A razão desse diário ? Basta abrir os olhos. Os que relutarem se acharam no que eu disse. As sociedades impõem limites políticos e culturais para que novas ideias e a história não mude, o poder dos dominantes de uma época. Como escreveu o autor do romance Leopardo “ Se queremos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude.“
Visando continuar no poder, os poderosos participam das mudanças históricas como atores teatrais , exercendo novos papéis para manter e negociar suas posições. Esquecem que suas práticas de poder e ideias é que precisam ser removidas da história escrita por novos atores sociais. Os judeus sempre passaram por isso em nações onde residiam há décadas, mas que os proibiam de serem do exército, funcionários públicos, professores universitários e outros. Restando a eles empreender negócios, liderarem movimentos políticos contra essas regras ou se tornarem escritores como na Alemanha antes da segunda guerra mundial.
Cercada por barreiras oligárquicas no Brasil que concentram poder em poucas mãos, muitos brasileiros seguem os caminhos lineares e tradicionais para sobreviver sem construir espaços para que novas ideias e práticas mude a história. Eu também fui atuar como executivo e empreender até descobrir que o acesso a crédito no Brasil para novas ideias é raro. Tive que caminhar pela política e social onde aprendi que o Nordeste é dominado por poucos e suas barreiras oligárquicas, onde as regras os beneficiam e protegem seus feudos econômicos e políticos. Essas carreiras tradicionais levam a becos sem saída, como professores que se tornam reféns de Escolas e Universidades dominadas por políticos e burocratas, artistas que tem que viver de arte no país que não valoriza cultura, atletas sem apoio e estrutura adequada para treinar e se superar, profissionais de saúde massacrados por carreiras extenuantes sem condições básicas, enfim becos sem saída. A mudança depende da união desses profissionais, mundos, suas formas de pensar e agir para reescrever nossa história e instituições principalmente a jurídica, política e econômica que mantém essas lógicas perversas de poder.
O que a vacina e pandemia tem haver com isso ? Simples, todo planeta Terra passa hoje pelos desafios da pandemia, mas o Brasil é um caso único. Israel já está avançado com as vacinações, países da América Latina e África com economia menor têm muitos menos casos de morte que o Brasil, o Lockdown e outras medidas protetivas funcionaram em países europeus e asiáticos, e outras lições.
No Brasil os problemas econômicos se somam as brutais desigualdades e violências de nossa sociedade, professores sem estrutura física e digital em suas Escolas e Universidades, tem que fazer milagres para continuar o ensino, profissionais de saúde tem que lutar contra o Governo para não ser atropelados por políticos e burocratas, artistas e atletas passam fome, enfim não é a vacina que vai resolver nossos problemas a não ser que ela nos dê capacidade de sonhar, lutar e imunidade espiritual para não ser convencido que nada muda neste Brasil há séculos com as Oligarquias no poder.
Todo empresário e político tem que aprender a lidar com nossas questões sociais, políticas, ambientais, e tecnológicas ao mesmo tempo, num pensar sistêmico capaz de inovar seu ser para construir outra História. Todo líder precisa desenvolver sua espiritualidade e manter sua saúde para ampliar sua capacidade educacional, crítica e criativa, visando empreender novos caminhos juntos. Unir saberes e vivências distintas é tão importante quanto o currículo. Apreender que as casas onde vivemos se conectam com as organizações, bairros e cidades que fazemos parte, e que desafios como essa pandemia, ambientais, sociais e violências explodem essas paredes que nos separam e dividem.
Segurança e imunidade, assim como resultados e impactos, dependem do diálogo entre diferentes e a integração sistêmica desses processos. Pessoas formadas em caminhos lineares, pensam e agem de forma linear, incluindo sua solidão e infelicidades, elas necessitam de sonhos mais sistêmicos e imunidade espiritual mais do que vacina. Chega de mentiras precisamos lidar e enfrentar as verdades mais profundas em nosso Brasil.
A busca por purismo racial e social , a concentração de renda, desigualdades, gentrificação, e outras formas de violências; visando eliminar o contato e a interação com a diversidade é o pior mal que provocamos a nossa sociedade. O antônimo da purificação é a imunidade que só é alcançada no contato com aquilo que consideramos impuro, diferente, feio e doença. Não é antibióticos e a higienização que nos fortalecem, mas as trocas necessárias e naturais com os ecossistemas que habitamos e aprendemos a conviver e compartilhar destinos.
Não existe uma segurança isolada distante do convívio com a cidade e com o outros. Na modernidade separamos o ser humano da natureza, o urbano do rural e a ciência da politica. É hora de uni-los e aprender com os erros que cometemos e não intensifica-los ou viver de fugas. É hora de desenhar a transição para a civilização que é o próximo passo de nossa humanidade na Terra e em outros planetas. É hora de reduzir e desacelerar a entropia do caos que vivemos, e canalizar nossa energia para sintropia, desenvolvendo uma imunidade coletiva contra o mal que cometemos a nós mesmos. Uma imunidade e sintropia espiritual de um pequeno grão de terra à Terra da Sabedoria.
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