SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Depois do Natal, o presente vestibular e o mundo do trabalho.



UM DIA DE NATAL...


Aquele dia, virou uma semana, depois um mês, a morte de Renata, os protestos em vários lugares do mundo, os discursos de Nicolau e as músicas do Legião Urbana se confundiam em nossas mentes. Não conseguíamos separar em acontecimentos isolados e a dor da morte de Carol era compensada pela alegria dos Protestos: Porém a alegria era passageira, as lembranças de Renata eram felizes e nos levavam a identificar com tudo aquilo que a juventude representava para nós. Uma das coisas que mais abalou-nos foi saber que ela estava grávida e a fúria aumentou mais ainda! O grupo do pai assassinara mãe e filho. Nas nossas mentes de jovens, era extremamente difícil assimilar tais situações.


Em Renata, víamos o símbolo de grande parte da nossa juventude, do teatro, do prazer, do viver em harmonia com o caos, porém sem organizá-lo, deixando que ele decidisse transformar a morte de Renata, no fim do Teatro, da juventude e do prazer. Pois a dor é um marco divisor de novas etapas de nossa vida.


Chegava o período do vestibular para cinco de nós, e a partir dali levaria um certo tempo para voltarmos nos ver e, antes da partida para a busca de nossos sonhos, decidimos fazer um encontro, desta vez sem divulgação. Ainda estávamos muito abalados, todavia, celebraríamos o Natal, a Festa maior da Cristandade e, deixamos Bin encarregado da organização. À noitinha, com o frio peculiar da época, a cidade iluminada, as flores perfumando o jardim, fazendo um cenário perfeito para o momento, começamos a chegar, um a um e Bin havia preparado tudo, sem deixar nada a desejar. Com a ajuda de nossos pais, que vieram comemorar conosco a ceia estava posta. Bin começou a saudação, primeiro rezando por Renata , cujos pais ali estavam... Pediu ao Deus Supremo que ela estivesse bem... isto é o que nos importava e começou a falar do Natal, com a seguinte mensagem:
E, de repente, chega dezembro! Avivando em nós a lembrança de que ontem fazíamos planos para o ano que se encerra, quatro anos antes do milênio . Daqui há poucos anos 2000 será uma breve recordação... para uns, boa, quem sabe para outros não...
Dezembro, nos lembra alegria! Festa da Cristandade, embora sem a certeza de que Cristo nasceu em 25, celebramos seu aniversário. Ele é o marco, sinal de fé e contradição ao mesmo tempo, pois o povo que o crucificou, os judeus, ainda esperam o Messias. Emblemático e contestador, foi Ele o revolucionário da boa causa... a causa do Reino de Deus, a causa da fé.
Para comemorá-lo, era necessário uma grande data, afinal é o dia do nascimento do "Rei dos reis". Aproveitou-se, por volta de 330 d.C., a data que, em Roma, ocorria a festa pagã do "Solis Invictus", o Sol Invencível, para a grande comemoração natalícia do Filho de Deus, o Rabi de Nazaré.

As cidades se iluminam, o espírito de fraternidade aparentemente se reforça e o "Deus Menino" é comemorado. Ao longo dos tempos, tradições foram se acoplando à festividade e, assim, vieram o "Papai Noel", que quer dizer o mesmo que Papai Natal, inspirado na figura de São Nicolau, Bispo Católico que viveu, no século 4 d.C., na Cidade de Mira, atual Turquia, inclusive levaram-no para o Polo Norte e lhe deram roupas vermelhas. As árvores, os enfeites e o Presépio (criação do santo que mais se aproximou de Jesus, o aniversariante, São Francisco de Assis), a bela música Noite Feliz, composta pelo francês Franz Gruber, de um pequeno vilarejo em homenagem ao seu filhinho que havia falecido, dentre outros.

A celebração do Natal pode e deve ser momento de ajuda, de compreensão, de pedirmos pela Paz no Mundo. Nessa noite que a fé e o amor santificaram, peçamos ao grande aniversariante que faça reinar a sua paz e estendamos nossos braços aos necessitados. Ao invés de ornamentos, enfeites, presentes e outros, ofereçamos um pouco a quem passa um ano sofrido. Se não podermos dar uma ajuda material, doemos um sorriso, um abraço e o desejo de uma Boa Festa de Natal e Feliz e Próspero Ano Novo, aspirando ainda que aconteça o grande milagre: o renascimento do amor, propiciado pelo reencontro do homem por si mesmo, fazendo a tão desejada paz, acontecer!
Bin foi bastante aplaudido e como surpresa, a Banda Sirva os Servos se fez presente e entoou o "Noite Feliz", emocionando aos presentes até mesmo porque não era aquele o estilo da banda, mas, a festa natalina com sua paz irradiante os incentivou a realizar essa faceta. Aquela festa fez-nos perceber que Bin tinha vocação para a vida religiosa, mas isto ficou para ele decidir...incluindo o profeta e sua religião.
Davi não concordou muito com o que havia sido dito e afirmou: acho que no Natal é necessário que aconteçam as trocas de presentes, as luzes, festas etc., pois isso aquecia o comércio e fazia com que suas empresas ganhasse mais dinheiro ainda...
Isaac, por sua vez, disse que seu povo, o judeu, estava comemorando o ano 5757 e o Messias ainda estava sendo esperado. Ponderou que Jesus deve ter sido um cara legal e as idéias dele eram avançadas e importantíssimas, mas isso não justificaria ou o credenciaria à santidade... a ser o Filho de Deus, pois todos nós somos filhos de Deus, o Deus de Abraão e dos profetas. Decidiu não se alongar mais pois o dia era de confraternização e como todos ali não tinham diferenças religiosas, chamou Michel, Amy, Davi, Bin , e os outros presentes, para juntos rezarem a prece de São Francisco de Assis, o maior santo do cristianismo e começou: "Senhor, fazei-me instrumento de tua paz..."

Após este momento, Dona Rita Ilca , organizaram a mesa e a Ceia Natalina se realizou ao som de músicas da legião, natalinas, dentre outras. Após a morte de Renata , foi aquele um dos fortes momentos do nosso grupo e serviu para refletirmos. Em janeiro aconteceriam as provas do vestibular e decidimos que dia 27, nos reveríamos ali para conversarmos mais , antes de partir para a luta com o VESTIBULAR.

PASSEIO POR DUAS FACES DE UMA MESMA MOEDA!


As condições objetivas do mundo, para nós estavam piorando, apesar das subjetivas de poucos jovens ainda celebrarem o prazer, não como encantamento do mundo, como foi para nós, mas como desencantamento do mundo, o prazer para eles era rotina.
Éramos duas faces da mesma moeda: a juventude. Iríamos perceber isto até o abrigo da época adulta: o emprego!

Até ali, as linguagens que falávamos eram confusas, provenientes do conflito de valores que vivíamos e por estarmos no lugar ideal, o Teatro, as diferenças eram conciliadoras, porém não tínhamos a consciência de que a realidade era tudo aquilo que fazíamos separados.
Apesar de saber conviver bem juntos, não sabíamos a cilada que o mundo moderno preparava para nós. Primeiro o rito do vestibular, iria conseguir a façanha de iludir, que ali começava o seu trabalho e a formação para tal, a sua forma de sobrevivência e um período que a sua escolha e a sua capacidade demonstrariam se você era bom!
Que tal a imprensa fazer um matéria sobre isto? Nossos pais falarem sobre a faculdade e o vestibular, da sua formação e felicidade com o seu trabalho? Que tal? Jogamos aberto, em vez de vangloriar a forma que o saber é destratado, controlado e oferecido como se fosse patentes do exército ou cargo político na câmara. Ou seja aquele que menos perturbar, que mais se adequar às regras, entoando o discurso que o sustentam serão premiados.
Achar que é diferente o que acontece, é o mesmo que acreditar que Renata não morreu! Diversas instituições estão mortas, porque a linguagem e valores que pregam são tão superficiais e irracionais ao ponto de sua existência se dá de fato, pelo único sentido de obscurecer, o que é a verdadeira razão, o trabalho, e a existência.
O homem tenta, por suas instituições, definir os caminhos e as respostas coerentes para essas questões, esquecendo que cada indivíduo, tem a sua pergunta, as quais as instituições deveriam responder. Hoje elas apenas calam e formam pessoas para calarem em nome das instituições. Assim são médicos, que não aceitam o doutor Fritz! Assim é Bill Gates que cala as teorias de Harvard; assim são os diversos profissionais, e n "logos" que, que pela mediocridade de sua razão e pelo silêncio que provocam ao saber, acabam destruindo a possibilidade de que o saber seja levado a frente, por aqueles que carregam dentro de si, a paixão pelo Saber.
Será que as instituições não estão atentas para isto? Ou elas preferem jogar no vestibular, o seu conteúdo que nem sempre é o necessário para a carreira do acadêmico, para depois exigir os anos de mediocridade àqueles que reproduziram, com certeza, uma sociedade parecida com eles. Que se vangloriam de seus diplomas e não do seu saber e de sua coragem, pois a mediocridade das instituições, castrou até não poder mais, tirou-lhe os sonhos, transformou a vontade de potência em adestramento, seres humanos em animais.

Bin havia decidido que não faria vestibular, a partir dali iria dedicar-se à religião, no sentido de dedicação da vida à Deus, através da construção de Atos, que trouxessem consigo as palavras de Deus, embora que seu coração se angustiasse, por ser Católico também admirava o islã e se quisesse seguir o sacerdócio, teria que renunciar ao amor de uma mulher de carne e osso pois não se podia servir a dois senhores, ou era DEUS ou a "carne", embora que Paulo dissesse numa de suas cartas contidas no Novo Testamento que o "exemplo do líder da Igreja deveria vir de sua Igreja Doméstica", ou seja de sua família!
A atitude de Bin , representava também uma critica ao sistema de ingresso na universidade. É inadmissível, no caso dele, que estudaria Teologia, precisasse prestar exames nas disciplinas gerais como a matemática e as ciências exatas, dentre outras. O ideal seria que o mesmo ou todos os vestibulandos prestassem contas daquelas maneiras que tivessem relação direta com seus cursos.
Na cabeça de Bin há ainda um grande questionamento: " Se Deus é amor", como é que se estuda o amor-Deus! A palavra escrita por homens com a inspiração do próprio Deus e que há milênios ecoa nos ouvidos de muitos, é o primeiro caminho a ser seguido por Bin. Esta tambem será a verdade revelada do Alcorão.

Isaac, tomou a mesma decisão porém por outro motivo não sabia, o que queria, pois não conseguia encontrar naquele caminho proposto pelo vestibular e pela universidade, o horizonte para o saber.
Além do mais, Isaac, ainda estava buscando algo de concreto na Sociedade Moderna, que valesse a dedicação de uma vida. De uma coisa ele tinha certeza, a maneira como estava se organizando, as profissões, "o saber", e "o acesso" a ele não tinha nenhum significado concreto, pois percebia que eram semelhantes ao feudalismo, o momento em que vivíamos.
Havíamos mudado a forma, o estilo, mas a essência do status permanecia a mesma! A universidade tem por seu berço ocidental, os mosteiros em cima das montanhas e os padres como seus professores, como tão bem já tinham protegido o sagrado. Para o povo que cercava os mosteiros, ali era o lugar do saber! Lá em cima eles acreditavam ter o saber e o domínio do sagrado para controlar o povo, usando algo pior que armas e drogas, a violência da mentira, para ter o controle da mente e dos desejos. Não é muito diferente se percebermos a publicidade. A Universidade e o seu isolamento, a utilização do saber como forma de diferenciação e controle entre os que "sabem" e os que não conseguem "saber".
Mas Isaac sabia o que se esconde, por cima das montanhas, um lugar escolhido para o seu sacrifício. Abraão não, a Universidade! Hoje com sua nova moeda de troca, para permanecer em seu grau de nobreza, a tecnologia, que mais uma vez só perpertua a humilhante distribuição de renda, de dinheiro, que no capitalismo significa liberdade ou morte!

Estávamos lá na fila da inscrição. Isaac havia acompanhado Nicolau, Davi, Bin e Michel! A imprensa estava fazendo uma entrevista sobre o que pensavam os vestibulandos e escolheram justamente Isaac. Perguntaram se ele toparia dar uma entrevista para a TV e o jornal. Ele adiantou que estava ali, mas não iria se inscrever. Não importava, para a imprensa, se ele iria fazer vestibular ou não. Afinal a imprensa tem costume de transformar minorias em maiorias, de acordo com a ocasião e calar as maiorias em nome do espetáculo cotidiano, usado por ela como fator quando na realidade são conseqüências!
Isaac, o que você acha da privatização das universidades? Perguntou o repórter.
Eu tenho certeza que o tempo do crescimento da liberdade de espírito, do estudo de como transformaremos sonhos em realidade não deve ser dividido em dois, por uma causa injusta. Diminuam a dívida pública, cortem as isenções fiscais , sintam na pele o enfrentamento da adversidade, porque o governo só pode ser exercido por homens corajosos. Alegar que levará recursos para o ensino básico é o mesmo que fizeram com a saúde. Alegar que trará mais responsabilidades, olhem o currículo dos que propõe e lembre que a responsabilidade verdadeira é fruto de tomar as rédeas do seu caminho, que só pode ser alcançado com liberdade de espírito!
Dividir o tempo entre o trabalho e o estudo é possível desde que seja uma regra para todas as classes, porque senão quem continuará a luta pelos pobres? Quer seja através do saber, ou dos protestos que florescem na universidade, os ricos?
- O que você acha do presidente e o que propõe para mudar?
R.: Eu tenho certeza que um presidente que se orgulha por ter colocado R$ 50,00 no bolso do brasileiro, para que este compre seus "eletro-domésticos", não merece o mínimo de respeito! Por esta razão está ainda mais instrumentalizando nosso povo e se vangloriando pela miséria que distribui em forma de eletrodomésticos! E se isto é a única coisa que ele tem para falar e repetir, a atitude mais digna que ele poderia tomar era a renuncia. Só que isto não existe em seu dicionário, o que existe são outras palavras que ele repete para sustentar-se no poder, aliando os seus interesses aos de órgãos internacionais e bancos, que o fazem de bobo da corte, com suas frases acabadas sem sentido.
Michel também foi entrevistado só que pelo jornal. A repórter perguntou:
- É possível que a redação seja sobre globalização, o que você acha?
- Bem, graças a globalização tenho assistido filmes do Irã, Bélgica, Inglaterra, Japão, China... o que tem me proporcionado entender melhor os valores que são pregados em cada país a partir da história que contam e de seu contexto. Tenho encontrado valores que são globais e locais vividos em suas tribos, porque isto faz parte da essência de ser humano e acho possível que ideologias e novas linguagens se misturem gerando novos valores e criando novas instituições. Por exemplo uma escola de cinema para crianças é mais proveitoso que as TV’s, com tantas informações sem história, sem os adereços e palavras de sua época. No cinema é diferente, é como estivéssemos vivendo. Isto é arte, como o quadro dos sapatos de Van Gogh.
- E a globalização, a redação, o vestibular?
- Não sei, se existe algo de essencial nisso, que eu possa comentar, não falo essa língua, porque a ideologia que ela carrega o neo-liberarismo não existe como Ciência. Apenas querem que a gente repita isto sem pensar mesmo ela sendo motivo de destruição de muitas vidas ! Ela não é inevitável! Ela não tem essência, nem lógica. Porque devemos aceitá-la? Porque aceitamos a impotência em troca do nada que ela oferece... às nossas vidas, famílias e trabalho. Deus no oitavo dia fez o tempo para que vivêssemos e sentíssemos tudo o que ele criou. A globalização, através do mercado financeiro, é o oitavo dia do deus homem! Só que enquanto Deus fez o mundo para ocupar o "nada", o homem criou o "nada", para ocupar o mundo. Esquece ele que não é Deus e portanto como o "nada" é o vazio de suas criações, que querem nomeá-lo Deus! O que pode surgir do Nada? Só a alma de grandes homens pode preencher o mundo que Deus criou e em nenhum momento do história, o saber, a poesia e a arte foram derrotados. Precisamos sim inventar um telescópio que enxergue além dos mapas, dos blocos econômicos e perceba a política além das supostas Leis de Newton, que a coordenam. Existe num plano maior: a Teoria da Relatividade da Política, com o princípio da incerteza que transfere de números para crenças o que podemos tornar realidade. Portanto, temos que discutir nesse Plano Maior, o que nos interessa ou não da globalização.

Estávamos já cansados de tantos repórteres, de tantas perguntas, as quais só mostrariam uma parte isolada sem o contexto e, sem dúvida, as rosas preferem os cinemas.
Davi iria fazer Economia, Michel, Educação e Nicolau, Ciências Políticas além de Adoministração com foco em Empreendedorismo e Estratégia. Amy também decidiu não fazer curso superior. Todos passamos! Depois da festa de comemoração, demoraria muito para haver um reencontro. A dor da morte de Renata e a impunidade de Alexandre, nos levaria ao mundo real, cercado de suas incoerências e armadilhas. Também era a hora de irmos em busca de novos empregos, adequados com a nossas áreas de estudo...

Estamos prestes de entrar no mundo adulto e a procura por emprego foi uma despedida da juventude! Por muitos lugares que andamos vimos jovens que nos lembravam o mundo grego que estudamos na história. Conseguíamos perceber isto porque olhávamos de fora, afinal o objetivo agora era emprego. Mas ao mesmo tempo olhávamos de dentro, pois, como jovens, sabíamos o que sentiam!
Antes de nos despedirmos, desta vez sem bares, pois faltou dinheiro para cerveja, vimos um grupo de amigos de Agamenon, bebendo e vomitando cerveja, acho que buscavam a morte, não o prazer como na Tragédia pois bebiam por beber.

Isaac, saiu de lá e foi ver um jogo entre Flamengo e Vasco, que lógico acabou em briga de torcidas. Eram verdadeiras guerras entre gregos e troianos, porém sem glória, sem exaltação da coragem, só medo e irracionalidade comandavam aquela disputa. Também em essência diferente dos gregos, pois faltava honra mas a forma era a mesma. De vez em quando surgia na multidão alguns espíritos que uniam a torcida ao perceberem seu traço em comum: a paixão pelo futebol, pela arte de belos gols. Zidane e Ronaldo então trocaram as camisas de seus times e resolveram não se enfrentar. Pois o respeito e a honra pelos dois times era maior que uma luta. Eram nestes atos, que voltávamos a acreditar que a sociedade moderna revivia a Grécia, em sua honra e glória e não apenas no cotidiano. Que os valores renasçam, e ao lado da tecnologia, transformem a vida da maioria das pessoas gerando a igualdade de oportunidades necessária a gregos e troianos, pois a Terra pertence a todos. E Deus não outorgou direito especial sobre ela a ninguém.
Nicolau cruzou em seu caminho por diversas academias, onde o culto à beleza e ao corpo existiam, mas não como questão de estética, mas sim, uma simples briga entre o deus publicidade, que queria oferecer prendas ao deus mercado. Em troca, daria ao Homem o vazio de sua alma. A Grécia mais uma vez estava perto e distante. Brigas de gang’s, individualismo no trabalho, em casa e com os amigos. Todos queriam vencer, serem diferentes, não por honra ou por glória, porque mais uma vez estavam vazios. Isaac percebeu.
Michel ouvia as histórias de seus amigos, sobre orgias, sexo grupal, sadomasoquismo, mas o sexo era uma forma de expressão do egoísmo, desta forma era vazio. Era feito não em nome do prazer ou da dor, mas em nome do nada, mesmo sem sentir, sem gozar, porque não o faziam porque queriam como na Grécia, mas como na Grécia faziam. Todos queriam viver experiências, para satisfazer o egoísmo da publicidade que gaba-se do seu nada e transforma em tudo. Assim meninos transavam com meninas que abriam as pernas, sem contemplar a cor da pele, os lábios a suave voz dos gemidos, gozavam como vomitavam, nem mesmo sabiam, pois não realizavam desejo, apenas corriam de olhos vendados não importava quem era ou eram os parceiros. Apenas faziam, não era tragédia, pois a tragédia tem um sentido, eles não tinham, não sabiam o que era vivenciar o momento, pois racionalizam a conquista, se possível tiravam fotos, levavam a calcinha, deixava o orgasmo!

Tínhamos escolas como os gregos, mas estas adestravam, como máquinas que somos, programavam o currículo. Pensar era proibido, porque desta forma poderíamos decifrar os códigos do Protesto das Rosas. E até mesmo, para conseguir emprego, era necessário estar adestrado para o sub-sistema que conviveríamos. Escolas, Empresas, acabamos arrumando emprego, aprendendo a falar uma nova linguagem já que fugindo da vida, do prazer e da juventude, não encontrávamos o caminho de volta. Ao sairmos de casa, não sabíamos que não voltaríamos! O emprego era a nossa vida, aprendemos a construir Templos, Universidades, Estado, Empresas, uns mais altos que os outros, não para homenagear Deus, mas para homenagear os Homens. Por isso eram tão vazios, os ambientes que construíam, com linguagens, ideologias e valores próprios, a espiritualidade está morta.
Iriam buscar diferenciar uns dos outros, como deuses, para que perdessem a lógica do Uno, do Ser e não se encontrassem mais, vazios em seus sub-sistemas. Conclamavam o Ocaso como responsável, mas eles sabiam que por detrás daqueles Templos, havia uma lógica chamada de Caso, para melhor obscurecer suas pretensões de deuses.
Mais o verdadeiro Caso, criou Isaac, que iria visitá-los em seus Templos, percorrer os labirintos de suas angustias, de seus medos. Destronar os deuses e reis, onde lhe foi mostrada a lógica simples e medíocre que era usada. Para depois entregar às cinzas ao caos, organizar a juventude, manifestar o que encontrará... Era mais uma frase perdida no diário!

Isaac tinha resolvido se isolar do mundo, entre o grupo, foi o que mais ficou abalado com a morte de Renata, foi como se o prazer fugisse de sua vida. Isaac não encontrava sentido nos caminhos adotados isoladamente por seus amigos. Pois além de cada um se isolar em seus Templos específicos, começavam a falar uma linguagem, ideologia específica que reproduzisse os valores de seu novo grupo de amigos.
Isaac permanecia em sua busca, de fazer algo com paixão, de sentir as pessoas e vivenciar os fenômenos, sem preconceitos, sem teorias pré-elaboradas, mas principalmente tentava entender porque o mundo tinha tantos problemas, já que haviam especialistas para tudo e, no futuro, dentre eles estariam amigos. Porque o eterno conflito entre o mundo do trabalho, da educação, da política, da religião e das artes criava mundos tão diferentes e tão distintos. Habitado por seres humanos dilacerados por seus desejos e angústias conflitantes ao mundo objetivo que era colocado. Vimos homens do governo e do mercado financeiro, tomando decisões diárias, que castravam a vida de artistas, educadores, do trabalhador como um todo, com explicações que em suma alegavam a ignorância da maioria que pagava as contas.
Isaac resolveu que antes de tecer comentários sobre qualquer uma dessas áreas, iria procurar visitá-las em seus Templos e, tentar, a partir do diálogo socrático, conhecer o mundo em que viviam seus amigos, as razões, o ethos, e o inconsciente que faziam abrigar aqueles lugares e tratá-los como locais sagrados, sem questionar as suas origens. Queria tentar entender o que significava para essas pessoas palavras que temos em comum como vida, liberdade, verdade... e, desse ponto, enxergar seu sistema de crenças e ideologia. Poderia, assim, encontrar um lugar que desse sentido a vida, que trouxesse ao seu coração a paixão, o orgasmo da vida. Considerava essa uma oportunidade única de conhecer e de se conhecer, como para Colombo era essa uma viagem desconhecida, porém como Robison Crusué, teria que sobreviver, pois até aquele momento tinha se tornado uma ilha e entre os novos habitantes que conheceria, poderia perder a sua natureza, em troca de um valor tão atraente quanto os tesouros da Arca Perdida e mais importantes do que eles, era a sua busca! Ou correria o risco de achar o que procurava, perder o gosto pelo conquistado e ir em busca de mais lucro, como o burguês que mais interessado está em ganhar, para tentar preencher o vazio que o cerca. E não conseguindo entrar no círculo vicioso do ganhar por ganhar, acabaria ele perdendo.
Era o risco que Isaac corria, percorrendo os diversos saberes e mundos, poderia perder o sentido de sua busca ou criar um novo sentido. Lembrando uma das músicas do Pe. Zezinho: "Quem se entrega a uma ideologia e por ela quer matar ou quer morrer; se ganhar a sua guerra qualquer dia, corre o perigo de também se corromper". Em sua aventura, em sua solidão, o mundo poderia se tornar um pretexto para a vida, algo tão natural, que não se preocuparia mais com os caminhos que os outros atribuíam às suas vidas.
Ele poderia achar e junto com seus amigos repensar o mundo em que viviam, publicar manifestos descordando do que viu e ao morrer, seu diário se tornaria um best-seller, mas que nada adiantaria no mundo que ficou vazio. Ele poderia transformar e ser transformado por cada pessoa que tivesse contato. Abandonar o discurso de direita e esquerda e seguindo a máxima grega de que "a Sabedoria leva à Bondade", ir paulatinamente como educador, com seus livros, cursos e palestras dando contribuições para que o mundo enxergasse o que enxergou!
Como já dissemos, publicar seus manifestos e com a popularidade destes, tornar-se político e com a luta de seu partido e correligionários praticar a revolução. Afinal estaria trabalhando em benefício da maioria. A minoria também não enxergava ou se aproveitava do mundo que ai está! Poderia com a arte, contemplar o absoluto e a estética, oferecendo aos seus olhos e aos que viam, a razão que sentia um pouco do Paraíso na Terra.
Tornar-se filósofo e viver desta procura, visitar e revistar os Templos, os Templos de sua razão, filosofar, descobrir, não achar, caminhar e falar, percorrer os horizontes do Tempo e da História, do Ser e do ente, questionar, o que estava oculto, escondido, trazer a tona ou esconder mais como a sociedade dos homens de bronze, que serviam para trabalhar, enquanto os de ouro para pensar. Ser ouro, filosofar, enquanto os prata e os bronze, tinham o peso e a medida de cada homem no seu mundo capitalista.
Poderia contemplar a Deus, em suas orações, em seu espírito religioso e orar para que fosse feita a sua vontade! Aplicar atos de terrorismo que tirem o Diabo da Terra, rezar, louvar, admirar Cristo, Buda e seus atos, mas apenas a admiração poderia transformar a sua vida em um empreendimento?
Eu sou uma S.A.? E através de minhas empresas garantir o sustento e a vida de muitos trabalhadores? Poderia ser um Banco para financiar a produção e a ter integridade tão grande quanto os palácios que ocupam. Comprar empresas, fechar outras, afinal alguém tem que ensinar ao mundo o que é nacionalidade. Dar a contribuição da tecnologia, através de "meus" recursos, e lógico em retribuição aos cientistas que pagaria. A sociedade poderá não me ressarcir, mas a contribuição foi dada. Ou poderia ser um cientista, como esse que trabalha conosco e devolver a nova tecnologia de transportar pessoas pelo tempo, através da sua mutação em energia. Levaria pessoas dos E.U.A. para a França num segundo.
Porém teria que enfrentar a industria dos aviões, dos foguetes, automobilística, bicicleta, TV’s a cabo de esporte, pois assistiria os jogos ao vivo... Seria respeitado pela verdade que carrega a ciência?
Poderia, também odiar tudo que via, não ver sentido, maior que o do prazer e sairia de lá correndo para viajar pelo mundo, transar com todas a mulheres, beber todas as cervejas, sentir todos os êxtases da cocaína... Todos os esportes perigosos seriam minha lição de casa, ou poderia amar, viver de amor, amor por alguém, por algo, pelo nada, contemplar o sentimento da vida...
Seriam essas as opções para Isaac. Sua caminhada estava prestes a começar com ela, a rosa. Ele, irá em busca de respostas, para elaborar novas perguntas, tentar encontrar projetos que além de discursos, mostrasse dentro de cada área de ação humana, um caminho concreto, onde poderia efetivá-lo, através das realizações destes!

As áreas de atuação seriam Empresas (ou o mundo do trabalho), Arte, Política, Social, Prazer, Espiritualidade , Educação e Amor! Só o diário tem a resposta, pois o navio ganhou vida e voltou ao mar para realizar novas viagens... não sabe se esses caminhos aqui apontados terão tempo para chegar aos seus destinos, antes do naufrágio da humanidade, do juízo final, produzido por Deus ou pelos homens, sua criação. Era mais uma frase solta, naquele diário, circulei e segui em frente a escrever lembranças.
A falta de dinheiro, o deus do mercantilista, impediu que Isaac começasse logo, a sua jornada, porém orando para a deusa loteria, conseguiu o suficiente para visitar seus amigos. Embora o deus imposto de renda, lhe infligisse sete dias de devoção, em suas filas, antes de iniciar sua caminhada, que dependeria da vontade dos deuses, de deixar que seu destino se realizasse ou não. Ele tinha talento mas o mundo procura glamour. Como vários outros amigos, que sonhavam e desejavam realizar seus anseios e eram proibidos pelos deuses. De vez enquanto um interferia a favor, outro contra. Assim foi Germano, queria ser surfista, o deus vestibular não deixou; Homero queria ser escritor, as contas a pagar não deixaram que praticasse tal absurdo ao seu poder, porque senão a deusa prisão tomaria conta dele. Robson e Fábio queriam ser filósofos, mas deus trabalho não permitiu que o deus saber, que ele chama de vagabundo, cuidasse de seus destinos.
Enquanto os deuses são benevolentes com os políticos, empresários, e seus filhos, que como Tróia, avançam sobre a minha Grécia aptos a realizar a vontade dos deuses que seguem. E seguidores somos, mas de vez em quando surge um curinga neste baralho, neste jogo, pois ele representa para o seu deus uno e absoluto, para percorrer o seu caminho e a sua jornada, seu sacrifício e as rosas que enfeitaram seu destino. Era mais uma das frases soltas no diário.
Que coisa chata, tenho que colocar no contexto, independente do que eu esteja falando. Começo a suspeitar que tem um deus habitando este diário! Será? Ou será que estava querendo com essas visitas, tornar o espírito múltiplo, pois o espírito se eleva acima da parcialidade e porque nunca se identifica com nenhuma de suas formas, tornar-se consciente de ser o princípio único que anima a todas. Alcança portanto, a pureza, isto é, não se sujeita a nenhuma de suas formas, pois ultrapassa a todas elas. Seu olhar é "simples". E por estar pronto para dispersão que triunfa sobre ela.

Perguntei se não era esse o meu objetivo! Mas era a hora da caminhada, de definir a trilha e resolvi fazer um sorteio para ver a quem visitaria primeiro. Davi foi escolhido, ele e seu templo seriam o meu primeiro destino.
Viajei até São Paulo. Davi pelo telefone me disse que poderia me receber em seu escritório das vinte horas, vinte e dois minutos, porque logo após teria que se preparar para acompanhar a abertura da bolsa de Tóquio! Peguei um ônibus até o centro financeiro do país e desci logo em frente. Era um templo belo, com uma arquitetura moderna, paredes que brilham, elevadores panorâmicos, bastante alto. Mais em sua homenagem aos deuses, ainda perdia em altura para os dos E.U.A e estes não celebravam seus deuses, como a Malásia, que tinha o templo mais alto do mundo. Fui até o décimo oitavo andar.
Davi já tinha atingido a maioridade em sua empresa. Ele veio me receber, pontualmente, na sala de espera. Me convidou a entrar, não me recebeu com tanto carinho como receberia um de seus investidores, é claro. Sentamos em meio a papéis, computadores, jornais e um quadro com a tabela de apostas do mês. Eles estavam apostando que dia iria nascer o bebê de sua amiga Mara. Disse que viviam de apostas, apostavam tudo, o índice da bolsa, o jogo do Brasil, número de mortos naquele dia, o tamanho do sapato do novo zelador etc... e eu completei, sem querer, a pobreza de muitos países, o destino de empresas que falem, o desespero do governo, a infelicidade de muitas pessoas...
Ele ficou calado, sem entender. Parou e disse: então qual o assunto que o trouxe aqui?
- Só queria lhe fazer algumas perguntas e te apresentar alguns projetos.
- Projetos! Projetos eu tenho muitos. Escuta só! Descobrir como se pode provocar a queda nas bolsas e ganhar bastante dinheiro com isso. É simples primeiro você contata com vários órgãos de imprensa, para mostrar as grandes possibilidades de ganhar no mercado de ações, isso vai gerar uma grande procura que lógico você e alguns bancos de investimentos estarão prontos a receber. Com sua carteira bem cheia de recursos, utiliza-se de uma estratégia que se chama de criação do capital da ficção, invisto em um portfólio de ações que sejam noticiadas. Mais uma vez a minha amiga imprensa vai me ajudar. Ela pode ser notícia por si, ou pelo simples fato de que eu as comprei, isto graças à minha credibilidade, adquirida também a ajuda eficiente dela, a imprensa!
Logo, o mercado vai reagir e a cotação da ação vai subir, até o momento em que eu, que montei o esquema sou o primeiro a vender um lote de ações, bem pomposo que provocará a queda nas bolsas e os outros investidores que me ajudaram a fazê-la subir, correm para vender com prejuízo e eu mais uma vez estarei lá para comprar. Viu como é fácil! É só começar, via imprensa, dizer que ali dá para ganhar dinheiro, de novo, como costuma se dizer "As Bolsas Reagiram!" e transformarei o valor daqueles ativos no triplo do seu valor e claro dois terços são meus! Mas não é só essa forma que encontrei para criar capital, tem outra. Eu a chamo de capital probabilístico, ou seja, é provável que ele exista... É simples uma empresa pede dinheiro emprestado aos bancos, tendo por garantia seus ativos, os mesmos que serviriam para lastrear a abertura de capital da empresa, transformando em pacotes de ações, aquelas que eu vou comprar, tirar o meu e vende-las, mais ainda posso pegar esses ativos e transformá-los em debêntures que alguém vai comprar e os Bancos de tudo isso terão este dinheiro como lastro de que seus empréstimos estão garantidos! Podendo captar ainda mais dos poupadores e da conta-corrente, dos trabalhadores que além de não ganharem nada, são o único lastro real de todo esse jogo de sete vidas do gato ou do dinheiro.
Ainda tem os derivativos, deixa pra lá... Sem contar que se os E.U.A precisarem de mais dinheiro para suas contas, é só mexer no câmbio e todos nós, mais uma vez pagaremos o pato. Viu como é simples em vez de trabalhar, produzindo, aumentando a produção como fazem esses bobos. Eu crio dinheiro, porque eles consideram a minha mágica muito difícil de entender, por isso sou divino! Se acharem ruim e não quiserem mais me trazer suas oferendas a meu templo! Corto seu crédito, que lembro mais uma vez, não é meu, pertence à produção, mas eles não são divinos como eu para administrá-los. Entendeu Isaac?
- Entendi e quanto meu projeto faz sentido para contrapor o seu! Agora é a sua vez de escutar: Posso organizar a economia por setores como fez o Japão. Trabalhar a cadeia de valor, desde os fornecedores, passando pela indústria, atacado, varejo e consumidor final, de forma que desde o inicio da cadeia até o fim haja um trabalho de parceria, procurando melhor atender o consumidor final e reduzindo o desperdício a zero, aumentando a produtividade! É simples: o fornecedor, seria exclusivo daquela indústria, que teria o atacado e o varejo vinculados a ela. O Fornecedor só produziria o suficiente para que ela atendesse a programação dos pedidos do varejo, que poderia se reportar ao consumidor final via banco de dados. Atendendo um a um, teria uma produção flexível em células e o Departamento de Seres Humanos, apto a transformar pessoas em talentos que seriam aproveitados nas diversas áreas das empresas, de acordo com a sua competência e potencialidades! Por fim a área de Finanças, definiria preços equivalentes a custos e salários dignos para seus trabalhadores, com contratos de longo prazo estabelecidos com uma meta de produção adequada às necessidades daquela região. Por esta razão, é saudável que exista concorrência, desde que não exceda a capacidade de consumo e que toda essa produção possa ser alocada, em seus diversos nichos. Sem desperdício, com lucros adequados a nível de investimento e produção. O setor seria administrado por um grupo que envolveria participantes de todo os blocos que formam a empresa, inclusive representantes de seus acionistas, que neste caso são os próprios funcionários, de forma que a decisão em conjunto definiria a melhor alocação de recursos. O mercado seria protegido por tarifas altas de importação, até que fortalecesse suas empresas e poderia exportar alguns produtos específicos para outros países que não prejudicasse o seu nível de emprego. Aumentaria a poupança de nosso país e, com o tempo, os diversos países iriam se especializando em setores da economia, de modo que este plano possa ser levado para uma escala maior. Países produziriam vinhos, outros computadores porém sem que o preço e o câmbio sejam formas de lucro fácil pelo mercado financeiro, pois a moeda não é um produto!
- Mas você não sabe que o Japão está com sua Economia em decadência? Indagou David.
- Vamos começar minhas perguntas sobre palavras, então? O que é decadência no Japão, China ou Noruega?
Se nós oferecêssemos ao nosso povo metade da "decadência" japonesa, o Brasil seria um país justo! Eles nunca teriam tido tanto progresso em pouco tempo, como nunca tiveram. Se observarmos, a palavra decadência, aplicado ao Japão tem o mesmo "significado" que hoje usamos para empresas de "sucesso", em nosso país, uma lástima! As empresas brasileiras utilizam uma das piores políticas salariais do mundo, quase não têm concorrência e tratam a empresa com a visão feudal que tratavam os "engenhos". Já mudou o cenário e a roupa. Eu diria que seria anormal, se essas empresas não conseguissem "sucesso", que neste caso não lhes pertencem. Trata-se apenas de uma das conseqüências da Lei da Selva, que impera nesta Terra e da falta de condições para real competitividade, que concordo traria progresso como no Japão! Porém uma premissa para que tudo isto aconteça é ter a frente das empresas, empresários que de fato detenham sabedoria para comandar negócios numa economia global, alguém que possa definir o que de melhor podemos dar de rumo ao nosso trabalho não apenas como a maioria, ao seu estômago!
Ficamos por algum tempo em silêncio, começava a achar que estava bastante agressivo e resolvi frisar, para não ser mal interpretado.
- Bem, é lógico que não estou referindo-me a todos. Não trata-se de uma acusação socialista contra o empresariado. Não sou socialista, sou social-democrata, como assim considero o Japão e a Europa. Respeito Marx, em muitas de suas leis econômicas, mas discordo de sua estratégia política, em essência! Como Bakuin, acho que todo Socialismo acabaria virando um Capitalismo de Estado, como assim provou Stálin e a História. Minhas críticas são bastantes claras, em torno de como tratamos o outro, que tanto no Socialismo como no Capitalismo são tratados como números e em massa, rasgando a sua individualidade. Também como lidamos com a verdade, por exemplo querendo ou não os liberais, a mais-valia não é o capital fictício. São produtos da perversão do capitalismo sobre o outro e o conhecimento que Marx, sabiamente, previu!
A realidade, camuflada pela ideologia não é mais uma barreira para o ser humano reviver seus sonhos e seus valores. A história não acabou, ela está começando porque as ideologias e os dogmas estão caindo, principalmente aqueles que ainda sustentam conceitos que castram novas instituições, linguagens e valores!
- Você sabia que o modelo que você defende foi desenvolvido por Michel Porter, o grande impulsionador das estratégias de globalização das multinacionais? Interpelou Davi.
- Sei, como estava falando, o conceito da cadeia de valor e o seu controle, desenvolvidos por Porter também serve para fortalecer economias nacionais e torná-las competitivas como fez o Japão, aprofundando ainda mais sua Teoria. Se não nos fecharmos em ideologias e dogmas e pudermos olhar sem preconceitos o mundo que nos cerca, poderemos permitir que a transformação necessária para qualquer mudança concreta de atitude política possa ser realizada. Isto quer dizer que chegou a hora, de entre as rosas, escolhermos quais farão parte de nosso jardim. Escolha as rosas e plante o seu jardim! Foi provado: o que segurava a URSS era a polícia, a garantia, a repartição dos bens, a lei e a repressão, não a liberdade de espírito. Como, da mesma forma no Capitalismo, a liberdade caminha sem espírito, pois o homem virou objeto e sua racionalização, idêntica à de um objeto que pode fluir por toda parte da Economia Global. Mas o homem, não consegue fluir nem pelo seu quarto, que não seja orientado por seus objetos, que o prendem e escravizam a todos aqueles que se subordinam ao capital, como mestre e deus!
- O que você pretende é utópico, como você disse a História já provou, Isaac!
- Davi, já vi, que para você, História é passado, para mim, além disto, ela é futuro e imaginação que podemos concretizar em momentos históricos. Por exemplo: se a juventude decidisse que não tomaria mais coca-cola, salvo se esta revertesse 50% dos seus gastos em publicidade com cultura, educação e geração de emprego, seria uma revolução fantástica. O jovem abdica de tomar o refrigerante, o que o socialismo restringia e ao mesmo tempo derrubaríamos a Coca-Cola de sua posição criada pela publicidade, para levá-la à sua condição de objeto. Sem esquecer nos benefícios da redistribuição de renda e alocação de recursos em projetos essenciais como alguns já citados... Imagine em larga escala este projeto... Sem publicidade, com mais cultura e educação, teremos uma juventude autêntica e feliz, por poder agora escolher a que deuses ou Deus atribuir significado à sua vida. Não seria por ímpeto ou "desejos fabricados". É uma pena que os meios de comunicação tenham que viabilizar novas formas de geração de recursos, assim como grandes astros, ou a nobreza, que dependem da imagem. Viveríamos num mundo mais autêntico. Tenho certeza que como apreciadores da arte, iriam gostar!
Desculpem se o romance está em Pentium e os Protestos em 386, é porque nesta velocidade eles tem uma melhor definição de imagens. Enquanto, um romance em Pentium celebra a estética da velocidade do caos que se realiza, nos protestos, o romance é a Bela , os protestos, a Fera, mas a Bela e a Fera se amam não pelas suas dimensões estéticas, mas porque compartilham da mesma essência humana e se utilizam de diversas formas para expressar o seu Ser.
- É, como você disse, a realidade hoje é por demais castradora, objetiva e por isso limitadora, que só se pode conhecer de fato um Ser humano, pelo seu Ser, suas expressões seus sonhos e valores! Disse Davi.
- Puxa, gostei! Mas me diga o que é o Outro para você?
- No meu mundo, não existe outro, só existe eu! Não consigo ver o que os outros constróem, porque, como Narciso, só vejo e só reconheço meus feitos. É uma necessidade que tenho de competir com o outro e mostrar que sou melhor. Ele só serve para isto! O lucro é a expressão deste algo mais que tenho que ter para preencher este vazio, que só o outro preencheria. Como esse não existe para mim, eu sou a verdade! Nós decidimos sem chegar a uma conclusão.
- Bem colocado. O que é a verdade? Perguntei.
- A verdade são os números e tudo que me dizem, a minha razão é numérica, sem sentimentos, como assim é a verdade em meu mundo. "Quanto vale?" e não "O que é?" É um jogo, que criamos e recriamos para brincar como objetos entre deuses, entre balanços, marcamos pontos comprando carros, apartamentos, empresas, quadros, fazemos doações para mostrarmos quem somos, quando sabemos que não somos, pois o vazio continua a exigir que façamos algo que de fato preencha o nada que ocupa! E quando as máscaras caem, sabemos que pode ser tarde demais, pois é nítido: o outro, que agora nos olha, busca em nós algo mais que um lugar, um cartão, uma caneta pois estes estarão lá, trocarão as pessoas e não percebemos. Por morte ou viagem é como se nunca estivesse estado!
E qual o sentido da vida? Passei a me questionar... enquanto levantava depois de quase duas horas em sua sala. Nos despedimos sem chegar a uma conclusão. Davi, continuaria com suas "estratégias". Na sua situação, com suas mordomias e "verdades". Fica difícil tenta fazê-lo aceitar meus pensamentos, quanto mais pô-las em prática. Como o tempo muda as pessoas!
Sai, desci pelo elevador, ainda escutava o eco do silêncio! Começava a entender o porque dos altos salários dos executivos! O mundo que estava ao seu lado, da BMW, até o escritório e o seu salário eram as únicas coisas que conheciam.
Havia dedicado a juventude e agora seu tempo a estes "deuses" que o proibiam de pensar! Tudo que fugisse à sua lógica, era prejudicial à disciplina! Era necessário evitar crer, ser, para continuar a se divertir com seus "brinquedos". E, como toda criança egoísta, brigar por eles...
Fui desenvolvendo o raciocínio e comecei a entender reengenharia, qualidade total, downsing... coisas tão simples e tão banais, produtos da insignificância humana de não ter coragem, nem inteligência, para enfrentar os desafios humanos de melhor viver com o outro e com a verdade. Como isso lhe faltava, acabavam tendo que ter na pessoa do executivo, a ferramenta típica para demitir, cobrar, cortar, explicar o que não tem explicação, falar demais quando não tem nada a dizer, vender a sua alma e o mais engraçado de tudo... fazer com que esta ferramenta ache que tem poder, que "manda", quando na realidade, como seus brinquedos, é um deles, que não reconhece de um prisma mais amplo a sua terrível brincadeira de fazer coisas bobas em nome de algo que só destrói o que espírito humano construiu: o Trabalho.
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Hoje no mundo do trabalho e na vida, graças à insanidade dos que fazem do tempo e da historia, meros artefatos de paredes, esquecendo-se de ver, que como eles, os nobres, são o cumulo do ridículo, só mudaram as ocasiões e os adereços desta homenagem que prestam aos seus reis, com isto fazendo do trabalho, escravidão gerando a sub-vida, enquanto o viver plenamente, fica num plano quase inatingível.

Se nos puséssemos a falar palavras que só tem sentido para uma minoria da população, estas só significariam a ausência do sentido, que essa minoria carrega consigo. Transbordam no nada de seu luxo, pela miséria de suas palavras, que como nada significam, nada mudam, nada realizam na construção da liberdade de espírito.

Esse primeiro encontro foi o mais vazio de todos, pois empresários, como Davi , apesar de ver muito, não enxergava nada! Se um dia eles pudessem viver o seu espírito, entenderiam que o trabalho é uma das dimensões humanas, que garantem a sobrevivência material e um dos meios de concretização dos nossos sonhos. Mas não é a única, também todo trabalho deve proporcionar a todo ser humano, vida! Isto é básico, gostaria que alguns dos executivos que sustentam as incoerências do mundo moderno, olhasse ao seu redor, depois dos muros que os prendem e vissem o quanto seria significativo se colaborassem e pensassem em nome da humanidade, procurando melhor solucionar a equação do trabalho na vida humana! É a única forma de serem algo. Mais falta, na maioria dos casos, inteligência e dignidade.

Já estava cansado de meditar sobre o nada, não que o trabalho e as empresas não signifiquem nada, não me refiro a isto e sim ao trabalho do executivo, que agora "descobriram" que todo funcionário deve pensar, porque se não, não há competitividade! Mais uma vez só sobrará para o executivo o trabalho de um vigia informado, que com o tempo serão transformados em vigias informatizados, se eles não acordarem a tempo e reconhecerem de fato quem são!

domingo, 26 de abril de 2009

OS BASTIDORES, O PALCO E PLATÉIA DA HISTÓRIA


CAPITULO 5 :


PROTETORES : Empreender Sonhos na Terra da Sabedoria

Claro que voces já entenderam que são várias historias mas na verdade é apenas uma que é representada em três momentos no palco da vida.
De um lado os bastidores ( 1 ) do palco que através do dialogo entre gerações, poesias, manifestos, perguntas e reflexões reflete o que ocorre na peça que é representada com Isaac e seus amigos ( 2 ) provocando mudanças e gerando histórias de vida na platéia de protetores, ( 3 ) entre eles eu.
A relação entre a arte e a vida, mostram que este mundos se misturam numa alquimia entre o imaginário e o real, como forma de proteger o amor.
Por isso Quando amar é proibido na mais triste dura realidade do mundo que entregaram a nossa geração. Sem trabalho, a natureza destruída, uma educação sem sabor, a espiritualidade entregue a falsos profetas, a cultura as franquias de massas , a politica ao poder vazio e doentio e a familia ao abandono. Nos desafia a proteger no palco da vida o amor.
Estes personagens , estas histórias , vão se encontrando, se relacionando entre si, formando uma única história aos poucos.
Os bastidores e a platéia sobem ao palco para transfomar a jornada da vida. A vida não é só o romance da arte, mas ela tambem é protestos,dialogos principalmente com nossos filhos, poesias, histórias reais de nossa vida, reflexões, tribos e personagens de nossa vida , projetos futuros, heróis que nos tornamos nestes desafios , porque só isso nos dara de volta as dimensões perdidas.
Vivendo com toda intensidade e paixão para contar estas histórias através destas diversas linguagens. Esta jornada que estamos conhecendo neste livro nos transforma aos poucos num protetor capaz de libertar o amor nesta Terra. Assim reencontraremos dentro de cada um de nós , nas tribos e projetos que fazemos partes as dimensões econômicas , educacionais, políticas, culturais, espirituais, sociais, ambientais, tecnológicas , psicológicas e familiares que compôe a totalidade de nosso ser . Buscando integra-las de forma simetrica em nosso ser, assumindo vários papéis de forma orquestrada, gerando sinergias em nossa sociedade através da ação conjunta de nossa tribos que atuam nas empresas, ONGS, governos, universidades, escolas, igrejas vamos compondo este quebra-cabeça de projetos nas comunidades que habitamos.
A cada 100 jovens , nomeando e formando sua Tribo , composta de 10 celulas de 10 protetores cada , que tem a missão de desenvolver projetos com seu grupo. Cada celula na dimensão que mais se identifica desenvolvendo um projeto para atender as outras células nesta área; e vice-versa. Estas 10 celulas cada uma em sua dimensão atuando em rede formam uma Tribo e interagem com outras Tribos. Gerando comunidades sustentavéis que formam cidades que são feitas por protetores empreendendo sonhos numa Terra da Sabedoria.
Protetores que participam ativamente na construção das ações, despertando sentimentos, progredindo em simetria e evolução continua em seu ser. Desperta a consciência crítica, exige decisões , visão do mundo e tomada de consciência. O leitor se transforma e se apaixona, determinando seu pensamento , gerando inovações e sinergias na sociedade para além das renovações constantes que o sistema se defende.
Por isso lhe convido a ser um destes personagens em sua vida , criar outros ou ser juiz crítico deles. Empreendendo nossa inteligência nesta obra criativa que é a vida. Vamos crescendo juntos em nossas tribos com o tempo, adquirindo novos significados e assimilando novos conteúdos com outras tribos e seus personagens mas todos com a missão de proteger o amor, a vida , a natureza e a criação de uma nova sociedade, a Terra da Sabedoria.
Arte somada a dados estatisticos, acompanhando as manchetes dos jornais, empreendendo projetos em rede, difundindo em palestras estes personagens, suas ideias e tribos esta é uma das missões deste livro. Arte democrática que incentiva comentários, ironias, as situações e ideias abordadas em suas histórias, metaforas , manifestos e poesias. Perguntando, respondendo e refletindo.Desvendando mascaras, desmontando Fraksteins, na luta deles contra a sociedade e nas tensões de suas paixões vamos superando as contradições que determinam o mundo. Evoluindo coletivamente nele. Enterrando homens , para nascer novos que consiguam integrar a sua individualidade à coletividade sem uma anular a outra. Uma arte fiel como a vida que busca traduzir a eterna mudança em histórias, uma linguagem viva. A arte revelando a realidade, a realidade revelando a arte. O leitor como sujeito capaz de decifrar a história em sua vida para depois escreve-la. O leitor e a totalidade de suas condições sociais a luz de um personagem que ele se torna com sua psicologia,situações, relações com a sociedade, visamos ajuda-lo a criar a sua própria história na vida com coragem enfrentando as injustiças e libertando o amor .
CONEXÃO GERAÇÃO JOÃO VICTOR 5-
Carta Resposta para João Victor de seu pai Egidio
Até 2050 eu vou ler mais 1000 livros , ou seja 25 a cada ano.
Para contar a minha história com mais significados e conteudos interdisciplinares e intersetoriais gerando com minhas tribos mais Inovações ampliando nossa Indepedência, Interdepedências e Impactos.
Escreverei um livro a cada ano ou seja 40 livros. Para cada 25 livros que recebi e li deixarei a contribuição a humanidade de um livro.
Realizarei todo ano um projeto social diferente ou seja 40 cromossomos na construção do DNA de uma Sociedade diferente, a Terra da Sabedoria.
Essa é a contribuição de apenas um ser humano imaginem que Sociedade fantástica podemos criar ? Se 1000 pessoas atuando em rede, conectando gerações , compartilhassem desafios presentes e futuros. Realizaremos a maior mágica que este mundo já viu em termos de tecnologias, transformações e melhorias sociais, geração de riquezas, produção de conhecimento e arte , espiritualidade transbordando a vida e o Universo com muito AMOR E PAZ.
Porque serão em cada cidade ,comunidade ou bairro, mil líderes em Simetria pessoal , atuando de forma estratégica em sinergia e sincronia social com mais de 40 mil projetos envolvendo todos os habitantes da cidade , ações estas fundamentadas em um milhão de livros .
Isso é o que se chama de Capital humano e Social e com esta energia podemos substituir nosso indicadores de criminalidade e violência por geração de riqueza e felicidade. Uma cidade ou comunidade média de cem mil habitantes pode encontrar mil protetores capazes de realizar e se comprometer com estes desafios e revoluções.
Por isso eu me preocupo bastante em identificar, formar, apoiar e gerar oportunidades para protetores. Este comunidade pode chegar a gerar 200 milhões por mês ou seja 2 bilhões e 400 milhões por ano . Lógico que se ocuparmos posições estratégicas no estado é mais facil ou seja podemos ter várias pessoas ocupando mandatos políticos a cada 4 anos. Peças no tabuleiro de xadrez que podem ser vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, governadores, presidentes e senadores em 40 anos .
Portanto João Victor,meu filho, o potencial do ser humano é infinito eu lhe perguntou você já pensou o que vai fazer com o seu ?

sábado, 18 de abril de 2009

DIALOGO ENTRE GERAÇÕES


PERGUNTAS E REFLEXÕES 3 : ADOLÊSCÊNCIA

Quais a surpresas que a vida como jovem lhe despertou ? Quais fatos marcam a sua juventude ? Que choques considera mais importantes entre sua geraçaõ e de seus pais ? Que coisas voce gostaria de protestar e colocar a boca no trombone nesta sociedade ? O que voce diria para seus psicologos ? Como começaria sua terapia ? Quais as principais regras e costumes das Tribos que vc faz parte ? Que tipos de pessoas e lugares diferentes voce conheçe ? Quais são seus principais amigos e as caracteristicas deles ? Quais as musicas, livros e filmes que voce nunca vai esquecer ? Quais lugares mágicos marcaram sua juventude e porque ? Que sonhos vc gostaria de realizar se o mundo fosse acabar em 2012 ? Que tipos de saberes vc gostaria de estudar mais ? E artes ? E esportes ? Como viver sua espiritualidade nesta sociedade ? E o seu papel politico ? E as utopias para quais dedicaria a sua vida ? Que causas o movem ? Quais as tecnologias que vc mais admira e vão transformar o mundo ? Quem são seus heroís ? Como lidar com a solidão e o medo em nossas cidades ? Como foi sua noite de Caos ? me conta os episódios desta tragédia, aventura ou comédia em sua vida ? Voce já teve ou tem inimigos ? Porque ? Como os ricos e os pobres deveriam conviver ? o quer fazer quando amigos se entregam a drogas ou bebidas ? Como nasceu e ganhou vida o seu grande amor ? a Paixão é diferente ? Como esquecer um grande amor ? Vc já fez parte de um triângulo amoroso ? Quais os poderes da dança, da música e do lazer em sua vida ? Como a política no país afetou sua vida ? Se voce fosse um super-heroí que poderes gostaria de desnvolver ? Como será o mundo e sua vida em 2050 ? Qual a MATRIX da Sociedade em que vivemos ? Como desvenda-la ? Em quanto tempo funcionam os ciclos em sua vida ? Ela tem ciclos ? O que faz um Protetor? Quis são os seus poderes ? o que é a Sabedoria e a verdade neste mundo ? Qual a sua missão neste mundo ? Se voce pudesse mudar aspectos do seu jeito de ser o que mudaria ? Que mágicas gostaria de apreender ? Que momentos mágicos marcaram sua vida no colégio e na Universidade ? Como foram suas experiências de trabalho ? Vc sabe aonde se necontarm amigos que conviveram com vc ? Quais seus destinos ? como manter o equilibrio entre liberdade e responsabilidade ? Quais são os principais valores para vc ? Se não hovesse Universidade vc educaria a si mesmo ? Existe outras formas de viver nossa espiritualidade ? Vc ja´teve experiências de fazer passetas, de conviver com o movimento social? Que ideias, organizações, empresas vc gostaria de empreender ? Como foi seu Vestibular? Porque escolheu seu curso ? já tentaram comprar sua alma ? Já fez o roteiro da sua vida até hoje ? Quias os principais momentos ? Daqui pra frente já escreveu seu plano de vida ? Vc me contaria sua história de vida ? SERÁ UM PROTETOR E PARTICIPARA DESTE LIVRO E FILME ?

CONEXÃO GERAÇÃO JOÃO VICTOR 4- Carta para meu pai Egidio e meu pai
Iahweh, aonde estiverem.....

Na lua me preparo na forma de espirito, vislumbro estes acontecimentos na vida de Isaac e de meu pai , nesta Sociedade que vive seu apocalipse. Quando amar é proibido . Estou pronto para nascer de novo vindo de outro planeta e libertar o amor.
Sabe qual a mágica do amor ? É que no mundo tem 6 bilhões de pessoas mas existem aquelas pessoas especiais que são mais importantes que o mundo.
Lendo o livro, seguindo cada página de minha jornada vou escrevendo em meu diário a história de minha vida. Refletindo e respodendo estas perguntas , estou decifrando os enigmas de minha vida e do mundo em que vivemos. Dialogando com as gerações que me antecederam e as futuras , começo a dançar com os desafios de nossa época.Orquestrando via internet com minhas Tribos a música que vamos tocar nesta Sociedade.
O Protesto da Rosas começa agora e vamos florir seu jardim com nossas sementes, sonhos e realizações ! Filmar o nosso filme, pintar nossos quadros, novas formas de ser, pensar e viver . Nós Protetores sabemos que esta estrada tem dor , sofrimento, terremotos, ciclones, até enxergar o sol do arco-iris que de longe ilumina nosso caminho. Vamos indo além de nossos limites , certos da vitória. Não temos medo do Apocalipse, a luz ilumina com simetria, sincronia, e sinergia se seus olhos conseguir enxergar. Como elementos quimicos, vamos se unindo para gerar este Universo de infinitas possibilidades. Empreender sonhos numa Terra da Sabedoria. De celula em celula, de Tribo em Tribo , formamos orgãos , sistemas e corpos que dão vida a Terra da Sabedoria, aonde todos são um, cada qual tocando seu instrumento. Sendo de nota em nota podemos formar músicas que libertem vários Franksteins , incluindo nós , e nem começamos nossa jornada. Os manifestos ecoam, vamos abrindo os selos e superando cada profecia.
Nas esquinas aonde os diferentes se encontram, formamos nossos exercitos com mais protetores. Em cada dança, poesia, livro, filme, quadro, palestra nos preparamos para Guerra , desenvolvendo nossos poderes nesta Jornada. No teatro encenamos nossas peças, atos e projetos de uma nova sociedade.
Num mundo em que ser bom é ajudar a perpetuar o mal, é preciso transforma-lo com urgência. Emergência. De forma agil, experimental,dialética e profunda. Na alegria da luta, na rebeldia da oposição. Choques, incertezas , responsabilidade individual, amargas experiências. Ativismo intelectual e criativo em busca de significados. Revolucionários, desconfiados, brilhantes, inquietos, lúcidos como crianças em buca de um carinho. Protetores.
Vamos tecendo um novo tecido social , líderes artistas em rede , artes em redes , novas formas de governar em busca de simetrias pessoais , sinergias e sincronias sociais.
Na noite vamos dando ordem ao Caos. Evoluímos e Ressucitamos para novas Jornadas ao amanhecer. No terceiro encontro queremos mutações entre nossos DNAs. Momentos mágicos, perfeitos, novos horizontes. O Sol ilumina as trevas, quando a coragem do amor enxergar.
Vamos sair da Lua , descer a Terra ,ao mundo concreto com todas as suas dores e mágoas. Onde os seres humanos que geram todos os problemas morrem , dominar as diversas drogas e vaidades que os iludem , liberando suas razões, coração e imaginação tornando cada vez mais seus passos mais nítidos e verdadeiros, que caiam todos ao meu redor. Eu sou um Protetor, eu protejo o amor e a vida, e eles me protejem!
Os poderes da inteligência de desvendar o mundo em que vivemos, somados aos poderes da coragem de amar e lutar incodicionalmente com a fé em Deus são os poderes que nos trazem paz de espirito e liberdade ; protejendo o que há de humano em cada um de nós.
Dançando com o ritmos da vida em cada ciclo, buscamos valores que não tem fim. Ocupamos cada um nossa missão neste mundo , liderando e gerando elos entre as tribos, nos momentos vividos e compartilhados por sentimentos e razões. Somos atraídos pela alquimia,a mistura que permite nossa vida ter saber e sabor. Fazendo parte de algo muito maior que nós, encontramos as respostas para as equações que decifram nossos Destinos, Origem,Poderes, Mágicas , Missão e Visão dos Protetores. Em cada passo da jornada em busca da música da vida. Do colégio a Universidade, fazendo Politica com P maisculo, bebendo Coca-cola, conquistando o primeiro amor, pintando a cara, empreendendo novas organizações e principalmente NÃO VENDENDO A ALMA E NEM O MUNDO. Nos conduz sempre a novos desafios aonde se espera a firmeza desta razão libertária.
Pai de todos os pais, mães e filhos. Pai pode contar comigo, aonde eu estiver, aonde voce estiver, continuaremos esta jornada , escrevendo o livro da vida, superando meus limites, unindo Tribos, empreendendo sonhos numa Terra da Sabedoria. Nasce uma nova Sociedade após o Apocalipse . Nós protetores renovamos a aliança pai , de construir a tua Terra , o paraíso perdido, de um pequeno grão de terra á Terra da Sabedoria. Pai de todos os pais, mães e filhos.
Em todos os lugares do mundo, os protetores oravam , liam, escreviam suas histórias de vida e começavam a formar suas Tribos e empreender seus projetos. Chega a hora de lutar. Essa é uma mensagem de paz e emergência.

domingo, 12 de abril de 2009

NÃO VENDA A ALMA, NEM O MUNDO como nos diz Che, Goethe, Russo e Cobain .



" teu amor revolucionário , te conduz a uma nova empresa, aonde espera a firmeza de tua razão libertária"


Pode nos lembrar o hino a Che ou Goethe em Fausto: Não venda sua alma! Metal contra as nuvens, “the man who so the world" , cantado e escrito em várias línguas. Ser ou não Ser ecoa no tempo e nos torna Hamlet. Quantos momentos em todas as épocas de nossa vida nos rendem as circunstâncias, a supostas verdades, autoridades, regras e vamos nos adaptando e entregando o que temos de mais precioso: a nossa alma. Costumo dizer que a minha Universidade foi cursada no corredor e no pátio. Graças a Deus tinha professores gênios como Paul Gradhvol, Eduardo Braga e Rosila Cavalcanti. Eles me ensinaram que a verdade não era o Ceara, nem minha Universidade, muito menos a sala de aula. Lembro que por diversas vezes queriam me convencer que precisava me formar que o mundo era isso e nada mais. Porem retornava as aulas e assistia palavras repetidas sem sabor, vaidades e terapias que não correspondia a busca do conhecimento pelo caminho da crítica ou da criação. Queria e quero algo mais, que as paredes como Pink Floyd defendia caiam e possamos enxergar o que está lá fora. Como se acredita em algo que não se sente e não se vê? Querem me provar que a Universidade é feita de prédios, diplomas de papel e professores e alunos presos em uma grade curricular. Onde está o saber, a busca pelo conhecimento, a pesquisa, o debate, a interação com o mundo, a formação de grupos de aprendizagem e empreendedorismo? Independente dos prédios, porque não provam que sabem mudando a realidade que o cercam?


ESTUDE SOBRE EMPRESAS, ESCREVAS CARTAS E CONQUISTE SEU ESPAÇO! EMPREENDA NOVAS ORGANIZAÇÕES!


Resolvi ir a busca do saber independente da Universidade, sem vender a minha alma , sem achar que a minha terra e seus reis eram o centro do mundo. Assim como no Grêmio, entrei no Centro Acadêmico antes do inicio das aulas. Conheci um grupo que se denominava o G7 porque eram os alunos mais inteligentes da escola e estavam nos últimos semestres. Achava aquela arrogância muito engraçada mas enfim comecei a estudar algumas empresas , como funcionavam, modelo de gestão , sua história e seus mercados. Fiz cartas e encaminhei para 20 das grandes multinacionais instaladas no Brasil em São Paulo e em Curitiba, aonde pude ficar um período com Samantha e Cinthia. De porta em porta, entregava cada carta, torcia e rezava para cada resposta. Recebi a resposta de várias que até hoje guardo a resposta entre elas.....A Volvo por exemplo quando estava no ônibus de volta ligou para minha casa e queria me contratar . Eu não tinha nem assistido a primeira aula da faculdade, mas me lembro que Ford, Bil Gates , Thomas Watson e outros não tinham feito administração. Não é falta de humildade criar caminhos e ousar, em nenhum momento digo que sou ou era mais inteligente que qualquer outro aluno. Pelo contrário assim como Davi tenho convicção que vou vencer e que não preciso saber tudo mas ter coragem e fazer algo acertando no lugar certo, de preferência no calcanhar. Por isso amo Estratégia. "quem sabe faz a hora não espera acontecer" Não há momento certo, existem aqueles momentos que os tornamos certos com nosso trabalho,vontade e fé.


Resolvi fazer as últimas visitas em São Paulo , a Empresa Junior da FGV e da USP. Lá conheci o Presidente da Federação de Empresas Juniores de São Paulo, a FEJESP, o Japonês Mauro. Começamos a organizar o Primeiro Encontro Nacional de Empresas juniores que seria em menos de um ano na USP. Voltei ao Ceara , entrei de sala em sala , com um pequeno projeto resumido, convidando todos a participar. Chamava aos interessados para participar de uma palestra sobre o projeto no auditório no intervalo. Lá fui conhecendo pessoas iguais a mim com capacidades distintas e sonhos como o Geovani da outra sala do primeiro semestre , que seria o Diretor de Marketing , e durante muitos anos até hoje me acompanharia nas ONGS, Política , nas brincadeiras e até namoramos irmãs. O Eudes que foi o Diretor de Projetos e o conheço até hoje, ele se apaixonou pelo Diretor Administrativo. Estou brincando, até hoje brincamos com ele, seu grande amor foi sua Gerente de Projetos, mas depois ela se casou. Passamos nós e mais de cem pessoas durante um mês, quase todas as noites fazendo o estatuto e o planejamento da Instituição. Vencemos a eleição para primeira diretoria da empresa junior do Grupo do G7 , com mais de 70% dos votos , assim como venceríamos um ano depois eles no Centro Acadêmico por seis votos. Fomos muito atacados, mas " quem me dera ao menos uma vez com a mais bela tribo não ser atacado por ser inocente " Realizamos mais de 20 consultorias , fizemos dois grandes eventos. Um deles, o TOP BUSINESS com palestrantes da Argentina e EUA, com a Associação de Jovens empresários que também acabara de ser fundada. Neste evento colocamos um jornal sobre a empresa Junior na pasta de cada participante, montamos um stand,e gravamos um vídeo com cada autoridade sobre a importância da empresa Junior, incluindo o governador na época Ciro Gomes. Realizamos projetos sociais com Cooperativas. Concluímos nossa gestão com o Primeiro Encontro Nacional em São Paulo, dormíamos numa sala e realizamos o encontro em outra éramos 40 pessoas. Depois começamos a expandir o movimento pelo país, para outros estados, criando Federações de Empresas Juniores e participando dos outros encontros nacionais agora como palestrante. Teve o segundo, o sexto em Guarapari, o décimo em São Paulo, o décimo primeiro em Salvador e o Décimo Segundo agora em Fortaleza que em conjunto organizamos a Primeira Conferência Mundial de empresas juniores com a Fundação da Confederação Nacional de Empresas juniores . Tínhamos a presença de jovens de 20 países da Confederação Européia de Empresas Juniores. Nesta longa caminhada, tema do meu artigo no primeiro jornal da empresa Junior. Não perdemos o local de vista, elegemos o segundo presidente, Marco Aurélio, depois ele trabalharia com minha ex-esposa na CAGECE. O terceiro Alexandre, que seu irmão era professor de Direito da UFC , e casado com Ecila que quando éramos estudantes bati boca com ela na praça José de Alencar na época da greve em defesa da meia, conforme matéria do Jornal. Depois veio o Jeová,hoje professor da UFC e até hoje militamos em prol das causas sociais. Por fim e não por último o Expedito Pessoa, que assistiu a uma palestra nossa na UNIFOR e se mudou depois para estudar na UECE e começamos a atuar juntos. Hoje ele tem uma empresa de pesquisa, a Data Sensus e ainda compartilhamos desafios e projetos. As sementes estavam plantadas e geraram um alicerce para grandes transformações. Veio à segunda, a terceira, a quarta... ONG. Esta história continua!


CONTINUANDO A ESCREVER CARTAS, BEBENDO COCA-COLA, PINTANDO A CARA, SENDO ELEITO E EXPULSO PRESIDENTE NACIONAL DA JUVENTUDE DO PSDB SE ADAPTANDO AO PLANO REAL NO BANCO REAL.


Continuei a escrever cartas agora para o Nilo Sergio, Presidente da Coca-cola no Ceará. Tinha uma idéia e um plano, implantar a área de Relações Publicas na Coca- Cola aqui no Ceará. Tinha lido um livro sobre a Coca, visitado a Coca em Curitiba e agora era hora de criar algo e ousar. Ele gostou da idéia e me convidou para trabalhar. Fizemos o lançamento da Coke Machine, da Diet Coke nas academias, o Fábrica de Portas Abertas e tomo muita Coca- Cola até hoje.
Agora estava no Centro Acadêmico, na Empresa Junior como presidente, na Coca-Cola como gerente, mas a busca de um ser humano integrados vivendo vários papéis me mantinha sempre alerta. Continuava lendo muito para muito além do currículo da Administração, não vendendo a alma, ao criticar o mundo em que vivia e criar novas idéias e projetos para mudá-lo. E amando muito, viajava muito com Virginia para o Icaraí, são momentos inesquecíveis na praia, as brincadeiras com seus primos, os tios e avôs delas é uma família fantástica. Eles me ensinaram muito sobre alegria da vida e a importância da família com o exemplo da grande mãe deles Artemísia. Mas o Brasil não parava, nem o mundo, nem eu..
O PC começava a roubar o país e queriam o Impeachiment de Collor. Resolvi me filiar a um partido, sou Social Democrata, apaixonado por Keynes, François Mitterrand e admirava Franco Montoro. Filiei-me ao PSDB e com três dias de partido fui convidado a entrar num ônibus para Brasília, era o Encontro Nacional da Juventude do PSDB . O nosso ônibus quebrou pelo menos 15 vezes até que resolvemos abandoná-lo para pegar um ônibus de linha. Já era sábado, o Congresso tinha começado de manhã. Descemos mesmo no inferno, o nome da cidade era Antônio Carlos Magalhães na Bahia. O único ônibus que parou para continuar nossa viagem até Brasília, só tinha a bule do motorista, mas coube não sei como trinta pessoas. Neste espaço confortável articulamos que queríamos a coordenação nacional da Juventude do PSDB. Quando conseguimos chegar domingo de manhã, o segundo e último dia do Congresso, fomos direto para Rodoviária. Lavamos o rosto e fomos para o Senado onde se realizava o Congresso.
Agora que estou escrevendo isto fico me lembrando de como tudo aconteceu, não duvido de que sempre teve muitos anjos protetores me acompanhando e quanto trabalho eles tem para encaixar as peças, os tempos ,as pessoas ,as oportunidades é mágico. Por isso minha missão é proteger mais gente para que eles nos conduzam por esta jornada no mundo. PROTETORES é o que somos!

Para agir e contar o que aconteceu sou rápido porque assim o mundo exige, porém para pensar, refletir e decidir sou lento. Porque os passos que damos mesmo os errados têm um sentido para compreender aquela instituição, seus atores, regras e jogos e para apreender que por ali não era o caminho.

Assim que entramos disse que era candidato a Presidente Nacional da Juventude do PSDB. Já me convidaram para o primeiro auditório onde os delegados de Minas estavam se reunindo para decidir que candidato a apoiar. O Rodrigo, presidente do DCE da PUC , estava discursando dizendo que tinha acabado de chegar da Suíça estudando a Social Democracia. Ele era apoiado pelo Paulo Sena de São Paulo, Presidente da JPSDB por três anos.


Disse que eu era candidato com 4 dias de partido , chegando no segundo dia do encontro, vindo do Ceara e se eu ainda queria falar? Os anjos estavam lá como estão neste computador, as palavras guardadas aparecem e começamos a dar vida a elas. Falei que vim de Mombaça, um interior pobre de nosso estado, porque achava que ali encontraria vários jovens discutindo soluções para miséria e desigualdade de nosso povo á luz da social democracia. Porém o que vi no encontro era um grupo de jovens ricos, filhos de deputados, viajando pelo país. Um vindo da Suíça. Desculpem estou no lugar errado minha história é outra, vim de associação de jovens de bairro, da luta na juventude católica, das ruas na luta pela meia livre, de projetos sociais com as empresas juniores, e não vim aqui para segurar pau de bandeira de deputado ou partido mas para construir políticas públicas de Juventude. Os delegados de Minas aplaudiram de pé e me apoiaram com seus votos, São Paulo disse que votaria em mim, e assim ganhamos o Congresso. Depois o Rodrigo me pediu para ser seu vice, mas enfim como mudar tão rápido suas posições, as nossas estão gravadas na pele e na consciência pela luta, pelos sonhos e projetos. Fizemos a campanha do Parlamentarismo com o Senador Richa do Paraná. Visitei cada Deputado e Senador do Partido para pedir seu apoio para as políticas de Juventude . Algum deles choraram entre eles Richa , Pai de Beto Richa, hoje prefeito de Curitiba, porque lembraram de sua luta quando jovens. Foi muito difícil mais mesmo assim conseguimos apoiar e criar três Secretarias de Juventude no Rio, Minas e Goiás. Uma delas com Sandro o cara que me substitui-o na JPSDB e Alessandro que anos depois fundaríamos a Universidade da Juventude. Porem se você pesquisar meu nome no Google vai ver que fui afastado da coordenação nacional por ausência sistemática das atividades. Porém ninguém fala que organizamos o primeiro Encontro Nacional de Jovens Secundaristas Tucanos, mas o Presidente do Partido Tasso Jereissati não me autorizou uma passagem para ir. Porque o seu projeto de país não passa pela construção de uma sociedade democrática com a participação de todos, mas apenas pelas empresas como “ator histórico”. Esse foi nosso primeiro atrito, o segundo era que ele era meu patrão na Coca e por acaso fui demitido. Ela nunca deu apoio ou espaço para juventude a não ser quando ela se tornou necessária e apenas para segurar bandeira. Tasso trouxe o PFL para apoiar Fernando Henrique a Presidente e no Congresso de Contagem em Minas que homologou a sua candidatura nós o estávamos esperando. Assim que FHC e Tasso chegaram os cercamos com mais de 70 jovens gritando Traidores. Eles jogaram a história do partido no lixo para chegar ao poder, e nós fomos expulsos. Houve troca de socos, entre militantes nossos da Bahia ligados a Lidice da Mata que antes era do PC do B. Ciro chamou o manifestante de Bait..., ela não entendeu o que significa e a confusão começou. O Prefeito de Campinas de São Paulo pelo seu tamanho veio separar a confusão, tinha conhecido em sua cidade quando num comício juntos ia morrendo de frio. Porem com Ciro tem outra história a contar essa aconteceu em Itapiuna. Quando era coordenador nacional, almoçava com o Ciro frango com a mão e alguns amigos. Entre eles o Paulo Cesar que até hoje está no Banco real. Um dia ele me convidou para fazer comícios em três cidades, uma delas Itapiuna. O nosso candidato a prefeito da cidade era o tio do Josbertini , que depois seria meu braço direito na Sociedade civil , no desenvolvimento da ONGS e outras lutas. O candidato da oposição mandou seus seguranças nos receber a 5 km da cidade e dizer que não éramos bem vindos. O governador, eu e nossa comitiva. O prefeito de nosso partido tinha virado a cassaca e apoiado outro candidato de outro partido. O Ciro enfrentou os seguranças e disse que a partir dali iríamos a pé , ele subiu no palanque e começou a discursar : " Povo de Itapiuna estou muito chateado eu vim aqui trazer algumas obras para o Município e fui recebido por uns capangas do prefeito mal educados , vagabundos mas eu tenho certeza que eles não são povo de Itapiuna. Porque o povo de Itapiuna é educado , trabalhador e não deveria aceitar este tipo de gente do seu lado " Ciro acabou de falar e a população expulsou os seguranças com enxadas. É isto na política você apreende o valor que um discurso tem quando une o desejo de um povo com a transformação da realidade que o cerca. Em algo simples assim sempre temos o dever de usar esta mágica para o bem e não para o medo, as mentiras e as desculpas esfarrapadas aonde a maior parte dos políticos gastam suas palavras que ecoam no nada. E ainda culpam a população.


Enquanto isto Virginia ficava em casa sozinha. Enquanto isto minha vida pessoal desaparecia. Quais os limites que podemos lutar por um a Sociedade melhor e não nos destruir? Como uma alma boa sobrevive no meio de tanta desigualdade e injustiça? nos lembra Brecht.


Resolvemos ousar um pouco mais. Começamos as passeatas pelo impeachment, foram mais de 200, em uma delas acabou as tintas que pintavam as paredes FORA COLLOR . Uma garota falou assim não tem problema a gente pinta as caras, as caras pintadas. Eu e Lindeberg , no meu fusca azul , demos o prego em frente ao Iguatemi quando íamos para um comício na UNIFOR. Não faltou garotas bonitas apaixonadas por ele para nos dar carona. O ultimo comício foi na Paulista dizem que tinha mais de cem mil pessoas, contamos os votos juntos de cada deputado que dizia sim FORA COLLOR! As elites desta vez nos acharam bonitos e necessários. O Impeachment ocorreu assim como, depois veio a eleição do Presidente Lula, para curar nossas feridas de trabalhador e nordestinos. Assim como Mandela cura as feridas dos negros, assim como Gandhi cura as feridas dos Indianos. Feridas essas provocadas por minorias que ao não saber lidar com a mágica da política e do poder não conseguem gerar e distribuir riquezas, trocam figurinhas entre si, confundem o público com o privado e se confundem com os seus discursos de eficiência , pela ineficiência de seus resultados.


Demitido da Coca-Cola, precisava de emprego. Tinha um cartaz na faculdade para trainee do Banco Real só para alunos do oitavo semestre. Eu estava no terceiro, mas enfim comecei a escrever um projeto de como o Banco Real poderia lidar com as mudanças que o Plano Real traria para Economia. Na última entrevista o Diretor do Banco queria saber " Você é formado em que ?" Eu estou no terceiro semestre. " Não importa seu plano é muito bom e suas competências pode nos ajudar muito. Viajei para o Transamérica em São Paulo, levei minha mãe para conhecer, era o curso de trainee. Comecei cuidando de pessoas físicas e depois fui para o Núcleo de pessoas jurídicas , o Corporate Finance com o Paulo Cesar, ele que almoçava comigo e o Ciro. Depois conheceria um cara que era Barman no Transamérica e se transformaria num líder de Ecoturismo em IPu , a cidade da mãe da Virginia . Personagens de uma mesma história que aos poucos vão assumindo seus papeis como Protetores. Eles vão se encontrando compartilhando suas competências , gerando pontes entre suas Tribos, provocando mudanças, sinergias , como todo ato histórico , de baixo para cima com alma e paixão. No Banco Real conheceria mais pessoas e depois encontraria mais gerentes pelo Brasil lutando pela Responsabilidade Social sobre a música e orquestra de Fabio Rosa, eles serão Protetores e aliados nesta jornada.

sábado, 11 de abril de 2009

UMA ALMA BOA NUM OCEANO DE DESIGUALDADE


POLÍTICA COM P MAISCULO NASÇE NAS RUAS


A Eleição foi tranquila , nossa geração gosta de ver resultados e um discurso pedagógico que explique os caminhos e os desafios que vamos enfrentar para alcançar o que buscamos coletivamente. Nem começou a gestão , conseguimos um extrato da conta do grêmio no Banco. O Saldo não batia devidos aos gastos realizado pela diretoria da escola com o dinheiro do grêmio. Nós eramos responsavéis pela compra das agendas no inicio do ano, Olimpiadas , festas de formatura , excursões entre outros. Portanto o único caminho foi exigir a devolução do dinheiro e o controle da conta sobre nossa responsabilidade. Uma primeira vitória afirmamos nossa autonomia.


O segundo desafio era mais complexo, o aumento das mensalidades escolares e o fim da meia no ônibus. Fortaleza ainda é hoje a única capital do país a ter meia livre e ilimitada sem passes e sem controle. A luta começou naquela época , como relata um jornal da cidade. Estava na praça discutindo com a dirigente da entidade estudantil sobre a forma como eles usavam nosso dinheiro. O nosso movimento havia crescido , unimos escolas públicas e privadas , realizamos várias passatas pela cidade. Invadimos o colégio Cristhus porque os alunos queriam participar e a direção da escola não deixava , protegemos nossa escola para que não fosse invadida , porque alguns alunos não queriam participar e sim assitir aulas. Entendemos que a partipação é voluntária . É preciso respeitar os direitos, sem igualar a todos numa única posição. Tinha uma amiga bailarina que em um das nossas manifestações impediu que os carros avançassem e pudessemos continuar a caminhar. Porem um dos motoristas puxou a arma e ameçou atirar , mas ela enfrentou e não se intimidou :- Pode atirar mas o senhor não vai passarCorri me abraçei com ela e coloquei a mão em direção ao motorista para que ele se calmasse e guardasse a arma porque ela não estava sozinho e nós iriamos lutar com ela se fosse o caso. Ele guardou a arma e proseguimos nosso caminho. Anos depois ela seria assassinada por um tiro na beira mar dado por um motorista bebado se exibindo, até hoje não foi feito Justiça.Anos depois militei com a mãe dela no Grupo de apoio as vitimas da violência é impressionate como a história nos une.
Da mesma forma que nos unimos no movimento estudantil para enfrentar , o microcosmos da corrupção, que são as entidades aparelhadas por partidos que usam recursos públicos para fins particulares protegidos por uma pseudoideologia. Na época participamos do Congresso da UMES , para mudar a diretoria , e apoiamos um candidato que 20 anos depois será eleito vereador de Fortaleza, o Ronivaldo. Na politica tudo é muito lento, as mudanças caminham a passo de tartaruga. Neste mesmo congresso estava o Jonhosom do Movimento Hip- hop , que 15 anos depois atuariamos juntos na Sociedade civil e teria a honra de indica-lo fellow Ashoka. Caminhos diferentes apontam as vezes para os mesmos lugares.
Começei a cursar Escola tecnica , o curso preparatório para Informática e lógico me engajei na disputa pelo grêmio na chapa " Só na Luta venceremos " e vencemos. Arnobio , nosso presidente , depois se mudou e foi morar no ABC oande se enjajou na luta sindical e no PT. Ainda dava tempo de estudar inglês, espanhol e alemão na Casas de Cultura. Escola tecnica, Cultura, Colégio Cearense , Grêmio Jose de Alencar ...Fui me acostumando a fazer várias coisas ao mesmo tempo .

A MÁGICA DO PRIMEIRO AMOR E O PODER DE RENASCER TODO DIA.

Em busca da Simetria e Sinergia mas faltava algo mágico que mudaria tudo, fruto de minhas preces desde a infância. Encontrar a mulher perfeita que fosse a melhor amiga, cidadã, mãe, profissional e claro feminina. Seu nome Virginia Martins.
Como Diretor do Grêmio tinha várias atividades : passar em sala para dar avisos , me reunir com os líderes de turma, organizar as festas, o jornal, os campeonatos, a Fm marista e lógico acompanhar as excursões . Nesta excursão religiosa o nosso destino era um mosteiro numa serra . O milagre aconteceu! Ela estava lá na frente do ônibus foi amor a primeira vista. Eu gostava de ficar atrás só para brincar com a turma e olhar para ela. Fomos cantando até lá . O coordenador da excursão e professor de religião veio depois a ser um grande especilista em oratória no Ceará. Durante o encontro inventavamos formas de olhar as meninas tomando banho , não esqueço daquela Iracema na cachoeira , foi o momento mágico que iluminaria minha vida. Ela que foi a única e primeira namorada.
Alguns Romances são como Romeu e Julieta o nosso não deixa nada a desejar. Na épopeia e na tragédia , nas despedidas e reencontros, na riqueza e na pobreza , parece que o padre adivinhou , e na alegria bela pura sincera de nosso filho, João Victor.
Assim que começei a namorar com ela , era sua festa de quinze anos , no melhor buffet da cidade.Neste dia conheceria sua familia , dançaria a valsa , e lógico tinha que levar alguns amigos penetras. A foto mais linda que ela tem é dessa época do seu album de debutante , mal sabia nem o padre nesta época , que o segredo da separação de meus avôs maternos marcaria para sempre nossas vidas. De onde vinha o ciume ? Passei minha infância ouvindo minha mãe falando que as mulheres não prestavam , afinal aos cinco anos, ela teve que morar num internato com freiras . Devido a separação de meus avôs num momento aonde tudo era proibido incluindo amar.
Porem tudo começou bem , eu comprava todos os dias sua merenda e quando podia algum presente. Ela fazia dança , era bailarina , abriu as olimpiadas do Colégio como India . Eu sempre fui o seu Guerreiro. Cartas de amor, fugas para lhe ver aonde ela estivesse, até que um dia resolvemos dar um tempo. Pra ser sincero ela fugiu do transporte escolar e seu pai a perseguiu até minha casa onde nos encontramos. Neste dia ele exigiu que acabassemos o namoro e proibiu de nos ver. Foi até a Escola Tecnica , me pegou na aula, me levou numa praça e me ameçou com um revolver "que se eu voltasse a encontra-la me matava" . Assisti o filme Gosth dez vezes seguidas no Cinema , perambulei pela cidade mais de uma semana, e fui escondido encontra-la em sua casa. Seu pai chegou de repente e tive que me esconder , subi e deitei no telhado , tão quente que não tive outra forma a não ser me queimar. Naquele dia decidi que conquistaria o apoio de todos de sua familia , a mãe do pai dela , seus irmãos, tios , meus pais para impedir que ele acabasse o nosso namoro . Foi isto que aconteceu vençemos!
O dia 4 de maio é o dia que a gente começou a namorar ela viveu comigo quase todas as histórias que conto neste livro as mais brilhantes como no dia que passamos no vestibular e as mais simples quando passamos mal andando de carrosel num parque do shopping.

A PERGUNTA QUE NEM OS DEUSES RESPONDEM : POR QUAL FILOSOFIA E DIREITOS DEVEMOS ADMINISTRAR A ECONOMIA ? - O VESTIBULAR


A igreja da minha avô , uma associação de bairro, o grêmio da escola, uma empresa de som e o primeiro amor. Estas tribos me ensinaram várias lições e com elas estava começando a desenvolver meus poderes, aos poucos ia me transformando num Protetor.
É verdade que participar de grupos diferentes como os da melhores nota, futebol e bricandeiras amplia a sua capacidade de interagir e se liberta de modelos. Assim o meu caminho , acho que como de todos é feito do poder da sensibilidade de ver no outro algo bom . Unir os diferentes nos momentos de rezar , realizar festas e campeonatos de surf. Nem todos precisam surfar, nem dançar, mas ser parte e conviver é uma escola que temos que administrar com o mesmo cuidado que as notas. Assumir responsabilidades na War som foi vital para compreender que podemos empreender projetos alegres e mágicos como um baile funk mas mesmo eles necessitam de segurança, bilheteria e atrativos. Sim , Coragem de meter a cara, sem saber o que se encontra do lado de lá ....As pessoas rezam , dançam , mas também fazem protestos pela meia livre nos ônibus. Temos que ter o poder de desperta-las, alguns se juntam e fazem o time , as festas , e o movimento estudantil. Liderar é uma forma de não perder tempo com preconceitos e medos desnecessários , de apreender a viver , de olhar o que há de bom em todos e unir os diferentes. Liderar é um grande poder porque ele consegue juntar pessoas que fabricam foguetes espaciais, fazem guerras , geram riquezas , fazem filmes e livros entre outras milhares de coisas que podemos fazer juntos.
Porem este liderar necessita aprimorar o caminho por onde caminharemos juntos, Protetores. É preciso responder algumas perguntas que as vezes nem os deuses gregos sabiam a resposta . Como diriam o caminho é a resposta e nossa Sociedade inventou a Universidade e o google para ajudar a responder. Estas perguntas o Vestibular não faz .
Por qual Filosofia e Direitos devemos administrar a Economia ? Não sabia se fazia Filosofia, Direito, Administração ou Economia ?
A ideia de Liderar e administrar projetos, grêmios, associações, ONGS, empresas é muito forte em mim. Porém todas estas organizações atuam dentro das regras da Economia. Será que estas regras se reportam à alguns valores e Direitos ? Acredito profundamente que existe milhares de coisas anteriores a estas vagas ciências , ou mesmo as religiões ou a ideia de Estado que não consegue nos dar as respostas. Esta luta ou resposta ocorre primeiro dentro de nós na medida em que começamos a alcançar o maior poder que devemos buscar.O poder que esta dentro de cada um de nós, de construir ou destruir pessoas, projetos, organizações, cidades...Podemos colaborar com o mundo não apenas ao querer ordena-lo ( o estado ) como se as leis alcansassem as várias dimensões da justiça e do amor , ou espiritualiza-lo como se as contradições não habitasse o corpo ou seja a alma materializada que necessita comer, pagar aluguel e portanto convive com as regras e miséria desta sociedade. Não haverá metodo ou Ciência que supere a Arte na compreensão da complexidade e diversidade dos desafios que interagem entre si é dificil separa-los cada vez mais até mesmo pedagogicamente . Tenho que escolher alguns desafios para empreender caminhos , aonde o saber é uma importante ferramenta de luta e consciência. Proteger os Protetores não é nada facil, decifrar seus códigos, poderes e lições para multiplica-los de forma pedagógica é a minha missão. São vários líderes , eles estão espalhados por ái, não nos conhecemos, abrigam alguma identidade mas vamos nos encontrar no caminho , na jornada . Porque o desafio coletivo é que cada um de nós realize suas simetrias e sinergias em sincronia , ao nos tornarmos orquestra realizando cada um sua parte do mesmo plano , a música . Assim a visão de mundo ganhara vida , o DNA , as tribos , a Sociedade evoluíra como referência aos demais reduzindo as contradições e as injustiças. Porque como Brecht diz como é possivél uma alma boa no meio de tanta injustiça, miséria e desigualdade? Ela será sugada e morta por estas contradições que habitam sua sociedade e quando os miseravéis pedirem apoio e salvação a ela. Os miseravéis e as almas boas sofreram milhões de paixões de cristo para que a vida deles sejam salvas e neste momento só o coletivo tem o poder de salvar. Sem compartilhar o coletivo como podemos compreender a vida ,a sociedade, que nunca foi nem será um fenômeno individual ? Sim precisamos do conhecimento mas a Universidade tem muito pouco a oferecer e não foi por causa dela que os pensadores e o saber emergiram mas sim pela vida , assim como Brecht.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

AS PRIMEIRAS SINFONIAS DO COLÉGIO A UNIVERSIDADE.


Desde cedo aprendemos quais as melhores notas da vida. No colégio temos grandes oportunidades de viver bons momentos, grandes idéias, fazer amizades, conhecer várias coisas novas, desenvolver nossas capacidades... Enfim eu tive que enfrentar vários medos, mas valeu a pena! Como disse Bono Vox em Saravejo existe um tempo para tudo na vida, inclusive para a guerra.

Uma música feita por um amigo da oitava série, o Edgar Pantoja, sobre os 20 anos de ditadura é a minha pior e melhor lembrança do Golpe Militar. Somos a primeira geração com direito a voz e a democracia depois de tantos crimes impagáveis dos militares , já não foi suficiente mais de 400 anos das veias abertas da America Latina , por onde nossas riquezas e nosso povo sangraram, para gerar a luxuria e a exuberância de reis em várias partes do mundo. Nem a morte de Salvador Allende , que assim como Gandhi e Nelsom Mandella humilharam impérios apenas com suas histórias de vida e seus sonhos que sempre serão maiores que todo aquele poder que virou poeira no ar.


Estávamos lá em sala de aula no Ginásio Santo Tomas de Aquino prontos a concluir o ensino básico, tão inocentes , que o nosso mundo se reduzia a quadra, as garotas mais bonitas , e as aventuras e brincadeiras em sala de aula. Não tínhamos na época que voltar para casa por ruas perigosas , nem acesso a drogas, os trabalhos de nossos pais não afetavam tanto nossas vidas, não tínhamos nem orkut , nem msn , e nem era normal ficar com várias garotas ao mesmo tempo. Não sabíamos na época que andávamos nos equilibrando numa linha cada vez mais fina  prestes a desaparecer e cairmos sem direção. Aonde cada amigo de minha turma se encontraria daqui a 4 anos ? Ninguém não avisa a gente que o nosso mundo muda tão rápido, nos dizem que temos que aproveitar aquele momento, ir a todas festas, não encarar de frente a realidade dos estudos, seguir as leis de nossas tribos e de todos os ritos que temos de fazer parte , as vezes não querendo!


Eu comecei a aprender muito cedo que a minha sala é um microcosmo do mundo , que tinha que sonhar , imaginar e lutar para ir além daquela realidade. Aonde cada pequena atitude que tomava construía um novo horizonte. É hora de aprender a viver as músicas e poesias que cantava e dançar com a vida. Além das lições de matemática, Ciências, História ...tinha outras matérias e lições que a vida nos desafiava a todo momento a encontrar a batida perfeita, as primeiras notas das sinfonias de nossa vida. 


Samantha tinha ido embora e com ela o sonho de nosso grupo de teatro rodando o mundo , mas ela seria professora e candidata a vereadora em Curitiba , novos papéis e personagens que a vida nos exige. Paulo Geovani será Juiz de Direito, Leo o melhor da sala busca encontrar seu caminho e por enquanto será Administrador ( a última vez que o vi ) , o Iran será Engenheiro essa era minha turma os " melhores " da sala era a nossa identidade. 

Porem como um bom protetor fazia parte de várias turmas, como uma planta ia me adaptando aqueles lugares, desenvolvendo novos poderes. Revelava parentescos entre tudo que separa, entre a turma das melhores notas, com a do futebol, e com a da bagunça. Fundindo coisas diferentes como estudar, jogar bola, e fazer brincadeiras em sala de aula. Queria aprender tudo, apesar de não saber jogar bem, nem tinha boas notas, nem talento para brincadeiras, mas tenho e tinha uma paixão incontrolável por viver e aprender com os melhores e com a imaginação e os sonhos como motores nesta jornada, simples assim! 

Mutações, Mestiçagem de coisas diferentes, improvisos, ajustes. Ao sabor de contextos e circunstâncias, atuando como um imã , atraindo pessoas diferentes, originalmente estranhos uns aos outros, para compartilhar disciplinas que a escola não ensinava, construindo sentidos para nossa vida. Juntando e as vezes separando , aprendendo a complexidade e a diversidade, da minha sala de aula. Selecionamos músicas, mas também momentos, ligações, conexões que temos que compartilhar com uma energia própria que tem a capacidade de organizar e nos educar para transições que viveremos neste mundo. Gerando novos saberes, formas de viver, através da verdade do outro, damos saltos quânticos no ciclo de vida por aonde caminhamos. Esse foi o início de minha liberdade com responsabilidade.

Na infância vivi muito tempo só que tive que construir uma Terra da Sabedoria para viver dentro dela. Escrever meu primeiro livro com histórias e heróis que falavam sobre tudo. Renovar a aliança com o pai de construir a tua terra, a Terra da Sabedoria em minhas orações. Gerar com a família de Samantha outro eixo de referência de família com a cultura e a tradição de Curitiba. Aprender a caminhar com meus pais e irmão em todos os sentidos e direções na escola, nas escolinhas de esporte, nos aniversários, Natal, Ano Novo, em cada roupa que vestia , nos brinquedos que comprava, na organização da casa, nas tarefas tinham um sabor que aos poucos consegui decifrar que mundo era aquele que vivi a partir de outras referências. Meu irmão adorava lutar e tecnologia, minha mãe música, trabalho e organizar tudo, meu pai esporte, viagens, carros e amigos eram suas liberdades. 


Eu aprendi a gostar de todas e misturá-las em minha jornada. Os livros foram e são muito importantes nesta jornada, amei ler Ilíada de Homero para descobrir que havia outros mundos, culturas e que esta diversidade me enriquecia formando um tesouro que na juventude tive as oportunidades de usar e ousar. Antes disso hoje meu filho já leu os sete livros do Harry Portter, que inclui magia, exigências cada vez maiores as crianças e jovens para interagir no mundo em que vivemos. Ele também é da turma olímpica, adora vídeo game, joga futebol no Ceará, tem amigos diversos, dirige Kart , já correu de bici-cross e agora está olhando para o parepeint como oportunidade de conhecer as nuvens de perto.

Este é o inicio da liberdade com responsabilidade dele , pontes entre mundos em transição aonde os protetores continuam a conectar pessoas, a serem híbridos, flex.Misturando coisas diferentes e a imaginação continua despertando novos horizontes.


Nós Protetores continuamos caminhando juntos construindo esta história não importa a idade, o parentesco, as tribos, mas o sabor desta mistura a luz de nossos DNAs, visões, projetos e histórias de vida. Gerando identidades nos vários papéis que vivemos nesta sociedade , idéias que nascem nos livros e nas músicas , em pessoas que encontramos no caminho , no cotidiano , caminhos da liberdade que vão emergindo e desafiando a gente e a vida.

A grande utopia de educar a si mesmo , a formação da Universidade do Ser, que desde o nascimento até a morte evolua conosco a cada etapa desta jornada da vida. Construindo o caminho da sabedoria e exercendo cada dimensão e papel que temos nesta sociedade de forma integrada e sistêmica. Apreendendo e misturando os saberes, as pessoas, os lugares, como um RPG vivo aonde temos missões e tarefas a cumprir que estejam além das grades curriculares até porque hoje estão a disposição de uma pesquisa no Google. Compreender as origens de minha sociedade, cidade, família e DNA. Os valores, linguagens , ideologias , instituições que fazemos parte . A Arte e cultura, os esportes, a espiritualidade, a tecnologia, a política, a mídia, o social, a economia, e a espiritualidade. Dimensões vividas, e não apenas representadas, com sabor e saber em intensidade e paixão para nos deixar marcas e poderes em nossa história e desafios presentes e futuros. 

A arte com a realidade num mesmo livro que conta a história de um grupo de amigos, com a sua história de vida, reflexões, manifestos e poesias sobre esta jornada de educar a si mesmo transformando o mundo em que vivemos.

A primeira criação desse processo foi uma Associação de jovens do bairro onde morava, a AJA- Associação de Juventude do Aeroporto.Nos reunirmos no final da missa aos domingos para discutirmos o estatuto, os projetos, e conhecer os dons, os sonhos, as notas , a personalidade de cada um gerando a nossa alquimia do que podemos fazer juntos. 

Lembro que esta igreja, fundada por minha vô , do qual realizava as leituras e cantava era o ponto de encontro da várias turmas e tribos ao final da missa . Ela era o resultado concreto de várias promessas da minha vô de dedicar a vida a Santa Luzia que curou seus olhos, a mesma do arquiteto que fez a planta e de cada um que depositou o dinheiro para sua construção. A fé move montanhas, principalmente quando a maior parte do jovens chegava andando, depois da escolha criteriosa da roupa que iria a missa como forte motivo para escolher a sua turma de amigos no bairro para além das fronteiras da ruas, o que também lançava luz sobre a melhor hora de comungar, os pedidos que faríamos a Deus, incluindo encontrar a garota perfeita, a princesa que um dia apareceu. 

Estes ritos foram gerando nossa proximidade, e dando corpo as festas cada vez na casa de um, tínhamos que apreender a dançar , a ser DJs, a fazer cartazes , para que momentos mágicos acontecessem em nossa vidas e no bairro. AJA amigos, AJA festas, AJA música....- Oi gostaria de dançar com você, sei que todo mundo vai falar , mas é a primeira festa que seu pai deixa você ir ....- Vamos dançar mas não vamos namorar , nós somos amigos....- Eu sei que amar é proibido em nossa idade , quantas vezes ouvimos isto ? Na escola não podemos falar, temos que ser comportados, na igreja se não empreendemos a AJA ainda estávamos lá lendo, rezando e orando. Não que isso não é importante, mas a fé , a voz , o amor , que carregamos dentro de nós não cabe apenas nestes ritos. Encontrar os amigos, "imitar o Menudo para você cantando quero ser" e dançar contigo me permite amar, viver o que está para além de mim , destas paredes ....- Vamos dançar está todo mundo olhando...

Depois desta festa resolvemos fazer um campeonato de surf na casa do Fauber. Alugamos um ônibus para levar todos e quando chegamos o mais esfomeado de todos queria comer a comida de todo mundo no jantar, o Marcos Aurélio. Ele era o mais magro mas também o mais valente , depois de alguns anos iria ganhar um campeonato mundial de luta livre nos Estados Unidos. Fauber, o dono da casa, morreria num acidente anos depois ao capotar num bugue na praia. Edmar Junior que obrigou Marcos Aurélio a comer a comida sozinho, e capotou no Bugue com Fauber, seria depois de anos um empreendedor social apaixonado por desenvolvimento local, mas depois de morar no Canadá, criar peixes ornamentais e se filiar ao Movimento Hip-Hop. A garota mais bonita a Guilheuma será funcionária da Justiça Federal, mas sempre será nossa Marylin Moroe, Emílio meu primo será Advogado, seremos da mesma diretoria do Grêmio José de Alencar no MARISTA, montaremos nossa primeira empresa a WAR SOM e depois ele montara com seu pai, a rede de lojas SKILER. 

A AJA fez com que estes destinos se cruzassem por algum tempo, e gerou em cada um de nós aprendizados com outros, novas jornadas, momentos mágicos. Não lembro quem ganhou o troféu do campeonato de surf? Mas lembro desta primeira sinfonia e suas evoluções futuras nos mostram o quanto é imprevisível e incerta nossa vida, mas o quanto somos livres e responsáveis por pequenas decisões e escolhas e o impacto que elas tem em nossa vidas. Elas reverberam como num lago até os dias de hoje e nos ajudam a compartilhar e construir este caminho para além do que podemos esperar. Conhecemos nossa nota e vamos escrevendo a música em contato com nossa tribo em sintonia, simetria e sinergia com o mundo.

Literalmente resolvi ser DJ profissional, eu e Emilio Guerra, criamos a WAR SOM. Fazíamos festas de quinze anos, bailes na periferia, festas no Circulo Militar em parceria com os Grêmios do Colégio Cearense e Militar. Nascia a ZONA PIRATA, os nossos seguranças eram policiais do Exercito, a nossa equipe fumava maconha, meu irmão subia bêbado para animar as festas e abrimos as festas com uma mistura de Iron Maidem, Tecnotronic, Sputnik e Polícia do Titãs! Todos os efeitos especiais, casa cheia, até o dia que deu um curto circuito e subiu labaredas de fogo nas paredes de caixas de som. A galera enlouqueceu pensando ser efeitos especiais, mas a música parou enquanto Emilio tentava defender as caixas de som do ataque dos revoltados e eu corria para bem longe. Era um sinal que esta jornada estava chegando ao fim, depois foi quando precisei levar a máquina de fumaça de uma festa para outra ainda quente. Estávamos de moto. Eu atrás segurando a máquina peguei um atalho de trilhos de trens e ficamos no meio entre um e outro. As pessoas não nos viam, mas viam a fumaça achando que o trem estava pegando fogo e quando desceram na estação saíram correndo! 


Depois da AJA era a WAR SOM em ação, mas tínhamos que decidir estudar ou fazer festas porque passávamos a noite acordados sonhando Zona Pirata, Zon, Zon , Zona Pirata eram os nossos embalos . Muita música, mixagem, dança, mas com muito profissionalismo na equipe técnica, Emilio,e na programação musical , Egidio. Acompanhar a bilheteria, o restaurante, os seguranças, foi fantástico!Depois de anos de coroinha fazendo a leitura na igreja , rezando, vivendo a espiritualidade, novas formas de me comunicar com o pai, organizando a Aja, veio a WAR SOM, era o momento das festas, da música , da dança , de um ritmo acelerado que diferente da Idade Média ou até mesmo agora sabíamos conciliar o espírito com o corpo . 

Duas dimensões do mesmo ser dançando juntos, construindo a sinfonia de sua vida, mas agora vem a terceira. Uma boa nova, a dimensão política, participar e liderar um Grêmio estudantil.Antes mesmo de entrar no Colégio Marista já fazia campanha , de forma que no primeiro dia de aula e de colégio, um aluno apareceu na sala para me chamar para reunião do Grêmio, e o Luizinho meu amigo de infância de futebol e a professora falaram que estava errado pois ali só tinham novatos. Ele falou que não, que eu tinha sido eleito sem estudar no colégio como Diretor de esportes da chapa, era um Novo Tempo. Rodrigo, hoje executivo de uma empresa de ônibus, Joãozinho, professor de religião, Marcelo leão, advogado, Luís Elcio, Emilio, meu primo e eu. E muito mais gente... Há a tia Teresinha, nossa tutora! 

O primeiro desafio foi construir a FM MARISTA, Olimpíadas e campeonatos esportivos, festas para crianças. Éramos quase a Xuxa para a criançada. Fazíamos reuniões com a brincadeira da vela com o professor de religião, testávamos rasga-latas no elevador do colégio, viajamos para outras cidades disputar campeonatos de futebol ( O Maristão ) , apostando corrida nu para ganhar o dinheiro da turma . Porém as vezes quando ganhávamos o jogo saímos correndo para não apanhar do time e da torcida que perdia foi assim no Redentorista, no Militar e no Batista. 

Lembrar tudo isto renova a energia da vida a mesma que me impulsionava naqueles momentos. Essas atividades eram tão importantes quanto as aulas, como disse era outro currículo que foi mais importante na minha vida que o simples decorar e repetir conteúdos sem sabor . Brincando íamos além de nossos limites.

Escrever nossa história de vida é uma terapia que nos liberta para continuarmos a dançar nossa música, como diriam os psicólogos as gestalts se fecham, mas outras se abrem sobre aquilo que ainda não fizemos e nos faz falta.


Escrever este livro pode lembrar aos jovens que existem várias oportunidades de nos libertar, que não estamos sós, que temos dores e sofrimentos parecidos e que podemos ir muito além do que achamos que podemos ser e fazer. A vida não é só forro, chiclete, cachaça e ficar. Todo dia acordarmos e podemos com pequenos atos abrir novas portas e irmos além da prisão que nos sufoca, dos inimigos que nos perseguem, dos destinos que a história nos reserva. Encontrar aliados, gerar oportunidades, formar nossa Tribo é a própria dinâmica da vida, de nossa geração e juventude disposta a caminhar e cantar para além do direito a democracia, mas agora o direito a vida que a nossos pais foi negada. Já tinha atuado nos bastidores do Grêmio, era hora de ir para linha de frente. Era hora da Boa Nova, de enfrentar a direção do colégio, de fazer movimento estudantil, passeatas... A dimensão política abria novos horizontes num estado como o nosso não é fácil!