O ódio é uma criação humana, até o presente momento não podemos provar que existe em outros animais ou que é uma criação divina. Em nome do ódio, a humanidade fez inquisição, guerras, escravidão, racismos, genocídios, holocaustos, e várias outras formas de violências, incluindo a econômica, ao reduzir um ser humano a miséria, fome, doenças, ignorância e várias formas de sofrimentos. Enquanto uns cultivam o seu ser, o amor ao outro, outros cultivam o ódio em seus gestos, palavras, e quem diria uns chamam isso de política, outros de economia, seitas e outras formas onde se organizam as violências contra aqueles que consideramos inimigos.
“A palavra vírus vem do Latim vírus que significa fluído venenoso ou toxina. Atualmente é utilizada para descrever os vírus biológicos, além de designar, metaforicamente, qualquer coisa que se reproduza de forma parasitária, como ideias. O termo vírus de computador nasceu por analogia. A palavra vírion ou vírion é usada para se referir a uma única partícula viral que estiver fora da célula hospedeira.
Vírus é uma partícula basicamente proteica que pode infectar organismos vivos. Vírus são parasitas obrigatórios do interior celular e isso significa que eles somente se reproduzem pela invasão e possessão (poder) do controle da maquinaria de auto-reprodução celular.”
Ódio é uma idéia que pode infectar como um veneno mentes frágeis e, se reproduz de forma parasitária, ocupando corpos coletivos como Nazismo, Ku klux klan, Máfias, crime organizado, seitas e outras formas ideológicas de poder, onde o individualismo se esconde e
desaparece em palavras e comportamentos repetitivos de submissão aos chefes. Leva ao autoritarismo e ditaduras de poucos, em nome de um suposto grupo, praticam atos de vingança, violência e ódio contra quem consideram inimigos. Em muitos casos mesmos crianças, mulheres, jovens, indígenas, negros indefesos e sem nada fazer, são tratados como inimigos.
Um vírus é um fragmento de algo que não sobrevive, nem se reproduz sozinho, assim necessita parasitar e ocupar outros corpos provocando dores, sofrimentos e mortes. Dissemina pandemias ao se multiplicar em corpos que levam a sua morte e, se multiplicam visando infectar outros corpos. Necessitamos compreender biologicamente um vírus para refletir sobre semelhanças com o ódio e como provocam e disseminam mortes e tragédias.
Tragédia é algo inicialmente que acontece de forma incompreensível para as pessoas, mas que ao longo das dores que provocam nos revelam segredos e lições de como fomos responsáveis por esses destinos cruéis. “Tragédia (do grego antigo τραγῳδία, composto de τράγος, "cabra" e ᾠδή, "música") é uma forma de drama que se caracteriza pela sua seriedade e dignidade, pondo frequentemente em causa os deuses, o destino ou a sociedade.
“Suas origens são obscuras, mas é, certamente, derivada da rica poética e tradição religiosa da Grécia Antiga. Suas raízes podem ser rastreadas mais especificamente nos ditirambos, os cantos e danças em honra ao deus grego Dionísio (conhecido entre os romanos como Baco). Dizia-se que estas apresentações etilizadas e extáticas foram criadas pelos sátiros, seres meio bodes que cercavam Dionísio em suas orgias, e as palavras gregas τράγος, tragos, (bode) e ᾠδή, odé, (canto) foram combinadas na palavra tragosoiodé (algo como "canções dos bodes"), da qual a palavra tragédia é derivada. No sentido vulgar, tragédia, desgraça e drama são sinônimos. “
A função da tragédia é provocar, por meio da compaixão e do temor, a expurgação ou purificação dos sentimentos (catarse). A Catarse é um conceito filosófico que significa limpeza e purificação. Esse conceito é muito amplo, uma vez que é utilizado em diversos ramos do conhecimento: artes, psicologia, medicina, religião, educação, dentre outros.
A tragédia clássica deve cumprir, ainda segundo Aristóteles, três condições: possuir personagens de elevada condição (heróis, reis, deuses), ser contada em linguagem elevada e digna e ter um final triste, com a destruição ou loucura de um ou vários personagens sacrificados por seu orgulho ao tentar se rebelar contra as forças do destino.
A história nos ensina que a tragédia muitas vezes está ligada aos destinos dos poderosos e as consequências de como exerceram seus poderes. Hitler ou Rei Lear nos ensina que o ódio leva à loucura. Eles são infectados pelo vírus do ódio, que passa a dominá-los, e multiplicá-los em outros seres frágeis se hospedando neles .
O vírus Covid19 e a pandemia atual é uma tragédia de como poderosos tem provocado doenças, reduzindo o ciclo de vida de animais que perdem a imunidade natural, tornando se presas frágeis para vírus, destruindo habitats naturais bem próximos às cidades, onde esses vírus se disseminam para populações. Alguns dizem ser o vírus uma reação pelas formas que tratamos a natureza e os seres humanos, pois insistimos em achar que comandamos o destinos de nossas vidas e Terra. Confundimos poder com amor e segurança e assim o transformamos em ódio e loucura, tentando controlar o que por natureza é incontrolável, pois segue o ritmo da vida e da morte, sempre necessárias para dar continuidade às mudanças, evoluções e rupturas naturais.
Quantas guerras, violências, mortes, pandemias vamos provocar em nome do mal e do ódio ? para que pessoas tenham direito de viver suas vidas sem escravidão, racismos, genocídios, holocaustos, e várias outras formas de violências, incluindo a econômica? Quantas vezes vamos destruir a natureza e vidas em nome de nossos poderes? Quantas tragédias vamos alimentar com nossas ignorâncias e atitudes ? É tão difícil assim amar, pensar, sonhar, conviver coletivamente, sem que tenhamos que nos tornar parasitas das vidas dos outros, usando poderes e violências, visando reinar em tragédias que sacrificam a humanidade! Será que podemos aprender com a História, com o que a espiritualidade, tecnologia e natureza nos ensinam? ou continuaremos a cometer os mesmos erros em nome de ignorância e maldades?
O ódio é uma criação humana mas o amor é divino, temos que aprender amar os vírus que geramos em nossas sociedades e nos curar das pandemias e tragédias que nos afetam. Eu não vou me transformar num monstro para destruir outros monstros, o amor e solidariedade curam doenças e pandemias, se aprendemos a compartilhar destinos sem podres e doentios poderes e poderosos. Em nome do amor vivermos, incluindo nossas tragédias para nos curar dos vírus que carregamos. AMOR ACIMA DO MEDO!
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