Existe o homo economicus que reduz tudo a custo e beneficio como um dia a Ford calculou que uma vida valia 200 mil dólares porque era mais barato deixar as pessoas morrerem do que colocar um item de segurança no carro que custava na época 11 dólares.
Existe a busca pelo homem sábio que deve mais desaprender as formas como foi construído por nossa sociedade antes de querer apreender algo, que deve ter clareza que esta mesma sociedade não lhe define porque muitas vezes ela é o problema mas principalmente deve ter coragem de viver suas palavras transformando elas em amor.
A cidade é uma musica feita de pessoas e sonhos! Aonde temos que ir alem do preço das coisas e apreender a doar, cooperar, compartilhar, amar, aonde não há afeto, não existe gratidão. Viver numa cidade é saber sentir a dor do outro, escutar o outro, na verdade é o mesmo numa amizade, família, comunidade e porque será diferente na cidade ?
Uma cidade que pensa seu futuro não pode reduzi-la as coisas, estradas, prédios, ate porque numa cidade nas nuvens elas são menos necessárias. Energia, coisas, serviços podem ser compartilhadas mas nada disso tem sentido ou valor se um homem atira no outro por causa de 50 reais ou menos.
Gestores que se dizem modernos e escondem as violências e os indicadores sociais de sua cidade são na verdade gestores das cavernas onde eles acham que as pessoas não enxergam as vidas que vivem.
As Cidades devem ter Praças do amor, da colaboração, dos sonhos porque é isso que falta nelas, e porque não também ter praças do ódio, das dores , da fome ? aonde os seres humanos sozinhos e isolados possam se unir e tenham lugares para compartilhar suas dores, se ajudarem e construir outras formas de expressa-las que não pela violência apenas. Cada um precisa de tão pouco para viver bem então porque tanta voracidade ?
As cidades devem ter caminhos que levem a vida, a potência, a realização e evitar os caminhos do ódio e do remorso, tudo que despedaça as almas. Infelizmente muitos tiranos necessitam de almas despedaçadas para governar assim como almas despedaçadas necessitam de tiranos. Por isso assim como Espinosa buscamos o caminho da ética como geometria e porque não urbanismo da cidades modeladas como corpos e almas em perfeita simetria e sinergia com o Universo. Cidades da Sabedoria que despertem , mostrem e inspirem novas formas de ser e viver em Sociedade com alegria e a visão de um mundo melhor para todos.
A Organização das comunidades e cidades ou da vida social é mais complexa que prédios, tecnologia ou mesmo ofertar Educação e Saúde . Saúde não é hospital e remédios na verdade o nome disto é doença, educação não é adestrar para o trabalho, trabalho é talento, capacidades, equipes, organizar, empreender, desenvolver e claro precisa também de dinheiro. As cidades são suas almas, saberes, sonhos, dores e não apenas seus corpos e números isso é um cemitério.
É uma anarquia de afetos, doações, sonhos e outros que pode ser pensada e gerar um arquitetura de destinos e desafios, um ecossistema social, resultado de uma economia social de direitos e deveres, de uma educação do bom, do belo e do justo , capazes de despertar e formar seres sistêmicos e sustentáveis. Uma Cidade da Sabedoria.
As cidades transformam hoje vidas em mercadorias. Por outro lado uma rede de cooperação e auxilio mutuo é o coração de uma cidade de verdade . Temos que unir progresso individual e coletivo, a sabedoria é o caminho mais curto. Isto é a verdadeira política e ética de uma gestão pública não os meios que geram corrupção, destroem vidas e prioridades publicas, enquanto impulsionam poderes delirantes.
Mesmo que fossemos ricos que não é o caso do Nordeste, Ceara e Fortaleza o caminho da ética é uma escolha e no caso da nossa pobreza se revela , a falta da ética , ignorâncias, maldades e mais do que isso , egos políticos que não cabem nem na Idade media, imaginem hoje.
Cidades precisam cultivar a sabedoria e esta não vira das escolas nem das universidades ou dos poderes políticos e sim dos idosos e da inocência de nossas crianças e jovens em respeito a dignidade de suas vidas que cabe a nós pais e mães construir estes lados afetivos nas ruas e em casa, em nossa famílias e cidades cada vez mais diversas e plurais.
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