Um amigo meu me perguntou se eu queria ser político? Respondi que não, mas me inspiro nas lutas de Mandalla pois vivermos um apartheid social e em Gandhi pois a liberdade de um povo através da fraternidade pode gerar igualdade de oportunidades. Essa mesma chance para todos ainda não alcançadas nem no BRICS da Rússia, Índia, África do Sul nem no Brasil das castas, feudos e fundos eleitorais mantidos com corrupção e aparelhamento do Estado das instituições públicas como até as Escolas e Universidades para fins privados. Mandela e Gandhi, ambos advogados em busca de ascensão social, sofreram profundas injustiças que eram consideradas normais pelos poderosos da época e seus privilégios que escravizam um povo com brutais violências, assim como hoje ou há séculos no Brasil. A Revolução francesa representa na história a ideia simples que as nobrezas, frutos de oligarquias e gangues partidárias de direita e esquerda com seus 01, 02, 03…e parentes que enriquece pelo Estado, incluindo elites empresariais com incentivos fiscais e financiamentos públicos tem seus limites.
Porém esse ideal político não depende de exércitos, armas e revoltas e sim de nossas capacidades e movimentos que são feitos ao mesmo tempo em redes, em várias direções e sinergias no jogo de xadrez das cidades e comunidades, quando ações do verdadeiro , do bem, do belo e do justo tem que avançar mais rápido que as injustiças, desigualdades e o mal. Essas ações têm que ser repostas concretas aos objetivos e planos de vidas das pessoas somadas as demandas das comunidades em seus processos de garantir segurança alimentar, hídrica, energética, trabalho, educação, acesso à cultura, lazer, tecnologia, saúde, esporte, habitação, apoio às suas famílias, e superação dos desafios socioambientais onde residem. Um plano para o Brasil não começa nem por Coronéis de Direita ou Esquerda mas de baixo para cima pelas pessoas, comunidades e cidades pelo empoderamento e respectivas capacidades das pessoas se organizarem cumprindo suas missões individuais e coletivas. As ações complementares, otimizando recursos, somando competências e ampliando impactos em redes com auxílio das tecnologias podem vir das sinergias entre Políticas públicas, Universidades, ONGs, Empresas e Cooperação internacional mas devem vir orquestradas para ouvir as vozes da sociedade civil com dados e construir juntos as prioridades urgentes. Por exemplo numa cidade de 35 mil pessoas ou bairro de uma grande cidade com o mesmo número de pessoas quantas estão rendidas pelo crime organizado, desempregadas, sem educação, saúde ou habitação ? As políticas públicas chegam fragmentadas sem impacto ou capacidades de transformar vidas e superar desafios coletivos, elas são dominadas pelas oligarquias e gangues partidárias para manter seus privilégios com corrupção e aparelhamento do Estado há décadas.
O exército, não militar, mas o do bem, do belo e do justo, mesmo feito por 350 pessoas ou seja um por cento do local onde vivem 35 mil pessoas precisa de uma boa educação e cidadania que infelizmente não é dada pelo Estado, Escola ou Universidade no Brasil. É preciso mais do que conteúdo A ou B ou C para aprender a pensar, interpretar, criticar e criar, apreender o verdadeiro, o bem, o belo e o justo pois cada vez mais nossas crianças e jovens estão expostos a milhares de conteúdos independentes das Escolas e currículos. É preciso compreender que devido às inovações tecnológicas, mudanças climáticas, brutais desigualdades e avanço do crime organizado o lugar e a missão da Escola e Universidade assim como de outras instituições mudaram, quando já vivemos numa sociedade em rede sem hegemonia ou controle de nenhum dos poderes como os conhecemos nos últimos séculos. A transição tecnológica, civilizacional e humana começou e se acelera, mas ainda somos reféns de poderes ultrapassados com seus reis, nobres e múmias.
O chip na computação quântica pensa para além e ao mesmo tempo o 0 e o 1. Os algoritmos conseguem identificar e mapear entre um mal maior e um menor, no mundo onde o bem e o mal estão misturados, assim como as ideologias, religiões, nem os sonhos são mais ou mesmos. As imagens avançam sobre as letras, a realidade virtual sobre o real, a robótica e inteligência artificial sobre as profissões, incluindo os professores, setores da economia são destruídos na mesma velocidade que o planeta. Necessitamos pensar no uso da tecnologia para fins sociais, mas principalmente como podemos ter uma visão sistêmica da sociedade em que vivemos, o papel da Escola, Universidade, Economia, Política, Tecnologia e outros infelizmente como o crime e mudanças climáticas estão impactando negativamente vidas e os lugares que moramos. Pois a partir desse diagnóstico ao mesmo tempo das vidas, comunidades e cidades, e das missões de cada setor da sociedade e da educação que extrapola a escola com espaços educacionais não escolares podemos construir novas formas de ser, educar, viver e governar, incluindo princípios, valores humanos e pós humanos numa formação e estratégia que transforme vidas e cidades, ao mesmo tempo, assim podemos sobreviver ao colapso do planeta, instituições e saberes.
É preciso apreender que verbo é conceito, conceito se soma com outros mas o resultado tem validade histórica, que as letras é apenas uma forma de apreender e que a vida e o território é sala de aula.
É preciso apreender como as ideias mudam o mundo e ganham vida, ter a paixão por fazer existir as coisas quando a materialidade se une com a política e o conhecimento.
É preciso apreender com os fragmentos, as ruínas, os sonhos, os projetos de futuro, entre nossa vida e as relações econômicas, sociais, políticas e de saberes dos lugares que compartilhamos. Uma relação sempre aberta em múltiplas direções, dimensões, sentidos, forças, ritmos e imaginações em busca de vivências , re existências, resiliências transformando aquilo que o Estado e o Mercado nos afeta com os afetos e vínculos sociais e comunitários.
Infelizmente hoje cada um no seu quadrado com uma formação linear e fragmentada, loucos apenas por dinheiro, estão olhando para seus respectivos umbigos enquanto gastam trilhões sem impacto e destroem vidas. Necessitamos inovar caminhos com novas tecnologias sociais, inaugurando no Brasil com apoio do mundo: Um VALE de Inovação global em políticas públicas e impacto social de um pequeno grão de terra à Terra da Sabedoria. Quando a inovação social sistêmica, disruptiva e em rede significa sobrevivência econômica, política, social, cultural e ambiental brasileira e mundial com projetos e talentos que emergem de baixo para cima nas comunidades e cidades, isso apesar dos donos do poder brasileiros e suas respectivas oligarquias, gangues partidárias e elites que vivem do Estado.
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