SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

domingo, 15 de outubro de 2023

A DES HUMANIZAÇÃO DA ESCOLA E DA SALA DE AULA- INFELIZES DIAS DOS PROFESSORES.

 


Não adianta os gestores educacionais partidários dizer "Feliz dia dos professores" e ser coniventes com falsos gastos de publicidade. Esse dinheiro será melhor gasto com pesquisas com os professores, alunos, coordenadores e diretores de escola sobre o que pode melhorar para voltar a humanizar a escola e a sala de aula. 



Se a gente contabilizar e pesquisar a quantidade de memes espalhados pela internet sobre a sala de aula, o sofrimento do professor, e os alunos danados, talvez podemos compreender a profundidade desse fenômeno.  Não adianta reduzir a uma escola, cidade ou colocar a culpa apenas nos estudantes mais violentos. A participação é vital em sala de aula para todo processo de aprendizado, e não adianta querer manter uma aula no grito, como muitos infelizmente são obrigados a fazer, ou empurrar um conteúdo no quadro exigindo que todos sigam o mesmo caminho calados. Isso não é prática pedagógica, principalmente com muitos em sala de aula que não sabem ler nem escrever, crianças especiais sem apoio, e quase sempre as mesmas crianças danadas que permanecem o ano todo com o mesmo comportamento devido a outros problemas cognitivos, familiares, extrema pobreza, violência e outros. Entre zero de participação e cem por cento existem milhares de caminhos, todos passam pela nossa humanidade e da criança. Nunca pelo tarefismo imbecil de realizar atividades como ADR, Spaece e outros que atendem outros objetivos não educacionais, negando outras prioridades mais urgentes há anos às escolas, professores e alunos. Por exemplo, observo alunos errarem sempre as mesmas questões, não por questões pedagógicas e sim cognitivas, elas permanecem sem nenhum apoio, assim como foi seus pais, avós e bisavós, às vezes na mesma escola e morando juntos na mesma casa na periferia há décadas. As suas famílias vivem na extrema pobreza cercados cada vez mais pelo crime. Enquanto na escola que ensino assim como outras falta banheiro, papel para prova, internet e outros assim como centenas de escolas em Fortaleza mas inauguram como espetáculo Laboratórios de tecnologia e outros de ciências onde faltam equipamentos e não funcionam, apenas publicidade eleitoral às custas de vidas de professores e alunos, que não são prioridades.



Não é ousadia dizer que o currículo é a alegria de aprender, que aprendemos pelo corpo-mente em todos os cantos por onde vivemos e andamos, incluindo pela internet, e que as violências e desigualdades há tempo entraram na escola. Mas negamos todos os dias Paulo Freire, Vigotsky, Wallon, Malaguzzi, e Morin nas escolas para sermos escravizados e forçados por um ensino que nega a humanidade do processo de ensino e aprendizagem. 


A educação é o bem mais maduro que criamos como humanidade principalmente em época de guerras, mudanças climáticas, tecnologias que programam o ser humano para seus fins e avanços do crime, desigualdades e violências. Mas não é a educação em séries que diz que esse ser humano tende ao progresso a cada ano na escola, mas uma educação que a qualquer momento busca humanizar o ser e a sociedade mudando a história para o bem comum. Não conseguimos educar sem falar na selva e labirintos que a sociedade transformou a vida sem realizar a promessa de ciência do progresso. Ele vê isso todo dia em suas casas, internet e comunidades e não vai ser uma educação voltada apenas ao trabalho que vai lidar com a complexidade do mundo que vivemos. O mundo clama por aprendermos a fazer política para o bem comum, artes que nos humanizam, uma espiritualidade que lide com a diversidade, aprender a viver em harmonia com a natureza, e todos essas aprendizagens não se reduzem a razão e conceitos, eles necessitam de afetos e relações. Os saberes por si só não produzem uma forma de vida, mais do que gênios precisamos aprender a viver juntos. A inquietação, instabilidade, impaciência, e insatisfação próprias de nossa época nos lembra a todo momento que é preciso educar as pessoas para amadurecer e valorizar bens como a paz, o amor, a natureza, a vida. Não podemos ficar reféns e ensinar o imediato para nota, a eterna juventude em busca de aventuras e novidades, a mobilidade de poucos que nega o valor e a existência do comum e do diferente que existem bem antes do capitalismo.  A humanidade não é e nunca será capitalista e a escola não pode estar a serviço do capitalismo. A racionalidade capitalista não gera educação, a jornada do comerciante não pode ser concluída em nenhum lugar ideal, ele sempre quer mais, gera guerras e destruiu o planeta, mas a humanidade necessita como em milhares de anos conhecer a felicidade tranquila de pertencer a um lugar. De um pequeno grão de terra a Terra da Sabedoria.




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