Enquanto outras gerações no
passado industrial se perguntavam para que serve e por que permanecer
fazendo arte? A nossa quer transforma tudo e a própria vida em arte
afinal o homem é estilo. Por isso estamos todos os dias criando um
novo conceito de arte.
Diante de adversidades,
diversidades, crises múltiplas este são os principais momentos em
que a arte tem que fazer ouvir sua voz. “Uma voz, a cada dia, mais
fluida e interativa, ávida de dialogo.”
Hoje precisamos ampliar nosso poder
de compreensão mas também de fabulação. Novos saberes e poderes
estão sendo constituídos pela arte. Exigindo novas performances e
artes do ser humano. Inteligencias teatrais, escrever a literatura de
suas vidas, sincronizar suas músicas e as capacidades de produzir,
filmar e editar seus filmes são caminhos de construção deste ser
no dia a dia. Afinal cada dia mais conectados cada um de nós traz
em si uma realidade social.
A arte hoje se torna também
engajada revelando diversos acontecimentos econômicos, sociais,
tecnológicos, políticos e outros. A arte é interdisciplinar,
intersetorial, sistêmica, portanto total. Ampliar nossas formas de
pesquisar e conhecer a arte, se faz necessário romper os limites e
conceitos que restringem mais do que explicam.
Devemos buscar conectar as
diferentes linguagens artísticas, transformar a sociedade a partir
da arte e sincronizar nossas razões com a imaginação. Uma
sociedade nova que em comunidade e interação faz do publico
artistas. Recriar a cultura significa unir natureza, consciência,
evolução, desejos, sagrados e proibidos, resistências e
liberdades. Privilegiar nossas atitudes singulares, situações
efêmeras que se eternizam em seus sentidos únicos. Revoltas,
surpresas, provocações, denúncias, liberdades. Ir as ruas e não
aos espaços programados. Acompanhar o movimento da arte mais do que
transformá-la em objeto. Conviver com a tensão e a relação entre
a construção da arte e a imersão dela nos espaços sociais.
As fronteiras que separam arte,
ciência e tecnologia estão sendo diluídas no processo artístico.
Indo além de cores, formas e objetos a arte está se transformando
em interação e jogo entre seres humanos. Ligando-os em performance
onde artista e publico se confundem, dançam e cantam juntos, são
assistidos pelos filmes e todos se expõem neste jogo. O espectador/
artista interage, experimenta, imagina, sonha e a arte é essa
relação em tempo real, intersubjetiva, presença virtual e instável
que se renova nos instantes a cada acontecimento.
Porem temos que ser críticos com a
novas artes e do que dela emerge. Sim podemos experimentar o inédito
que nos encanta inibindo nossa capacidade critica. Nem todo novo é
arte ela deve gerar percepções e afetos ou trazer novos mundo em
si. Diante de tantas apatias emocionais e embriaguez mental, diante
de grandes passividades sem desejos, a arte pode potencializar as
vidas e revolucioná-las sem medo.
A arte pode tornar presente o ser
humano, mais perto da vida, coautores de nossa sociedade e do novo
conceito de arte. Unir o ver ao querer ao agir aos gestos a voz ao
movimento. Uma arte relacional que valoriza as existências em
detrimentos dos produtos. Uma arte total que anuncia um novo ser e
sociedade estreando nos palcos comuns da vida.
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