Afinal o destino de nossas crianças e jovens é melhorar suas
notas ou é apreender quem somos nós
seres humanos e a nossa capacidade de aprender
sobre o mundo em que vivemos ?
Será que é compreender tudo que nos toca e conecta neste
mundo ou reduzir a distância dos “ignorantes” e os mestres? Em pílulas dosadas em disciplinas durante anos sempre aguardando algo que nos falta hoje mas vira na próxima etapa ? Por mestres que explicam as lições em
escolas organizadas como fabricas e gente como produto. Será que nosso destino
é repetir palavras como papagaios ou pensar com autonomia sobre nossos atos, escolhas
e desafios que nos exigem apreender e pensar
de forma critica e criativa em circunstâncias cada vez mais vezes adversas em
nossa sociedade com profundo impacto sobre as vidas destes alunos e mestres ensinados ?
Respeitar as capacidades e as inteligências das pessoas é o primeiro grande passo para mudar as
escolas e isto é diferente de ensina-las a cumprir ordens, a exigir boas notas e saber quem manda. O mundo não precisa de mais
operários mais de gente que empreenda seus negócios e sua vida e mude as fabricas, a política,
as escolas, a sociedade e outros. Não precisamos de mais do mesmo porque já
temos o suficiente de pessoas iguais em suas atitudes de consumo, submissão política, cultura de plástico, espiritualidade do dizimo, e talentos castrados por
empresas que lhe roubam ate a alma. O
que nós precisamos é de ética, ousadia, estética, criatividade, e criticas profundas
as nossas formas de ser e viver em sociedade. Necessitamos de inteligências emancipadas vivendo seus poderes.
Não se vai civilizar os “selvagens “da violência com a
violência das escolas com a valorização dos melhores da turma e processos de
vestibulares que negam as capacidades das pessoas. Isto não é Educar! Educar é promover a emancipação intelectual de
cada ser humano e devolver a igualdade que a ordem social lhe nega por os assim
chamados melhores da turma que na
verdade são os herdeiros econômicos e políticos de suas classes, famílias ou
nobres amigos e respectivo acesso a oportunidades exclusivas.
Apreender é saber verificar os fatos e discursos que nos
rodeiam para assim construir nossas vidas
, sociedades e inteligência de forma
orgânica como uma célula que evolui a partir de si e de suas capacidades e liberdades para compreender
, dialogar e trocar energia com aquilo que buscamos e necessitamos para viver.
O que se vê cada vez mais é a ineficácia e declínio do
sistema explicativo e seus mestres . Os melhores alunos tentam ser a prova da
incapacidade da maioria quando na verdade é o explicador que tem necessidade dos
incapazes para justificar a sua falsa superioridade. Todos nós temos o poder de compreender por si só desde que se
encontrem espaços e oportunidades para viver nosso potencial . A maioria dos alunos foram
ensinados que para compreender é preciso
que lhes expliquem e que eles não tem capacidade de apreender por eles mesmos. O sonho do mestre é que lógico os melhores
alunos aprendam as explicações do mestre ate que um dia eles se tornem explicadores
para outros ignorantes.
A capacidade de dizer o que se pensa mesmo sobre as palavras de
outros é o grande desafio das escolas em não formar papagaios e deformar
pessoas. Uma pergunta é feita a uma pessoa e ele não deve responder na condição de aluno ou sábio mas na condição de ser humano sob o signo da
igualdade.
Cada vez mais respostas e capacidades inéditas surgem em circunstâncias em
que a urgência obriga a queimar as etapas da progressão explicativa. Onde a vontade
é servida pela inteligência. Pode-se apreender sozinho e sem mestre explicador
, quando se quer, pela tensão do desejo ou pelos desafios da situação. Temos
que unir nossa vontade e inteligência, e não subordinar nossa inteligência e
vontade a do outro. Não se deve comparar apenas métodos de ensino mas decidir os usos da inteligência. A via rápida ou a que promove o melhor aluno em detrimento do pior não são as melhores pedagogias e sim a via da Liberdade e a confiança na
capacidade intelectual de cada ser.
Devemos emancipar o aluno para que ele se acostume a
usar sua própria inteligência. Por isso que para que escolas e os mestres possam emancipar
” ignorantes” elas tem que primeiro se emancipar e não ser elas mais um a
seguir, castrar e explicar os mesmos caminhos. Necessitam ter consciência do verdadeiro poder do espírito humano. Acho que o mundo esta
uma droga porque as escolas e Universidades estão uma droga. Os próprios excluídos do mundo da inteligência afirmam eles próprios sua exclusão, enfim
a emancipação deve começar nas escolas.
Todos os grandes homens tiveram a capacidade de se formarem e todos nós fazemos isso milhares de
vezes em nossa vida, apreendemos muitas
coisas sem explicações ou mestres. Devemos levar isso para Escolas e Universidades
e não abandonar nossa capacidade em troca de explicações e notas.
A mesma
inteligência esta em ação em todos os atos do espírito humano. Infelizmente o
circulo social, a ordem das coisas, proíbe
que sejamos reconhecidos pelos que somos: o verdadeiro método pelo qual cada um apreende e pelo qual descobre a medida
de sua capacidade. É preciso ousar reconhece-lo e prosseguir a verificação aberta
de seu poder. Sem o que a impotência de cada um manterá a ordem das coisas para uma
minoria.
Buscamos que todo homem possa reconhecer sua dignidade de homem, medir
a dimensão de sua capacidade intelectual e decidir quanto a seu uso. Quem ensina sem
emancipar embrutece, e quem emancipa o próprio ser humano busca apreender. Assim
eles podem tudo que um homem pode. De um pequeno grão de terra à Terra da Sabedoria.
E afinal quem são mesmo os Ignorantes das Escolas e Universidades ? E quais são as melhores explicações para negar a emancipações das pessoas ? A inteligência é uma conquista e nunca será dada.
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