SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sábado, 4 de agosto de 2012

3 DESAFIOS DA POLÍTICA DE JUVENTUDE EM 3D.



Passo dias pensando e conversando com jovens para que temas complexos entrem na agenda política das eleições municipais. O objetivo é que os privilégios dos ricos, dos políticos e das burocracias partidárias não pareçam tão naturais diante das desigualdades brutais que submetem aos que não tem acesso aos caminhos do poder, baseados em submissão ou uma suposta meritocracia gerencial que inviabiliza o debate público. Tudo isso são frutos de uma sociedade conservadora como a nossa que atacam com tecnocracias, mídias e máquinas de campanha eleitoral para buscar esvaziar o passado, negar o presente e esconder futuros possíveis.

Conhecer os modelos de gestão pública e seus pontos cruciais ocultos é o nosso desafio no debate com os jovens para que não se percam em meio as mesmas mentiras que afinal não acreditam mais, (ainda bem). Por isso escolhemos três pontos fáceis de transmitir para comunicar a maior quantidade de jovens.

O primeiro: a desigualdade de acesso aos direitos dos jovens: uma educação de qualidade, oportunidades de trabalho, e como diria os Titãs, diversão e arte. Se compararmos o acesso dos ricos e dos privilegiados a esses direitos básicos em relação aos pobres, vamos entender porque o crime, as drogas, e a morte têm acessos universais e não direitos nas comunidades pobres, reproduzindo a desigualdade de geração em geração como algo natural. Um hábito que não conseguimos enxergar porque há tempos vivemos numa das piores distribuições de Renda e direitos do mundo.

Visando facilitar o acesso a esses direitos propomos o cartão Energia Social, onde o jovem apropria-se de seus direitos, potencializando estruturas governamentais e não governamentais, otimizando recursos, enfrentando a corrupção e torna-se também um agente público capaz de construir alternativas de vida e cidadania em suas comunidades. Este não é o espaço para detalhar todo o projeto. Buscamos desenvolver estratégias para não correr o risco de transferir recursos públicos para lucros de ONGS e políticos na prestação de serviço das organizações, inclusive públicas, mas que garantam qualidade e transparência no acesso aos direitos, via um sistema de Governança, além de contribuir para um Fundo que visa à sustentabilidade desta cidade e economia formada por jovens e suas organizações, garantam em rede o acesso, a personalização e a gestão compartilhada de seus direitos. Graças à tecnologia da informação e internet isso se tornou mais fácil e mais barato que administrar uma fábrica ou um namoro.

Assim, quais são as prioridades de nossa cidade? Os interesses imobiliários, os acordos políticos de cargos, a terceirização dos lucros, as próximas eleições, deixar espaço para que conglomerados privados educacionais transformem a educação em bem de consumo ou lucro? Ou grandes eventos e shoppings como alternativas de diversão para nossos jovens? Enfim, também não é por falta de prédios ou greve de professores que essas ações não acontecem! Em relação aos recursos podemos tributar a especulação imobiliária ou gerar riquezas de nossos lixos integrando as ações a partir da vida em comunidades sustentáveis.

O segundo ponto que buscamos com nossa juventude é construir uma democracia moderna e profunda, que lhe entregue mais poder e cidadania. Uma Democracia Direta e Digital, 3D, possibilitada pelo cartão Energia Social que se transforma num “título de leitor “ com o qual ele participa e vota em várias decisões de sua comunidade, projetos, aprofunda o aprendizado e a responsabilidade cívica como cidadão gestor dos desafios das futuras gerações. Não podemos negar a milhares de jovens o direito de serem sujeitos de sua própria vida. Melhorando a sua educação, cultura e trabalho, não apenas de forma passiva acessando esses direitos, mas construindo outros caminhos de realizá-los diante das amplas transformações que nossa sociedade passa.

O terceiro e último ponto visa potencializar uma educação e cultura complementar ao ensino formal mais interessante do que o celular, a cachaça e as festas e que seja alternativa de consumo consciente, capaz de despertar outras direções onde o bem-estar, a felicidade e o desenvolvimento pleno de uns não dependam da miséria, infelicidade e ignorância de outros. Buscar novas verdades que não nos deixem de joelhos diante das verdades do dinheiro. Verdades mobilizadoras de consciências. Uma ideia é verdade se essa é expressão dos movimentos, se gerar novos caminhos para transformar a realidade que compartilhamos em um exercício intelectual que se torna uma poderosa ferramenta política. Política para quê? Para que os políticos não tratem os jovens como meninos! Educação para quê? Para além de apertar botões, possamos construir o que é justo, para despertar da alienação deixando de nos auto enganar. Criticar os lugares comuns que nos ensinam como verdades que destroem com seus efeitos nossas vidas. Acreditar e lutar por promessas verdadeiras, através de caminhos possíveis, que não podemos delegar nossas responsabilidades de sermos personagens de nossa própria história. São esses os 3 DESAFIOS DA POLÍTICA DA JUVENTUDE EM 3D.

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