Todos falam da importância do saber, inteligência e da ciência na sociedade, mas se for contra alguns interesses a história é outra. Muitas vezes a educação tem sido gerida de forma ignorante, violenta e com politicagem em nossa sociedade. Claro, tudo isso em nome dos pobres e das crianças e jovens! É importante lembrar que grandes pensadores morreram pobres e perseguidos em sua sociedade apesar de suas ideias, inteligência e tudo que contribuem para educar pessoas de verdade. Posso citar Spinoza que morreu de tuberculose, depois de ter sido perseguido pelos judeus de sua sinagoga, sem sua sociedade compartilhar uma ética mínima entre os poderosos. Nietzsche morreu de um colapso mental, apesar de sua vontade de potência, sua época ficou refém do bem e do mal. Uma corte judicial russa sentenciou Fiódor Dostoiévski à morte por suas supostas atividades antigovernamentais, mas acabou morrendo em 9 de fevereiro de 1881 de uma hemorragia pulmonar associada com enfisema, com poucos sentimentos ou compaixão de sua sociedade em relação aos seus sofrimentos. Aprendemos pouco como sociedade sobre ética, vontade de potência e sentimentos. Mas de forma ignorante acreditamos que educamos alguém pelo adestramento em português e matemática em provas que mostram nossas violências e politicagem até com educação.
Isso nos leva a uma questão: Qual o tamanho do sofrimento gerado pela sociedade que ela aguenta até que se revolte? Muitas vezes em seus cotidianos, comunidades e escolas? Quanto de brioches, corrupção, violências e palhaçadas contra a vida dos outros uma sociedade aguenta de seus políticos? Ate Mandela lutar com o povo africano, quanto de sofrimento o povo aguentou e quantas pessoas pagaram com a vida o apartheid? E Gandhi e o povo indiano? A política na sociedade muitas vezes significa ir contra o Estado corrupto, ignorante e violento que privilegia oligarquias, gangues partidárias e elites. Muitas vezes o único antídoto perante a conscientização, críticas e revolta tem sido o entretenimento em épocas de tik tok e redes sociais. A Escola de Frankfurt nos ensina que o capitalismo ao invés de eficiência virou luxúria, o Estado uma exceção para proteger poucos e excluir uma maioria, e a vida tem virado diversos tipos de prostituição. E como acontece a educação e a política no mundo como esse?
A educação não vive sem os verdadeiros saberes e lutas políticas é sua missão mudar vidas e melhorar realidades econômicas e sociais para todos. O Estado e a lei, tem o papel de combater a corrupção, injustiças e desigualdades. O sofrimento do povo pode ser transformado em consciência crítica e revolta, ou em oportunidades, educação, vida e ascensão social. O nome disso é Democracia e Estado de Direito. Infelizmente o crime organizado tem crescido na desobediência e na revolta contra o sistema, políticos criminosos corruptos inviabilizam a Democracia e Estado para atender seus interesses contra o povo.
Os alunos das escolas públicas e privadas diferem nas condições sociais em que vivem, não em suas inteligências e capacidades de aprender. Eles diferem no tempo e nas condições que tem para estudar, nas diversas realidades que podem conhecer e interagir com elas, nas tecnologias que têm acesso, nos tipos de violências que vivenciam em seus cotidianos, e tudo isso tem impacto na aprendizagem segundo diversos dados, conhecimentos e modelos educacionais pelo mundo. Mas há séculos e décadas até os dias atuais, a educação pública não tem sido pensada e construída por esses caminhos, mas pela ignorância, violências e uso da politicagem em seu nome e dos pobres. Os dados no Ceará e em Fortaleza revelam que nas 4 últimas décadas que metade da população vive na extrema pobreza e violências sem ascensão econômica e social. As paredes das escolas e das comunidades não geram mundos paralelos, principalmente numa sociedade em redes e nas nuvens, claro que todos sabemos disso, mas as políticas educacionais ficam reféns de interesses, ignorâncias e maldades que tem gerado a mentira e a morte em nossa sociedade. A Escola pública é o ultimo guardião que luta contra as misérias, luta pela criança e o jovem contra o crime organizado, a busca do saber, a conscientização por boas políticas públicas, o apoio as famílias e as comunidades. É preciso conectar vidas as oportunidades em todos setores da sociedade e construir redes de proteção social que gere e integre uma cidadania plena. Gastar energia para expandir e educar seu ser e não com violências e tik toks.
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