Trabalho para que um negro chegue à Presidência do Brasil como Obama nos EUA, uma doméstica na vice presidência na Colômbia, um líder de movimento estudantil ocupe a Presidência da República do Chile, uma filha de imigrantes ser Vice presidente como Kamala Harris nos EUA, ou um filho de um cachaceiro e uma prostituta ser o primeiro Presidente do Banco Central americano, Alexander Hamilton. O nome disso é Democracia que cada pessoa vote e tem direito de ser votado e eleito. Trabalho para que os Ditadores sejam julgados como Pinochet no Chile, Ditadura Argentina e falta punir a Ditadura Brasileira, inclusive as tentativas de Golpes no Governo Bolsonaro. O melhor nome que a Hungria oferece à humanidade nunca será Viktor Orban e sim Kafka, um escritor que transformou diversas formas de processos, perseguição e opressão em arte visando libertar a todos.
Uma das maiores lições que essa campanha me ensinou é que crianças e suas famílias não têm recursos nem políticas públicas para viver uma vida plena, mas políticos têm dinheiro para comprar seu voto, incluindo de esquerda e direita, ou igrejas buscam obrigá-las a seguir candidatos A ou B. Isso é o Brasil! Muito dos que estamos assistindo no Brasil mostra a falta de uma educação pública de qualidade desde a educação infantil que eduque para capacidades críticas, criativas, ética, estética, cidadania e outras como é feito nas principais escolas no mundo como Emília Romana, Finlândia, Canadá, Inglaterra e outras. Porém no Brasil e no Ceará, a educação tem se tornado um processo de adestramento focado em provas visando notas de português e matemática, incentivados por métricas e gerencialismo das escolas como se fossem fábricas que isolam outras dimensões já citadas e separam política educacional da social. Esse caminho não foi seguido pelos melhores países que se destacam no PISA, mas mesmo assim Fundações como a Lemann e o Governo do Ceará não buscam medir o que está acontecendo com as vidas das crianças em termos de pobreza, desigualdades, violências e outras. Portanto afetam a Democracia e fortalecem políticas e políticos autoritários, como se a educação fosse um departamento de uma empresa e não a vida das pessoas. Escolas como Farias Brito e Ari de Sá focada em seus resultados nas Universidades, ITA e outras exportaram esse modelo para o Brasil.
Estou lendo ao mesmo tempo um livro sobre como guerras civis acontecem no mundo, e outro sobre o ensino da ética e estética na educação infantil. Quais lições esses livros podem nos ensinar ao dialogar sobre que tipo de educação levam a conflitos civis, desigualdades, violências e outros. Será que se as pessoas pudessem viajar, sair de suas comunidades, ter oportunidades de vida, conviver com outras pessoas de raças, culturas e classes diferentes carregavam tanto ódio, vaidades, egos em seus corações? Serão elas capazes de desrespeitar as leis, as vidas do outro, negando o Estado, e várias jornadas de humanização e espiritualidade que não são exclusivas das diversas igrejas? Quando a gente fala da luta, qualidade de vida, democracia é sobre esses direitos que estamos falando nas principais economias do mundo incluindo o Brasil. Sobre o direito das crianças e suas famílias não serem reféns das desigualdades e violências do Brasil, cercadas pela criminalidade e diversos tipos de corrupção, que são as raízes das guerras civis em anocracias, e possam ter o direito de serem um dia Presidente do Brasil.
Esse processo de transformação social começa com as capacidades da escola como espaço de conexão com o mundo e com a vida, de aprendizagem não apenas através da mente mas com o corpo, espiritualidade e com o outro, que as pessoas possam amar e ser amadas, isso não é discurso é o respeito pelo direito e pela vida dos povos e de todos como defende John Rawls.
Se a humanidade chegou até aqui foi porque nós sairmos de nosso lugar pequeno e nos espalhamos pelo mundo pelos caminhos da diversidade lidando com adversidades criando outras culturas, outros objetos, outras formas de conversar com Deus, outras ciências e tecnologias, expandindo nosso ser numa viagem interna e externa, isso se soma todos os direitos e deveres, nunca o delírio de que a vida do outro não vale a pena por causa dos egos e ódios inflamados por outros interesses econômicos e políticos. É preciso expandir meu ser para entender a importância e o sagrado da vida do outro, não é negar o diferente, mas afirmar a riqueza da diferença que produziu a humanidade e o mundo que conhecemos, não privilegiar poucos às custas da maioria, esse é o dever de educadores e políticos, não é deformar a educação e a política pelas métricas, violências, delírios, egoísmos e maldades porque o seu país não quer incluir o país do outro. Mesmo falando em Deus, Deus é de todos, e não uma propriedade individual, ou quem acha que fala pela família como se outros também não tivessem família, e que a lei se resume a violência? Ela é direito, ela é vida.
Senhores o mundo mudou, a internet muda tudo, as pessoas pelo celular sabem que existem mil coisas que podem fazer com suas vidas, mil coisas boas e mil coisas ruins, isso muda a democracia pois aprendemos a ver outras realidades e culturas, outras formas de viver e governar, não ficando reféns do lugar que nascemos, mudou pois a tecnologia e a internet está proporcionando o acesso, o diálogo, o conflito e a troca diária, não para nos unirmos e praticar o mal e mentir, mas para nos unirmos para multiplicar o bem, para falar de Deus e viver o que ele pregou, não para destruir vidas e fazer guerras, mas para aprimorar a democracia de viver juntos.
Eu respeito e admiro a luta de quem luta contra corrupção, desde que enxergue ela dos dois lados da mesma moeda, a corrupção de comprar eleição, a corrupção que gerou violências e armas ao invés de livros, a corrupção de não reconhecer o direito à vida e a Amazônia, a corrupção que corrompeu não apenas o dinheiro mas o próprio ser e a vida e com ela a Democracia.
Eu estava presente há mais de quinze anos na Assembleia da ONU em Nova York que lançou o Pacto Global com as empresas na época principalmente petrolíferas e de tecnologia. O Presidente Lula e Oded Grajew estavam presentes na época, o Oded que foi Presidente do Conselho Econômico de Lula anunciou que Lula seria um bom candidato a Secretário geral da ONU, ele foi rapidamente interrompido por outros países que aquele momento era da sociedade civil e não lugar para fazer política. Existem momentos da política e outros da política pública. Infelizmente se criou no Brasil durante 522 anos, incluindo os Governos de Lula e de Bolsonaro, uma cultura da corrupção do dinheiro fácil, de se manter no poder roubando como fazem as oligarquias nordestinas e o centrão no Brasil, às custas de milhões de vidas sem direitos e educação de qualidade cercadas por igrejas e pelo crime em vários tipos de guerra civil. O que vejo hoje no Brasil é que formação de grupo político é formação de gangues para roubar juntos, e implantar ditaduras de esquerda ou direita no Brasil. A política é educação, é capacidade de produzir, de conquistar direitos e lutar coletivamente. Atenção sul, sudeste e centro oeste brasileiros o problema não é o povo nordestino, e sim elites nordestinas, empresários e políticos, que enricam pelo Estado acostumados a não pagar impostos, viver de incentivos fiscais, e privilégios de financiamentos de bancos públicos como o BNB e corrupção, excluindo a maioria de suas populações pobres das políticas públicas que para não morrerem de fome e miséria se mudam para periferias em várias capitais pelo Brasil. Elites brutais e violentas que tem um discurso pós moderno e vivem de práticas feudais, atuam como máfias silenciando para corrupção no Estado e em instituições públicas, falam em inovação mas mantém as mesmas práticas sem impacto social nas vidas de milhões de nordestinos, ora escravizando, ora pagando péssimos salários sem gerar uma classe média há séculos, a maioria da população vivendo na pobreza, concentrando poder político e renda sem lei, trocando moedas entre poderes para proteger os mesmos, sem ascensão social nem pela educação, um espetáculo atrás de outros, se mantem no poder sem democracia, vivendo da miséria e desigualdades do povo nordestino.
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