
O filho de Abraão se chamou Ismael.
Tempos depois, já na velhice, Sarah fica fértil e dela nasceu Isaac”.
- Um momento vô! Eu tenho o mesmo nome dele e o quadro também?
- Sim filho. É já lhe explico. “As Escrituras não dizem o porque do nome. Mas o certo é que com o nascimento de Isaac, Ismael e sua mãe foram morar distante dali e, portanto, Abraão ficara somente com Isaac, seu filho com Sarah”.
Deus, conhecedor da fé de Abraão, mas, querendo testá-la, pediu que ele apresentasse o próprio filho como oferenda.
Abraão amava muito o filho. Fruto do seu amor com Sarah, presente do próprio Deus que o queria de volta, mesmo assim, não exitou. Pôs-se a caminho para realizar o sacrifício. O próprio Isaac levou a lenha.
Chegando ao local predeterminado, Abraão preparou o altar. Amarrou Isaac e colocou-o em cima da lenha. Quando estendia a mão para pegar a arma e sacrificar o filho, do céu ouviu um chamado:
‘- Abraão, Abraão!’
Ele respondeu: ‘Aqui estou’.
A voz disse: ‘Não estendas a mão contra o jovem. Não lhe faças nada, pois agora sei que temes a Deus, tu que não poupaste teu único filho por mim!’
E esta, filho, sucintamente, é a história do Sacrifício de Isaac que hoje, em cenários diferentes, se repete e nem sempre temos a fé de Abraão para salvá-lo”
Era muito interessante a história, mas o que eu queria mesmo era ir para casa brincar de pintar e desenhar..

TRANSFORMANDO ESTRELAS EM PARQUE DE DIVERSÃO

Fomos para casa e lá chegando, vovô decide tentar pintar o quadro “O Sacrifício de Isaac”. Eu, não pensava noutra coisa, a não ser no parque de diversões para onde papai prometera me levar a noite.
A noite com sua magia me encantava e imaginava contemplar o céu estrelado do jardim da casa de vovô. Como são belas as estrelas! Peguei papel e lápis e comecei a pintar o céu estrelado. Aos poucos, ia pintando as estrelas e percebi que a junção delas daria para formar um carrossel, roda gigante, vários brinquedos.
E na minha inocência de criança, ficava a me perguntar: será que é lá que os anjos brincam?
Continuei o desenho até que o papai chegou e me chamou para ir ao parque. E lá chegando, pude, ao passear na roda gigante, contemplar o céu e fiquei a imaginar os anjos brincando naquele outro parque de diversões.

A VIDA DE UMA ESTRELA DE DAVI-
Homenagem ao Võ Michel

As estrelas são fixas ou são moveis no universo?
Bem que poderiamos
Caminhar entre os planetas
Olhá-las dentro de nós
Pelas lunetas
Iluminando-as,
Não com intuito de que possamos vê-las,
Afinal a claridade ofusca,
Se quisermos olhá-las de frente.
É preferível imaginá-las como o Sol poente,
Aproveitar a luz
Para enxergar dentro de nós.
Poderíamos perceber
Que a estrela que ilumina
Somos nós.
A luz vem de dentro,
Não de fora e propõe caminhos
Ao invés de apenas iluminá-las.
Elas são fixas como no universo
Porque dentro de nós
Elas permanecem em seu lugar.
O nosso corpo é percorrido
Pelo espaço e pelo tempo.
Como o universo,
A vida é infinita em cada momento
Como planetas que giram em órbitas,
Estão algumas leis universais,
Diria atemporais
Mas não podemos esquecer
Que as estrelas que observam,
Levam, de longe a plenitude, a atitude
Criam espaços relativos, sociedades alternativas
Que são vividas em anos-luz,
Por essas estrelas
Que chamo saber e que precisam de você!

A MORTE PROPORCIONANDO O ENCONTRO DE ESTRELAS
Meu avô e as estrelas tinham algo em comum, ambos gostavam de passear pelo universo. Se as estrelas percorriam fisicamente o caminho, ele usava a sua inteligência para fazer o mesmo.
Foi dele que aprendi que a Ciência e a arte são formas de viajar por lugares desconhecidos, descobrindo e conquistando o saber. Mesmo parado em minha casa, ao ler um livro, estaria transpondo as barreiras do tempo, pois o que li não vivi, mas é como se o tivesse...
Também com ele, aprendi outras formas de viajar com a arte e os sonhos. É incrível que o mundo moderno o intitule como físico, judeu , e escritor que suas descobertas em suas jornadas humanas não sejam consideradas como avanços da Ciência.
Eu gostaria de lembrar, como seu neto, que seus avanços eram provenientes da plenitude de sua vida, da felicidade de seus momentos com a sua arte e seus sonhos e lógico de sua Ciência.
Recordo-me de sua fé como judeu, à espera do Salvador, renovando as suas crenças através de seus ritos e, em cada palavra e gesto, a contemplação ao Deus absoluto. Era uma forma de unir o passado, o presente e o futuro em um único momento: o momento da fé!
Não entendi até hoje, a sua divergência com os Cristãos e nem a dos Cristãos com ele, pois em nome da fé, proclamavam os que seriam salvos através dos apóstolos que seguiam e não de seus atos.
A Bíblia mostra, tanto no Novo como no Antigo Testamento, um Deus Bondade – Perdão, diferente daqueles de alguns “apóstolos”, que promovem o e o pregam como um repressor. Entendi que Deus, em qualquer circunstância, é o mesmo, daí se fazer desnecessárias tantas divergências e discórdias em torno d’ Ele.
Pode parecer estranho que para poder falar de um dos momentos mais marcantes da minha infância, tenha que falar sobre tantas coisas, tais como Ciência, Religião, Sonhos, Estrelas... Mas são esses significados que guardo comigo ao lembrar de meu avô e, principalmente, de sua morte!
Era um sábado a tarde, quando minha mãe entrou no quarto e disse:
- Isaac, seu avô foi visitar as estrelas mais próximas do Céu. Ele pegou uma carona e foi. Talvez não volte mais. Ele disse, antes de partir, que quando você olhasse para o céu, soubesse que ele era uma das estrelas a brilhar lá no alto!
- Por que ele não me levou? Eu também quero conhecer as estrelas, disse quase chorando...
- É que em cada estrela só cabe uma pessoa e não adianta você querer ir com ele. Tudo tem seu tempo, o dele foi agora. Você primeiro precisa aprender a dirigir sua estrela, foi esse o seu último desejo.
Ouvi várias vezes de algumas pessoas que ele havia morrido, mas para mim ele não desapareceu. Ele está vivo, apenas viajou... A vida se transforma, em diversas formas, como o amor por ele e o desejo de estar perto se concretizam nas estrelas. A morte é uma mutação, mas a energia não se apaga, porque a razão da morte não ilumina a si mesma, ela não se explica...
As lembranças que tenho dele e suas idéias são eternas. Hoje mesmo soube que descobriram uma nova tecnologia, graças aos seus estudos em física pura. Com certeza ele está alegre, lá em cima passeando em sua estrela, sempre atrás de novas descobertas, viajando entre os hiper-espaços.
Um dos objetos em que eu, como elemento neutro do mundo, gostaria de me transformar, para ser parte da diversidade do caos que rege o universo e com ela interagir, era num tecido que fosse composto pelo DNA da própria natureza, anterior à vida, que me permitisse entender a sua evolução e viajar em suas dimensões. Talvez até chegarmos a essa descoberta, quando eu for visitá-lo ele tenha feito das estrelas um parque de diversão igual aos dos meus desenhos e resolvido um de seus enigmas sobre árvores genealógicas, principalmente a de Adão e Eva, sobre o que encontrei várias anotações e ainda hoje isto me intriga:
Como é que tendo Adão e Eva tendo gerado três filhos, um deles morre e pouco depois, encontramos descendência para os dois filhos sobreviventes se até aquela altura só existiam quatro seres humanos vivos na terra: Adão, Eva, Caim e Set? E a Bíblia fala textualmente: “Caim conheceu sua mulher, que concebeu e deu à luz Henoc” (Gênesis 4, 17). Pode ser que em contato com os próprios, ele tenha decifrado quem foi a segunda mulher da criação.
Porém entre todas as suas interrogações, o mais interessante que ele descobriu e que considerava sua maior descoberta, como ele sempre me dizia, foi ter conhecido a si próprio, lembrando os dizeres do oráculo de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo”, o que proporcionou todas as outras.
Bem poderia lembrar diversas palavras, que ele falou mas cada palavra tem uma profundidade e extensão em seu significado que não caberia aqui. Cada uma de suas palavras é como o espaço e o tempo, como o passado e o futuro, nenhuma deles podemos tê-la em toda a sua essência.
Como as estrelas, a luz demora a se apagar e quando se apaga, gera uma explosão, dando origem à poeira estrelar, novas palavras, novos significados que atribuímos a ela. E durante a nossa vida, uma mesma palavra, vai mudando o seu significado.

A INFÂNCIA DE ISAAC, A ORIGEM DE SEU MUNDO
Entre as diversas teorias sobre a origem do mundo, prefiro a minha, fazendo de Adão e Eva os cozinheiros da sopa da vida, porque a Ciência procura definir os componentes e a receita da sopa? Estou em busca do pomar (Éden ou Marte), de onde foram tirados os ingredientes, seus cozinheiros e quem foi o mestre de cozinha. E porque, afinal, esta sopa produziu baratas e algas marinhas entre asteróides, universos e o inferno de Dante com sua Divina Comédia.
Começo a falar de minha infância, o mundo perfeito, a inocência, a harmonia dos valores, o momento em que sonhar é estar acordado, algo mais importante, coerente e de maior impacto para a nossa jornada...
Infância, pulsão de descobrir, criar, ser, realizar; verdades que não definimos, sentimentos que não calamos, sinceridade que somos, caminhos por onde andamos, momentos perfeitos que se realizaram. Formigas que são verdadeiras riquezas e astros, pequenas coisas, grandes significados.
Nós estamos prestes a entrar no mundo de nossa infância, quando contarmos até três, estaremos dormindo, aquela brisa de chuva, tocando nosso corpo, a nossa velha casa, os velhos sonhos, seremos nós! Um, dois, três...

OBS: MINHA INFÂNCIA TEM SUAS PECULIARIDADES E FATOS INTERESSANTES, PORÉM ELA NÃO É MAIS IMPORTANTE E NEM MENOS REAL QUE A SUA, PROCURE RECORDÁ-LA, TRAÇANDO A ORIGEM DE SEU MUNDO.


Ao acordar, meus pais estavam trabalhando. Papai Gerardo pintando e mamãe Rita corrigindo as redações de seus alunos pacientes.
Meu pai, mantinha a tradição e gostava de reproduzir com suas mãos, como meu avô quadros famosos com um diferencial dando um retoque especial. Ele escolhia aqueles que garantissem a ele, a serenidade da vida, em harmonia com o mundo que ele havia construído.
Delacroix, lembrava a sua militância de esquerda quando jovem, apesar de este quadro se referir a Revolução Francesa, expoente do Capitalismo. Ele dizia que como outros eram sinônimos de grandes momentos históricos, grandes oportunidades de libertar o povo, momentos estes, criados com muito suor e desperdiçados com muitas palavras. Palavras gritadas de poucas bocas, por esta razão nunca representada estava a verdadeira Liberdade.
No quadro de Delacroix, ele gostava de pintar a mulher de boca aberta, protestando, como estava fazendo o jovem, a rosa, ao seu lado. No original, ela está de boca fechada e a burguesia dominante, foi quem falou.
Um outro quadro, como já disse que sempre estava presente em minha vida e me chamava bastante atenção, era um desenho de Michelângelo pintado por meu avô: “O Sacrifício de Isaac”, que mostra Abraão prestes a sacrificar seu filho... Me lembrava das visitas aos museus que fazia, quando criança, com o vô Alberto. Continuava a indagar-me: porque um homem haveria de matar seu filho?
Tento responder a esta pergunta, ao longo de minha vida, percebendo nos quadros que meu pai escolhia para pintar a presença de um jovem, como ele dizia, de uma “rosa”, quer seja o Isaac de Abraão ou a criança que segue protestando no quadro de Delacroix. Sentia que esses jovens tinham a mim como referência para meu pai e que seus protestos, estavam carregados de sua Fé no homem, como na Revolução Francesa, ou a Fé em Deus, no sacrifício de Isaac. A minha missão era uni-los num só quadro, no quadro da vida!
Porém o mundo atual me dá poucas referências, símbolos, espelhos, heróis, exemplos que pudessem facilitar a minha busca para o significado de minhas palavras e de minha vida. O mundo que me cercava me ensinava o que era TV a Cabo, Internet e a importância da informação, porém não me dava a oportunidade de compreender as reais possibilidades dessas informações, mudarem nossas vidas, pois não era exigido a capacidade crítica e criativa necessárias para analisá-las.
São informações literalmente virtuais, que escondem as suas conseqüências, as ideologias que carregam, como se fossem vazias e necessárias apenas para estarmos conectados a algo que nos consome, exigindo um determinado comportamento.
Por outro lado, quando as informações que chegam são boas, elas não acompanham a semente de transformação que a partir delas mudariam nossa realidade, tendo como horizonte o que outras pessoas de outros lugares do mundo conseguiram realizar. São mensagens de caminhos por onde podemos concretizar nossos sonhos. O virtual precisa se tornar real.
Países como Noruega, Dinamarca e Finlândia conseguem altos índices de qualidade de vida. O Microcrédito, reduz a pobreza em Bangladesh e lá existe a figura do banqueiro dos pobres. Vivo a me questionar sobre o que fazer para que essas informações se tornem realidade no lugar onde moro e se quisesse a partir destes modelos, implantar mudanças em meu país, a escola dos céticos logo diria: isto é utópico, temos outra realidade. Essa informação está incompleta ou encerrariam dizendo: será que você não percebe que somos “especialistas”?
Não é preciso ser Deus para transformar tal realidade. Einstein, Chaplin, Marx, Gandhi, Goethe, Sócrates foram seres humanos como nós, que se dedicaram com fé ao seu trabalho e modificaram o mundo.
Podemos produzir comida necessária para acabar com a fome. Temos total tecnologia de educação capazes de libertar o homem em toda sua plenitude. Todavia o Homem também tornou o mundo descartável com a Fé na sua ciência, criou a Bomba H.
Fui percebendo que a única coisa “impossível”, era mudar a posição da escola de céticos, dos “especialistas”. As suas posições ditas “racionais” são primordialmente políticas, eles não querem que seja possível!
Quando se trata de interesses econômicos, dados, números, explicações ficam sem sentido! Só quem é burro, acreditaria que o desemprego é estrutural e nada podemos fazer, que é necessário um ajuste fiscal, para equilibrar a balança comercial e por esta razão os governantes cortarem gastos na Saúde e na Educação.
Afinal qual o critério da existência da economia? Será preservar a vida humana ou aniquilá-la através de seus números? Vidas ou números? A lógica de um Sistema que pune a vida em benefício da loucura de uma minoria, que criaram as suas próprias palavras, para se manterem comunicando e ensinando ao mundo sua lógica, sua ideologia.
Mas que pelo menos deveriam ter a coerência do seu discurso, e apresentá-los completos com as suas conseqüências, não ter vergonha de dizer, o mundo que criaram e que sustentam com suas teorias e são sustentados com o nosso trabalho. Dizer que para reduzir o déficit público se faz necessário matar tantas vidas, castrar outras mais! E que lógico as sua não estão incluídas, por isso tanto faz somar, dividir, se a conta não sou eu quem pago!
Fui entendendo desde criança o que era fé para homens que comandam a modernidade. Até a minha pergunta inicial de como um pai, sacrificaria seu filho (?) foi ficando clara a sua resposta moderna! Sim! A técnica sem ética, sem filosofia é capaz de produzir bombas atômicas e matar seu próprio filho, economias globalizadas e matar seus irmãos de sangue e nação!
A cegueira da fé mirada para o seu umbigo, não consegue definir em nome de que mundo, de que valores estão construindo sua técnica, não olha para o outro, para o mundo, apenas para dentro, para sua ignorância. Da qual se vangloria e ataca, necessitando dos materiais que esta técnica lhe proporciona para preencher o seu vazio, de prêmios, de “novas” novidades, de moda e quanto mais preencher, mais vazio fica, pois a sua fé não produz resultados que satisfaçam o seu coração!
Por ser tão raro atos de fé na vida humana ou em Deus, tive que buscar novos caminhos durante a minha infância. Estava cansado de procurar a fé em olhos que estavam encobertos pelo “Deus-Homem”. Onde pouco se admite e se fala abertamente das condições de sacrifício que este mundo impõe a nós Isaac’s, através de projetos legais e até mesmo reverenciados com fé sem amor sem razão, por exemplo: investimentos em mais tecnologia, cercadas pela fome e miséria, ceifando mais vidas, globalizando os lucros. Isto castra a juventude deste mundo, fazendo murcharem suas rosas!
Porém com os passos do tempo e o que dele fazemos, com o estudo, fui descobrindo novos caminhos, novas associações de palavras e percebendo atos de fé, protesto das rosas em jovens de espírito. Exemplos como Gandhi, ao enfrentar a Inglaterra; o jovem chinês que enfrentou um tanque de guerra, na Praça Celestial; Chaplin ao ironizar Hitler em “O Dono do Mundo”; Jesus ao permitir que no ato de seu sacrifício, os homens percebessem que a falta da mesma fé e amor que salvou Isaac, permitisse a prática da injustiça de levar à cruz, alguém que só usou de suas palavras e atos para provar o poder da fé e do amor!
Talvez por esta razão reencontrar a fé seja tão difícil! Matamos a fé, o amor e hoje continuamos da mesma forma a aniquilar crianças, a sacrificar Jesus, mesmo reconhecendo nas palavras dele a dor de um oprimido, pelo qual nos viciamos a “rezar”, negando o próprio Cristo que condenou a fé sem ação! - “Não basta me dizer: ‘Senhor, Senhor!’ para entrar no Reino dos Céus; é preciso fazer a vontade do meu Pai que está nos céus” (Mateus 7, 21)
Em nome do “Deus Neo-Liberal” fala-se de mercado e câmbio como primeiro e segundo mandamentos e não se fala de Vida e eu por estar escrevendo essas Palavras é que sou louco, que não caí na “real”. Porém o Presidente dito Fernando II, que vai até a TV anunciar as regras do jogo que ele segue fielmente, a “Teoria da Dependência”, num discurso criado, visando justificar a submissão “às forças ocultas”, em sua sócia-demagogia, é enquadrado na Normalidade. Até que ponto a Sociologia comeu o espírito dele, tornando-nos espectadores de um circo, onde seremos usados como comida para alimentarmos o leão? Até que ponto a palavra Fé, tem sido travestida de novos significados, como em empresas que usam programas de qualidade total, gerando uma linguagem “religiosa” para garantir a devoção e a lealdade do funcionário. Com suas cerimônias, hinos, bandeiras, para enaltecer a empresa e seus fundadores e óbvio, o dízimo, ou seja, o lucro.
Veja que algumas igrejas, em processo de expansão, são empresas, da mesma forma que algumas empresas são igrejas. É com este sentido que fazem canalizar a nossa fé e, portanto, todos os sentimentos espontâneos, naturais, humanos da Fé estão sendo banalizados, para garantir a sobrevivência material, e quanto mais fazemos isto, mais uns tijolos colocam neste mundo que tem a vida como refém, onde “Amar é Proibido”, quando ainda não somos nós!
O que podemos esperar dos filhos destes homens sem fé, de nossas Rosas, de nossos Isaac’s, o que brotará de nossa infância? Da nossa infância, que não se mostra receptiva à fé em Deus e na vida?

A REDAÇÃO
Um fato que me mostrou um bom exemplo disto, foi quando minha mãe e professora Rita, pediu-nos que fizéssemos um texto falando sobre o que pensavam a respeito de sua origem e do mundo em que vivemos. Eis a redação de um de seus alunos chamado Michel , que viria a ser meu amigo durante a juventude, que me surpreendeu:

... E Deus criou o mundo! No primeiro dia fez a coca cola; no segundo dia fez o computador; no terceiro dia fez o “Big Mac”, sem picles e ficou engarrafado no Trânsito até o quarto dia, quando criou, não sei bem ‘o que’, roubaram ou seqüestraram. No quinto dia permitiu que os homens criassem as religiões e suas guerras; no sexto dia fez o Estado e no sétimo dia ao invés de descansar, não tinha tempo, aproveitou para mundializar o capital, através da globalização! E o seu inconsciente, criou o oitavo dia, fazendo Freud para justificar as malvadezas da humanidade!
Não sei se concordo com tudo que ele disse, porém teria feito o mesmo que minha professora: ela deu dez para ele. A professora não explicou sobre que “Deus” era para falar, ele falou sobre o “Deus-Homem” e suas criações, a origem do mundo moderno: o nosso berço!
A origem do mundo é uma grande interrogação. Com ela convivemos desde a nossa infância e aprendemos a preencher esta lacuna em nossa razão, criando o nosso próprio mundo, com explicações vindas da religião, ciência, política, arte, mitos e a pitada de sal que colocamos com nossas idéias sobre tudo isso.
Sempre soubemos que o mundo é uma interrogação e disso sempre soubemos, mas nunca estivemos tão assustados. Tão jovens caminhamos para algo que não concordamos. Somos uma geração que não teve como construir, nem vivenciar nossas Utopias, nossas estrelas ainda não puderam brilhar em toda a sua intensidade. Ainda precisamos construir nossas certezas e perfeições, para preencher esta interrogação. Dar sentido à nossa juventude, para que as Rosas floresçam, para que Isaac viva e o seu viver não seja castrador de outros viveres, sendo esta a lógica do mundo atual.
Precisamos unir valores humanos e divinos, como a política e a fé, como os quadros repintados por papai. Delacroix e Michelângelo num só quadro, construído pela juventude, vivendo a sua poesia e, se possível, transformando estrelas em parques de diversão.
Na escola, tive a oportunidade de conhecer outros colegas, o limite, o outro, aquele que como eu tem o seu caminho, seu projeto de vida. Que deve ser respeitado, pela liberdade de sua escolha, o outro que não posso fazer instrumento de meu mundo, afinal Deus só deu uma vida para cada um.

BRINCANDO DE ESCONDE-ESCONDE: ENCONTRANDO AMIGOS
Durante a infância, formei meu grupo de amigos, bem diferentes cada um em suas posturas diante do mundo. Era essa diversidade de propósitos, que me atraía. Queria compreendê-los em seus mundos, em suas certezas, para que pudesse construir o meu... Era a estrela, a rosa que falava mais alto dentro de mim, que guiava minhas jornadas desde a infância...
A nossa brincadeira preferida era o esconde-esconde. Toda vez que brincávamos, era uma verdadeira descoberta. Em cada lugar que achávamos para nos escondermos tinha um pouco, de quem nós éramos, como na sociedade de hoje cada um com seu lugar, no seu quadrado e seu papel, escondendo dos outros as conseqüências e significados de suas atitudes.
Às vezes, as brincadeiras dão um salto no futuro, para falar dos lugares que haveríamos de nos esconder neste mundo moderno, este que se assemelha muito à casa sombria de minha tia, onde brincávamos de esconde-esconde e em cada amigo que encontrava seu esconderijo, revelava-se um personagem de minha historia. A angústia de ser descoberto a qualquer momento é talvez o principal medo que carregamos; que nossas brincadeiras se tornem realidade!
Eu sempre fui escolhido para procurá-los. Continuaria fazendo isto durante a juventude e enquanto adulto...
10, 9, 8, 7, 6 ,5, 4, 3, 2, 1. Lá vou eu! Espero que todos estejam bem escondidos: e não esqueçam! Um gordo não se esconde em lugar apertado, nem medrosos no escuro... Nós poderemos ser salvos. Se eu achar um de vocês e correr para o bastão da vida, é só gritar PERFEIÇÃO. Se um de vocês não me acharem também poderão sair de seus esconderijos, irem até o Bastão da vida e também gritar PERFEIÇÃO. Não existem ganhadores ou perdedores, o tesão dessa brincadeira é que ou salvamos a todos, ou viveremos na escuridão, a ausência da luz, a ausência de Deus...
Michel gostava de se esconder na Biblioteca, atrás dos livros! Seu pai era médico ele amava filosofia. Apesar de ser magrinho, branquinho, já usava óculos, se esforçava para subir as prateleiras e ficar lá em cima, longe da ignorância, até que no futuro Foucault desceu e brincou de lutar nas ruas por suas idéias. Os livros à sua frente garantiriam mais segurança de que não seria encontrado e pelos livros encontraria o verdadeiro papel do saber em nossa sociedade e nossas instituições. Mesmo que fosse encontrado seria um dos últimos, pois a Biblioteca, por seu ar sombrio intimidava as pessoas de irem lá! Ele tinha alergia a poeira e talvez a única forma de encontrá-lo no meio de tantos livros, fosse despertar sua alergia! Sempre que ia à sua procura, levava um espanador e fazia com que a natureza o entregasse. Com isto, seus espirros, se davam cada vez mais altos, me apontando o lugar onde estava e os livros nos ajudariam a subir no bastão da vida e gritar: Perfeição!
Nicolau, um fã da CIA, gostava de se esconder entre pessoas e de procurar imitá-las para que não fosse encontrado, podendo confundi-lo. Se suas palavras serviam de esconderijo, seus atos permitiam que pudéssemos vê-lo, pois nunca seguia os rumos de suas palavras era só procurá-lo no sentido inverso, como era amigo íntimo de David, filho de um grande industrial, estava sempre próximo a ele, perto do luxo do quarto de minha tia, mas procurava imitar o jardineiro, como se estivesse ali, trabalhando, fazia voz de cansaço, que enganaria até os mais céticos! Já David, não se escondia, gostava de ficar deitado na cama de minha tia, comendo pipoca, assistindo TV, até que eu o encontrasse e pedisse para que ele dividisse sua pipoca com os outros, pelo contrário, ele se escondia para comê-las sozinho. Michel, Nicolau e David, só faltavam três!
Como podemos observar, Michel seguirá futuramente sua carreira em Educação, Nicolau será político, David trabalhará no mercado financeiro. Todos envolvidos em uma sociedade de heroísmo e traição. Uns idealistas tentarão salvar a Grécia, a modernidade, outros se adaptarão às circunstâncias, será que o juízo final vencerá mais uma sociedade?
Existiam também aqueles que por concordarem com o mundo que ai está, reafirmavam suas condições objetivas através de seus atos! Renata gostava de buscar como esconderijo lugares perigosos, ela sempre dizia que não fazia isto para dificultar encontrá-la, apenas pelo prazer do perigo! Se havia na casa, algum local perigoso ela já conhecia todos... , Bin sempre muito calmo e sublime, buscava a paz em seus esconderijos. Lá estava ele, em cima da árvore contemplando... Lá estava ele numa caverna para fugir deste mundo ou próximo ao silêncio da varanda...Esse até agora nunca encontraram. Era necessário além de falar que foi encontrado, tocá-lo, às vezes acordá-lo de seu mundo distante! Amy tinha por seu esconderijo ela mesma, gostava de se maquiar, pintar-se, usar perucas, trocar as roupas com as de minha tia, se fazer de estátua, como um quadro a se confundir com a paisagem. Era a mais difícil de achar, pois ela não estava buscando se esconder, em sua naturalidade transformava-se em sonhos e desejos. Sempre quebrando as impossibilidades. É com ela, que os outros descobriam novos lugares, novas formas e até mesmo determinada coisa ou assunto, vistos sob vários ângulos.
Como disse no início o objetivo da brincadeira, como também de nossa infância, era construir momentos que tocassem o bastão da vida e pudéssemos gritar: Perfeição! Muitos estão agora se interrogando: o que são esses momentos de perfeição? Essa palavra tem muitos sentidos talvez um deles seja sonhos que se realizam.

O CIRCO
No circo da vida num encontro entre um espetáculo e outro as gerações conversam rapidamente, as minhas brincadeiras com as de meu filho se misturam em nossas infâncias. É como se ao ser pai Deus nos dá a oportunidade de voltar a ser crianças e as mães de reencontrarem aquela boneca que tanto amavam e cuidavam, com a magia e o brilho do sorriso de uma criança.
O esconde –esconde e sua busca por perfeição ao descobrir alguns sentidos da vida reverbera em meu futuro presente como pai e no presente futuro de meu filho em sua jornada aqui nesta Terra.
Uma música sempre me marcou profundamente o refrão diz” há o mundo sempre foi , um circo sem igual, aonde todos representam bem ou mal, aonde a farsa de um palhaço é natural . Há no mundo da ilusão entreguei meu coração” Era um retrato da geração de meus pais e da minha , não gostaria que continuasse sendo a de meu filho. Um novo significado para o circo deve brilhar em sua memória.
Lembro-me que a noite, quando o João Victor ia dormir , quando tinha cinco anos, sonhava com palhaços, mágicos, acrobatas, bailarinos... certas noites acordava e continuava sonhando, acordado...
Ele Levantava bem para me contar , o quanto eu tinha colorido seus sonhos com minhas histórias , brincadeiras e ideias. Falava dos palhaços e da alegria que proporcionavam ao seu coração! Imitava os acrobatas em suas estripulias, fingia ser mágico escondendo as roupas de sua mãe...
O sonho era tão intenso e real, que naquele dia, antes de ele dormir, fui até a sua cama e pedi que ele fosse de carro comigo bem ali, logo estariamos de volta.
- Mais pai estou morrendo de sono, respondeu
- Não tem problema, você dorme lá...
Entrou no banco de trás do carro e lá se pôs a dormir. Eu continuei a percorrer meu caminho. Por algum motivo sentia que aquele momento merecia uma história , um livro , era a autobiografia de diálogos entre gerações.
Meu avô e pai também não conseguiriam encontrar algum pintor famoso que o já tivesse pintado, o que logo iria acontecer. Desta vez, não se tratava de nenhum momento histórico ou bíblico, mas, sobretudo, dos objetivos eternos pelos quais estes momentos significam a vida.
Tratava da busca da felicidade, da vida, da perfeição e se nós não poderíamos mudar o mundo, como tantas vezes idealizamos enquanto jovens, poderíamos mudar o mundo de meu filho, construindo um momento repleto de felicidade. Em cada passo que dava até o circo, sentia que também estava conquistando a felicidade de meus pais, ao construir a felicidade de meu filho. Colocava neste mundo alguém que veria a vida com outros olhos. Se meu filho se acostumasse a viver seus sonhos, tornando-os realidade, amanhã teria forças para construir sonhos maiores.
- Acorde filho chegamos!
Ele só conseguia ver os palhaços, os mágicos, os trapezistas todos estavam lá. Era fantástica, a luz, a gargalhada da criançada, seu coração batendo, até hoje ele não sabe ao certo se foi sonho ou realidade. Pois quando acabou o espetáculo, dormiu! Mas isso não importa, é até bom confundirmos sonhos com realidade. Porque só assim, quando quisermos, saberemos transformar sonhos em realidade. E nunca deixaremos de acreditar neles, o mundo será o palco da vida espetáculo que construiremos. Graças a este dialogo entre gerações pela arte aprendemos estas lições!

LIÇÕES DE ISAACS
Outras lições iriam apreender na escola! Lições de Isaacs .
Ao acordar pela manhã mais uma vez para ir a aula, sentia um grande desconforto, ou melhor, insegurança. Sabia que naquele dia aprenderia mais alguma coisa e esse aprender mudaria mais uma vez a minha vida...
Lembrava que a primeira vez que tive a consciência de que aquele lugar onde brincava, longe de minha casa, era uma escola, foi quando comecei a aprender a ler e escrever. Como para qualquer pessoa, aquilo era muito importante, pois até então apenas escutava a fala das outras pessoas e nada do que eles faziam ou pensavam quando estavam lendo ou escrevendo. Queria além de ler e escrever, saber os significados das palavras que as pessoas escolhiam para falar, pois assim conheceria muito mais sobre elas. Neste ponto, minha professora Rita tinha um truque especial...
- Bom Dia, crianças! Exclamou Rita!
- Bom Dia! Todos responderam
- Hoje vamos ter uma aula diferente. Precisamos ampliar nosso vocabulário. Tudo Bem?...
- Tudo Bem, respondemos...
- Mas afinal o que é “tudo bem”, para vocês? Indagou Rita...
- O silêncio ficou no ar. Pela primeira vez na vida daqueles alunos eles pensavam um pouco sobre o que falavam sem pensar.
Começavam a despertar para o mundo e a perceber que às vezes ou quase sempre fazemos coisas apenas como mero ato de repetição...
A professora continuou...
- Pois Bem, eu vou escrever uma palavra e gostaria que todos vocês escrevessem uma redação tendo por tema o significado desta palavra. Certo? Depois eu vou pedir que alguns de vocês venham até aqui para ler suas redações. De preferência aqueles que tem atribuído significados diferentes a esta mesma palavra. Não quero que vocês imaginem nada, apenas escrevam o quanto puderem sobre o significado desta palavra para vocês! A palavra é justiça! Vocês têm 25 minutos!
O tempo é relativo, todos nós sabemos! Isto significa que naquele momento, o que demoraria 25 minutos, poderia tornar-se uma realidade absoluta durante toda a vida de Isaac. Assim começava aquele ritual de compreender os significados das palavras, a partir dos valores de quem as expressa, do seu projeto de vida e de como vê o mundo. Enfim de sua ideologia marcada por demasia pelo lugar ou esconderijo que ocupa e por seus atos. Assim poderia ver naquele momento e, em especial, o significado para aquelas crianças do que era justiça.
Poderia ser verdade, beleza, liberdade, ética, se saísse da mesma boca, como, por exemplo, da de Isaac, teriam quase sempre o mesmo significado, pois o seu projeto de mundo, os seus valores que davam sustentáculo às suas palavras era concreto, integrado, múltiplo e consistente em seus atos!
Ao final do tempo, iríamos esboçar uma pequena noção daquela palavra, fruto da nossa infância. Era este o inicio da busca que empreenderíamos durante toda a nossa vida.
Buscamos significados, para as palavras que consideramos mais importantes para as nossas vidas. Durante a juventude passaremos da noção para o conflito de significados, que enquanto crianças representavam sonhos e agora a realidade gera conflito de valores. Nós e o mundo objetivo, o que existe e o que podemos criar, o que aceitamos e não aceitamos, a fé para mudar...
Como adultos já não definiremos as palavras, mais as nossas vidas! Pois a palavra terá se transformado em conceito do sistema de vida que levamos e do qual temos uma lógica de idéias que carregamos conosco pelo labirinto da verdade. Mais já diziam alguns filósofos: “a verdade é a perfeição!” Alguns artistas, como Renato Russo, afirmavam: “Sonhos vem, sonhos vão o resto é imperfeito”.
Lá estavam eles na sala de aula com a professora Rita, quem seria o primeiro a ler a sua redação?
Michel se levantou e pediu licença para começar. Adiantou que havia pensado mais que escrito e não podia falar muito sobre justiça, poderia dar exemplo do que havia analisado como atos justos.
Lembrou-se do que havia feito Salomão, quando duas mulheres se diziam mãe de uma mesma criança. Salomão viu que não conseguiria descobrir a verdade, para assim fazer justiça, se não usasse da seguinte estratégia. Anunciou que cortaria a criança ao meio. Neste momento, a mãe verdadeira entregou a criança à outra mulher, afirmando que preferia que a criança ficasse com ela. Assim, o rei descobriu a verdade e fez justiça, deixando a criança com a verdadeira mãe, a que provou seu maternal amor. Mesmo que para isto entregasse seu filho, impedindo-o de morrer! Observamos com esse fato que a justiça é uma palavra vazia, que necessita de fatos, sentimentos, para que ela possa ganhar conteúdo e nada pode defini-la previamente.
Puxa que legal! Levantou-se Bin, mais o meu significado é diferente e minha história também. Todo domingo vou à Missa com os meus pais. Lá na Igreja se fala muito sobre a justiça de Deus! A qual acredito, por exemplo, todos nós já ouvimos falar sobre a arca de Noé, que garantiu a sobrevivência de nossa espécie, para que a justiça de Deus fosse feita, a Terra, foi inundada através do Dilúvio, que matou toda a vida humana, com exceção daqueles que estavam na Arca. Eles não seguiram os Mandamentos de Deus, e fizeram todos os males, os quais Deus puniu com a sua justiça, ou seja, a sua vontade!
Todos já estavam bastante interessados no assunto, pois além das histórias serem interessantes, os nossos maiores interesses era descobrir qual o significado que cada um dos colegas daria à palavra justiça!
A professora Rita levantou e pediu que Nicolau lesse a sua redação! Nicolau em tom solene com voz alta como sempre. Iniciou o seu discurso ou sua redação!
“Bem, lá no edifício em que moro, existe uma quadra de futebol, onde jogamos bola todo final de tarde. É sempre uma confusão para ver quem joga primeiro. Tomei a iniciativa de definir a regras. Agora jogam primeiro, os mais velhos, em caso de empate quem tiver chegado primeiro. Como podem perceber foi feito justiça. Eu, por ter ajudado a organizar, controlo para que tudo aconteça dentro das regras e ninguém seja injustiçado! Justiça é poder definir regras que facilitem o nosso convívio”.
Muito bem Nicolau! Parabenizou David que estava sentado ao seu lado e falou.
- Professora posso ler o meu? É bem pequeno mais fácil de entender.
- Pode ler, David.
“Bem! Recentemente economizei cinqüenta reais de minha mesada e comprei todo de material para fazer travinhas de futebol, mas não tendo tanta habilidade para fazer isto e nem tempo, contratei alguns meninos pobres que moram lá perto de casa, para que fizessem o serviço. Se fizessem dez travinhas, daria uma a eles e esses aceitaram! Foi a maneira que encontrei de ser justo com eles, recompensando o seu trabalho. Vendi as outras nove e ganhei cem reais, fui justo comigo também!”
Foi neste momento, que Isaac resolveu falar, também queria dar a sua contribuição, porém não tinha escrito nada, só observava, sentia, tentava entender o que acontecia naquela sala e assim começou a falar...
Bem, muito do que vocês falaram até agora é bastante polêmico, fiquei com algumas dúvidas sobre o que é justiça. Eu, por exemplo, já rasguei a minha redação duas vezes, pois quando começo a pensar e a escrever sobre justiça só consigo lembrar de meu pai me levando ao circo e minha mãe me beijando. Não sei explicar, apenas sinto que são momentos que vejo a justiça de perto. Quando minha mãe me beija e me acaricia, sinto que para mim e para ela, aquilo que estamos fazendo é bom. Nós dois concordamos que o beijo, o carinho nos agrada e nos faz felizes! Eu não conseguiria explicar, mas apenas dizer que a justiça é algo muito próximo do amor pelo outro, como amamos a nós mesmo só podemos dizer se algo é justo, quando podemos sentir na pele do outro, a nossa atitude... É assim que vejo justiça...
Todos ficaram quietos, o silencio invadiu a sala. Nem ao menos ficamos tristes ou alegres com suas palavras, foi como estivéssemos ouvindo algo que já sabíamos!
Depois Amy, com sua voz suave, falou que justiça era a beleza! Onde esta predominasse, se estaria fazendo justiça! Ela começou a citar o último livro que estava lendo: “Peter Pan”, que enfrentava todos perigos, o capitão gancho e vencia! Considerando que Peter Pan era belo e jovial, todos queriam a sua vitória. A vitória dele era justa como a de “Robin Hood”, que, apesar de ser assaltante, ajudava os pobres! Isto são belos, eles e seus feitos. Todos querem ser Robin Hood e Peter Pan. Não é verdade? E se eles fossem feios e não vencessem, vocês queriam ser eles? A justiça é o belo!
Renata ficou calada. Ela nunca havia pensado em justiça, sempre fez o que quis, o que lhe desse mais prazer ou que dissessem que daria. A idéia de justiça não estava muito presente em suas aventuras, afinal roubar a goiabeira da vizinha, era atraente, pelas goiabas e pelo perigo. Brincar do jogo do copo poderia não ser justo com os espíritos, mas ela queria conhecer esses limites. Descer com sua bicicleta em alta velocidade, pela ladeira, sem parar para atravessar a rua era emocionante, justo demais pela adrenalina que extravasava. Para ela só quem corre todos os riscos é justo. Isso ela contou a mim, depois disse que iria causar muita polêmica e seu ouvido preferia ter prazer escutando musica alta a conselhos da professora! Ligou o seu walk-man e fez que ouvia aquele debate!
Não achávamos precipitada essa infância muito intelectual, você não imagina o que as crianças hoje estão fazendo. Elas se forem bastante estimuladas, quebrarão os limites que antes chamávamos de épocas das brincadeiras, mas a maioria dos adultos brinca mais com a vida, a sua e a dos outros, do que quando criança! E o pior, acreditam que é coisa seria, que não esta brincando...
Esse velho diário já me dizia: “O juízo final pode ser apenas uma criança sozinha escolhendo os seus melhores brinquedos”. E quanto uma educação critica e criativa faria diferença sobre a formação de Isaacs e o poder da liberdade de construírem sus mundos.
Como esta frase “O juízo final pode ser apenas uma criança sozinha escolhendo os seus melhores brinquedos” existem outras todas soltas, escritas esporadicamente entre uma pagina e outra.
Fico surpreso porque ao escrever sobre a minha infância, elas acabam se encaixando perfeitamente sobre o que estou falando. Parece que o e-book, o baú e o mar que abrigaram durante muito tempo esse diário, deram-no vida. Ele fala por muitas gerações que virão e, um dia, voltarão ao mar! O método e o ritmo que seguimos é o da vida, ora poesia, manifestos, perguntas, reflexões e histórias a contar...

O BAÚ NO MAR DA INFÂNCIA


A infância é como um Baú guarda várias coisas e lembranças dentro dele ; para de vez em quando abrir.
Eu nasci em 23 de março, o meu filho no dia 15 de janeiro de 1997. Eu ele as 7horas, 7 minutos e 7 segundos.
Quase não saia da barriga de minha mãe , era muito confortável. Não sei se Freud explica, mas não lembro muito quando era pequeno, até os seis anos. Porque o que vem na memória é o Jardim de infância e a tia Vera. Recordo-me chegando na sala, o lugar de guardar a lancheira e os brinquedos. Recordo-me de ter que tomar vacina na farmácia perto de casa e sair correndo driblando a todos e um extremo pavor pela dor que sempre tive mesmo minha mãe sendo enfermeira.
Neste baú tem muitas roupas que vesti e achava bonito por mais simples que fossem é que nunca me importei com a moda, a roupa para mim sempre foi uma mensagem. E as minhas era o que hoje chamam cool , adequadas a ocasião. Lembro-me que tinha umas camisas que queria vestir todos os dias porque as meninas ficavam olhando para ela principalmente quando tinha uma mensagem do tipo me arrumei para você.
Muitas vezes tinha que me arrumar porque eu lia a primeira e a segunda leitura na missa de domingo na capela de minha vô. Até hoje não sei de quem foi à idéia ou se me ofereci, mas foi muito importante para mim. Tinha momentos únicos de conversa com meu pai do céu (Deus ) , desde criança repito sempre a mesma oração “renovo contigo o pai, a aliança de construir a tua terra, à Terra da Sabedoria” a maior parte ajoelhado seguido de pais-nossos, ave-marias, credos e uma conversa diária com ele.
O nome Terra da Sabedoria me veio num sonho, não consegui acordar dele, era como se fosse o final do mundo, ficava angustiado, pois o que via não era apenas destruição, mas o fim da vida da forma como conhecemos e nos habituamos.Porém no final tive uma paz absoluta como se dissesse tem que atravessar esta ponte mesmo não sabendo o que está do lado de lá, caminhe, e foi o que fiz. Quanto mais caminhava mais a felicidade e a paz preenchiam minha alma, meu coração quando acordei palpitava. Sabia que tinha sonhado, mas tinha sido real compartilhar aquele momento. Estes são os primeiros dias da Terra da Sabedoria. Quanto conheci minha primeira namorada de fato aos 16, já havia alguns anos que planejava minha vida e a Terra da Sabedoria. Ninguém acreditava, ninguém ouvia, mas muitas oportunidades foram acontecendo e eu nunca tive dúvidas que esta era minha missão de vida.
Uma das minhas principais orações se realizou também; pedia a meu pai que me desse um boa namorada, bonita, uma grande mãe, inteligente, feminina e amiga. Foi minha primeira namorada Virginia , que namoramos 7 anos e ficamos cassados 7 . A mãe de João Victor. Porém isso vem bem depois...
Antes dela me apaixonei perdidamente por uma paranaense Samantha Senter, seu pai era do exercito e tinha mudado para Fortaleza. Ele, o pai dela, era o terror do bairro, tinha fama de valente. Criei coragem para me aproximar dele e da Tia Rachel, para assim ter á permissão de brincar com ela na sua casa e na rua. Samantha era mais corajosa que todos os homens da rua, brigava, mandava em todo mundo, mas como seu pai tinha um coração mágico de bondade. Ficamos tão próximos que nos chamavam de irmãos , viajamos juntos, fazíamos as refeições juntos, e brincávamos de tudo até amanhecer . Eu a protegia, sua irmã Cíntia, e tia Rachel dos ladrões e cururus quando Lineu não estava em casa. Inclusive tinha que criar coragem par imitar os Menudos numa festa que fizeram para ela, para poder cantar “ Quero Ser “ Esta foi uma das primeiras festas que organizamos com direito a boate e tive que apreender a ser DJ, mas adorei. Aquelas luzes, fumaças misturadas com batidas de dance, muito rock e música lenta são inesquecíveis. É tanto que quando jovens eu e meu primo Emilio montamos uma empresa de som . A WAR SOM e fizemos muitos bailes e festas em colégios da cidade.
Sempre estava e encontrava os amigos do bairro na rua , entre nossas brincadeiras, nas festas e depois na missa. Imaginamos que poderíamos criar uma Associação de Jovens do Bairro Aeroporto ( AJA ) . Nasceu assim nossa primeira ONG , a AJA com projetos e estatutos discutidos depois da missa em reunião na Igreja. Durante a missa convidávamos os jovens a participar do grupo que além de organizar a missa, fazer as leituras, coletas era a juventude católica.Participávamos de eventos maiores dos casais com nossas Barracas e doações.
Depôs começamos organizar um conjunto de festas nas casas de nossos pais em rodízio, campeonatos esportivos e um campeonato de Surf na Lagoinha.Fizemos a viagem de ônibus até a casa de praia dos pais de Fauber, quando chegamos lá um dos garotos , o Lulinha , que hoje mora em Miami queria comer a comida sozinho. O Edmar Junior, outro amigo, que há 20 anos lutamos juntos na área social, fez questão que ele comesse tudo para nunca mais ser fominha.
Um dos mais valentes e agitados da nossa turma era o Marco Aurélio que depois de anos ganhou o campeonato mundial de vale-tudo. Só tinha estrela e artista. Com esta turma éramos muito convidados para festa de 15 anos mesmo que a aniversariante não soubesse, inclusive na festa de 15 anos da Virginia, minha primeira namorada. Um dia quando voltávamos da primeira comunhão andando na rua, uma senhora que dirigia um buffet disse que estávamos atrasados, e nós os garçons pela roupa que usávamos já eram para estar servindo a bastante tempo. Não tem problema uma bandeja para lá, outra para cá, levamos o bolo para casa.

A ESCOLA


Na escola como todos adorava a lanchonete, mas guardava o dinheiro da merenda para comprar o meu primeiro brinquedo com meu dinheiro, um Banco Imobiliário, que fui comprar na loja com meu pai. Muitos amigos do tempo desta escola, o Ginásio Santo Tomás de Aquino, ainda são meu amigos até hoje. Quer seja a turma do futebol, das travessuras ou dos melhores da sala. Era um dos 4 que competiam saudavelmente pelas melhores notas porque sempre sentamos um ao lado do outro, eu , Leo ( Fez Administração comigo ) , Paulo Geovani ( hoje Juiz ) e Iran ( Engenheiro) eu continuo Isaac . Porem no futebol gostava de jogar com os melhores, entre eles, o Luizinho, sempre foi craque, ainda hoje.
Na turma das brincadeiras, que de vez em quando me fazia sentar na geral para fazermos algo inovador, nunca testado na sala de aula, me geraram alguns problemas. Conheci todos os diretores e coordenadores e algumas vezes fui punido. Tinha medo, mas a alegria dessas brincadeiras valia a pena. Entre elas : Quando conversarmos soube a professora ela escutou e pediu que disséssemos o que estávamos falando. Eu sempre fui muito sincero, tenho uma terrível paixão pela verdade, disse que era ela gostosa. Ela mandou eu ficar o resto da aula em pé em frente ao quadro, depois me acostumei é já tinha uma cadeira para mim me esperando. Na escola até a quarta série acho que me apaixonei por todas as meninas bonitas da sala: Adriana, Álida, Verônica, Lana Mara, não porque eram apenas bonitas mas eram mágicas em seus sorrisos , sua vozes, gestos , mas enfim eu não tinha chance. Ainda continuo fã da beleza do amor que estas meninas marcaram minha infância de algo puro e profundo, diferente do BBB.

O BAIRRO


Lembro-me que morava numa casa pequena perto da Igreja de Nazaré, era alugada, enquanto constrói a nossa, naquele terreno de meu avô. Não sei se lembro da circuncisão, mas deve ter doído. Tenho um irmão, o Junior, dois anos mais velhos que eu. Ele sempre foi apaixonado por lutas e artes marciais, às vezes testava nas portas para ver se abria mesmo fechadas. A gente não viajava muito, mas de vez em quando íamos a praia, ao Remanso e a Canindé, onde aprendi sobre Francisco de Assis. Lembro de ter feito colônia de férias e alguns passeios porque tem algumas fotos no Baú.
Meu pai viajava muito pelo interior e minha mãe tinha plantões no Hospital. Desde pequeno tinha uma baba, a Abinha, e o meu pano de dormir que tem uma equivalência hoje a um amor que você tem por um cachorro é inseparável. A Abinha sempre nos protegeu. Minha mãe é disciplinadora e me tornei organizado, disciplinado e trabalhador graças ao exemplo dela. Da mesma forma que meu pai era o equilíbrio entre as duas quando resolviam brigar por qualquer motivo, aos poucos fui assumindo este papel conciliador.
Meu irmão Gerardo Junior sempre foi muito parecido com meu pai, mas agitado que eu enquanto criança e jovem quando encontrava os amigos, por outro lado mais tímido com os estranhos. Ele não gostava de futebol, eu amo, a nossa parceria era igual a dos filmes em alguma aventura eu fazia reta-guarda, ele atacava principalmente a comida, ainda hoje..
Nunca tivemos muitas oportunidades de brincar com os primos a não ser nas férias quando viajamos ou num aniversário. Não deu para criar vínculos mais fortes, mas família é família, os mais danados quando se encontravam como meu primo Ricardo e prima Vivi valia a pena as aventuras.
Não sei se vocês se lembram da sua primeira comunhão, eu olho para foto, na época tinha 10 anos. Parece que estes rituais não marcam tanto apesar da sua importância.
Em meu bairro adorava brincar com os meninos da rua de futebol, estourar rasga-lata na lixeira e caixa de correio dos outros, organizava as olimpíadas com várias competições e partidas de videogame até amanhecer pela segunda noite.
Nossa casa tem a frente na Avenida e as costas por aonde entra os carros na rua de trás , juntando com a de meu primo , Emilio, elas se ligam até o outra rua do lado, que sai na casa do Luís e do Paulo, a única com piscina da turma . Pense no circuito de Mônaco, pense na confusão. Ainda bem que o máximo que fazíamos era a guerra entre o Irã e o Iraque com a pronta intervenção dos EUA , nossos pais.

ALÉM DO HORIZONTE

Adorava Matemática tanto quanto música e depois que descobri filmes foi um amor eterno a primeira vista.Ainda hoje é o lugar que tenho paz completa, dentro dos cinemas, que deixo de pensar por um momento para obvio pensar no filme. Ela me tira do mundo, a Tv nunca conseguiu isso. Não me lembro dos meus super-heróis de infância que gostaria de ser eles, sempre me sensibilizei mais com histórias reais de vida, de pessoas, de conquistas.
Por isso tive que escrever as minhas próprias histórias e aos 6 anos escrevi um pequeno livro com contos infantis , fiz a capa artesanal e dei de presente para minha mãe .
A minha vida é marcada por turbulências de vez em quando, acho que para ajustar a direção do barco ou para que me dê tempo de refletir sobre as barreiras que encontrei no caminho, e aprofundar a visão de mundo e de vida, além do meu papel nesta jornada. Este livro foi escrito nestas passagens por portais aonde enxergamos lá na frente quando olhamos para trás.
Sempre fiquei doente acho que pela asma depois curada; se é que é possível pelo numero de injeções que tomei. E claro catapora, mas nunca quebrei nada nem um dedo, graças a Deus, isso é uma vantagem diante de tantas estripulias.
CONEXÃO GERAÇÃO JOÃO VICTOR- Carta de João Victor da Lua

A primeira parte deste livro/ DVD fala da infância de meu pai na sociedade onde ele nasceu , meus avôs, bisavôs .. Estas são minhas origens .


Parece que este livro é um manual de como encontrar o tesouro da vida com segredos e mistérios a desvendar através de poesias , histórias de um grupo de amigos,a biografia dele como incentivo para que eu escreva a minha história de vida, Manifestos que brilham as razões, Textos sobre o contexto da época aonde tudo acontecia, Projetos capazes de transformar a Sociedade em que vivemos, perguntas e reflexões para que eu possa pensar e responder os enigmas de minha vida e do mundo em que vivo.
Sou parte deste livro , ele continua com minha história. Ele esta sendo escrito on-line pela Internet em outra dimensão do tempo próxima a minha.
Vários amigos estão se unindo em Tribos . Eles estão em Busca de heróis , de Protetores , para entender a MATRIX da Sociedade em que vivemos, as gerações que nos antecederam, porque tudo isto faz parte do segredo de nossas vidas.

Eles estão nos convidando para sair da Lua e viver uma Jornada na Terra e salvarmos o planeta do Apocalipse. Libertando minha imaginação e compreendendo a realidade que vivemos. Destruindo as correntes , monstros e espaçonaves que nos preendem aqui na Lua para libertar nossos poderes de Protetores na Terra .
Vamos conhecer os Ecossistemas que mantem a vida na Terra e na Sociedade, a partir da vida que pulsa dentro de nós. Necessitamos ir em busca de uma Simetria pessoal e Sinergia social, implodindo os Franksteins que habitam o planeta, temos que ser sábios e ter coragem para encontar as agulhas , perguntas e respostas, capazes de libertar o amor em nossa vida e na sociedade este que é o tesouro sagrado.

Nós somos os personagens principais deste filme na vida real. Este livro é uma forma de nos preparar para os desafios que enfrentaremos . Aproveitar nossas vidas não perdendo a oportunidade de ser, viver e revolucionar este mundo.
Evitar o Apocalipse, ser um herói , um PROTETOR.
O Futuro não existe , o futuro se cria hoje! Era uma vez.....Sincronizar com as poesias, o tempo zero à liberdade de ser, deixando de ser prisioneiros do passado em tempo real. Refletindo e respondendo as perguntas. Enfrentando a Ditadura do Silêncio e do Espetacúlo ao fazer as perguntas proibidas no deserto que vai florir , vamos desvendando os segredos e mistérios , a história desta história, sua Matrix!
Nas visitas ao museus fazendo arqueologias de quadros , tirando suas fotos , e gerando a fusão dos sentidos de nossa época. Encontrando os segredos dos significados das palavras nas redações, os personagens do livro numa brincadeira de esconde -esconde e momentos perfeitos como o circo. No Baú de nossa infância que viaja no mar da vida até a lua e de volta a Terra, tem nossa escola, o bairro e milhares de coisas além do horizonte para desvendar. E lógico muito perigo, medos a enfrentar, lugares obscuros de nosso passado e sociedade!
Aos poucos vamos abrindo os selos das profecias do Apocalipse , antes que Issac seja sacrificado por sua sociedade aonde amar é proibido.


Perguntas e Reflexões 2
De que é feito o seu baú? Que coisa e lembranças você guarda dentro dele? Onde estão aquelas fotos quando éramos crianças? e os amigos de infância que histórias você pode me contar ? Onde eles estão hoje? Lembra dos primeiros amores, brincadeiras, dos segredos e da sala de aula? Pode me contar algumas coisas que aconteceram com você na escola e em seu bairro? E as férias, aniversários, Natal, ano Novo? E sobre sua família, pai, mãe, tios, primos, baba, cachorros? Quem são os personagens da TV e do vídeo game que marcaram suas vidas e seus sonhos e poderes? Quais eram seus sonhos, o que pedia ao papai do céu? E as festas? E as turbulências e dasabores da Infância como foram, onde estão, o que fizemos com elas?

1968 – Um choque de gerações, mudou o mundo, e com ele nossa vida para sempre e eu não tinha nem nascido.

1968 menos de uma década antes de eu nascer. Um choque de gerações mudou o mundo, e com ele nossa vida para sempre. Esse foi o berço de minha geração e sociedade que gravou em nosso DNA e pele, novas atitudes mesmo que a erupção só venha depois e aos poucos em todas as suas formas e dimensões que assumimos diante a experiência de viver.
Foi a época do Fim da Guerra do Vietnam e de Nixon, do discurso e morte de Marther Luter King, dos jovens que pararam as Universidades, Paris e depois o mundo.Mostrando os quantos podem fazer “contra o enorme rol dos males do mundo... Porem cada vez que um homem defende um ideal , ou age para melhorar a sorte dos outros, ou protesta contra a injustiça, ele transmite uma minúscula onda de esperança e , cruzando-se umas com as outras, de um milhão de diferentes centros de ousadia e energia, essas ondas formam uma corrente que pode derrubar as mais poderosas muralhas da opressão e resistência” como disse Bob kennedy nesta época.
Esta geração rejeitava todas as formas de autoridade, uma época de inocência quase esquisita, aonde muitos jovens começou a freqüentar a universidade como agora no Brasil.Quando várias colisões de pacifistas, ONGS, Sindicatos, jovens se uniram em passeatas de milhares de pessoas. Contra os poderosos entre governos e grandes empresas como a Dow que fabricava o napalm usado contra civis e soldados no Vietnam.
Unidos pelos direitos civis, e a liberdade e igualdade dos negros e das mulheres além da luta pela Independência dos países colonizados. Como a Indochina, Vietnam, Argélia, Nigéria, a luta dos palestinos se popularizou em 1968, e a apartheid na África do sul começa a se tornar insuportável.
Nos EUA, França, Praga, Roma, México, Brasil .. Várias verdades foram enterradas pela juventude. Em 1968 para comemorar o nono aniversário da Revolução Cubana, um mural de 20 metros de altura foi colocado em Cuba com a foto de Che. Moscou começou a queda em sua economia e nos processos que investigaram assassinatos em Massa ordenados por Stalin e a cúpula comunista. A liberdade começou na Iugoslávia com Tito, depois Praga e Romênia começavam a derrubar a cortina de ferro.
Os computadores começavam a se multiplicar pelo mundo, veio a transmissão da TV por satélite, as roupas começaram a encurtar, o futebol a se expandir pelo mundo.
Depois de 1968 o mundo mudou ainda mais e com ele a vida de meus pais, minha infância e vida.
O tempo começava a passar mais rápido, ele exigia que avançássemos com a juventude, pois não sabemos ao certo quanto tempo temos. Não espere o final do meu diário, para ler as ultimas paginas, nem que a Bíblia se encerrasse com o Apocalipse...
A nossa preocupação constante com o fim ou com a morte é um bom sinal para não deixarmos a infância abandonada! Neste período construímos coisas importantes para a autenticidade de nossas vidas. Durante a juventude podemos canalizar, de alguma forma, para que nossa rosa não se cale e aceite o cotidiano como forma de viver.
Também não podemos cair na armadilha de tentar nos apropriarmos do passado e perpetuar a tradição, querendo com elas, impedir o futuro. O livre-arbítrio da infância deve ser animado, entusiasmado com as possibilidades que ele cria, com a liberdade que temos dentro de nós. A mobilidade de nos transformarmos amanhã, a partir da abertura que temos para construir novos significados para a vida.
Não podemos, desde criança, ficar a espera que as estrelas, sol e a lua despenquem do céu. É hora de contemplá-las antes que a morte chegue, quer seja estudando o cosmo ou escrevendo poesias sobre elas. Sendo que para isto acontecer, outros entes precisam cair, como os tronos abusivos de domínio e controle, que procuram determinar o modo das pessoas viverem suas vidas! Os que sustentam estes tronos são os ditos “Neo-Liberais”. Mais com certeza tais tronos cairão, pois o que hoje observamos as catástrofes, a destruição e as transformações não são tão somente acontecimentos conclusivos da história ou o “Fim do Mundo”: são processos contínuos que vão acontecendo todos os dias e não se tratam de “desgraças”, mas sim de conquistas, vitórias e novas etapas da caminhada humana, que mesmo através da dor e da morte, podemos torná-la num resgate à vida. Ninguém domina o ser da vida, segura o impulso de uma criança, a natureza, o amor, portanto, em vez de derrubar o sol, que caiam o egoísmo, o comodismo! É na infância que se aprende a dar as mão e sonharem juntos, celebrando a vida! A juventude começa a protestar em nome destes sonhos.

O PROTESTO DAS ROSAS
Se quiseres fazer um protesto, entregue uma rosa...
Nas mãos de quem respeita o saber, ela desabrochará.
Nas mãos de quem o destrói, ela murchará!
A rosa é um símbolo do saber e da juventude,
Pois nela há vida e beleza,
Como na juventude e no saber, exige atitude.
É preciso que as rosas protestem,
Que a liberdade de espírito se expresse,
Em vez de palavras mostrem o sentido,
Denunciem a utilização da força
Contra a razão do oprimido,
Denunciem o silêncio, que oculta, com rosas
Pois elas não se calam,
Elas falam, a língua da natureza
Que a força não domina, pois é Energia.
Quanto mais a prendermos, proporcionalmente será
A energia que a libertará,
Através da criação do saber,
Da atitude, da juventude.
Da realização dos desejos,
Onde a ignorância, vizinha da maldade,
Não têm domínio, entrega-se
Ao puro desespero, a força,
Estas expressões do medo,
Capazes de superar a imaginação humana,
Com a história real de suas atrocidades.
Quem imaginaria, mesmo em filme,
Matar seis milhões de judeus,
Com câmaras de gás, enterrando-os vivos...
Mas não te preocupes,
O Protesto das Rosas continua...
Só te lembres com saudades da glória,
Atitudes e do saber de grandes homens,
Que continuam vivos em nosso espírito,
Proporcionando a transformação de
Idéias em liberdade e energia, o resto está morto!
Nós estamos vivos, o mundo é aquilo que somos,
O tamanho dos protestos que plantamos,
A rosa que carregamos,
A consistência de nossos sonhos,
A disciplina da realidade,
Que não permite, neste momento, descansar,
Precisamos continuar a desabrochar...
Em nossas mãos a rosa não murchará,
Precisamos viver, viver, viver
E tudo contrário a vida, é a morte,
Carregada por palavras sem alma,
Pela força que domina,
Pela omissão que castra
Pela mentira que ilude
Pelo vazio que não preenche,
Pelas rosas que murcham!
Mas não te preocupes, o Protesto das Rosas continua,
O Desejo continua...
O Saber floresce...
A atitude acontece...
Não te esqueças,
A Natureza não morre,
Nós somos instrumentos da vida!
O Jardim está repleto de rosas,
Elas continuam nascendo,
E deve ser entregue o buquê de rosas,
A todos que necessitam sentir seu aroma.
Já aqueles que querem utilizá-las como adereço
Não são dignos delas... .
Mas não te preocupes,
O Protesto das Rosas começa agora!

CAPITULO 4-


A HISTÓRIA DE UMA HISTÓRIA.
ADOLESCÊNCIA – inquietação, conflito, busca, descoberta...

Isaac, gostava de seguir o inverno, aqueles ventos eram o seu psicólogo. Neles encontrava a sua paz, na Legião Urbana, a sua rebeldia. Não só pelas letras das musicas, com sua profundidade, mas pelo ritmo da vida pulsando, como em “Faroeste Caboclo”!
Ele acreditava que todos têm seu ritmo. O ritmo de cada um é a própria harmonia de sua vida, porém esta é a época, da historia da humanidade, onde mais somos incentivados a tocar nossa música, a viver o nosso ritmo, a fazer o nosso filme, pintar nossos quadros, criar nossa filosofia, escrever nosso tratado cientifico, lutar por nossa política e quem acredita e defende este modelo de mundo, bem-vindo ao anarquismo (tantas vezes confundido e mal interpretado, pelo viés exageradamente político) da juventude, em que cada grupo de pessoas, cria a sua própria ordem, sua tribo, dentro de um pluralismo e diversidades que não castra as individualidades e permitem que o novo sempre surja. Pois é por esta razão que as rosas até hoje cantam, protestam...
Isso não é liberalismo. Não procuramos obrigar ninguém a ser liberal ou conservador. Só queremos que aqueles que gostam da “máfia” possam combater-se entre si mesmos, contanto que as conseqüências de seus atos não atinjam a quem não concorda com as regras do jogo. Os que querem conservar a tradição, não a conserve as custas dos trabalhadores progressistas. São regras simples. Quem quiser ser contra os homossexuais, crie a sua comunidade e viva longe deles. Deixem eles viverem da mesma forma que eles os deixarão viver.
Sabemos que existem questões que envolvem a todos como a ecologia e as guerras mundiais, porém se não quisermos extrapolar nossos limites saberemos conviver com eles. Ninguém tem o direito de declarar uma guerra mundial, seja por motivos religiosos ou econômicos! Também temos a impressão, de que em certos assuntos, a razão já superou as opiniões carregadas de todo tipo de interesse e destruiu qualquer lógica que a justifique.
Ninguém deve ser burro em apoiar que a camada de ozônio desapareça. Se tal indivíduo existir, devemos oferecer a ele gratuitamente e individualmente as conseqüências de sua opinião. Sei que não é tão simples, do mesmo jeito que gosto de inverno, outras gostam de verão... uns poderão gostar, de burlar as regras do jogo, de matar por matar, de utilizar o seu poderio econômico ou militar para impor seus acordos e todos nós sofreremos as conseqüências.
Apesar de tudo que falamos até aqui, dependendo da sua opinião, poderia se transformar em cinzas no seu balde de lixo. Porém podemos recordar por alguns minutos: quantas barreiras cientificas já quebramos para viver hoje na ciência da incerteza? Vivemos na ciência da crença, ou seja, mesmo para a razão existir temos que ter uma forte crença nos resultados que buscamos. A filosofia existencialista nos “condenou a liberdade, a abandonar os sistemas e viver o ser e o nada” e a partir de nós, construirmos nossos castelos existenciais, alicerçados pela crença onde viveremos...
A espiritualidade talvez seja uma das principais preocupações do homem moderno, porém não está nas igrejas, nos templos, nos ditos “enviados de Deus” e sim na relação do homem com o seu criador, sem intermediários, ou “só há um mediador entre Deus e os homens, Jesus, o Deus Filho”. Também queremos construir essa relação na política com a democracia direta, com votos via Internet e outros mecanismos que visem eliminar os representantes, que simplesmente “representam”, como se estivessem num Teatro, pois nenhum ser humano substitui um outro. Na educação, religião, trabalho e na arte o homem é conspirado, como nunca, pelo universo, que criou, a viver de suas idéias, a criar o seu mundo.
Isaac lembrou do filme Stigmata, de Rupert Wainwright, baseado num Pergaminho Aramaico, do Século I d. C., encontrado no Mar Morto, em Nag Hamadi, proximidades de Jerusalém. Algumas pessoas da Igreja temiam que tal documento pudesse destruir a autoridade da Igreja Moderna. Nele estão as palavras de Jesus aos discípulos na Última Ceia, suas instruções sobre como continuar a Igreja, após a sua morte.
Se estabelecia que a Igreja de Cristo era muito mais que um prédio. Cristo não estaria em prédio de madeira e pedra. Não precisaríamos de uma instituição entre “mim (Deus) e o homem (nós)”. Somente Deus e o homem. Sem representantes nem Igrejas.
“O Reino de Deus está dentro de você, à sua volta, não em templos de pedra e madeira. Rache uma lasca de madeira e estarei lá. Levante uma pedra e me encontrará”. É este o Evangelho de Tomé, considerado por estudiosos o mais precioso registro das Palavras de Jesus Cristo. O Vaticano não o reconhece e descreve como herético. Era o que lembrava o filme “Stigmata”. Portanto, não se trata do fim da História como pregou o filósofo Furukawa e sim, o fim de algumas instituições que mesmo mortas em sua razão de ser, ainda coordenam nosso viver, a exemplo dos modelos centralizadores, normativos e autoritários das Universidades, Estado e Igreja.
Novas formas de ser, pensar, gerir, viver estão surgindo e se auto organizando, a partir de modelos únicos, baseados nas realidades e nos contextos em que surgem como por exemplo, nas novas organizações não-governamentais, no direito alternativo, nas comunidades formadas a partir do poder local, em novas formas de educar, trabalhar, fazer arte, enfim, um novo mundo que surge a partir do apocalipse das instituições, configurando o juízo final dessa sociedade. Esse apocalipse – o fim da história, o fazia recordar do que havia lido no livro “Deus, Genes e o Destino”, de Steve Jones, lido durante sua viagem à Cidade de Armagedão, na Terra Santa, onde o autor afirma “que em quatro mil anos esta cidade foi devastada e construída vinte vezes”, por diversos reis e por diversos motivos. Assim serão nossas cidades como São Paulo, Nova Iorque, Paris, Jerusalém, Tóquio, Berlim, Moscou, JonhsBurg, que através da dança de seus “reis”, instituições e formas de viver, provocam constantemente apocalipses, esperanças, medos e mudanças. Mas, mesmo assim, oportunidades de seleção da semente humana entre os que serão salvos e os malditos, para um novo mundo que surge.
Muitos diriam, isto é o caos. Todavia a certeza que nós buscamos nunca existiu. Mais muitos pagaram o preço da certeza dos outros. Quantos Hitler levou com ele pro inferno? Por quantos homicídios o comunismo e o capitalismo respondem? Quanta vida foi castrada pela moral, tradição e inquisição? Quantos morreram de AIDS, sem seres responsáveis por ela e quantos morreram de fome e doença, porque algumas Nações não sabem jogar dados no mercado financeiro?
O que aparentemente mostra-se complicado e complexo para mentes carregadas de instituições, preconceitos que acumularam até as 18 anos, como disse Einstein “é o bastante simples!” Apenas almejamos que cada um viva o seu livre-arbítrio, em comum com aqueles que concordam com as regras do jogo. Não importa o jogo, contanto que não prejudique quem pagará um preço por um cheque que não assinou. Não se trata apenas de preconceitos pessoais, exigem também a eliminação de preconceitos culturais , espirituais e sociais! O desemprego não é uma conseqüência da natureza. Nem a pobreza. Principalmente aqueles que pagam o caviar de quem são nobres por natureza, apesar de ser filho de empresário, que herdou a mais-valia. Não posso esquecer que Marx, não era marxista, era, antes de tudo, economista. Que hoje o capital fictício é lembrado por capitalistas que perderam sua indústria no mercado financeiro.
E que antes classificavam Marx como um isto diferente do deles. Infelizmente Marx é como Einstein, não porque são judeus, apenas porque ampliaram e aprofundaram a realidade para quem queira concordar ou não, a teoria da relatividade existirá como a mais valia. Tratam-se de conceitos, que ultrajados pela Ideologia tornam-se comuns ao bom senso e ao senso comum, para quem sobrevive dele, às custas de quem deveria lucrar com o seu trabalho!

A ESQUINA AONDE OS DIFERENTES SE ENCONTRAM


Lá estávamos respirando a puberdade, sentados no mesmo ponto de encontro, as esquinas do condomínio, era um ponto central para ver e sermos vistos. Na noite passada Amy havia recitado uma poesia que relembrava a nossa infância:

O tempo passa rápido
E quanta coisa que mudou
Que eu não gostaria que tivesse mudado.
O tempo passa rápido
E quanta coisa que ficou
Que eu gostaria que tivesse acabado.
O tempo passa rápido
E quanta alegria passou
Que eu gostaria de ter aproveitado.
O tempo passa rápido
E quanta mágoa o coração guardou
Que eu gostaria de ter esvaziado.
O tempo passa rápido
E quanto de amor que acabou
Que eu gostaria de ter salvo.
E quando o tempo passou
O quanto de mim sobrou
Foi a tristeza por tudo ter apenas passado
E a alegria do meu coração transformado


Renata já estava quase chorando em sua dramatização repentina do choro, para sentir prazer das gargalhadas que geraria. Ela era sempre uma surpresa. Bin havia nos convencido de ir ao cinema estava passando mais um filme sobre o Fim do Mundo e os “sete profetas” haviam votado a necessidade de curtimos a vida através do cinema. Era uma oportunidade para mais uma vez escrevermos um capitulo de nossa vida e do livro!
Depois de termos invadido o cinema, como se invade o bolo da aniversariante, tropeçando propositalmente nos pés das pessoas para chegarmos até nossos lugares. Utilizamos o velho método do cachorro e do gato, para animar a festa... Era assim: Nicolau ficava na ponta do cinema e Davi na outra. Davi começa a imitar o miado de um gato – “Miau, Miau”, até que Nicolau, da outra ponta, respondia “Au! Au! Au!”, assustando o gato por um momento até que ele reagia e dava um grito enfrentando ao cão, e o cão assustado, choramingava “Am, Am, Am”. Até que Davi gritava bem alto:
- Ei, macho eu sou o gato, tá doido!
- Tem razão, vou te enfrentar, afinal onde já se viu o gato ganhar do cachorro. Respondeu Nicolau e os dois começavam a imitar a briga entre o cachorro e o gato, até que o velho Lanterninha, imitava o Leão: “Arghhhhhh” e ameaçava colocá-los para fora!
Como podemos observar, faz parte da natureza humana, transcender seus limites para cima ou para baixo, o que não acontece com os animais. Onde já se viu, um cachorro com medo de um gato, a maioria da população mundial ser submetida a condições sub-humanas de vida e medo, por uma minoria “culta” que decide sobre a distribuição de alimentos, educação e saúde? Sobre quem vai viver ou morrer no sistema que vivemos? Isso só acontece, porque como Nicolau e David, esquecemos quem nós somos, nos permitimos que alguém nos dê um papel e até que rugido ou palavras poderemos falar, que lugar da selva nos pertence.
Aberrações da natureza são criadas, milhares de pessoas sem ter o que comer, enquanto os Nobres e os Reis viajam em seus jatos, de shopping’s para shopping center’s gastando em marca, o que de concreto seria alimento e vida! E quem permite, que a briga natural das condições de sobrevivência não aconteçam? O próprio indivíduo, que espera pelas “boas ações” assistencialistas, servindo de desencarno de consciência aos poderosos, que desta forma ganham tempo e energia para continuar a retirar as condições de vida daqueles a quem há bem pouco apadrinharam. É as vezes a falsidade de um “gatinho”. Seu miado internacional, podem convencer e submeter verdadeiros “cachorros” em tamanho e “formigas” em inteligência...
“O juízo final é apenas uma criança escolhendo os seus melhores brinquedos”, escrito em letras garrafais vermelhas encerrava mais um filme que marcaria profundamente nossa vida. O filme que acabamos de assistir era OS PROTETORES : Quando amar é proibido . Tinha o PROTESTO DAS ROSAS entre outras magias poderosas.O ar de meditação ainda pairava no cinema quando Renata afirmou...
- Apesar de estar no mesmo cinema, com o mesmo grupo de amigos, para logo após pegar o mesmo ônibus, sinto que algo diferente está prestes a acontecer!...
O silêncio e o espanto dirigido a Renata por seu grupo de amigos era reprovador, pois Renata, um ano mais velha, representava todos os papeis mas nunca a tínhamos visto na posição de profetisa.
- Fala logo, Renata, exclamou Isaac.
- Sinto que este filme vai mudar minha vida. Ele me mostrou o caminho. Se só terminarei meu segundo grau daqui a três anos e pelo menos mais cinco anos de faculdade... Isto se todos os meus anjos pescarem por mim, são oito anos até lá! Já que o filme lembra bem que o mundo se acabará daqui a quatro anos, porque aquele cometa vai se chocar com a Terra gerando uma grande onda . Isto indica que a partir de hoje só curtirei a vida, não adianta nada eu estudar. Ah! Já estou atrasada, antes que o mundo acabe quero esgotar todo o estoque de cerveja do mundo!
Todos riram afinal, Renata com aquela sua calça hipie-chic era o símbolo perfeito de “profeta da diversão”.
Michel, no caminho de volta nos propôs uma mudança de cenário para nossos encontros noturnos. Um lugar, segundo ele, mais adequado para dar vida às nossas conversas e diálogos. Ele havia descoberto há três quarteirões de nosso apartamento, um teatro abandonado... ali poderíamos dançar, sorrir, chorar, viver o mundo de nossa juventude, representar o real para o público e atores que se confundiriam com seus personagens.
Isaac adorou a idéia: o teatro e começou a falar...
- Lá, poderíamos falar de nossas vidas, sermos nossos críticos, mudarmos a peça, enquanto vivermos, questionarmos os escritores da peça, do livro, criar cenários, enfrentar nossa briga com o mundo, nossa guerra de valores! Mas principalmente lutar para que ali, o palco das expressões dos valores, se transforme no palco da vida, onde corremos o risco de que os valores percam sentido e sem sentir, a vida deixe de existir! As nossas vidas seriam meras encenações de peças que não criamos, não sentiríamos nossos braços, nossos corações, nem o cenário que nos cerca, o Sol, a Lua, o Mar... Seriamos ou somos marionetes? Ou talvez não, a lágrima se recusa a cair, e transforma-se em água, o fundamento e os princípios que a geraram não podem ser esquecidos, elas não nasceram para beber ou tomar banho! O sentido da vida é muito mais, é vencer a guerra de valores que enfrentamos no nosso dia a dia e o momento da juventude é crucial para que não percamos o horizonte de nossas vidas. Não podemos esquecer que a juventude global está no mesmo barco, no mesmo teatro executando suas peças e indicando ao leme o rumo de nossas vidas!
Isaac, terminava de suar suas palavras em tom alto e grave, começou baixo e sereno! O filme também que assistimos, tinha tons altos e baixos, rápidos e lentos, ritmos diferentes... Ele encerrou dizendo: “Eu adorei a idéia do teatro, porque nele iremos viver os filmes da realidade e aproximar os tons da vida com os dos sonhos, porque neste filme somos nós que criaremos os textos.”
Michel já havia escolhido um nome para o nosso novo local de encontro, para o Teatro ele se chamaria “TRIBOS 7i”.Bin propôs que cada um pensasse momentos de suas vidas, que pudessem ser encenados, podendo ser do passado, presente ou futuro, não importaria. O que valeria era um espaço aberto para sermos nós!
Michel comandaria a primeira reunião e logo na abertura exclamou o texto que havia escrito na Ata... e continuou:
- Hoje, pela manhã, recebi a propaganda de um cursinho que citava trechos de uma música que dizia: “fé na vida, fé no homem, fé no que virá, nós podemos muito, nós podemos mais”. Acredito no sonho desta música, no homem e no amanhã, desde que a educação seja o espírito da grandeza, a nos transformar em gigantes...
- Ôpa! Espera aí, protestou! Michel joga essa praga pra lá. Berrou Renata, se ficar mais alta do que já sou, não arrumo ninguém para namorar e você pode me desejar tudo, menos a praga de não amar e não ser amada!
- David protestou logo! Tá bom. Chega! Será que as coisas aqui não poderiam ser mais objetivas. Por exemplo poderíamos contracenar ao sair daqui, a Peça “O Banquete na Pizza Hut” e vocês poderiam subjetivamente repartir a conta individualmente entre vocês!
- Será possível que vocês não dão uma dentro! Exclamou Amy. “Pizza Hut!”, falar em grandeza de espírito e confundir com altura! Meu Deus, quando eu for artista como vai ser difícil escrever um livro ou criar um filme para que vocês entendam, sem necessariamente ter que colocar chapeuzinho vermelho, mulher maravilha, monstros e et’s!
Será que terei que mesclar grandes temas com bobagens, para que possam filmar o que quero! Oxalá, até lá espero que o grande volume de dinheiro gasto com a “arte”, se renda para grandes idéias e não efeitos especiais, pois com o passar do tempo as pessoas cansarão de assistir o óbvio e finalmente se darão conta de como vivenciando o “proibido” e o novo pelos padrões, ampliam-se os horizontes de nossas vidas...
- Tem razão bem que nós poderíamos começar a quebrar os padrões entre nós, ao invés de apenas ficarmos aqui debatendo algo novo, devemos tomar uma atitude para realizar algo de concreto, que mude a vida das pessoas, divulgando a nossa mensagem e podemos usar este Teatro para mostrar isso ao mundo! Exclamou Isaac!
- Já sei! Gritou Michel... A lâmpada “mágica” acendeu gerando uma nova idéia!
Vamos criar um espaço artístico para a juventude, aqui no Teatro “TRIBOS 7i”. Um lugar para que a expressão da arte jovem possa florescer, desabrochar, gritar, rompendo a ditadura do silêncio com o “Protesto das Rosas”...
Puxa que legal, já sei até por onde começar. Vou realizar com a ajuda de vocês, que estão lendo ou ouvindo minhas palavras o Movimento de Arte & Liberdade, composto de cinco momentos:
O primeiro momento será um festival de dança , rock , hip-hop, internet, quadrinhos, skate, linguagens das juventudes que retrate o movimento da juventude na luta pela liberdade, com danças sobre os hippies, os cara-pintadas, os jovens na Revolução Russa e Francesa, “1968 – o ano que não acabou”, 2012 – o futuro que nos espera... Um balé que retrate o jovem que enfrentou o tanque na Paz Celestial, a quebra da tradição, da hipocrisia, falsa moral. A luta por melhores condições de vida na historia onde o jovem sempre foi e será o estopim, o escudo e portador das palavras de protestos, quer seja de origem anarquista ou capitalista. Porém será a dança da juventude como o rock, funk, axé em harmonia com seus movimentos culturais e políticos que, sobretudo, expresse a sua coragem, beleza e nitidez do olhar...
O segundo momento será um Show de Rock no Teatro “TRIBO 7i”, com diversas bandas que transformaram nossas poesias, em músicas para celebrar O Protesto das Rosas. Punk, eletrônica, hip-hop, todos estes ritmos devem acompanhar nossas palavras e devemos relembrar e reviver o grande Renato Russo, como já o fazem nossos colegas da Banda Sirva os Servos, que, no nosso Teatro, cantarão sua “homenagem” aos políticos, digo os gravatas, com sua música “real solução”.
O terceiro momento seria uma exposição de quadros “O protesto das Rosas” onde teríamos pinturas de jovens que retratem seus símbolos. O teatro, o esconderijo, o circo, o sentimento, as dores de uma juventude que vive o suor de suas lágrimas, o suicídio, o cão e o gato e suas faces humanas do medo, o Festival de Dança representando o balé daquele jovem, diante de um tanque, na sua coreografia solitária, tendo um soldado desesperado no “cumprimento do seu dever LEGAL”, naquela praça da “Paz Celestial”, local profanado pelo Deus-Homem, à vista inerte das verdadeiras divindades. Enfim temos que reproduzir em imagens, momentos de significado visual tão intenso, a ponto de despertar em nosso coração, a transformação da emoção em razão e o reverso destes quadros em realidade.
O quarto momento seriam palestras sobre grandes obras da literatura que retratam a coragem de jovens e os seus destinos em nome de suas crenças, obras como Ilíada, As viagens de Gulliver, O Quinze, O que é isso Companheiro, Feliz Ano Velho, Quando Amar é Proibido! Porque não incluir filmes que retratem a bravura e os protestos da rosas, da juventude, em cenas concretos, transformando cenários em palcos de luta, sob roteiros carregados de verdade e sonhos de mudança.
E o quinto momento serão palestras com Filósofos, Educadores, Economistas, Historiadores, Psicólogos, Sociólogos, mostrando a relação entre Arte , Sociedade & Liberdade a partir das obras de Michel Foucalt, Michel Maffesoli , Nietzsche, Goethe, Chaplin, Van Gogh, Guy Debord , São Francisco, enfim falar sobre aqueles que através de suas vidas e arte levaram às nossas mentes e corações a liberdade. O Ser que transcende a si mesmo e busca no universo pontos de onde poderão pintar, dançar, escrever, alavancar o mundo. Filmaremos a Liberdade, mas principalmente o indivíduo e sua busca pela expressão da beleza, da vida! Oh! Desculpa falei demais, é que eu me empolguei, espero que vocês também! O que vocês acham, podem me ajudar?
- Tudo Bem! falou Nicolau, eu adorei, vou lhe ajudar mas preciso também de você, pois enquanto você falava, muitas idéias surgiram em minha cabeça. Como você, acho, este Teatro ideal para criar espaços políticos para a juventude. Aqui será um espaço para discutirmos sobre o trabalho, a educação, o amor, o prazer, a religião, a arte, a ciência e a política, claro! Identificaremos e encontraremos lideranças estratégicas por cada área de atuação.
- Concordo. Afirmou Michel, só que, a partir daí, montaremos um conselho de políticas públicas para a juventude em cada lugar, que desenvolverá projetos para os jovens em todos esses níveis já citados, inclusive formando um Instituto de Lideranças, ARTES EM REDES , onde discutiremos de tudo e criaremos um programa e um plano de governo, novas formas de governar , recontaremos, através da juventude, a História de nossa sociedade, do mundo e de nossa cidade, onde tudo começa, para a partir daí, propor soluções de urbanismo, geração de trabalho e renda , educação, cultura, e atendimento psico-sociais, através de uma parceria entre os jovens que tiveram a oportunidade de freqüentar uma universidade e os excluídos do “sistema”. A este projeto daremos o nome de Visão Jovem. Transformaremos organizações não governamentais em incubadoras de pequenos negócios e faremos da Escola o grande agente da revolução cultural e desenvolvimento local de nossa comunidade, e quem sabe combater a pobreza no mundo.
- Sim, mas ainda não concluí. Posso prosseguir, falou Nicolau e logo complementou: lançaremos um partido e candidatos estratégicos vindo dessas diversas áreas de atuação com projetos bem pensados que canalizem a energia da juventude de forma a tornar a vida plena. Só assim poderemos engajar a sociedade em um projeto de governo, que tenha a vida como principal valor e o jovem como meio para a partir de seu trabalho rico em significados proporcionar segurança para os idosos e a infância. Embora tendo me alongado, as idéias do teatro empolga e desperta em nossas mentes muitas utopias viabilizáveis, lutando para que a realidade que nos cerca se transforme em nosso Teatro...
David, Bin, Amy e Isaac ficaram atônitos com as idéias de Michel e Nicolau. Elas eram chocantes e necessárias.
Isaac completa:
- Precisamos, mesmo, fazer o que foi dito, porque se não o que teremos a nossa espera daqui há alguns anos?... como poderemos aceitar a vida presa a um computador, sozinho, inseguro, sem amigos e até mesmo sem esperança?... Pois sem trabalho, além de não haver realização humana não há sobrevivência! O mundo chegou ao cúmulo de tirar a sobrevivência de milhares de pessoas, a maioria jovem e até a cara de pau de dizer que por problemas de tecnologia, redução do Estado e aumento da produtividade teremos que castrar e matar diversas vidas, sonhos, juventude, rosas ou seja em vez de florescer, murcharemos. Além disto tudo, esqueceram também de dizer que não temos culpa, apenas estamos pagando o preço por termos nascido, o preço da morte, da não-vida.
Amy comenta:
- Sabendo de tudo isto e nada disto sendo discurso estaremos claramente com estas condições sendo impostas às nossas vidas. Não podemos cruzar os braços, porque se não ficaremos sem eles, não podemos continuar apenas a aplaudir os astros da música, a novela e os esportes, a sociedade do espetáculo, encenado do presidente ao papa. Os verdadeiros astros deveríamos ser cada um de nós, se tivesse uma chance mostraríamos porque viemos!
- Êpa, exclamou Renata. Eu vim ao mundo a passeio. Estou aqui num “Tour Eterno”, isso tudo é bobagem. Vamos todos tirar a roupa, legalizar a maconha e a revolução será a conseqüência.
- Cala a boca idiota! Grita alguém lá atrás.
Renata se defende:
- E daí? Vão todos para a p. q. p... ou se forem sabidos (Isaac grita: “É o novo!”), estão liberados para ir à boate se divertir.
Amy ficou irritada e disse:
- Quando é que você vai crescer, menina! E continuou, também não adianta, de forma assistencialista, aguardar que alguém nos dê alguns trocados. Temos tudo que precisamos para começar.
- Vá para a merda! Viu sua bestinha...
David fechando o assunto, concluiu:
- A juventude é o maior segmento de mercado do mundo, consomem TV’s, carros, vão a bancos, compram roupas, tomam cerveja, enfim, utilizam diversos produtos de várias empresas. Estas empresas gastam milhões de reais com mídia, promoção etc... Se fôssemos clientes dessas empresas, elas repassariam esses recursos para nós e, através deles, financiaríamos nossas atividades, organizadas por uma associação de jovens executivos globais, com uma proposta de desenvolvimento econômico. Depois seremos uma Comunidade de Empreendedores de Sonhos numa Terra da Sabedoria.
Bem, essa foi a proposta de David, ele ficou o tempo todo pensando como estes projetos poderiam ser financiados. E lembrou que depois de algum tempo eles não precisariam mais de financiamento andariam com as pernas próprias e suas origens estariam ligadas às imagens das empresas que os financiaram inicialmente. Outra forma seria empreender vários negócios entre os jovens, uma grande cooperativa de crédito e consumo, incentivando um a ser cliente do outro, criando, assim, uma rede. Poderiam surgir empresas de turismo, informática, entretenimento com aventuras em montanhas, rios etc... como vimos, o setor serviços pode florescer desde que existam boas idéias, financiamentos, empreendedores organizados e com competência de se organizarem em associações! É este o futuro das Cidades.
David surpreendeu a todos, pois, até ali, nunca havíamos pensado em algo bom para todos, talvez até por falta de oportunidade ou incentivo, ou mais espaço onde todos apresentassem suas habilidades, como a de David, pensar soluções econômicas. Por seu pai ser empresário, ele sempre se comportou como se estivesse no mercado, cheio de concorrentes, ali ele pôde perceber que haveria a possibilidade de estabelecer parcerias com seus amigos e realizar seus sonhos, fazendo algo de significativo para a sua vida! Viu que mais que uma empresa, rapidamente esquecida logo que fechasse, seu nome ficaria na historia, por ter contribuído de forma decisiva para o mundo. Eu por exemplo me lembraria mais dele.
De fato, não lembro de nenhum empresário importante que depois de falido foi glorificado, salvo o empresário do império: Mauá que conseguiu dar a volta por cima e se notabilizou.
Em épocas de economia global, podemos observar o quanto é insignificante dedicarmos nossas vidas a uma empresa, enquanto meio para comprar carros; cujo tesão se acabará em três dias e ele não satisfará sua ansiedade, ou necessidade humana de respeito e gloria que precisamos ter. Felizmente aqueles empresários que não enxergam além de sua carteira, ficarão cada vez mais isolados e responsáveis pelo destino triste que dão aos frutos do trabalho humano...
O Governo que também gasta seus recursos com o virtual, e não com a vida, se colocando em favor da usurpação do trabalho de seu povo, através do fortalecimento do mercado financeiro, conseqüentemente o enfraquecimento dos direitos, sem a ele oferecer condições de sobrevivência e felicidade. São empresários que privatizaram o Estado. Dentre suas funções, todos sabemos, no mínimo, deveriam ler os relatórios da ONU, que apontam o maior período de pobreza do mundo e agir visando a distribuição de renda, criando formas alternativas de geração de trabalho e renda, assim como fazemos nós nos Protestos das Rosas, logo mais na fase adulta teremos propostas concretas... de emancipação humana e realização econômica.
O espaço do saber tem que ocupar o espaço da produção. A produção não será vanguarda para um mundo melhor, pois o “apadrinhamento” político e o dinheiro são as ferramentas de perpetuação da tradição, enquanto o saber é quem transforma os anseios da população em revoluções, fazendo a produção se reanimar em novas direções. É necessariamente na juventude que a capacidade de produzir e do saber latente se encontram, porque foi ela que enfrentou todas as condições adversas, capazes de gerar uma nova proposta, através do saber, devendo agora ser colocada em pratica... Mas por enquanto vamos voltar para a juventude , para o Teatro e nossos amigos...

A NOITE DO CAOS

Naquele dia, o Caos começava a organizar a noite, contemplando seus deuses... A primeira reunião tinha sido chocante, começava a escurecer e era hora de voltar para casa.
Afinal hoje acontecerá uma festa a três quadras de nosso condomínio, na Zona Perigosa, as gang’s dos troianos e dos gregos iriam celebrar mais uma vez a coragem, o culto ao corpo, à beleza. O propósito não era deflagrar uma guerra na festa e sim, bebermos, vivenciarmos o prazer até o nosso limite e pela manhã, procurar algo para curar o que alguns chamam “ressaca”.
Renata, era a garota mais idolatrada do bairro, seu corpo era demais, as curvas de deusa, deixavam maluco qualquer garoto. Se isto não fosse suficiente para arrebatar corações, sua audácia era poderosa e glamorousa. Ela cantava maravilhosamente sua magia.
Ela era o tipo de menina que gostava de estar à frente de sua turma, sua liderança era nata quando o assunto era diversão. A roupa que vestia, ela mesmo fazia, as músicas que escutava, o jeito que tratava os garotos, eram símbolos de grandeza entre a nossa galera, era de imaginar que a inveja, a traição a perseguiam pois era impossível ser melhor do que ela. A autêntica arrogância de sua beleza e esperteza não dava espaço para que houvesse concorrentes.
Os inimigos não eram o seu maior problema e, sim o amor, a solidão e as drogas, provocadores de suas angústias e desejos, que desencadeavam a fúria de todos os seus amigos, não contra ela, mas contra eles mesmos, pois também eram esses as maiores dores de nossa geração. O beco sem saída do caos da noite e da festa para onde iriamos encontrar a gang dos troianos, eram os nossos deuses. A bebida que nos incitava a cantar e chorarmos, as drogas que levavam ao esquecimento, à fuga, a alegria delirante e a ilusão. Depois, ficava o vazio e as conseqüências desastrosas rondando, tais fantasmas, as nossas cabeças, dando “conselhos”, incentivando-nos a novamente procurá-los. Nós somos completamente dominados por eles, como nossos pais pelos deuses do trabalho e do consumo.
Os objetos é quem comandam os destinos de nossa geração como a exemplo da de nossos pais e raramente podemos servir de apoio um ao outro, porque deus tempo não permite o nosso encontro. Além de esquecer quem somos nós, ainda esquecemos o nosso esquecimento permitindo que os “deuses” comandem os nossos desejos e o destino deles.
Igor, um dos caras da turma da quadra de Tróia, estava apaixonado por Renata. Numa noite anterior, ela havia sido raptada por ele no seu esquecimento, ambos estavam embriagados e Renata havia se entregado aos braços dele, fizeram o sexo louco e sem regras a que estavam acostumados a praticar, só que Igor queria um pouco mais e fez com ela uma sessão de sado-masoquismo, e ela voltou ainda em estado de êxtase para a festa, pois só assim, eles chegavam ao orgasmo. No outro dia, ninguém sabia do acontecimento, exceto Alexandre, que emprestou seu quarto aos dois. Renata, não se lembrava, apesar do corpo dolorido, o que a fez refletir e se indagar sobre o que aconteceu, coisa que raramente fazia. Era ela a única dos gregos presentes naquela festa e isto se deu após uma discussão com seu pai, sobre quem teria acesso ao deus TV primeiro! Ele havia perdido a cabeça, quando ameaçou batê-la se não ficasse na sua, porque não iria tratá-la como a sua ex-mulher. Segundo ele, ela não precisava de seus adereços, suas roupas, suas marcas e iria dar um basta a essa exploração tirando do seu convívio a TV cabo, dali em diante só assinaria o canal de esportes.
Chateada Renata , pegou o seu carro e foi em busca de uma festa. Acabou encontrando os troianos e conseqüentemente Ígor, por quem tinha certa atração, considerando o físico do mesmo, que praticava musculação e outros artifícios em culto ao deus corpo.
Igor, estava ansioso por nova festa, embora que agora fosse do lado dos gregos, este seria o segundo encontro e só de pensar nisto ficava excitado, mas não ficariam lá, sairiam, para evitar que atrapalhasse seus esquemas com as outras gatas.
Nesta festa, estava toda a turma de Renata. Pontualmente as onze da noite, se encontraram nas esquinas de seu condomínio. David foi o último a chegar, ainda estava com o seu Lap Top na mão, quase encerrando um site que tinha programado sobre o seu amor, em silêncio, por Renata, sua paixão.
David nunca teve coragem de expressar o que sentia, mas aquela noite criou coragem de mostrar o flash do seu amor, onde ele havia colocado fotos dos dois, como se fosse uma só, inserido músicas do filme Romeu e Julieta, usando as mesmas roupas de Leonardo De Capri e havia animações de David negando o beijo de Ana Paula Arósio, Gisele Bündchen ou Vera Fisher, em troca do amor de Renata.
Porém o caos da sociedade moderna conspirava em seus efeitos sistêmicos. Zé Orlof’s, o troiano mais pobre financeiramente ou de espírito, sinônimo usado para financeiro na época moderna, havia acabado de injetar sua cocaína, roubada da casa do traficante Colla, ainda ligado resolveu escolher um lugar para se esconder.
Todos estreariam naquela festa. David, descobrira uma nova linguagem para expressar o seu amor, a informática. Zé Orlof’s que insistia na mesma linguagem para expressar a sua dor: a droga, caminho rugoso e sem retorno. Ígor certo de que Renata saciaria, mais uma vez seus instintos, naquela que seria sua segunda noite de sexo, em homenagem ao Marquês de Sades. Renata também estaria lá para celebrar os seus “deuses”, nessa nova Roma, cercada de Calígolas e Neros, encontrados em qualquer esquina e que a faziam esquecer a realidade, penetrando no profano e transformando o sagrado da história. Ela não sabia o que buscava, só queria prazer e ser, como sempre, o alvo da historia.
Ao chegar na festa com sua turma a cercando, logo Ígor furou o bloqueio ao som das tumbas do Rock, beijou Renata forçadamente. David ao ver aquilo, a desobediência das leis dos seus deuses, afinal, o troiano não pode namorar uma grega (e pensou: principalmente a minha!), tratou logo de agarrá-lo e humilhá-lo acertando um chute na cabeça. Caído, Ígor seria atingido no local onde homem nenhum queria ser atacado. O grito de guerra estava declarado e ninguém entendia o porque da confusão, nem Renata entendia o beijo de Ígor, nem a reação de Renata e muito menos os dois suspeitavam de seu amor em conjunto pela mesma mulher. Só o caos da solidão do coração de cada um, sabia os reais motivos.
Nesse momento as deusas bebidas e drogas imperavam no comportamento dos guerreiros gregos e troianos. Até que Colla, o traficante, a procura de Zé Orlof’s, invadiu a festa. Naquele momento David já havia dominado Ígor. Zé Orlof’s resolveu atirar no traficante, ainda sobre o efeito da droga, atingindo, casualmente, David, salvando os troianos de uma derrota. Como podem ver, caros amigos, as drogas haviam influenciado o destino... até os pobres mortais continuavam nos dias seguintes a procurar a causa, através dos jornais, onde só havia caos...
Graças aos seus amigos Bin, Amy, Nicolau e Michel, David foi levado as pressas para o hospital. As outras pessoas da festa ainda continuavam vibrando e brigando com o acontecido. Para eles, David serviria como um grande motivo para celebrar em suas conversas de guerra, o quanto aquela batalha havia sido interessante. A amizade salvara a vida de David. Há horas, ele foi levado ao hospital e a bala foi tirada rapidamente graças ao “deus computador” que David carregava em seu peito, visando fazer a declaração de amor a Carol, a bala não havia conseguido profundidade em seu corpo, o notebook abafou o impacto.
Aquela festa seria um marco para nossas vidas e para o Teatro. As coisas não seriam como antes, apesar da amizade de nossa turma ter salvo a vida de David, o Teatro, corria perigo, pois nossas discussões agora começavam a esquentar. O conflito de valores entre o nosso mundo e o mundo objetivo que nos cercava, começava a ser mais fortes que a nossa bravura e coragem durante as guerras e a declaração de projetos que havíamos feitos no Teatro!
No outro dia ao dobrar a esquina da Escola, vi mais uma vez duas gang’s se enfrentando. Uma era formada por meus amigos de infância, a outra por garotos da escola mas o que me chamou mais atenção foi uma câmara de TV que filmava tudo ali e dava sinais de que realidade e ficção em minha cabeça perderiam rapidamente suas fronteiras.
Sem perder tempo, peguei meu notebook, imaginei nele uma lança-míssel que obedeceria meu comando instantaneamete na velocidade de meu pensamento, porém antes de disparar meu lança-míssel, fui acertado por uma bala, cai... De repente de um lado vi os troianos, a câmera de TV e por detrás dela talvez meu pai estivesse preparando a cena para o Sacrifício de Isaac... Por um momento, fiquei como que fora de mim e cenas do meu passado vieram a tona. Lembrei de um desenho que fazia ao lado de meu avô, transformando estrelas num parque de diversão.
Por sorte não seria o meu destino, apenas mais um teatro real do imaginário da vida. A bala era imaginaria, pois o acontecimento com David tinha transformado o meu medo da violência em pesadelo. Os territórios invadidos pelas guerras das Gangues , não escolhem o seu lugar de ação , as vezes o tempo se transforma, invertendo as lógicas do passado e do futuro através de nossos medos. Somos vítimas e assassinos por omissão. A arte e realidade confundem seus papéis , conversam entre si, desafiam a vida, a lógica e a verdade transformando o que somos e o lugar que vivemos de formas inimagináveis.

O Terceiro encontro

No terceiro encontro resolvemos ler o jornal do dia por mero ato de contemplação com o mundo além de exercer o papel de estar preocupado com a economia e a política de nosso país. Nicolau leu em voz alta para todos.

O CAOS IMPERA NO PAÍS, A BOLSA QUEBROU E A MOEDA SOFREU UM ATAQUE ESPECULATIVO! CRIDE FINANCEIRA GLOBAL


Aquelas palavras: caos, quebradeira e ataque faziam parte do vocabulário de nossa turma e eram usadas para retratar o episódio de nossas guerras, que não eram econômicas, mas tinham o mesmo objetivo, fazer falar a nossa arrogância em nome da glória de uns poucos, que, se refugiando no álcool, comemoravam a sua vitória (alguma semelhança com o mercado financeiro? Creio que mera coincidência). E, se soubéssemos as conseqüências que provocariam em nossas vidas a quebradeira e o ataque na Bolsa, teríamos feito algum protesto no teatro para declarar a insanidade da dor, maior que a de David com a bala rápida e passageira. Um fenômeno que qualquer estatístico consideraria improvável aconteceria com nossas vidas, o que a matemática trata como estatística, na vida real, a globalização torna realidade.
Os pais de alguns dos garotos, a partir do plano de “estabilização econômica” para enfrentar a crise das Bolsas, perderam seus empregos, também sobre os efeitos do avanço da globalização. Os pais de Nicolau e Bin eram funcionários públicos e, com a diminuição do Estado neo-liberal acoplado aos cortes de gastos do governo, os dois participaram de um plano de pressão ou demissão, não lembro ao certo, voluntária! Dois outros, que eram empresários, com o aumento dos juros viram as suas empresas serem entregues aos seus “sócios”: os Bancos e as multinacionais que, após a recessão e uma guerra de preços, compraram, “a preço de banana”, a empresa. Os três últimos pais, trabalhadores, não acompanharam o ritmo da produtividade, flexibilidade etc... e com a queda no consumo, em virtude da alta dos juros, os menos hábeis ficam sem direito a sobreviver, afinal seus ouvidos já bem sabiam que o desemprego era estrutural, mas o seu coração se recusava a deixar de bater em nome do deus globalização, que não via naquele tic-tac nenhum sentido a mais.
Portanto o que era antes, os encontros nos teatros, nos bares, passou a ser a busca incansável por emprego. Sete jovens que teriam a difícil odisséia de sustentar suas famílias. Mas como? Se não temos ao menos uma educação adequada, nem experiência, devido a falta do primeiro emprego ou, pelo menos, um espírito crítico para contrapor a toda a esta insanidade. Se tivéssemos aprendido alguma técnica com criatividade, ocuparíamos os lugares de nossos pais, com salários mais baixos. Nem isto tivemos, pois na escola sempre fomos adestrados. Talvez a única alternativa que teremos será a criminalidade de nossos bairros, o tráfico de nossa gang, a violência de nossas guerras... se somos taxados de culpados, quem são os inocentes?
Resolvemos ir até o teatro para discutir aquela nova situação! Bin propôs que fizéssemos uma oração. Muitos que ali estavam nem mesmo sabiam por onde começar, nunca haviam rezado, seu único “santo” era o assassino que tinha esse nome no cinema e não só os santos perderam seu real significado, também palavras como revolução, rebeldia, felicidade, passaram pela “metamorfose” da modernidade que a quase tudo acabou, esvaziando o conteúdo léxico dessas palavras, hoje revolução é usada para definir programas de “qualidade” nas empresas e não sei mais que palavra use para me expressar.
Isaac acreditava mais em Deus do que em sua própria vida, porém não acreditava nas Igrejas, nem nas religiões, discordava do poder e do controle mantido por essas instituições, através de suas riquezas e não entendia principalmente os seus discurso igualitário, cristão e sua prática hierárquica, soberba em suas igrejas de ouro! Como era possível a comitiva do Papa, ser semelhante à de um Rei? Lembrando que os Reis, de fato não pregavam a igualdade entre os homens. Se o Papa é tão importante, porque ele não está sentado à direita do Pai? Pois aqui colocam-no desta forma! Como homem que merece todas as glórias de sua igreja, deveria ser um símbolo concreto de igualdade entre os homens. Deveria transformar as posses da igreja em Roma, em abrigo para os que morrem de Fome, na África... Para mim Gandhi sempre será lembrado, como um líder mais merecedor de determinadas honrarias, embora em outra religião, que muitos dos que ocuparam o cargo de Papa. Não quero dizer com isto que a moral do Papa é duvidosa, pelo contrario, quero afirmar que ele só fica no plano da moral, enquanto a própria Fé sem ações, para libertação do povo de cristo, de mais esse Egito é esta própria que Fé que destrói uma igreja, não se mostrando solícita a enfrentar os graves problemas, que afligem o nosso povo. Não perdemos a nossa crença, não em Deus, mas nos seus digníssimos e constituídos representantes. Certo dia fui tentado a pedir a procuração que Deus passou para o pastor Hipócrates afirmava ter, para falar em nome de Deus, com direito inclusive a vender, locar e sublocar apartamentos no céu, no andar entre o céu e o inferno, mas fiquei convencido por sua persuasão.
Estávamos lá reunidos no Teatro, quando Isaac pediu licença a Bin para fazer a oração, embora com isto, fugisse de sua prática que era outra ou será que se confundia com o próprio Deus a sua procura?
Bin pediu a todos que fizessem silêncio e acompanhassem as palavras de Isaac em sua prece-poesia.
Primeiro ele orou para a luz...
As trevas são o oposto da luz...
Deus não fez as trevas, ele fez a luz
Pois no escuro, todos os caminhos são iguais
Não há para onde ir, já na luz todos os caminhos;
Estão à nossa disposição, as naturezas, as criações...
Exceto o caminho das trevas, pois o escuro é o mal.
E a luz é o bem, a escolha.
Se teus olhos forem bons qualquer caminho na luz
Trará a felicidade, o êxtase da liberdade!
Porém não distinguirás entre o bem e o mal,
Pois não deves conhecer o mal,
Pois ele é o fruta proibida, as trevas
E não faz parte da natureza
Nem um fruto dá...
Nem cria a beleza, a luz...


Parou por alguns minutos em silêncio, lembrou que luz é a Fé no caminho e mesmo nos caminhos escuros por onde andávamos, a fé é a luz que ilumina. Mais essa fé, um valor divino deve ser levado à concretização de seus sonhos, de seus projetos através da fé num valor humano, a política, que foi perdendo seu sentindo e para ocupar seu lugar, foi surgindo a prática ridícula de uma nobreza que ocupa os cargos políticos. A Fé e a política caminham juntas na construção do amor. A política sincera tem a preocupação com o outro, como se fosse a sua vida e a Fé nos transcende a conhecer o Absoluto, Deus, quer seja através da arte, da religião, da educação. Deus estará lá e nossas ações são instrumentos do seu Ser.
Lembrava por fim que o diabo não existe, como Ser ele é a ausência da luz de Deus e não era responsável pelas infelicidades humanas, pois não é Ser, ele não cria, não ocupa espaço. Ele precisa do “deus-homem” para criar corpos e espíritos por onde falará, mas ele não tem poder para criá-los...
Unia-se naquele momento em sua alma, o espírito do poeta e do político, Isaac, que buscava unir a esfera humana e divina, como nos velhos quadros do seu vô Alberto. O homem não deveria esperar por Deus, para que os instrumentos das trevas, perdessem as suas forças, como também não poderiam acreditar em livrar-se deles sem a Fé em Deus. Por Isaac, o Poeta Político, irá encerrar a sua oração com um Discurso Político sobre o Dinheiro e assim começou: A abstração maior do domínio de um instrumento sobre o Homem!
O Dinheiro é a lágrima do mundo enquanto a humanidade chora de sofrimento, ele é produzido. A tristeza que antecede a dor é a abstração da vida, a soma da concentração da riqueza, pois a moeda não mais substitui a produção. Nas mãos de quem produz ela não está, servindo apenas como o aparato principal, para que as pessoas continuem a trabalhar, garantindo o luxo e a sobrevivência daqueles que em seus círculos fechados, reproduzem entre si ideologias arrogantes, que proíbe o pensar, mostrando que só é necessário entendê-la, fechar-se em seu círculo, o sistema capitalista que vigia, prende, julga e pune os que estão fora ou dentro dos presídios, atrás do dinheiro e por intermédio dele ocupar o lugar, dos que antes estavam. Afinal quando a razão desaparece, o irracional impera e sobre ele não há como organizar o caos, pois o dinheiro muda de forma, de acordo com a tecnologia que lhe prende e que prenderá a todos entre códigos de barra.
Resolvemos naquela reunião que por enquanto teríamos que arranjar trabalho até que pudéssemos pensar o que faríamos para mudar o mundo, pois o emprego, naquele momento, era a garantia de sobrevivência para todos, com exceção de David.
Este havia descoberto, que a empresa de seu pai estava falida, mas eles continuavam ricos em seu patrimônio e aplicações no Banco! Seu pai vendeu tudo e avisou a David que a partir daquele momento eles iriam viver de rendas. Agamenon iria trabalhar com ele numa financeira, e teria que estudar mercado financeiro.
David disse que ali se vingara daqueles que provocaram o ataque cambial, ao seu país, fazendo que ele e seu pai perdessem, com a desvalorização do câmbio, 20% de sua fortuna. Naquele momento o mercado financeiro era o seu novo “deus” para o qual prestara suas homenagens, dançando o seu jogo.
Já nós teríamos que nos virar! Chegava à época do vestibular e o quanto foi difícil para cada um de nós, estudar, viver de empregos temporários enquanto tentávamos entrar na universidade.
Como podemos ver, a verdadeira guerra estava para começar. Moldando suas formas e seus estilos. Será travado entre os liberais, que precisam do dinheiro, da polícia e do Estado para controlar e punir os homens que não acreditavam em seus deuses e em seu discurso parecido com o da igreja, que prega a liberdade e a igualdade, mas não abdica de suas violências, de controle e domínio sobre a sobrevivência do homem, obrigando-o a se submeter as suas formas e estilos de vida, que punem a arte, a educação, a liberdade de espírito e principalmente o amor. Pois sem chances para sobreviver, só resta a ele, responder com violência, a violência que o atinge, como reação, mata e rouba. Parte da juventude segue este credo, tendo na porrada a única linguagem para se comunicar com um mundo que a oprime.
Nicolau, naquela que seria a última reunião do Teatro “TRIBOS 7i”, resolveu, agora que conseguiram emprego, deveriam, dar uma resposta ao mundo. Contra a castração de suas juventudes e a mecanização de seus braços. Ele organizara um ato político para celebrar um novo tipo de sociedade. Nessa nova sociedade, o falso liberalismo deveria ser extinto, proporcionando a todos igualdades e oportunidades, para que cada jovem possa trilhar o seu caminho, construir o seu mundo e, assim, fazer do seu mundo o ambiente de realização da vida.
Neste ato político estaria presente todas as jovens lideranças, celebrando durante este ato, as culturas jovens com danças, pinturas e poesias, que Michel havia preparado para o Festival Arte & Liberdade.
Naquela noite todos chegaram bem cedo, as luzes se apagaram para dar inicio, ao espetáculo. Poucos tinham percebido ali a presença do grupo contrário, os troianos. Mais tudo bem, isto significa que eles aderiram ao protesto, assim pensávamos, esquecendo que, Ígor, é um neoliberal, pois tentou impedir com a força a felicidade dos gregos.
Deram-se início ao ato político, com a palavra de vários jovens, expondo seus sonhos e colocando a sua vida a disposição para realizar estes projetos nos campos da educação, arte, assistência social, empresas cooperativas, enfim projetos que davam uma dimensão concreta ao mundo e aos valores em que acreditavam. Eles faziam diversas críticas, mas não deixavam de apontar em direções a novos horizontes, que, tendo apoio, logo os colocariam em prática e, neste breve diário, faremos um resumo de como podemos mudar a face da economia, das empresas, da educação, da política, do social, da cultura e das comunidades em que vivemos.
Mas por enquanto todos prestavam atenção. Após estas exposições que modelou o nosso projeto de mundo; iniciaram-se as apresentações artísticas com poesias. Renata seria a primeira a recitar a poesia “Espelho do passado”:

Qual o mistério da vida?
Se quando crianças é tão perfeito
E, hoje, quando olhamos pelo espelho.
Só as lembranças é que nos restam...
Para onde foi perfeição? Interrogo-me confusa.
Por que não ficamos sempre belos? Como nas novelas...
O que chamamos de sociedade, na verdade é um espanto.
Prefiro não refletir sobre isso, a sociedade, é muito chato...
Estressa minha beleza...
E calou.
Michel continuou:
De tão calados que ficamos,
Acabamos sendo o que não somos.
Quando crianças era sincero.
Não suportávamos, o que não queríamos.
Não aceitávamos ser meros objetos
Melhor quando éramos meninos.
A realidade é uma brincadeira,
Desta vez os brinquedos somos nós
A alegria do adulto é passageira
Quando acordamos e percebemos que estamos sós
Vale a pena voltar a ser criança...
E perceber que não crescemos,
Admirarmos nossa infância
E tornar realidade os sonhos que tivemos.
Assim não será difícil entender quem somos nós...
Porque estamos vivos?
Afinal vamos esquecer os inimigos
A violência que criamos
A riqueza que não distribuímos
O Papai do Céu que esquecemos
A ganância da cidade
O mundo era melhor, quando estava lá em casa.
Onde sonhos se transformam em realidade.


Todos aplaudiram de pé, era uma ode ao momento que vive entre infância e adulto, pois já estávamos entrando nesta fase.
Logo depois veio a Banda de Rock Sirva os servos, depois um mímico para ironizar os atropelos da juventude, quando o desejo nos consome e o artista com seus quadros de óleo sobre a tela, mostrara as emoções da juventude, expressas pelo encontro do artista com o absoluto, como no Grito.
No fim, antes de Nicolau falar, teve a exibição de um filme intitulado “Os Protetores”. Toda a imprensa da cidade se encontrava lá, porque aos poucos o Teatro foi lotando e chamando a atenção. Alguém ligou para a polícia, devido o barulho e, com ela, veio a imprensa achando que era algum crime afinal tanta gente num só lugar, gritando e chorando, da mesma forma caminhando e cantando no passado, não poderia ser emoção, era protesto!
Ao chegar perceberam do que se tratava e resolveram dar um espaço bem grande nos jornais, revistas e TV, incluindo alguém que começou a transmitir direto via Internet e vários jovens de todo mundo começaram a assistir, com seus olhos brilhando e sentindo seu coração bater mais forte. Todos estavam entusiasmados (no sentido estrito da palavra que significa Deus dentro de si), ao ver a juventude cumprir seu papel histórico, de unir sonhos e protestos, “fazendo a hora, não esperando acontecer”, como cantava o Vandré
Em baixo da tela, o hacker que transmitia colocou “Acreditemos nas flores, vencendo os canhões da injustiça, da desigualdade social, da violência”, alertando: Juventude Uni-vos para sonharmos juntos e a realidade se transformará!
Foi quando Nicolau se levantou para falar e encerrar o encontro...
Pegou um relatório, que havia preparado para mostrar as atuais condições do mundo em que vivemos se utilizando de dados da ONU, em seu livro “Nossa Comunidade Global” e começou a falar...
Vocês sabiam que...
Os cinco membros permanentes do conselho de Segurança da ONU, fornecem 86% das armas exportadas para os países em desenvolvimento, onde aconteceram, entre 1945 e 1989, a maioria das 138 guerras que resultaram cerca de 23 milhões de mortes.
A quinta parte mais pobre do mundo ganha menos que 20% do que recebe a quinta parte mais rica, ou seja, a vida de um rico vale, nos mundos modernos, milhões de vezes mais que a vida de um pobre!
A população mundial é hoje duas vezes maior que no início do período pós-guerra. Na verdade, a população do mundo cresceu mais nas últimas cinco décadas do que em todos os milênios da existência da humanidade. Os países em desenvolvimento abrigam 78% desta população e 94% do aumento atual está ocorrendo nestes países.
Com menos de um quarto da população mundial, os países industrializados (incluindo Europa Oriental e Russia) foram responsáveis por 72% do consumo mundial de combustíveis fósseis (escassos por natureza) entre 1986 e 1990 e no caso dos metais mais importantes, são até maiores...
Existem 1,3 bilhões de pessoas no mundo em pobreza absoluta e, para eles, existir água potável é um luxo. 800 milhões de pessoas não tem comida com regularidade e 1 bilhão delas vivem com menos de um dólar por dia. Um terço dos adultos do mundo em desenvolvimento é analfabeto e dois bilhões de pessoas ainda carece de eletricidade.
Estão se formando no mundo blocos econômicos, como o MERCADO COMUM EUROPEU, o NAFTA ou ALCA, e o bloco Asiático liderado pelo Japão. A China já a terceira economia no mundo. Vimos, a ficção se transformar em realidade, vários filmes já abordaram regiões de pobreza, doenças genéticas, guerras constantes, prisões do universo ou o que sobrou do Fim do Mundo e a tecnologia proliferada nestes filmes tornou-se realidade.
Várias regiões do mundo foram transformadas em prisões, onde as pessoas, morrem de fome, doenças e guerras. África, países em desenvolvimento, algumas regiões da Ásia, da Europa Oriental, guetos de Nova York, favelas em São Paulo, desempregados, soldados que estarão em guerra, pessoas com a religião ou a raça “não adequada...” aí bem lembrado, a maioria jovem.
Tudo isto gerado, como os filmes previram, por prisões econômicas, proibindo a entrada no “paraíso” com leis contra imigração, empresas que reduzem o emprego com tecnologia, Estados que não garantem saúde e educação, terrorismo de religiões e raças. E parabéns também aos filmes que pregaram o “Fim do Mundo” com a Bomba H ou o Apocalipse. Eles só deixaram de detalhar melhor as ferramentas do Deus-Homem.
AVISO AOS NAVEGANTES: Se o seu maior problema é o seu aniversário, a roupa ou cd que não comprou, seu carro e seus músculos ou beleza, acorde para o mundo, se não o mundo o acordará e é bem pior do que sua mãe o acordando. Faça algo, pense, participe, haja. Nós estamos no mesmo barco e fazemos parte do êxodo da humanidade.
- Desculpem o “excessivo” comentário sobre essa variável é porque dela derivam as demais e, por fim, as ultimas variáveis. Nicolau, estava de frente ao quadro branco, escrevendo os principais tópicos das variáveis... Lá estava escrito com pincel vermelho A... B... C... D... E...
F) As regiões desenvolvidas produzem dez vezes mais livros, tem cinco vezes mais rádios, oito vezes mais TV e seis vezes mais jornais, transmitindo a cultura da informação, que se faz necessária e quanto mais tivermos, melhor, é preciso processá-la, possuí-la como reflexão para a ação. Evitando que a classe culta seja o maior alicerce do sistema que a maioria dela discorda, mas é o principal sustentáculo de sua sobrevivência. O que faz com que ela torne culta a sua linguagem, para com ela se proteger e se esconder do mundo real. Onde essas palavras, em sua epistemologia, perdem sentidos, pois explicam mas não transformam. Servem como escudo psicológico para justificar que se não participa ativamente da luta, oferece seus argumentos para essa luta, porém estes só defendem a eles. Ironicamente é o seu escudo, como os gregos são homens de ouro e o sustentáculo maior do sistema, pois deveriam ocupar a posição de líderes e professores do povo em busca da liberdade, mas o que fazem é proteger, com suas palavras sem ação ¼ da população que consome 80% da produção mundial. E o povo deposita toda a sua confiança em Deus, nos Homens de coração bom e sabedoria. Mas, onde eles estão?
Agora Nicolau faz duas propostas:
- Peço que os senhores peguem agora as variáveis A, B, C, D, E e F, montem a sua equação para responder quanto vale a sua vida. Que mundo é este que está se projetando e qual a conseqüência direta para a nossa vida? Façam as suas equações, montem seu tratado e lutem para que eles aconteçam Planejem os próximos 100 anos da Terra formem alianças e lutem para viabilizá-lo. É este o propósito do Protesto das Rosas.
Jovens de todo o mundo estavam assistindo o que se passava, pela Internet, naquele momento. De repente, Renata, sem estar programada entrou na frente das câmaras e de Nicolau, para fazer a última parte do evento, com a sua última dança. Renata havia prestado atenção, a tudo que acontecera até ali, todas as variáveis, todos os dados, tinha escrito sua equação de diversos modos e pensado em diversos resultados, principalmente o prazer, sua maior razão de viver.
Imaginou um oitavo dia para a criação e enquanto pensava, sua alma queria fuga, não agüentava a dor, ela queria o prazer como nunca! O prazer que as drogas e a bebida proporcionam. A apatia, a ociosidade de sua geração, era um momento de dor, de fuga da vida. Ela acabava de perceber isso, que o mundo era tão cruel, que a dor de pensá-lo de modo racionalmente dilacerava qualquer alma! Matava a razão. E como a Fé dela, da sua geração, da geração de seus pais, estava morta por asfixia, ela não conseguia ver um oitavo dia diferente, a razão não mostrava, nem mesmo conseguia enxergar o brilho nos olhos de Nicolau, de Isaac e de alguns jovens que a cercavam.
Mais uma vez a fuga de Renata, através do prazer inconsciente das drogas e da bebida lhe levava à escuridão, porque ela não conhecia a luz. Só que ela estava cansada de fugir e esta deveria ser a sua última fuga, a sua geração ainda tinha fôlego para a sua fuga do nada, mas ela não. Bem que poderiam aproveitar o resto que tinham para ir a busca do prazer, não o prazer pelo prazer, mas o prazer pela vida, pelo amor, pelas artes, pela educação, pela política e que assim construiriam um oitavo dia diferente. Foi este o seu último desejo e sentada, escondida atrás das cortinas do teatro, quase tomou uma overdose de heroína, mas ainda tinha forças e se levantou para dançar, ultrapassou as cortinas, ficou a frente de Nicolau e dançou enrolada numa bandeira que trazia um jovem coração no centro do globo terrestre. Dançou, em frente às câmaras, a música que trazia a seguinte poesia:

Um dia o sol ilumina as trevas
Quando seus olhos forem bons
Não aceitará que deuses da maldade o dominem,
Não será contaminada pela vaidade.
Teus desejos, tua coragem e tua honra!
Teus segredos e mentiras
Fazem parte da mesma história,
A história de uma menina,
Contada no desenrolar de uma guerra
Que o tempo cansado espera
Entre Homens e Deuses
Deuses e Homens
Homens que criam Deuses
E Deuses que criam Homens,
E no ultrajar de suas linguagens,
Em beneficio de suas posses
Fazem com que o Deus Amor
Fique covarde para dominá-lo,
Enquanto os deuses droga e dinheiro
Matam e dominam,
No apagar das luzes,
A loucura do homem.
Este se esconde, mas pode se libertar!
Como sonho de poeta
Que conta o que sente
E não esconde o que vê
Pois seus olhos iluminam as trevas,
Não sei ao certo. . .
O que faz parte do paraíso da Terra,
Quero vê-la de perto
Se existe o simples desejo ou acaso da paz.
Onde não há desejo e paz,
A paz que enxerga e liberta os deuses
Dos homens e te devolve à liberdade
Para viver teus reais desejos,
Pois onde a solidão esconde
Só a verdade liberta
só o sol ilumina as trevas.
Onde a neve cai, o amor não congela!
Nem as esperanças da menina e do poeta.
Quando acordados estamos
Não percebemos o quanto somos felizes.
Se abríssemos os olhos,
O Sol iluminaria as trevas,
a esperança está de portas abertas
Quando a coragem do amor enxerga. . .


Renata dançava como uma rosa e se libertava ao ouvir as palavras do poeta, dominando a droga e em pleno estado de êxtase, sombreado e ofusco, começava a clarear através de sua razão e de seu coração, um novo caminho! E todos percebiam que ela havia derrotado a deusa droga, seus olhos e sua face eram sublimes, como seus passos se tornavam mais nítidos e verdadeiros.
A juventude estava ali representando a sua luta de conflitos, vencendo seus deuses impuros, criados pelo homem, conquistando em seu Ser, o Ser absoluto, a vida, a verdade.
Mais o caos começava a criar mais uma interferência no destino e a juventude lutava para organizá-lo, mas era ele que também criava em seu ambiente a juventude.
Ele viu no coração de Ígor, que estava ali assistindo o espetáculo, um ódio latente e tratou de torná-lo um ser racional, deu “razões” para que ódio, não se perdesse em sua mesquinharia enfadonha. Ígor, já havia visto no espetáculo, um de seus maiores símbolos sendo assassinado, o deus dinheiro, por uma poesia relida de Isaac.
A dor de Ígor ao pensar num mundo sem dinheiro era insuportável, pois a luz da criação não habitava seu coração. Ele achava ultrajante falar na morte do seu maior deus, o “deus dinheiro”, pois a sua escuridão era necessária para reforçar seus símbolos, sem colocá-los à luz da interrogação.
O ódio que pairava em seu coração e a dúvida que repousava na sua razão, não conseguia suportar ver a única fuga que sempre teve para livrar-se da dúvida e do ódio, sendo morta por seu amor a Renata. E acaso vendo um Deus forte e quase imbatível: o deus amor, capaz de transformar, mudar e amolecer o mais duro dos corações. Toda essa situação estava deixando-o cada vez mais confuso, mas seus deuses permaneceriam durante algum tempo, inabaláveis.
Em meio a tudo isso, mas uma questão era ventilada. A deusa droga estava morrendo, Renata estava a matando com sua liberdade, com a luz de seu coração e de sua razão! Renata estava eliminando toda e qualquer possibilidade de fuga, para colocar no lugar dela apenas o objetivo de enfrentar os seus problemas, de pensar as diversas possibilidades de criar novos caminhos, de enxergar além da droga, do dinheiro e da solidão, os três maiores e piores deuses dos infernos de sua época.
E, Igor na loucura de seu medo, levantou um revolver sem fazer pontaria para ninguém e disparou a lança de sua raiva, travestido de bala e acertou o coração da bandeira e de Renata, que dançava, tendo em sua barriga um filho de seu assassino.
Aquele tiro, aquela morte disparou on-line via Internet, gerando revoltas e protestos de jovens no mundo todo, contra os deuses de ades! São Petesburgo, Florença, Seatle, Genova, Bruxelas, Paris, São Paulo, Viena, Belgrado, Pequim, Londres, Fortaleza... Os conflitos eram expostos e a imprensa caminhava para transmitir e informar.
Poucos explicavam o que de fato estava acontecendo, ninguém aprofundava que se tratava da briga de Deus e de homens que criam deuses. Tal coisa era vista como um mero assassinato e como revoltas de jovens “rebeldes”, “sem-lei”, querendo liberdade...
A imprensa, por diversas vezes, cercava Nicolau, Isaac, Amy para falar sobre o que estava acontecendo, mas todos eles ficaram em silêncio. Humilharam a deusa da informação sem reflexão, pois acreditavam que, na sociedade em que viviam, o seu silencio fosse mais refletido que suas palavras...
Observavam que aquelas pessoas estavam perplexas com suas atitudes, mas eles notavam que isto era fruto também do mundo novo que os cercavam, cheio de tecnologias e com poucos atos que causam a mesma perplexidade gerada pelas tecnologias.
Nicolau então resolvendo encerrar ali, o primeiro e único ato político sincero de sua carreira. Resolveu escrever um texto sobre o homem do século XXI, que deixaria guardado para que seus filhos enxergassem o mundo em que viviam! Nicolau usava como sinônimo do homem moderno o termo: “perplexo tecnológico sem amor”. A deusa da tecnologia impõe o rito da perplexidade e de seus instrumentos, celebrando o choque entre a consciência e a percepção. A percepção mostra, não acredita, não entende o que está colocado. Não nos impressionamos mais com TV, computadores, carros e chuveiros, o homem dominou a natureza, mas a natureza dominou o homem com a perplexidade!
E o caos, mais uma vez, celebra a perda do sentido porque sobre seu comando sentiremos as conseqüências, de coisas simples que viram mostrar, quando não tem sentido como vivemos. Em vários lugares do mundo anda-se a pé, kilometros em busca de comida, toma-se banho de cuia, ouvem novela pelo rádio, como fazia, algum tempo, atrás meus avós! Fico espantado com o mundo que criaram para a infância da minha humanidade viver. Agora durante a minha juventude, o mundo em que vivemos tornou-se perplexo para nossa geração e de nossos pais ao mesmo tempo...
O caos organiza-se... Diriam os deuses! Para estabelecer o seu domínio! Afinal não reconhecemos a origem, a lógica, dentro de um sistema maior de valores e necessidades da humanidade, da teleinfocomputrônica. Pois essa indústria investe em varias formas para dizer, como dizer, mas o que dizer? através dela, “se há tempos, nem os santos tem ao certo a medida da maldade e há tempos são os jovens que adoecem e há tempos o encanto está ausente e a ferrugem do sorriso só ao caso estende os braços a quem procura abrigo.” E se por acaso fala de amor, procuram acorrentá-lo, torná-lo covarde, sem esperança, como se o amor existisse apenas para contemplação.

“Lá em casa tem um poço”
“Mas a água é limpa “
Mas vai lutar,
Por um mundo melhor
E se for necessário que ele se suje,
Para enfrentar os deuses
Para mudar o mundo
Isaac o fará...
Em nome de um Deus
Que nunca se escondeu
E sempre esteve presente,
Na alma dos heróis
Daqueles que tomam para si
A responsabilidade do mundo,
Pois ultrapassem o mundo dos deuses,
A teleinfocomputrônica em sua pele,
A pele do outro como Jesus Cristo,
Francisco de Assis, Luter King, Gandhi
E outros que enfrentaram
Até a dor, mas sem esquecer.
“Que tudo é dor e toda dor tem o desejo de”.
“Não sentirmos dor”
A coragem do amor fala mais alto,
Podemos mudar o mundo,
Usando a teleinfocomputrônica
Como instrumento do mundo que
Queremos realizar!
O livro foi feito, para que as pessoas saíssem dos seus esconderijos. Não podemos esquecer que a evolução e o ritmo adotados pelas transformações têm-nos feito caminhar por novas palavras e sentidos que estão além do texto. Não podemos esquecer luz, sentidos e palavras “não falo como você fala, mas vejo bem o que você me diz. Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito. E você está me esperado no ar, mas como me levou para as nuvens com os pés no chão” Realidade.
A fuga da Teleinfocomputrônica é a máxima do distanciamento do momento concreto, que expressa a sua ideologia, para garantir seu funcionamento com a realidade de nosso trabalho e a contração de nossa vida, utilizando os recursos da imaginação, as imensas possibilidades que ela lhe apresenta e suas relações nas transformações cotidianas e estruturais. Essa fuga nos mostra algo que tenhamos ao chegar em casa, se é que vamos sair, tínhamos que dormir em pé, já que a cama e suas fábricas, do ponto de vista material perderam o sentido! A fibra que compõe o chão, hoje garante que, durante “o sono”, possamos realizar automaticamente uma psicanálise. Aparentemente podemos ficar abismados com este exemplo, porém ele não é tão avançado, na Ideologia que representa, quanto algumas inovações da Teleinfocomputrônica, que seus escritores traziam consigo em seus filmes, sobre prisões estrelares.
Isto porque trata-se da construção de uma nova conjectura, em sua acepção epistemológica, na raiz desta palavra, pois a estrutura que hoje é criada é a das possibilidades de definir estruturas, que garantam em si a criação e a perpetuação de ideologias, por diversas óticas, castrando cada vez mais a liberdade do homem. Afinal esta fibra que “interpreta” sonhos ao seu bem querer, não foi criada com este objetivo, mas com a idéia de criar um robô que pense, tudo isto proveniente de uma pesquisa em bioenergética. Como perceber as interconexões que esta estrutura de possibilidades nos permite, nos leva a dominar a imaginação, a quantificar e decidir tudo aquilo que “desejamos” fazer?
O nó de todo este complexo é que enquanto ¾ da população mundial padece de fome, de alimentos e da realidade, ¼ padece de teleinfocomputrônica.
E esse livro portanto, foi feito para que as pessoas saiam de seus esconderijos, o mesmo de crianças e, através do Protesto das Rosas, se transformem em PROTETORES do amor. Mostrem mais uma vez que somos uma geração que tem o que dizer. Esperamos que a tecnologia cumpra a sua função! E não se esqueça do “caos” que foi criado, que só se organiza pela anarquia. E mais uma vez lembro da frase de Renato Russo “Lá em casa, tem um poço, mas a água é muito limpa”. É preciso lembrar que ele se refere a um poço de sabedoria, que não pode transformar o que prega em realidade, pois acabaria tendo contato com a realidade e sujando a sua água! Porém lembro, que a água foi feita justamente para limpar, assim como a juventude, a água quando em contato com realidade limpa a sujeira!

MANISFESTO 3 – DESVENDAR A HISTÓRIA MATRIX DE UMA HISTÓRIA– O terceiro selo


Ao terminar de escrever o livro.... Finalmente encontrei a Paz de Espírito, pois não preciso de nada para viver. A Sociedade a partir de suas definições que enquadram. Não mais me defini. Recuso-me a adaptar, pois suas cobranças não me importam. O principal instrumento de sua ação, a capacidade de vigiar e punir para estabelecer as suas relações de Poder, não mais atuam sobre mim. Porque reconheço suas intenções claras por trás de máscaras que escondem Ideologias... E por trás dessas ideologias, um Sistema de Crenças... que dá diretrizes para que a nossa Razão e Linguagem sejam instrumentos de realização desta Crença ou valor; criados pela Sociedade em nome de seus “deuses”, os valores; como por exemplo a Utilidade, a Vaidade, a Fé, o Poder, o Consumo.
É, finalmente, encontrei a Paz de Espírito, pois não preciso de nada para viver e assim posso fazer tudo. Do nada, para Ser sem tornar qualquer coisa que eu faça, um objeto que seguirei como Deus ou Doença. É deste Ser que surge do Nada que encontramos a pureza de seguir a um só Deus que nos dá vida. E negar os Deuses e Doenças impostas pela sociedade, e que traduzam as suas relações de poder. Alimentadas pelos mitos que uma crença produz.
E que uma Determinada Sociedade chama estes mitos de Razão e nega qualquer Sistema de Crenças que desmistifique seus Deuses e não aceite as suas doenças!
Porém não me considero acima de qualquer lei ou da Sociedade, não me considero “Deus”, como outrora eram os objetos que Seguia. Não defino a minha lei através da Razão que permite ou justifica tudo aquilo que queremos porque não dou legitimidade ao “Irracional ou inconsciente”. Eles não fazem parte do meu Sistema de Crenças. Alegar a irracionalidade é permitir, justificar e aceitar o Homem como Deus ou Doença, pois não há limites que definam o irracional ou o inconsciente. E sem limites, o irracional torna-se um componente ideológico somado a incerteza, que criam cenários propícios para que uns poucos instrumentos de dominação controlem o mundo como é hoje o mercado financeiro. Afinal ninguém pode contrapor um “Deus”, quando um Sistema de Crenças, uma ideologia mesmo irracional o justifica. Mesmo quando os enormes cataclismos provocados por ele beneficiam poucos, que reduzem o valor do trabalho a nada, e realizam holocaustos com os Desempregados que sucumbem a concentração de renda e Tecnologia de mãos dadas operando seus aumentos de capital via as sete vidas dos ativos do mercado financeiro.
Da mesma forma que o Irracional não faz parte do meu Sistema de Crenças. Não faz uma ética que é definida externamente por outros, pela Sociedade. Porque, quando isto acontece normalmente, esta Sociedade gira em torno da falta de coerência entre o Pensamento e a Ação. Já que esta, ao ser imposta aos indivíduos, estes não enfrentam os conflitos necessários para lidar com seus problemas e tomarem suas decisões, fundamentando a sua Ética. Os Homens são punidos, e infantilizados para que as Relações de Poder se apropriem de sua alma, de suas crenças.E quando estes homens percebem o Conflito, eles param e assumem a postura do não-conflito para garantir a “Sobrevivência” de uma Sociedade. E a sua! Quando na verdade só garante a dominação de uns poucos sobre muitos! Muitos que assumem uma ética, a paz sem conflitos, em nome de Deuses distantes, que não reportam a um Sistema de crenças, que através da experiência deveria, Ser, ao enfrentar os conflitos, Ser construído Racionalmente. O que permite que a velha e já desgastada Ideologia, que separa Razão e Sentimentos, ainda sobreviva. Esta ideologia castra do homem em sua ação, todos os seus Sentimentos, aquilo através do qual ele demonstra o Sentido, os valores, as crenças que sua atitude pretende realizar. Crenças, as quais a Razão deveria Ser um instrumento para realizá-las, ou um caminho que posso percorrer em sentido contrário, buscando as suas origens, as suas crenças. É olhando para as suas conseqüências, ou seja a Razão, como resultado de um processo de construção ou desconstrução do Ser, que podemos retornar ao Nada! É através das escolhas culturais que fazemos na vida, consolidadas pela experiência, que erguemos o alicerce do nosso Sistema de Crenças. O caminho da Interdisciplinariedade pode trazer à tona a origem da Razão, pois, ao escolhermos nosso objeto de estudo, dentro de condições históricas, definimos as relações de poder que vão ser travadas através deles. Portanto são esses Saberes que adquiriram importância em sua época, e o seu surgimento demonstra a necessidade de determinada Sociedade controlar alguns campos “Inexplicáveis”. Dependerá, como em toda Sociedade, das forças políticas em dominar ou não o inexplicável, o irracional, a razão, a incerteza, isto, lógico, de acordo com os interesses. As crenças transformadas em Razão para justificar, inclusive uma guerra, às distorções do mercado financeiro, o terrorismo.
Em casos de Domínio completo da Sociedade, por poucas Instituições que compartilham do mesmo Sistema de Crenças. Saímos, neste caso do mundo da Razão para entrar no mundo do Dogma, aonde a linguagem religiosa domina, e aonde a Razão deixa de Ser instrumento de uma crença, um valor, para Ser a própria explicação, o dogma, a revelação, a verdade absoluta que esconde os “Deuses” que a criaram e a Natureza - Relações de Poder que eles divinizaram. Assim são as empresas que utilizam a linguagem religiosa para “motivar” seus funcionários, como hinos casados com programas de Qualidade Total, físicos que utilizam a física quântica para explicar o Ser Humano... Entre outros exemplos.
Os nossos Saberes determinam, dentro do contexto do mundo moderno , o grau (dimensão) do objeto que estudamos, para vermos só aquilo que podemos e interessa enxergar. E a partir de nossas crenças atribuímos valor a ela, necessariamente medido no mundo moderno através do grau de importância perante outros valores, que ele se coloca como Submisso ou Superior. Deuses surgem e passam a comandar a Sociedade. E este “Deus” trata de controlar, planejando a Razão e a Linguagem que é permitido estabelecer uma comunicação nesta Sociedade. Desenvolve uma grade curricular que deve ser apreendida e vivida pelas instituições que a comandam. Pois este valor é o “único” que garante a “Sobrevivência” desta, e a paz sem conflitos; e assim ficamos presos dentro de um modelo de Sociedade que nos define e perdemos o Ser que nós somos!
Ser atemporal, pois é formado de essência e não reporta a um único valor e sua respectiva razão e linguagem. Seu sistema de crenças é formado por diversos valores sem graus de superioridade entre eles. Porém eles deveriam ser mediados em cada momento da existência humana, pela igualdade de direitos e deveres, a Justiça! E que deve ser alcançada pela humanidade, já que não há ninguém que prove que uma vida é mais importante que a outra. A sua razão é feita também por sentimentos, a sua ética é construída internamente.
Só o seu único Deus, que lhe garante a paz de espírito, a alegria e o amor é que sintetiza estes valores que dão ao mundo, ao Ser, a vida, a estas formas, conteúdo. Portanto, são através dele e por ele, origem da vida, do mundo, e do ser! Não estranhem estarmos falando em linguagem religiosa, esta é uma dimensão do ser fundamental para construção de suas crenças e de sua existência. Aqui, a linguagem religiosa não é utilizada indevidamente para transpor os limites de outras linguagens, como citadas em exemplos anteriores. Aqui nos reportamos a essência da linguagem religiosa, que é a crença em um Deus não-humano superior a você, e que através da relação entre a vida e a morte, atua como dimensão mediadora que busca a sabedoria, não no sentido culto, e que é um valor essencial para o ser humano encontrar a paz de espírito, e compreender a vida e a morte.
É a busca pelo ser, a preocupação essencial desse livro. E tentamos estabelecer um caminho que nos leve a encontrar você, já que nós, humanidade, apesar de possuirmos enormes diferenças, possuímos também dimensões em comum, o que traduzo por essências, que a partir de experiências buscamos vivenciá-las e comunicá-las através de nossa razão e linguagem! O amor, o prazer são Dimensões essenciais para qualquer Ser Humano. Como também, o Trabalho, a Política, as Artes, a Educação, e a Religião. Em cada uma dessas experiências, vivenciamos essências que constroem o Ser, a partir das crenças ou valores que nelas estão inseridos.
Por exemplo, o Trabalho visa, sobretudo a garantia da Sobrevivência. A Utilidade, valor que constrói a realidade e que faz parte da essência de qualquer Ser Humano. E que ao viver a experiência do Trabalho, compreendo que o Mundo não daria para viver só de Artes, Educação ou Religião. O que parece absurdo, muitos através da experiência de sua vida acredita nisto, pois, ao considerar a divisão de papéis na Sociedade Moderna, esquecem de lembrar que para existência dos Homens de Ouro, deve existir os Homens de Bronze, que arcam com o valor da Utilidade, e da Sobrevivência dos “ouros”. É um grande passo para incoerência entre Pensamento e Ação, porque normalmente são esses que pregam a Libertação do Homem, quer seja através da Ciência, das Artes ou da Religião. Não acho que seja Utopia que cada Ser Humano contribua com a Produção, não necessariamente com as mãos, mas primordialmente vivencie a Utilidade, e exija a sua participação no Capital, de preferência via redes de cooperação, aonde a comunidade vivencia os laços do cotidiano mais fundamental. E de preferência não deixe que a sua renda, em sua grande parte, viaje para outros países. Pelos menos as suas necessidades básicas, que comportam 80% de nossa Renda, deveria ser atendida por empresas de nossa região, garantindo poupança, emprego e distribuição de renda num “mundo global”. O famoso mercado interno.
Sabemos que o trabalho e sua respectiva Utilidade são comunicados pela Linguagem Científica e Política, em sua grande maioria. Assim, continuamos nossa caminhada em busca do Ser, de suas essências, das dimensões de suas experiências, de suas respectivas Razões e Linguagens, enfim de suas Crenças ou Valores. Já falamos da Dimensão do Trabalho! Para facilitar a apresentação do Sistema através do qual buscamos vivenciar o Ser, utilizaremos um Raciocínio que contempla três valores essenciais que fundamentam este Ser: a Sabedoria, a Coragem, o Amor. O Sistema contempla como alcançar estes valores através da Dimensão da Experiência, que nos leva a viver as Suas essências, e a compreender o Ser. Um Ser que vivencia as diversas Dimensões Humanas, afinal a Dimensão Política não pertence aos políticos, e seria bem melhor se cada um de nós fizesse os seus protestos e tomasse suas decisões na Sociedade através da Democracia Direta que a Informática já permite, ao invés de alguém representar em seu nome algo que você não quer. Nem a Dimensão Educação pertence aos Educadores, cada Ser Humano deveria ter a Responsabilidade de investigar o seu próprio caminho, o que Matthew Lipman já realiza nos USA através das Comunidades de Investigação, uma das três ações educacionais pioneiras apresentadas na série da BBC, Transformers. Nem a Dimensão da Arte pertence aos Artistas, devemos contemplar a obra de todos, mas não podemos perder a oportunidade de viver a criação de uma obra de arte, pois se trata de um encontro único com a Transcendência. Assim, também, é viver o Sentido da Dimensão do Amor, que é estar com outros por pura vontade, desejo e sentimento. Sentir na Dimensão da Religião o seu encontro direto com Deus, sem Intermediários, sem palavras decoradas e repetidas, não como os Gentios. Todas estas dimensões são expressões de um só Ser Humano, que deve vivê-las em toda a sua Intensidade. Assim, poderá unir a Busca da Sabedoria, que se dá na Educação e na Religião. O que o Homem pode conhecer por ele e o que pode buscar só através de Deus. Unir esta Sabedoria à Coragem que se realiza no trabalho e na Política, aonde o homem constrói tentando vencer os limites impostos pela realidade, ou na Arte aonde não há limites para o homem criar e mostrar com coragem a sua busca para o mundo. Na Política compartilhar objetivos e a coragem que expressa e convence, de que maneira podemos atribuir a estas construções do trabalho, da Política e da Arte um propósito. E por fim se isso desembocará no Amor, que traz consigo o prazer do outro, ou no prazer egoísta que dividimos com os objetos.
Construímos este Sistema contando a História de um Ser e de suas Linguagens, Dimensões da Experiência e seus valores. Cada palavra representa uma linguagem. E, para formar uma frase, todas as linguagens estarão representadas porque elas se unem no Ser. A Linguagem científica que racionaliza a Utilidade e as experiências, frutos das pesquisas e testes. A Linguagem Política que racionaliza a igualdade em suas formas inacabadas como a igualdade de oportunidades, como já dissemos: se alguém provar que uma vida é mais importante que outra, reinstalaremos a Monarquia, ou os Faraós. Portanto a igualdade da vida , a mesma chance, deve fundar direitos e deveres que garantam a Igualdade de oportunidades. A Linguagem Filosófica que racionaliza a busca da Liberdade pelo Ser. A Linguagem Artística que metaforiza os conhecimentos, Sentimentos, o Amor e suas variações. E a Linguagem Religiosa que racionaliza a Fé, através de Crenças ou Valores. E assim o Livro, através de suas linguagens, conta a História de um Ser!
O nosso Ser tem um mundo interior e, ao mesmo tempo, exterior a descobrir, a Revelar, a Ver para Crer ou Crer para Ver?
Ideologia é um óculos que determina o grau do que vemos, e apenas uma Dimensão que enxergamos. Os nossos óculos não têm ainda capacidade ótica de perceber todas as Dimensões porque ele prioriza uma, com a qual queremos explicar o mundo, e definir os lugares de todo mundo segundo a ordem (grau) que lhe atribuímos dentro do nosso Sistema de Crenças. E por esta Razão, temos hoje moldado o mundo desta maneira, através de espaços, instituições que reverenciam um Valor e do qual atribui Sentidos para a vida dos que lá vivem a sua existência. E lógico criar uma Razão e Linguagem para comunicar-se entre eles. Assim são as Empresas, que querem dar Utilidade a todo mundo, e já tem a Educação como sua Refém no mundo moderno, ou melhor, como Testemunha. Tirando-lhe o valor da Sabedoria, quando lhe reduz à Técnica. A Qualidade Total, Reengenharia já são palavras apropriadas por outras instituições de outras Dimensões. Uma outra vertente deste fenômeno pós-moderno é que a palavra Revolução, Reforma e Articulação perdem o seu conteúdo político de luta pelas igualdade, para servir à Ideologia da Utilidade.
É o fenômeno pós-moderno que reverencia o Deus-Utilidade e inverte o sentido de linguagem religiosa, como já dissemos, cantando Hinos de Louvor a empresas e seus fundadores como nos Programas de Qualidade Total. No ano 2008, o valor que comanda o movimento ético de nossa Sociedade é a Utilidade que cada agente atuante quer dar ao mundo, como Deus. Não se trata mais da vertente do Trabalho, enquanto Sobrevivência, mas enquanto Utilidade que atende a poucos que exigem cada vez mais para atender seus sonhos de consumo, como bem expressa a Era da Teleinfocomputrônica, da colonização dos Planetas, do Desmatamento da Natureza e da Humanidade em nome de uma Ética que utiliza todos os meios políticos, religiosos, científicos para atender as Suas Necessidades, das utilidades de Marte a Fibras Óticas? Para que? Esqueceram de responder! Porém já houve momentos aonde a Sabedoria era a Crença que comandava o movimento ético de Sua Sociedade, em algumas aldeias, como na Grécia! Na idéia Média a religião comandou todas as outras dimensões políticas, educação, arte...Depois veio a industrialização, a utilidade assume seu lugar e talvez agora estejamos vivendo para uma sociedade comandada pelo conhecimento. Um dia sonho com o encontro entre elas, nas comunidades onde vivemos, gerando desenvolvimento local, ao empreender os sonhos das pessoas formando uma Terra da Sabedoria.
É importante notar que as atitudes que são tomadas pelos diversos agentes da Sociedade: Políticos, Educadores, Artistas, empresários ao que acontece no mundo não se dá no sentido de ampliar a Visão e a Dimensão do Ser, e assim poder compreender a importância da essência de cada uma para o Ser e para Humanidade.
O que se vê é uma Ideologia querendo dominar as outras, enfraquecendo-as e abrindo cada vez mais espaço para Utilidade. A Economia, que, hoje, comanda sozinha as diretrizes da Sobrevivência. Em vários momentos da História, a Religião quis eliminar a Ciência e vice-versa. A Política baniu a Religião nos países socialistas, castrando os Seres Humanos de uma de suas essências vitais. Talvez por isso lá a igualdade só era garantida por uma ética imposta exteriormente, vigiada e punida pela Polícia. Quando o poder desta polícia enfraqueceu, com a Perestroika de Gorbachev, o Ser libertou-se. O muro de Berlim caiu. Mas assim também é o papel da polícia na ética do capitalismo, se não fosse a Política e Polícia, o Ser pegaria o que lhe pertence por Direito. Porém se esta Polícia se enfraquece, os Muros das Mansões de Nova York se unificariam com o Broonklin. E a parte Ocidental e Oriental de cada país deverá ser reunificada como era antes que o capitalismo isolasse áreas de pobreza, aonde a miséria é Socializada, e o estado responsabilizado. De crise em crise é hora de despertar...
Portanto em vez de os artistas quererem comandar o mundo vencendo a Utilidade, deveriam, como fizeram Shakespeare, Goethe... Tratar todas as Dimensões Humanas em sua obra. Mais o quanto difícil hoje é escrever um bom livro, produzir um bom filme! Não que faltem talentos, sobram... Porém o Artista para viver precisa produzir sua obra de arte, em tempo hábil, para não morrer de fome. Sacrificando a sua obra, pois não possui outras formas, e a sua Sobrevivência depende de outros. Se pudesse contribuir com a Produção, além da oportunidade de conviver com o cotidiano que a Utilidade nos obriga, entenderia com propriedade Kafka. E sua obra enxergaria o mundo com os olhos da vida como Skpkespeare, Goethe...
Como sabemos a Arte, além de produzir Sonhos, sentimentos deveriam ter nos artistas também as capacidades de criar novas realidades, não apenas como ficção. Para isto precisamos da Dimensão Política, da Utilidade, e contemplar na obra, as linguagens que o Ser em comum as produz! E como através da Política, tornar os sonhos arte em realidade.
Mas antes disso é preciso Ver para Crer ou Crer para Ver? Como posso ver se não enxergo? Se para ver é preciso que os olhos interpretem, atribuam sentido focando suas escolhas. E se essa escolha não é o Ser, temos a Miopia dos Deuses e Doenças que seguiremos como realidade, construindo assim de acordo com estas visões! Muitos hoje não vêem alternativa de mudança para melhorar o mundo. Mas o fato é que ela existe desde que possamos enxergar! E é claro, é preciso ter fé em nossas crenças para que Isaac não seja sacrificado, pois a fé de Abraão o salvou.
Você sacrificaria o seu filho, a pedido de Deus? A fé de Abraão está sedimentada no amor, mas além disto e por isto ela é racional, afinal quem racionalmente enfrentaria uma decisão de Deus? Só alguns homens modernos que por excesso de vaidade e da “Razão” Superior acham que são Deuses, e eles mesmos ordenam e sacrifica seu Isaac, seus filhos, a juventude! Simplesmente porque querem ver Deus para crer! Um egoísta não enxergará, a doação da vida do filho de Deus, o sacrifício de Jesus, aonde Deus reafirma a sua coerência entre Pensamento e Ação, pois perde a fé nos homens e deixa que matem seu filho. Este pede ao pai para renovar o compromisso com os homens, nas bases do amor. E hoje, os próprios homens destroem o amor pelo prazer dos objetos, e criam um novo juízo final não divino, mas humano, que joga milhões de pessoas sem emprego, sem comida, sem lar, sem terra, sem amor, em um juízo final do qual só podem esperar por Deus, pela Salvação, pois o Juízo Final já chegou.
E acredito que não haverá um outro compromisso, do filho do filho, pois sem fé e sem amor, qual seria a nova base da aliança que ele estabeleceria com a humanidade? As essências ficaram para trás na História, mas ainda vivem dentro do Ser! Por isto, por mais que Deus hoje venha à terra, o homem não o verá porque não crer! Portanto é preciso Crer para Ver!
Portanto a humanidade é uma oportunidade de não perder tempo, com aquilo que já sabemos, que a História nos ensina.Procurar ver o que as palavras trazem de conteúdo histórico, que ideologias tentam disciplinar nossa Razão. Por exemplo como já observou Foucault, a loucura não existe, é uma palavra que temos que extinguir, pois assim como mesa, louco já tem forma, função e conteúdo pré- determinado em uma sociedade técnica. Aonde mesa e louco são interpretados como palavras pré-definidas. Sem conteúdo filosófico, político e histórico. E é válido lembrar que até as mesas mudam com a moda! Menos os loucos. É esta função de uma linguagem, perante uma Ideologia ser instrumento da Razão e da Lógica de uma Crença. É isto que temos que relevar, a história da Crença, a história de uma história escondida atrás de cada palavra. A matrix, e destruir o anel do poder que nos prende . Nós queremos nos libertar !
E reconstruir os sentidos das palavras de acordo com as nossas crenças. Em minhas orações tenho redefinido a vaidade, que gostaria de compartilhar com você. Normalmente o mundo tira o conteúdo para vaidade de outros lugares, eu prefiro fazer dela uma homenagem a Deus.
Pai, não há P.H.D. nem Nobel no mundo que supere a vaidade de entender um pouco de sua Sabedoria.
Pai, não há dinheiro ou palácio no mundo que supere a vaidade de conviver um pouco com o luxo de sua Natureza.
Pai, não há Diversão no mundo maior que brincar um pouco com meu filho, que o Senhor me Deu.
Pai, não há Presidente dos U.S.A. ou de multinacional que tenha mais poder no mundo que um pouco de poder que o Senhor me dá, através da paz de espírito, que me liberta de qualquer poder deste mundo.


Portanto, ao usar qualquer palavra, que eu não procure fundamentar minha crença, (e por isso desculpem o excesso de fundamentação no livro) reproduzo mesmo sem querer, aos olhares dos que ouvem com seu conteúdo, (olhares que vêem a sua Ideologia) reproduzo as relações de dominação desta Sociedade.
Preciso portanto fundamentar palavras, para recriá-las, para reconstruir Sentidos, que libertem o Ser.
Primeiro devemos procurar viver estas palavras de acordo com os sentidos que as instituições lhe atribuíam: Polícia, Estado, Universidade, Partidos, Empresas, Igrejas. Acreditei ingenuamente em suas ideologias, mas ao conviver com todas pude perceber o Ser e suas variações nestas Instituições, e fui em busca da pesquisa teórica para fundamentar melhor o que a experiência mostrou-me como luz. Ao perceber o valor do fenômeno e da existência, busquei os existencialistas e fenomenologistas, a ver uma luz na linguagem, encontrei a mesma luz em Heiddeger e Vigostisky aprofundei a tonalidade histórica desta palavra. Ao perceber a política como valores, pude ver Bobbio, que como político e teórico fala sobre isto. Ao desconfiar da Psicologia. Desconfiei mais ainda, e com profundidade, graças a Foucault.Tive que ler muito para encontrá-los, travar diversas experiências, mas pude identificar, pela experiência, algumas idéias que despertaram mais luz, e, cada vez mais, estava assim de fato, agora, nascendo para o mundo, tratava de uma gênese! Tive meus períodos de êxodo, fugindo de faraós que queriam impor sua ideologia, fui morto por alguns, mas o Ser que me torna humano, reagia, ressuscitava, porque com meu Pai sempre renova o compromisso desde criança, de servir a ele, o que me dá o direito de uma nova gênese!
Sempre escrevi essas mesmas palavras dez vezes, e rasgava o papel, devo tê-las pensadas umas cem vezes, mas acredito nelas 1000 vezes na busca de expressar o Ser e suas Dimensões, atuando conjuntamente para transformar a realidade.
Vivi dimensões através das quais percebemos e sentimos a presença do outro, sentimos o nosso interior e de que forma ele se relaciona com o outro. A partir deste momento, não são as externalidades da Sociedade que nos definem, mas somos nós que definimos aquilo que somos. Não mais a partir de um conceito que define e restringe, mas através de uma projeção do Ser que buscamos. E que definitivamente ela não está apenas em nós.
E surge a pergunta... Como nos libertaremos dos Deuses-objetos, da grade curricular que nos prende em Ideologias? A ponto de não reconhecermos mais em nós o Ser, o Criador que deu origem a este Frankstein, criatura perfeita que criamos para conviver com a sociedade. É que tão bem sabemos. Não fica como o figurino manda e se revolta contra o Criador, perseguindo-o, pois está sozinho (não é a Solidão, o Mal do Século). E um mundo de Franksteins, as cirurgias expostas em seus corpos o deixam intranqüilos das operações que fizeram. Temos que tirar os pontos da cirurgia, tentar recuperar o Ser, retornar às nossas crenças, e reconstruir nossa Razão! A quem reporta hoje este homem dividido e controlado por Instituições que vigiam e punem? Com certeza não é a ele, ao seu Ser! Por isso a coragem é o valor que hoje mais necessitamos, se possível coletivamente, já que a maioria, feita de jovens, é a maior prejudicada com o mundo que vive, que dizem ser o mundo da liberdade. Tratarei de questões elementares para testar a nossa Sociedade! Se hoje um grupo de pessoas pobres pegasse uma área do Sertão para reerguer Canudos criando a sua própria comunidade, e não aceitar a cobrança de impostos, o que aconteceria? A barbárie é coisa do passado? Você é livre para não pagá-los ou Antonio Conselheiro traz consigo esta revolta do qual teve a coragem de enfrentar o Estado e a Sociedade. Mas assim ele foi considerado “Louco”, como todos são aqueles que reclamam de impostos, da diminuição do Estado, do mercado livre sem Estado, como Canudos! Podem ser considerados Antônios Conselheiros os liberais? E as operações de Frankstein produzem mais absurdos. 02 faces do mesmo lado de uma moeda!
É senhor, o filme de Canudos é contemporâneo, só que fazemos como Forrest Gump, corremos o filme todo sem nos darmos conta dos grandes acontecimentos, o qual somos vítimas da arte e da realidade. Pois quando a sociedade cria o espaço da arte, longe da realidade de nossas vidas, acabam controlando o local reservado para pensar e Emocionar-se que são as salas de cinema, as mesas onde lemos, a TV... Não o trabalho, a Educação, a Política... Tiram de nós a Arte e a Realidade, pois elas só existem convivendo juntas, na cidade, para que a Arte torne-se Realidade, Verdade não só minha, mas de muitos que acreditam nos mesmos Sonhos, poderiam ter emoções juntos. Você e o outro ao descobrir as Dimensões de suas vidas que compõe a realidade. E quantas vezes este caminho será alcançado pela Humanidade?
Quando pelo menos um quebrar os Deuses-objetos e ir além tentando encontrar respostas para a questão essencial, o Ser! A Igualdade de oportunidades com certeza facilitará este caminho para a Humanidade. Em vários momentos da História, observamos Nações, empresas e pessoas se destacaram, enriqueceram porque possuíam igualdade de oportunidades, como crença central para suas Tomadas de Decisões e não o Assistencialismo, que só tornam os homens mais desiguais em suas oportunidades. É lógico que o Assistencialismo é mais fácil fazer porque não envolve ruptura de política, tira aos poucos do espírito a coragem de fazer, de uma vez a ruptura! Ao tentar salvar uma estrela do mar, não podemos esquecer quantas morrem na praia, por falta de uma postura política com mais coragem nos diversos ambientes que ocupamos!
Por isso um dos valores primordiais que compõem meu Sistema de Crenças é a Igualdade. Em primeiro momento a igualdade de oportunidades, similar caminho dos que lutam por Liberdade. Só que essa igualdade de oportunidades não será alcançada pelo tipo de Sociedade Hipócrita que Construímos, aonde as Instituições que a compõe não trava a independência de poderes e a fiscalização, mas apenas o enquadramento técnico sem uma crítica filosófica e política dos interesses que permitem vigiar, punir, controlar, dominar, apaziguar, Não Ser, em nome de quantos? A revelia de uma maioria.
Em nome da promessa a essa maioria da igualdade de oportunidades, e historicamente apesar da tecnologia, do Iluminismo, é a concentração de renda que aumenta, e a miséria é distribuída. As Oportunidades? Só aquelas exceções que são trabalhadas como regra, só os pontos referenciais que são apresentados como regras, mas só invertem as estatísticas sociais para escolher e definir, através de seus números, as prioridades do governo. Estatísticas que já são ruins em números, muito pior seria aprofundar a dor de cada um que é somado, talvez assim os Governos, em seus lugares, entenderiam porque a ideologia que falam (déficit, câmbio, globalização) só aprofunda o terror ao seu redor, estas explicações não justificam a dor! O Governo insiste em trabalhar na lógica Assistência que gera Submissão, suas economias não crescem, sua educação não melhora, a saúde piora... e não se sabe por que? Porque o coração precisa bater, mesmo dentro do Capitalismo.
O Capitalismo, onde a renda é Liberdade e Programas Sociais são como alimentar prisioneiros para que não chorem a noite, para não perturbar o sono e consciência dos que financiam estes programas. Pilares de solidariedade, que a maioria das vezes não tem uma ação política ativa. Criam todo dia mais trabalho para amanhã, e, assim, tem sido nos últimos anos. Além de garantir mais uma edição para os Intocáveis; estes aplaudem, premiam, elegem e sorteiam 1%, que nunca será 50%.
Portanto não é um livro que clama por Assistencialismo, ou por qualquer outra forma de inutilizar o Ser Humano. Não é em nome da Dependência ou de tratar Homens como Animais. Nem trata-se de Utopia ou Idealismo, pois não tenho a opção de deixar de acreditar no homem, ou ser incoerente entre o que penso e faço! Se isto chamam de Idealismo ou Utopia, tenho a convicção de buscar este caminho e a co-responsabilidade perante os que acreditam nesta forma de ver o mundo! E construir o que é possível ser colocado em prática, desde que possamos agregar pessoas que tenham habilidade técnica para os projetos que poderiam dar suporte a este modelo, como um Desenvolvimento Econômico ou Educacional. Além desta, ter habilidade política para inserir estes novos conceitos na cultura, desenvolvendo com ela a habilidade conceitual para criar novos microcosmos de sociedade, capazes de influenciar a formação de outros. E assim estaremos plantando Raízes, sem metamorfoses ou clones em seu lugar. Não é um livro em nome de um meio-termo que ganha espaço a medida que o meio utiliza pontos de referência, que ocultam as raízes de nossos problemas e, assim, nos torna medíocres. A guerra da Independência dos USA, a Unificação da Alemanha, A Revolução russa e a francesa não foram feitas por homens meio-termo ou centro, dentro do contexto da época. O centro é um fenômeno moderno que carrega as contradições de sua época como fiel representante. O meio-termo, que se coloca como analista de sua sociedade, é o mais rápido em entendê-la e o mais devagar em mudá-la, pois sem compromisso com raízes, espera que uma planta, no decorrer de seu curso, sofra uma metamorfose. Ele olha para ela com um olhar de pai de clones e a medida que a velocidade das contradições aumenta, eles se tornam cada vez mais objetos das relações de poder. Estas Sociedades precisam de seus bobos da corte, ora para que todos sorriam, ora para falar algumas verdades e depois pedir desculpas. Não é um bobo Shakespeare, que conta a história. Os bobos de hoje ainda são cínicos como todo pop-star, vivem num circo e em seus shows, as suas palavras funcionam como ópio e diversão; iludem e maltratam o homem como Ser!
Porque não há liberdade sem Sabedoria, não há Igualdade sem Amor, nem Fraternidade sem Coragem. É o nosso caminho através do Homem e não da Sociedade. Não o homem meio-termo de pensamento e ação contraditórios, de crenças sem coragem. É seres que buscam a sua essência, e que suas crenças constroem as Utopias que se realizam.E que as religiões enfraquecem quando se coloca como intermediária, mistificando o que é a possibilidade de um contato com o seu Deus Absoluto, e a constante reafirmação de suas crenças. São protetores da vida, do mundo e do amor.
Hoje são “loucos” e “radicais” os que defendem suas crenças em sua essência. Mas quando os intermediários de uma crença como um padre, um juiz ou um político toma uma decisão como esta é banido do sistema, porque é colocada em questão a razão de sua existência. E quebrar esta razão é mexer com o pilar de uma Ideologia; mas estes pilares estão caindo com uma velocidade nunca vista.
Se outrora não estávamos, hoje estamos em busca da essência, chega de tantas máscaras, Franksteins, que falam promessas medíocres para homens médios, de meio termo, que de fato só existem em estatísticas. O ser luta pela igualdade de oportunidades! Ser que é a grandeza de qualquer homem e premissa para construção de uma Sociedade que não se erguerá em alicerces podres como a nossa. Sujeita a todo tipo de Deuses, inclusive de Deuses que matam milhões de fome, alegando zerar o déficit. É o déficit, a tecnologia, o desemprego, a equação que concentra renda em nome de alguns Deuses que trabalham em nome de outros.
Nunca foi tão urgente e necessário entender estes Deuses, desmistificar sua Razão e suas linguagens. Mostrar suas crenças, e ver como elas se sustentam. Mas isso de nada adianta se não tivermos Fé para salvar a juventude, raízes que ainda lutam para não sofrer metamorfoses, porém reagindo com a violência, o ócio e a apatia. É hora de dar oportunidade para que estes descubram estes Deuses, e assim encontrem o Deus que nos dá a vida, o Ser e o Mundo. Pois para buscarmos as nossas essências, crenças, temos que, ao desmistificar estes Deuses, abandoná-las e retornar ao Nada. E lembrar que o Nada preenche o Nada! Se Deus está em Tudo, ele também é o Nada, aonde só existem as essências sem construção, sem Ser. E, portanto, Deus é o Nada que possibilita ver a sua Totalidade, oportunidade de reencontrar o Nada de onde surge o Ser! Só assim veremos que não precisamos de Nada, para encontrar a Deus!
Quanto mais pessoas encontrarem e se livrarem dos Deuses que seguem, mas longe estaremos do Apocalipse e próximos da juventude que tem no coração a Coragem que ilumina a sua vida, e a possibilidade de encontrar a Tudo, e Tudo encontrar a Deus.
A Pureza que cria e reencontra a si mesma, fazendo de tudo um caminho para Deus. Encarar o Nada de frente, em nada se apoiar é a maior prova de que Deus existe e o caminho aonde encontrará o Seu ser, as suas essências que o realizam, e garantem Paz de espírito.
Pois o Apocalipse é um todo despedaçado no Ser Humano que pode explicar a tudo menos a si, e, portanto não lhe garante Paz de Espírito. Sem Sentido, sem crenças, estes pedaços lutam como monstros que tentam dominá-los como Deuses. E com medo da Solidão, da perda da Sobrevivência, o Ser Humano entrega-se a uma Deus-objeto que tenta Ser o Sentido deste homem. Só que não existe mais homens, pois não há essência, suas crenças estão mortas. Por isso o mau é a ausência de Deus, que só é possível quando o homem entrega-se ao seu objeto, e Deus se ausenta, pois ele é a busca e não os objetos! A Fé de caminhar, acreditando nele!
Na Busca da Sabedoria, Coragem e Amor.
Que não são alcançados eternamente,
Mas conquistados em cada momento
Ao encontrar na Busca da Sabedoria, uma Razão,
Ter coragem para colocá-la em prática,
e que tudo desemboque no Amor. Essa é
a maior contribuição que o Homem pode
dar para a Humanidade.
Enquanto isto, temos ouvido falar
em um foguete que
fará Turismo na Lua.
Quem se candidata a ir? Lembrando que
Este projeto custou milhões de dólares,
Enquanto milhões morrem de fome! Semelhante
a ele a Infovia, uma mar de informações,
Enquanto milhões sem educação vagueiam
pela Idade da Pedra. Neste projeto em cada
lugar dele está representada a nossa Sociedade!
Volto correndo em busca das essências! Estes Deuses como os Icebergs, naufragam as Ilusões do Homem.
Egidio Guerra

Um comentário:

  1. Oi, Egídio

    Parabéns pela geniosa iniciativa do livro. Ainda tentarei ler aos poucos o conteúdo, mas já percebi que não faltam reflexões, versos, mistérios, denúncias e insights neste livro.

    Sucessos e siga sempre adiante!

    www.gritopacifico.blogspot.com

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