As Faculdades de Educação e os PETs de Pedagogia no Brasil tem missões especiais no mundo que está nascendo, incluindo o convívio com as pandemias, inovações tecnológicas, mudanças climáticas e brutais desigualdades, misérias e violências. Buscar caminhos para educar as pessoas, ampliar suas existências, realizar direitos, gerar diálogos profundos e sinceros com a diversidade humana, ambiental e tecnológica, compartilhar e construir caminhos juntos numa sociedade que vive grandes transformações é um desafio que temos como educadores. Muito mais que empresários, padres, políticos, jornalistas, profissionais de saúde e outros como dizem os ditados foram os professores que tiveram as dores e os prazeres de educá-los. Temos que caminhar muito além das grades curriculares e das políticas educacionais governamentais, necessitamos atualizar os conhecimentos, compreender os desafios e sonhos dessa e das próximas gerações, escutar as cem linguagens das crianças e jovens como tem feito Emilia Romana e Finlândia ou pensadores como Edgar Morin, Paulo Freire, Dewey, Piaget, Vygotsky e outros. Aprender além de seus conceitos, como construíram suas idéias e trajetórias de vidas. Compreender as palavras, histórias e atitudes de artistas como Dante, Dostoiévski, Rimbaud e outros, assim como cientistas fazem Ciência e como podemos humanizar as tecnologias, as lutas de Malcom X, Martin Luther King, Gandhi, Jesus, Abraão, Lutero e outros líderes políticos e espirituais que guiaram seus povos as liberdades individuais e coletivas, e as prisões e impactos que a economia, política, sociedades e religiões geram buscando controlar, moldar e destruir vidas para que possamos construir caminhos de liberdade e emancipação.
Talvez essa não seja a melhor forma de apresentar uma emenda de uma disciplina acadêmica ou pesquisas científicas que temos de realizar na Universidade, porque Educação sempre foi mais que ciência, ela tem a capacidade de transformar pessoas para que mudem suas vidas e a História. Seres humanos que além de apreender e expressar suas razões, necessitam de sentimentos, causas, imaginações, fé, coragem, amor, de éticas e estéticas , do bem e do belo , por isso necessitam aprender a lutar por justiça por seus direitos e liberdades. Não podemos continuar a educar seres fragmentados, tristes, com pensamentos lineares que não conseguem dialogar com realidades cada vez mais complexas e sistêmicas, não podemos continuar castrar e anular seres humanos, necessitamos despertar seres e aquecer nossas sociedades para transformações que precisam ser realizadas agora , antes que poucos destruam a vida de uma maioria, antes que 1 % destrua o planeta e bilhões de vidas humanas e animais, extinguindo a natureza do qual somos filhos.
Necessitamos nos educar e lutar agora pela pela segurança alimentar, energética, hídrica, econômica, social e educacional; independente de governos podemos construir de baixo para cima outras formas de ser, viver e governar. Necessitamos aprender a soltar nossos corpos, vozes, gritar nossos sonhos, sentir outros cheiros, tocar outras peles, imaginar outros mundos, ouvir outras músicas, dançar, despertar e tornar visível, o que não conseguimos enxergar pela nossa insensibilidade mas podemos pelo amor ao outro , com outros olhares, palavras e atos. Sempre me perguntam porque nunca busco ascender para outros poderes, posições e espaços em nossa sociedade, simples porque embaixo é o lugar onde aprendemos , vivemos e olhamos de igual para igual podendo conquistar juntos nossas liberdades pelos caminhos da fraternidade, essa Revolução Francesa, Brasileira, Africana ou Global nunca realizada de verdade. A verdade é que os poderes, políticos, elites, dirigentes partidários, diretores de empresas e outras organizações estão cada vez mais psicopatas pelo poder, tristes, ignorantes e sozinhos. As transformações tem que chegar às nossas famílias, casas, comunidades, escolas, universidades, trabalhos, igrejas, governos e outros, nesses lugares é onde a vida acontece ou deixa de acontecer todo seu poder em nossos corpos, mentes, corações, sonhos e vontade. Onde aprendemos e mudamos de verdade, onde alegrias se expressam em conquistas simples como escrever esse texto, educar e transformar vidas juntos , compartilhamos momentos de realização com nossos alunos, amigos e família, independente de certificados, poderes e posses. Além de descolonizar nossos pensamentos, atitudes, consumo, poderes e formas de enxergar a vida, precisamos amar, sentir, sonhar, soltar nossos corpos, enfrentar nossos medos de errar e sermos diferentes , nos curar e proteger a natureza. Necessitamos nos individualizar cada vez mais e compartilhar os meios para que todos realizem sua jornada educacional singular na Terra. Nessa jornada precisamos de outras culturas como africana, judaica, indígenas, ocidental e recordar os males e benefícios que esta provocou, incluindo a destruição de culturas e civilizações, racismos, escravidão, nazismo, fascismo, guerras, destruição da natureza, misérias..
Sim, somos Polímatas como foi Leonardo da Vinci e outros, temos vários dons e não apenas um. Juntos temos a capacidade de orquestrar esses dons, construir o presente e superarmos os desafios do futuro coletivo, se descobrimos e resgatamos o passado de vários caminhos que seguimos como humanidade para hoje, infelizmente, aceitar e achar que só tem um neoliberal. “Todo ser humano nasce com potencial multifacetado. Por que, então, pais, escolas e empregadores insistem que restringimos nossos muitos talentos e interesses; que nos 'especializamos' em apenas um? Nós vendemos um mito de que "especializar-se" é a única maneira de buscar a verdade, a identidade ou mesmo um meio de vida. No entanto, a especialização nada mais é do que um sistema desatualizado que fomenta a ignorância, a exploração e a desilusão e impede a criatividade, a oportunidade e o progresso. Após uma série de intercâmbios com os maiores historiadores, futuristas, filósofos e cientistas do mundo, Waqas Ahmed teceu juntos uma narrativa da história e uma visão para o futuro que visa romper este sistema prevalecente de "hiperespecialização" injustificada. Em The Polymath, Waqas nos mostra que existe uma outra maneira de pensar e ser. Por meio de uma abordagem filosófica e prática, ele inicia uma jornada cognitiva para recuperar seu estado polimático inato. Indo mais longe, ele propõe nada menos do que uma revolução cultural em nossas estruturas educacionais e profissionais, por meio da qual todos são incentivados a se expressar de maneiras múltiplas e a realizar seu potencial multifacetado. Isso não apenas aumenta a realização individual, mas, ao fazê-lo, facilita uma sociedade consciente e criativa que é altamente motivada e bem equipada para enfrentar a complexidade dos desafios do século XXI.
Seguindo caminhos diferentes o Historiador Peter Burke busca de Leonardo Da Vinci a John Dee e Comenius, de George Eliot a Oliver Sacks e Susan Sontag, nos conta como os polímatas moveram as fronteiras do conhecimento de inúmeras maneiras. Mas a história pode ser cruel para estudiosos com tais interesses enciclopédicos. Com muita frequência, esses indivíduos são lembrados apenas por uma parte de suas valiosas realizações. Neste livro envolvente e erudito, Peter Burke defende uma visão mais global. Identificando quinhentos polímatas ocidentais, Burke explora seus estudos abrangentes e mostra como a ascensão desses intelectuais correspondeu a um rápido crescimento do conhecimento nas eras da invenção da impressão, da descoberta do Novo Mundo e da Revolução Científica. Só mais recentemente é que a aceleração do conhecimento levou a uma maior especialização e a um ambiente que dá menos apoio a acadêmicos e cientistas de amplo espectro. Abordando desde a Renascença até os dias atuais, Burke muda nossa compreensão dessa notável espécie de intelectual.
Por outros caminhos as ficções científicas, tão em moda, nos ajudam a compreender nossos medos e desejos de futuros. Na arte dos Romances de formação , seguimos o caminho de Franco Moretti, e podemos aprender porque determinadas obras de uma época escolheu tais personagens e heróis, os limites que as sociedades em suas épocas impõe para as pessoas se renderem ou revolucionarem a história , os signos e símbolos que escolhemos para contar essas histórias , a escolha dos lugares e geografia, o uso das tecnologias e seus impactos em nossas vidas nos falam como essas histórias, literaturas, filmes, músicas e outros nos educaram. Como canta Pink Floyd é hora de quebrar as paredes que nos dividem e aprisionam nossos saberes e seres. Compreender porque a ficção e os games conquistam essa geração, e como nos ensina Steve Johnson jogar Zelda é mais divertido e dinâmico que uma aula linear; assim como em Fundação de Isaac Asimov, os Cientistas buscam preservar o conhecimento de mil anos mas nenhum deles entendem de política porque ? Quais as diferenças entre Admirável mundo novo de Aldous Huxley e 1984 de George Orwell entre seus medos e esperanças? Porque os Samurais agora usando tecnologia se tornam Jedis em Star Wars para lutar contra o Império ? A educação pela arte se torna um cromossomo cada vez mais importante e estratégico para conquistar mentes e corações pelos caminhos de educação, assim como dialogar sobre formação de polímatas, e outros tópicos discutidos no início do texto, indo muito além das grades curriculares e políticas educacionais governamentais. Nossa jornada no despertar democrático da educação, onde a pedagogia dialoga com saberes, mundos diferentes, ética, ciência, política, arte, valores para cumprir nossa missão de educadores. Foi por esses caminhos que educamos meu filho hoje com 23 anos, e outras pessoas de organizações, movimentos sociais e estudantis , ONGs, Empresas, Governos, e acadêmicos de Universidades brasileiras e internacionais em pesquisas e programas de inovação social que fazemos parte no Ceará, Brasil e outros países; inclusive convivendo com pessoas e organizações de movimentos de juventude no Brasil como Cara pintadas, Empresas juniores e várias palestras em escolas para alunos do Ensino médio público e Universidades, além da interação com estudantes e movimentos no Chile, Podemos na Espanha, Occupy nos EUA, e Vidas negras importam que registro em minhas redes sociais as respectivas lutas e recordações.
Faculdades de educação e PET de Pedagogia tem o poder de dialogar esses caminhos com os estudantes de educação nas Universidades não apenas em ambientes acadêmicos, mas nas Escolas com os pais e comunidades, em outros cursos da Universidade e setores da sociedade como Empresas, Governos, e ONGs , mas também no uso das redes sociais precisamos propagar essas ideias, pois as fake news, drogas, violências e fascismos avançam quando não ocupamos esses espaços, devemos provocar esses diálogos, interagindo com quem pensa e é diferente . Necessitamos ter estratégias para propagar e conscientizar as pessoas com ideias educacionais, às vezes se essas ideias chegam as pessoas certas no lugar e hora certas tem o poder de mudar a História como nos conta Malcolm Gladwell. Esses círculos ou células do PET tem essa missão inspiradora de nos fazer refletir e criticar nossa educação para manter as boas e essenciais teorias e práticas, mas também criar novos caminhos como fazem Emilia Romagna, Finlândia e Edgar Morin ou fizeram Paulo Freire, Piaget, Quilombolas e comunidades indígenas . Esses são propósitos e princípios educacionais que antes de qualquer reprodução sem crítica, nós temos que abrir espaços e caminhos para diálogos educacionais em células presenciais e virtuais distribuídas em nossa sociedade com apoio de professores e estudantes . As capacidades consideradas pela UNESCO como de nível superior são as capacidades críticas e criativas. Sim podemos mostrar a Sociedade o que de fato é a missão da Universidade que não é produzir pessoas em série como biscoitos ou formar profissionais, e sim escrever a História, a Economia, a Política, a Ciência, a Arte, a Tecnologia, a preservação da Natureza e enfrentar as diversas formas de desigualdades e violências, através do acesso gratuito e universal dos pobres e dos que amam de verdade o saber. De um pequeno grão de terra a Terra da Sabedoria.
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