" teu amor revolucionário , te conduz a uma nova empresa, aonde espera a firmeza de tua razão libertária"
Pode nos lembrar o hino a Che ou Goethe em Fausto: Não venda sua alma! Metal contra as nuvens, “the man who so the world" , cantado e escrito em várias línguas. Ser ou não Ser ecoa no tempo e nos torna Hamlet. Quantos momentos em todas as épocas de nossa vida nos rendem as circunstâncias, a supostas verdades, autoridades, regras e vamos nos adaptando e entregando o que temos de mais precioso: a nossa alma. Costumo dizer que a minha Universidade foi cursada no corredor e no pátio. Graças a Deus tinha professores gênios como Paul Gradhvol, Eduardo Braga e Rosila Cavalcanti. Eles me ensinaram que a verdade não era o Ceara, nem minha Universidade, muito menos a sala de aula. Lembro que por diversas vezes queriam me convencer que precisava me formar que o mundo era isso e nada mais. Porem retornava as aulas e assistia palavras repetidas sem sabor, vaidades e terapias que não correspondia a busca do conhecimento pelo caminho da crítica ou da criação. Queria e quero algo mais, que as paredes como Pink Floyd defendia caiam e possamos enxergar o que está lá fora. Como se acredita em algo que não se sente e não se vê? Querem me provar que a Universidade é feita de prédios, diplomas de papel e professores e alunos presos em uma grade curricular. Onde está o saber, a busca pelo conhecimento, a pesquisa, o debate, a interação com o mundo, a formação de grupos de aprendizagem e empreendedorismo? Independente dos prédios, porque não provam que sabem mudando a realidade que o cercam?
ESTUDE SOBRE EMPRESAS, ESCREVAS CARTAS E CONQUISTE SEU ESPAÇO! EMPREENDA NOVAS ORGANIZAÇÕES!
Resolvi ir a busca do saber independente da Universidade, sem vender a minha alma , sem achar que a minha terra e seus reis eram o centro do mundo. Assim como no Grêmio, entrei no Centro Acadêmico antes do inicio das aulas. Conheci um grupo que se denominava o G7 porque eram os alunos mais inteligentes da escola e estavam nos últimos semestres. Achava aquela arrogância muito engraçada mas enfim comecei a estudar algumas empresas , como funcionavam, modelo de gestão , sua história e seus mercados. Fiz cartas e encaminhei para 20 das grandes multinacionais instaladas no Brasil em São Paulo e em Curitiba, aonde pude ficar um período com Samantha e Cinthia. De porta em porta, entregava cada carta, torcia e rezava para cada resposta. Recebi a resposta de várias que até hoje guardo a resposta entre elas.....A Volvo por exemplo quando estava no ônibus de volta ligou para minha casa e queria me contratar . Eu não tinha nem assistido a primeira aula da faculdade, mas me lembro que Ford, Bil Gates , Thomas Watson e outros não tinham feito administração. Não é falta de humildade criar caminhos e ousar, em nenhum momento digo que sou ou era mais inteligente que qualquer outro aluno. Pelo contrário assim como Davi tenho convicção que vou vencer e que não preciso saber tudo mas ter coragem e fazer algo acertando no lugar certo, de preferência no calcanhar. Por isso amo Estratégia. "quem sabe faz a hora não espera acontecer" Não há momento certo, existem aqueles momentos que os tornamos certos com nosso trabalho,vontade e fé.
Resolvi fazer as últimas visitas em São Paulo , a Empresa Junior da FGV e da USP. Lá conheci o Presidente da Federação de Empresas Juniores de São Paulo, a FEJESP, o Japonês Mauro. Começamos a organizar o Primeiro Encontro Nacional de Empresas juniores que seria em menos de um ano na USP. Voltei ao Ceara , entrei de sala em sala , com um pequeno projeto resumido, convidando todos a participar. Chamava aos interessados para participar de uma palestra sobre o projeto no auditório no intervalo. Lá fui conhecendo pessoas iguais a mim com capacidades distintas e sonhos como o Geovani da outra sala do primeiro semestre , que seria o Diretor de Marketing , e durante muitos anos até hoje me acompanharia nas ONGS, Política , nas brincadeiras e até namoramos irmãs. O Eudes que foi o Diretor de Projetos e o conheço até hoje, ele se apaixonou pelo Diretor Administrativo. Estou brincando, até hoje brincamos com ele, seu grande amor foi sua Gerente de Projetos, mas depois ela se casou. Passamos nós e mais de cem pessoas durante um mês, quase todas as noites fazendo o estatuto e o planejamento da Instituição. Vencemos a eleição para primeira diretoria da empresa junior do Grupo do G7 , com mais de 70% dos votos , assim como venceríamos um ano depois eles no Centro Acadêmico por seis votos. Fomos muito atacados, mas " quem me dera ao menos uma vez com a mais bela tribo não ser atacado por ser inocente " Realizamos mais de 20 consultorias , fizemos dois grandes eventos. Um deles, o TOP BUSINESS com palestrantes da Argentina e EUA, com a Associação de Jovens empresários que também acabara de ser fundada. Neste evento colocamos um jornal sobre a empresa Junior na pasta de cada participante, montamos um stand,e gravamos um vídeo com cada autoridade sobre a importância da empresa Junior, incluindo o governador na época Ciro Gomes. Realizamos projetos sociais com Cooperativas. Concluímos nossa gestão com o Primeiro Encontro Nacional em São Paulo, dormíamos numa sala e realizamos o encontro em outra éramos 40 pessoas. Depois começamos a expandir o movimento pelo país, para outros estados, criando Federações de Empresas Juniores e participando dos outros encontros nacionais agora como palestrante. Teve o segundo, o sexto em Guarapari, o décimo em São Paulo, o décimo primeiro em Salvador e o Décimo Segundo agora em Fortaleza que em conjunto organizamos a Primeira Conferência Mundial de empresas juniores com a Fundação da Confederação Nacional de Empresas juniores . Tínhamos a presença de jovens de 20 países da Confederação Européia de Empresas Juniores. Nesta longa caminhada, tema do meu artigo no primeiro jornal da empresa Junior. Não perdemos o local de vista, elegemos o segundo presidente, Marco Aurélio, depois ele trabalharia com minha ex-esposa na CAGECE. O terceiro Alexandre, que seu irmão era professor de Direito da UFC , e casado com Ecila que quando éramos estudantes bati boca com ela na praça José de Alencar na época da greve em defesa da meia, conforme matéria do Jornal. Depois veio o Jeová,hoje professor da UFC e até hoje militamos em prol das causas sociais. Por fim e não por último o Expedito Pessoa, que assistiu a uma palestra nossa na UNIFOR e se mudou depois para estudar na UECE e começamos a atuar juntos. Hoje ele tem uma empresa de pesquisa, a Data Sensus e ainda compartilhamos desafios e projetos. As sementes estavam plantadas e geraram um alicerce para grandes transformações. Veio à segunda, a terceira, a quarta... ONG. Esta história continua!
CONTINUANDO A ESCREVER CARTAS, BEBENDO COCA-COLA, PINTANDO A CARA, SENDO ELEITO E EXPULSO PRESIDENTE NACIONAL DA JUVENTUDE DO PSDB SE ADAPTANDO AO PLANO REAL NO BANCO REAL.
Continuei a escrever cartas agora para o Nilo Sergio, Presidente da Coca-cola no Ceará. Tinha uma idéia e um plano, implantar a área de Relações Publicas na Coca- Cola aqui no Ceará. Tinha lido um livro sobre a Coca, visitado a Coca em Curitiba e agora era hora de criar algo e ousar. Ele gostou da idéia e me convidou para trabalhar. Fizemos o lançamento da Coke Machine, da Diet Coke nas academias, o Fábrica de Portas Abertas e tomo muita Coca- Cola até hoje.
Agora estava no Centro Acadêmico, na Empresa Junior como presidente, na Coca-Cola como gerente, mas a busca de um ser humano integrados vivendo vários papéis me mantinha sempre alerta. Continuava lendo muito para muito além do currículo da Administração, não vendendo a alma, ao criticar o mundo em que vivia e criar novas idéias e projetos para mudá-lo. E amando muito, viajava muito com Virginia para o Icaraí, são momentos inesquecíveis na praia, as brincadeiras com seus primos, os tios e avôs delas é uma família fantástica. Eles me ensinaram muito sobre alegria da vida e a importância da família com o exemplo da grande mãe deles Artemísia. Mas o Brasil não parava, nem o mundo, nem eu..
O PC começava a roubar o país e queriam o Impeachiment de Collor. Resolvi me filiar a um partido, sou Social Democrata, apaixonado por Keynes, François Mitterrand e admirava Franco Montoro. Filiei-me ao PSDB e com três dias de partido fui convidado a entrar num ônibus para Brasília, era o Encontro Nacional da Juventude do PSDB . O nosso ônibus quebrou pelo menos 15 vezes até que resolvemos abandoná-lo para pegar um ônibus de linha. Já era sábado, o Congresso tinha começado de manhã. Descemos mesmo no inferno, o nome da cidade era Antônio Carlos Magalhães na Bahia. O único ônibus que parou para continuar nossa viagem até Brasília, só tinha a bule do motorista, mas coube não sei como trinta pessoas. Neste espaço confortável articulamos que queríamos a coordenação nacional da Juventude do PSDB. Quando conseguimos chegar domingo de manhã, o segundo e último dia do Congresso, fomos direto para Rodoviária. Lavamos o rosto e fomos para o Senado onde se realizava o Congresso.
Agora que estou escrevendo isto fico me lembrando de como tudo aconteceu, não duvido de que sempre teve muitos anjos protetores me acompanhando e quanto trabalho eles tem para encaixar as peças, os tempos ,as pessoas ,as oportunidades é mágico. Por isso minha missão é proteger mais gente para que eles nos conduzam por esta jornada no mundo. PROTETORES é o que somos!
Para agir e contar o que aconteceu sou rápido porque assim o mundo exige, porém para pensar, refletir e decidir sou lento. Porque os passos que damos mesmo os errados têm um sentido para compreender aquela instituição, seus atores, regras e jogos e para apreender que por ali não era o caminho.
Assim que entramos disse que era candidato a Presidente Nacional da Juventude do PSDB. Já me convidaram para o primeiro auditório onde os delegados de Minas estavam se reunindo para decidir que candidato a apoiar. O Rodrigo, presidente do DCE da PUC , estava discursando dizendo que tinha acabado de chegar da Suíça estudando a Social Democracia. Ele era apoiado pelo Paulo Sena de São Paulo, Presidente da JPSDB por três anos.
Disse que eu era candidato com 4 dias de partido , chegando no segundo dia do encontro, vindo do Ceara e se eu ainda queria falar? Os anjos estavam lá como estão neste computador, as palavras guardadas aparecem e começamos a dar vida a elas. Falei que vim de Mombaça, um interior pobre de nosso estado, porque achava que ali encontraria vários jovens discutindo soluções para miséria e desigualdade de nosso povo á luz da social democracia. Porém o que vi no encontro era um grupo de jovens ricos, filhos de deputados, viajando pelo país. Um vindo da Suíça. Desculpem estou no lugar errado minha história é outra, vim de associação de jovens de bairro, da luta na juventude católica, das ruas na luta pela meia livre, de projetos sociais com as empresas juniores, e não vim aqui para segurar pau de bandeira de deputado ou partido mas para construir políticas públicas de Juventude. Os delegados de Minas aplaudiram de pé e me apoiaram com seus votos, São Paulo disse que votaria em mim, e assim ganhamos o Congresso. Depois o Rodrigo me pediu para ser seu vice, mas enfim como mudar tão rápido suas posições, as nossas estão gravadas na pele e na consciência pela luta, pelos sonhos e projetos. Fizemos a campanha do Parlamentarismo com o Senador Richa do Paraná. Visitei cada Deputado e Senador do Partido para pedir seu apoio para as políticas de Juventude . Algum deles choraram entre eles Richa , Pai de Beto Richa, hoje prefeito de Curitiba, porque lembraram de sua luta quando jovens. Foi muito difícil mais mesmo assim conseguimos apoiar e criar três Secretarias de Juventude no Rio, Minas e Goiás. Uma delas com Sandro o cara que me substitui-o na JPSDB e Alessandro que anos depois fundaríamos a Universidade da Juventude. Porem se você pesquisar meu nome no Google vai ver que fui afastado da coordenação nacional por ausência sistemática das atividades. Porém ninguém fala que organizamos o primeiro Encontro Nacional de Jovens Secundaristas Tucanos, mas o Presidente do Partido Tasso Jereissati não me autorizou uma passagem para ir. Porque o seu projeto de país não passa pela construção de uma sociedade democrática com a participação de todos, mas apenas pelas empresas como “ator histórico”. Esse foi nosso primeiro atrito, o segundo era que ele era meu patrão na Coca e por acaso fui demitido. Ela nunca deu apoio ou espaço para juventude a não ser quando ela se tornou necessária e apenas para segurar bandeira. Tasso trouxe o PFL para apoiar Fernando Henrique a Presidente e no Congresso de Contagem em Minas que homologou a sua candidatura nós o estávamos esperando. Assim que FHC e Tasso chegaram os cercamos com mais de 70 jovens gritando Traidores. Eles jogaram a história do partido no lixo para chegar ao poder, e nós fomos expulsos. Houve troca de socos, entre militantes nossos da Bahia ligados a Lidice da Mata que antes era do PC do B. Ciro chamou o manifestante de Bait..., ela não entendeu o que significa e a confusão começou. O Prefeito de Campinas de São Paulo pelo seu tamanho veio separar a confusão, tinha conhecido em sua cidade quando num comício juntos ia morrendo de frio. Porem com Ciro tem outra história a contar essa aconteceu em Itapiuna. Quando era coordenador nacional, almoçava com o Ciro frango com a mão e alguns amigos. Entre eles o Paulo Cesar que até hoje está no Banco real. Um dia ele me convidou para fazer comícios em três cidades, uma delas Itapiuna. O nosso candidato a prefeito da cidade era o tio do Josbertini , que depois seria meu braço direito na Sociedade civil , no desenvolvimento da ONGS e outras lutas. O candidato da oposição mandou seus seguranças nos receber a 5 km da cidade e dizer que não éramos bem vindos. O governador, eu e nossa comitiva. O prefeito de nosso partido tinha virado a cassaca e apoiado outro candidato de outro partido. O Ciro enfrentou os seguranças e disse que a partir dali iríamos a pé , ele subiu no palanque e começou a discursar : " Povo de Itapiuna estou muito chateado eu vim aqui trazer algumas obras para o Município e fui recebido por uns capangas do prefeito mal educados , vagabundos mas eu tenho certeza que eles não são povo de Itapiuna. Porque o povo de Itapiuna é educado , trabalhador e não deveria aceitar este tipo de gente do seu lado " Ciro acabou de falar e a população expulsou os seguranças com enxadas. É isto na política você apreende o valor que um discurso tem quando une o desejo de um povo com a transformação da realidade que o cerca. Em algo simples assim sempre temos o dever de usar esta mágica para o bem e não para o medo, as mentiras e as desculpas esfarrapadas aonde a maior parte dos políticos gastam suas palavras que ecoam no nada. E ainda culpam a população.
Enquanto isto Virginia ficava em casa sozinha. Enquanto isto minha vida pessoal desaparecia. Quais os limites que podemos lutar por um a Sociedade melhor e não nos destruir? Como uma alma boa sobrevive no meio de tanta desigualdade e injustiça? nos lembra Brecht.
Resolvemos ousar um pouco mais. Começamos as passeatas pelo impeachment, foram mais de 200, em uma delas acabou as tintas que pintavam as paredes FORA COLLOR . Uma garota falou assim não tem problema a gente pinta as caras, as caras pintadas. Eu e Lindeberg , no meu fusca azul , demos o prego em frente ao Iguatemi quando íamos para um comício na UNIFOR. Não faltou garotas bonitas apaixonadas por ele para nos dar carona. O ultimo comício foi na Paulista dizem que tinha mais de cem mil pessoas, contamos os votos juntos de cada deputado que dizia sim FORA COLLOR! As elites desta vez nos acharam bonitos e necessários. O Impeachment ocorreu assim como, depois veio a eleição do Presidente Lula, para curar nossas feridas de trabalhador e nordestinos. Assim como Mandela cura as feridas dos negros, assim como Gandhi cura as feridas dos Indianos. Feridas essas provocadas por minorias que ao não saber lidar com a mágica da política e do poder não conseguem gerar e distribuir riquezas, trocam figurinhas entre si, confundem o público com o privado e se confundem com os seus discursos de eficiência , pela ineficiência de seus resultados.
Demitido da Coca-Cola, precisava de emprego. Tinha um cartaz na faculdade para trainee do Banco Real só para alunos do oitavo semestre. Eu estava no terceiro, mas enfim comecei a escrever um projeto de como o Banco Real poderia lidar com as mudanças que o Plano Real traria para Economia. Na última entrevista o Diretor do Banco queria saber " Você é formado em que ?" Eu estou no terceiro semestre. " Não importa seu plano é muito bom e suas competências pode nos ajudar muito. Viajei para o Transamérica em São Paulo, levei minha mãe para conhecer, era o curso de trainee. Comecei cuidando de pessoas físicas e depois fui para o Núcleo de pessoas jurídicas , o Corporate Finance com o Paulo Cesar, ele que almoçava comigo e o Ciro. Depois conheceria um cara que era Barman no Transamérica e se transformaria num líder de Ecoturismo em IPu , a cidade da mãe da Virginia . Personagens de uma mesma história que aos poucos vão assumindo seus papeis como Protetores. Eles vão se encontrando compartilhando suas competências , gerando pontes entre suas Tribos, provocando mudanças, sinergias , como todo ato histórico , de baixo para cima com alma e paixão. No Banco Real conheceria mais pessoas e depois encontraria mais gerentes pelo Brasil lutando pela Responsabilidade Social sobre a música e orquestra de Fabio Rosa, eles serão Protetores e aliados nesta jornada.
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