Fortaleza é a maior capital de densidade demográfica do Brasil, maior que Rio e São Paulo. Os serviços de transporte público, educação, saúde, iluminação, e coleta de lixo impactam mais fortemente a vida de milhões de pessoas que moram distante dos bairros nobres com menos acesso às políticas públicas, muitas dessas políticas públicas congestionadas pelo excesso de pessoas e demora no atendimento. A pobreza, criminalidade e outras desigualdades e exclusão social são resultado direto dessa ausência e mau funcionamento do Estado a nível municipal, estadual e federal.
A gratuidade do transporte público que ocorre hoje em 52 cidades brasileiras ajuda a mobilidade das pessoas pela cidade com suas diversas oportunidades e otimiza recursos e políticas públicas principalmente em sinergia com outros setores da cidade, afinal tempo é o recurso mais valioso que temos. As diversas economias que podemos fazer na vida pode gerar mais alimentos e brinquedos para nossas crianças, essas que pagam com suas vidas atuais e futuras a falta de cidadania que inviabiliza seu desenvolvimento e direitos humanos. O capital quer funcionários produtivos, mas esquecem que eles despertam suas inteligências desde crianças, e nossas crianças e idosos têm sido descartados em suas casas por falta de mobilidade, políticas públicas e oportunidades de vida. As políticas públicas se tornaram reféns de grandes interesses empresariais, corporativistas, políticos partidários, e outros. O que importa não é seu impacto e quantas vidas mudam mais quantos lucros geram, por exemplo, urbanizando áreas para poucos morarem, enquanto a maioria continua excluída há décadas em comunidades pobres. Eusébio é um péssimo exemplo de como uma cidade serve a elites e família que vive da política. A exclusão é um projeto que inviabiliza a democracia e favorece a corrupção. O mercado imobiliário depende desses favores e acordos com o Estado. Afinal as construções públicas e privadas são mais importantes que as vidas das pessoas, os indicadores sociais e um salário digno. Enquanto crime e violência avançam a passos largos pelo abandono do Estado e das comunidades pobres sem mobilidade e ascensão social pelo trabalho e educação.
A falta de mobilidade urbana se soma à precariedade das habitações, falta de saneamento, avanços do crime e outros. Esses problemas históricos geram formas de vidas brutalmente excluídas ou mortas, é um conjunto de práticas que moldam o cotidiano, incluindo uma educação muitas vezes vazia que não dialoga com as comunidades e as famílias. Essas questões tornam-se cada dia mais objetos de conflitos principalmente em sociedades em transição tecnológica, mudanças climáticas e outros que impactam as formas de vida e organização territorial. A exclusão se multiplica de forma exponencial nos levando a cenários de ficção como Blade Runner e outros. Mais uma vez temos que falar como educação dialoga com mobilidade, políticas públicas em outras áreas e inovação.
As pessoas têm se tornado prisioneiros dos lugares onde vivem e os que praticam crimes prisioneiros do sistema carcerário. Euzébios são um tapa na cara todos os dias dos pobres. Essa cultura autoritária, patrimonial e elitista carregada de privilégios, corrupção e dinheiro público dos pobres é a mesma da casa grande e senzala das oligarquias há décadas. A Economia e a Política andam juntas. Porém, quando setores da classe média, a famosa pequena burguesia, e os pobres se juntam, a História pode ser escrita por outros caminhos com os anjos da história, muda-se mentalidades pela educação, a correlação de forças políticas, em busca da ética e de imaginar e construir outros presentes e futuros.
As tecnologias, incluindo sociais, podem criar de forma mais barata e produtiva soluções para esses problemas, incluindo lavanderias, creches, brinquedotecas e cozinhas populares que podem dar mais tempo livre e renda para mulheres. Assim como royalties gerar dividendos com energia solar e eólica para comunidades pobres se urbanizarem com melhores condições de vida para todos e democratizar os ganhos da natureza que não tem dono privado. E não apenas gerar bilionários entre a elite local e ampliar a segregação pelos caminhos do uso do Estado e imobiliário.
É urgente inovar as políticas públicas com conhecimento e dados sobre as vidas e os objetivos das pessoas, sabendo que cada pessoa é única e vivemos coletivamente, devemos buscar sinergias entre os setores, otimizar os recursos para ampliar os impactos de forma sustentável. Vivemos cada vez mais em ecossistemas digitais e educacionais em mundo caóticos, incertos e irreversíveis que necessitam novas formas de ser, viver e governar. Necessitamos integrar tecnologias, meio ambiente e espiritualidade para reescrever nossas narrativas e cartografias de vidas.
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