SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

domingo, 5 de março de 2023

Afetos na escola! Um apelo passional pela preservação e renovação da educação pública.



Quem é forte? Quem é fraco diante de tantas desumanidades, violências, e desigualdades contra as crianças? Quem é forte? Quem é fraco? Para enfrentar o sistema na frente dos senhores feudais, capatazes e capitães do mato que querem transformar a escola em espaços de violências e controles sem condições mínimas de educar? Quem é forte? Quem é fraco? Para mentir, dizer a verdade ou se omitir? Quem é forte? Quem é fraco? para viver e enfrentar as desigualdades sociais, pobreza e violências que sofrem as crianças e suas famílias nas comunidades onde vivem? Quem é forte? Quem é fraco? Para chamar de escola o que não é?Quem é forte? Quem é fraco? 


 

Como vamos educar professores que foram educados em sistemas violentos e escravocratas de submissão e obediência, acostumados a não pensar, nem questionar as ordens que lhe são passadas pelos seus senhores? Muitas vezes seus maiores orgulhos é ter se tornado iguais ou piores que seus chefes? reproduzindo as violências sobre as crianças e jovens? Como vamos compreender as necessidades de afetos, amizades e brincadeiras entre as crianças numa escola que destrói a aprendizagem ao negar a humanidade das crianças e jovens?



Numa sociedade escravocrata, desigual e violenta que as elites econômicas e políticas são exemplos de violências, corrupção e brutalidades contra os mais pobres? Principalmente no que se refere aos direitos humanos, dignidade e cidadania da maioria da população brasileira? No Brasil de Bolsonaros machões no poder e chorões quando perdem o poder ou quando são presos por suas violências? Bolsonaros violentos diante de pandemias, povos indígenas, e pobres mas covardes diante de seus eleitores quando são presos ? 



Quando os direitos humanos são negados e violados nas escolas, comunidades, empresas e governos. Quando as brutalidades e ignorâncias viram disciplinas e moralidades de professores preocupados em afirmar seus poderes como se tivessem no quartel do exército ou da polícia. É possível ensinar sem afetos, amor, solidariedade? Em diversas condições onde a dor e a revolta grita pelo corpo que fala, ao mesmo tempo cala, as razões que não conseguem se expressar em palavras e atitudes diante de mundos e autoridades que não conhecem nem viveram seus sofrimentos. 



Quantas amizades entre crianças são testadas e julgadas na escola como indisciplina? Quantas palavras e silêncios são desprezados pelas rotinas da escola. A sensibilidade necessária para compreender a história de cada criança e seus caminhos de aprendizagem são didáticas pedagógicas. Compreender as pulsões incompreendidas da infância e adolescência que geram raiva e apatia. As belezas e a inocência que se nutrem e que esmagam pela vida. O que as brincadeiras e os corpos nos ensinam em suas aparentes arbitrariedades, os semblantes infantis, toda uma compreensão do mundo que se desvela. 



A educação infantil não é impessoal na construção necessária de um “olhar sensível” principalmente diante de tantas violências pessoais e sociais que sofrem as crianças. Muitas crianças deixam de absorver a realidade inocentemente e passam a reconhecer seu lugar moral e social no mundo, o que por extensão lhe encerra a inocência. Esses processos violentos de descoberta se sustentam num equilíbrio entre a desafetação e a tipificação de comportamentos que a sociedade e a mídia padronizam, sendo reproduzidos por diversas imitações que entram no cotidiano da aula e da escola. O despertar das crianças para o que é certo ou errado que ocorre na família e escola ainda que com as melhores intenções nos desafia todos os dias a aprender, sentir, imaginar e agir sobre os afetos que nos tocam e iluminam os caminhos de nossa saúde mental e dos alunos para sermos ao mesmo tempo forte e fracos diante de tantas circunstâncias. 


Os pecados e castigos em sociedades violentas e escravocratas necessita de afetos para chegar na compreensão e no perdão, mas é difícil se colocar e sentir a dor e o sofrimento do outro? Talvez não vá muito além da penitência, de exercer algum controle formal sobre o sentimento de sofrimento ou culpa alheio. A necessária mistura de saberes, vivências e afetos é necessária para compreender uma escola cada vez mais complexa em suas diversas relações entre família, comunidade, escola mas principalmente nos diversos poderes econômicos e políticos que buscam destruir as vidas das crianças e professores desumanizando as vidas para um projeto que beneficia algumas pessoas destruindo a humanidade e o planeta. O Brasil e o Ceara seguem o mesmo caminho dos americanos.  

  



Um apelo passional pela preservação e renovação da educação pública. O livro Vida e Morte do Grande Sistema Escolar Americano é uma mudança radical de perspectiva, escrito por uma das mais conhecidas especialistas em educação dos EUA. Diane Ravitch – ex-secretária-assistente de educação e líder do movimento para a criação de um currículo nacional – examina a sua carreira na reforma educacional e repudia posições que ela anteriormente defendeu firmemente. Baseando-se em 40 anos de pesquisa e experiência, Ravitch critica as ideias mais populares de hoje para reestruturar as escolas, incluindo privatização, testes padronizados, responsabilização punitiva e multiplicação irresponsável de escolas autônomas. Ela demonstra conclusivamente por que o modelo empresarial não é uma forma apropriada de melhorar as escolas. Usando exemplos de grandes cidades como Nova York, Philadelphia, Chicago, Denver e San Diego, Ravitch evidencia que a educação de hoje está em perigo. Ravitch inclui propostas claras para melhorar as escolas americanas: – deixe as decisões sobre as escolas para os educadores, não para os políticos ou empresários; – construa um currículo verdadeiramente nacional que estabeleça o que as crianças em cada série deveriam estar aprendendo; – espere que as escolas autônomas eduquem as crianças que precisam de mais ajuda, não que concorram com as escolas públicas; – pague um salário justo aos professores pelo seu trabalho, não um “salário por mérito” baseado em pontuações de testes profundamente falhos e não confiáveis; – encoraje o envolvimento familiar na educação logo a partir dos primeiros anos. Vida e Morte do Grande Sistema Escolar Americano oferece mais do que apenas uma análise da situação atual do sistema educacional americano. É uma leitura fundamental para qualquer um interessado no futuro da educação americana.

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