Van Gogh nos ensina que quanto mais próximos formos e estivermos dos comedores de batatas, mais humanos nos tornamos e mais aprendemos sobre a vida. Infelizmente muitos intelectuais, políticos, religiosos, empresários falam em nome dos pobres, mas é apenas um espetáculo. Por exemplo, na política os grandes interesses recebem a maioria do dinheiro público, enquanto para os pobres são dadas esmolas. Muitos para chegar ao poder têm que fazer o pacto ou melhor o teatro do espetáculo para os pobres, enquanto máscara as máfias e gangues partidárias que vivem e enriquecem pelo Estado. É preciso muito mais do que ter uma posição na sociedade ou nobreza para falar em pobreza ou educação é essencial ter amor, causas, conhecimentos dedicados à vida não apenas com palavras.
Portanto não estou falando de políticos, mas de lideranças que escrevem a história com suas vidas e atitudes. Guy Debord nos alertava em 1968 que " No mundo realmente invertido, o verdadeiro é um momento do falso". Ele escreveu também sobre cidades porque o grande desafio desse espetáculo político hoje é o que vão fazer das cidades e dos pobres diante das mudanças climáticas, inovações tecnológicas, refugiados e avanços do crime organizado. “O urbanismo é a tomada do meio ambiente natural e humano pelo capitalismo que, ao desenvolver-se em sua lógica de dominação absoluta, refaz a totalidade do espaço como seu próprio cenário.” - A sociedade do espetáculo." As vidas não são espetáculo, basta ver os corpos dos que passam fome e miséria para ver as marcas do sofrimento e das privações da vida de nunca ter podido desenvolver seus seres com direitos humanos. O Ceará e a nossa esquerda que vive há décadas do Estado veio discutir fome no Século XXI em 2023. 300 reais, e contratar uma mulher por 500 reais por mês e uma auxiliar por 250 reais para cozinhar para os pobres, isso não é ter compromisso com a pobreza e sim um espetáculo, enquanto se calam para bilhões em incentivos fiscais para bilionários, corrupção, cargos e orçamentos para oligarquias que enricam pelo Estado e ainda usam o dinheiro que era dos pobres via cooperação internacional para se manter no poder inviabilizando a democracia.
Hoje com o número de milhões de mortos acumulados pela Oligarquia, o mesmo grupo no poder há mais de 35 anos, quer seja pela violência e miséria, a ausência do Estado e das políticas públicas nas comunidades pobres; observamos o terrorismo do Estado a serviço dos ricos e famílias políticas. Os monstros reais são os políticos que matam com a caneta e o poder nas mãos em benefícios de alguns e poderes que compram votos de miseráveis, divididos em currais cidades pelas famílias que se perpetuam e trocam moedas entre si e os poderes. Uma aristocracia que tem um cinismo indiferente absolutamente monstruoso são os verdadeiros monstros de nossa sociedade que desfiguram corpos e vidas com suas práticas brutais de poder.
Victor Hugo, autor do livro Miseráveis, depois do exílio,retorna de Bruxelas, depois da renúncia de Napoleão III "ou poderia ser o retorno dos EUA de Bolsonaro". Victor Hugo retorna a França aclamado pela multidão como uma oposição mítica. Ele é eleito Deputado num congresso dominado pela burguesia e oligarquias como sempre foi o Congresso Nacional brasileiro e a Assembleia Legislativa no Ceará. A ideia de Liberdade, igualdade, fraternidade, justiça sempre foram massacradas e negadas pelas oligarquias porque o critério central é o pacto entre famílias como Ferreira Gomes, Camilo Santana, Izolda, Benevides e outras. A Educação no Ceará cercada pela pobreza absoluta de mais da metade da população cearense é apenas mais um espetáculo de um prova sobre duas matérias, feitas pelo próprio Governo do Ceará, sem auditoria externa, uma improbabilidade estatística ou científica que interessa a parte da elite nacional e cearense, querer falar pelos pobres, e suas vidas e corpos massacrados nas escolas e nas comunidades onde vivem.
Assim como acontece em vários momentos no Ceará da seca ou no Brasil da exclusão é o medo das elites que move a política e não a razão, é a ideologia de direita que são melhores aplicadas pela oligarquia em nome dos pobres. A repressão política e policial nas comunidades pobres e nos presídios cearenses é aplicada por um regime de terror no Governo das oligarquias que nega a verdade em nome do espetáculo. Além da perseguição política dos que pensam e se opõem a este regime ditatorial. Na França, Victor Hugo lutará por 10 anos pela anistia total dos que fizeram a comuna de Paris, dos que ousaram reduzir a miséria e lutar pelas vidas dos pobres, enquanto no Ceará e no Brasil o problema é apenas Bolsonaro? A nossa esquerda em nome dos pobres vai fazer todos os acordos com a oligarquia, centrão e elites. Mas nossas oligarquias e elites não erram? Elas não buscam reconstituir o tecido social de um Brasil e Ceará brutalmente excluído e desigual sem vozes. O que eles não entendem é que a paz social e a riqueza do Ceará e do Brasil não é para alguns e sim para as crianças sobre as quais tanto falam que não posso separar suas vidas dos juros, privilégios e do Estado a serviço das oligarquias.
Entre Danton, Marat e Robespierre de esquerda e de direita fico no mundo sem guilhotinas. Hoje no Ceará e no Brasil várias guilhotinas estão sendo apontadas pelas elites, oligarquias, judiciário, e outros. É sempre as violências políticas que imperam no Brasil e que se voltam contra o povo em nome deles. A violência dos espetáculos das oligarquias é apenas um exemplo de comunidades e prisões que se assemelham, e se diferenciam de condomínios de luxo, partidos e governos de poucos que atuam como Máfias entre si, sem lei para eles, que estão no poder e atacam os inimigos. Enquanto isso, nossas crianças e os pobres, incluindo os professores, são silenciados e calados pela estrutura de poder das oligarquias e elites, incluindo seus capitães do mato, sobre a verdadeira situação das escolas públicas no Ceará. Todos reféns da Ditadura do espetáculo que revela os verdadeiros interesses políticos e econômicos por trás das brutais injustiças sociais, corrupção, e violências. A ganância, vaidades, cálculos políticos imperam sem auto critica há décadas, enquanto matam pelo poder, outros por Deus, Pátria e família mas ninguém quer morrer pelos pobres. Porém suas mães os enterram todos os dias há décadas, sem discursos oficiais. Mas apesar da negação dos poderes, nossa História e memórias não serão destruídas nem esquecidas por nossas crianças, professores e escolas. Na oligarquia as palavras são negadas as pessoas, apenas os lacaios podem falar e são promovidos, enfrentamos dois monstros, face a face, de um lado a torre feudal e do outro a guilhotina. Entre a utopia que aqui defendo e o realismo politico que a República não seja guilhotinada, que Sócrates não beba cicuta, que a ética prevaleça sem custar a liberdade, que os choros, as dores e as vozes das crianças e suas famílias sejam ouvidas nas escolas e nas comunidades, que o luto e as dores despertem a alegria de lutar por educação e cidadania ao mesmo tempo, libertando a República de Coronéis e Capitães do mato que continuam impunes sem lei cercados por tragédias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário