Quantas pessoas não pensam nas consequências do seu trabalho para outras pessoas? Quantos policiais não pensam nas vidas que matam? Quantos professores não pensam nas vidas dos alunos que buscam educar? Quantos médicos não pensam nas vidas dos pacientes que buscam curar? Se pagarem os salários a eles e deram um pequeno aumento na pauta sindical espetáculo é o que interessa? Afinal, cada um de nós precisa manter as suas condições materiais históricas possíveis bem distante da miséria em nossa zona de conforto, mesmo que às custas de pequenos auschwitz ou milhares de faixas de gaza em guerra pela vida do nosso lado, onde as pessoas não morrem em câmaras de gás e viram cinzas, mas morrem do mesmo jeito, pouco a pouco, ou de uma vez provocadas pela violência, desigualdades, miséria e má educação tipo Spaece. Visando atender Lemann e negar Paulo Freire, Vigotsky, Wallon em nome do povo?
Claro que não podemos negar as condições materiais históricas da opressão, principalmente de nossos alunos, quando não ter aula é pior, mas em que condições são realizados o ensino e aprendizado? Mesmo que todos saibam dos baixos níveis de alfabetização, crianças especiais sem apoio, sem material pedagógico nem brinquedos, péssimas condições físicas de escola em salas de aula quentes, sem espaços para brincar e outros. Mesmo que o Ministério Público denuncie e vire processo criminal contra a Secretaria de Educação. Mesmo que para a maioria dos alunos e suas famílias suas condições de vida não melhorarem durante décadas, vivemos do “case” de poucos e exclusão da maioria para inglês ver. Mais ainda tentam apagar a história, a ciência, e o pensar a sociedade que vivemos, isso não importa, no novo ensino fundamental e médio, e sim transformar a escola num depósito de crianças e jovens para que seus pais possam ir trabalhar de garçom, lixeiro, frentista e outros pelo menor salário mínimo possível e maior desigualdade. A pauta sindical bem que poderia exigir transformar essas condições de ensino e aprendizagem somado ao salário enquanto ocupamos as escolas para gerar um plano de prioridades por escola de acordo com seu contexto e participação ativa e democrática da comunidade escolar e dos professores. Depois de votar as pessoas saem correndo sem participar de outros encaminhamentos possíveis. Necessitamos aprender a fazer o certo sempre e não nos acostumarmos com as violências de capitães do mato que continuam matando e escravizando gente, e massacrando educadores.
Mesmo que em supostas decisões coletivas, muitos dos votantes obedecem aos capitães do mato, mesmo que se construa movimentos trocando moedas com os poderes. Sim podemos construir outros caminhos certos e não espetaculares para manter feudos de interesse às custas das vidas e educação.
Mesmo que sempre em espetáculo eleitoral, as oligarquias mantém seus feudos e poderes, sempre ocupando e tomando partidos na marra, inviabilizando a democracia, com fantoches de máfias e vários golpes de estado como os praticados por Bolsonaro, roubando o estado, comprando votos, trocando moedas entre poderes para manter a ditadura, utilizando capitães do mato em vários setores para perseguir e violentar quem pensa e age por vias democráticas.
Durante décadas e anos os mesmos poderosos no poder, trocando moedas entre si, transformando o público em privado, a democracia em ditadura. Nós temos circulado por várias Fortalezas, em busca das mudanças produzidas pelas melhores escolas de Dalila, Roberto Cláudio e Sarto, que seguem os mandamentos de Lemann que fraudou as Lojas Americanas; assim como as oligarquias ganham eleições com corrupção e compra de votos numa Fortaleza campeã da pobreza, desigualdades, criminalidade, analfabetismo, feminicídio, bolsa família e outros. Na cidade mais rica do Nordeste, que mais cresceu o PIB, no maior número de bilionários que não pagam impostos, na especulação imobiliária em benefício dos ricos, da pedagogia do espetáculo das fotos no whatsapp, editoras, eventos, Lemann quando o absurdo é normal. O espetáculo é apenas 3% ou 10 %, será que eles podem melhorar o pão e o circo? Será que como educador me submeto a uma visão míope e fragmentada da realidade educacional que serve a alguns interesses quando mais uma vez até o Ministério público apresentou uma denúncia contra as escolas e sua falta de condições de ensino e aprendizado.
Quando morre a sensibilidade pela dor do outro, pela injustiça social, quando perdemos e abandonamos a política em benefício de todos, e só enxergamos nossos pequenos interesses, ignorância e poderes vaidosos que dizem controlar a verdade, mesmo que ela não se sustente pela luz da 100 piores escolas em condições de ensino e aprendizagem, e como isso impacta a vida de milhares de crianças vira miséria, violências, doenças, e exclusão social para manter máfias no poder numa das cidades mais desiguais do Brasil, num dos países mais desiguais do mundo. Onde se enrica roubando o Estado público e destruindo a democracia com golpes de capitães do mato contra as instituições, a educação e a política.
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