SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

terça-feira, 30 de julho de 2024

O Mal Não Existe.


 

Pequenas Cartas Obscenas .


 

Picasso, o estrangeiro

 


Picasso, o estrangeiro Capa comum – 8 julho 2024


Retratando a vivência do célebre pintor espanhol enquanto estrangeiro sob vigilância constante da polícia francesa durante toda sua vida, Picasso, o estrangeiro , da historiadora Annie-Cohen Solal, apresenta uma nova e ousada visão da carreira do artista e da sua relação com o país que chamava de lar.

 

Antes de Picasso tornar-se Picasso – um artista icônico, hoje celebrado como uma das figuras mais emblemáticas da França –, ele era alvo de desconfiança da polícia francesa. Em meio às tensões políticas de 1901, foi tachado de anarquista pelas forças de segurança – a primeira de muitas anotações em uma extensa folha corrida. Apesar de ter despontado como líder da vanguarda cubista e enriquecido à medida que sua reputação se consolidava ao redor do mundo, as obras de Picasso foram, em sua maioria, excluídas das coleções públicas francesas pelas quatro décadas seguintes. O gênio que concebeu Guernica , em 1937, como uma declaração visceral contra o fascismo teve sua cidadania francesa negada três anos depois, às vésperas da ocupação nazista. No país onde a polícia e a conservadora Academia de Belas-Artes eram os dois pilares da sociedade da época, Picasso enfrentou um estigma triplo: era estrangeiro, artista de vanguarda e tinha opiniões políticas radicais.

Picasso, o estrangeiro aborda a carreira e as obras do artista de um ponto de vista completamente novo, aproveitando-se de fontes arquivísticas negligenciadas e fascinantes. Nesta narrativa inovadora, Picasso desponta como artista à frente de seu tempo não só estética, mas também politicamente, ignorando modas nacionais em favor de formas contemporâneas e cosmopolitas.

Annie Cohen-Solal revela como, em um período que envolveu a brutalidade da Primeira Guerra Mundial, a ocupação nazista e as rivalidades da Guerra Fria, o artista lutou para preservar sua independência, eventualmente deixando Paris de vez, em 1955. Ele escolheu o sul do país em vez do norte, o interior em vez da capital, e os artesãos em vez dos acadêmicos, enquanto simultaneamente atingia uma fama mundial.

Picasso nunca se tornou cidadão francês; apesar disso, foi responsável pelo enriquecimento e dinamização da cultura francesa como poucos na história do país. Esse livro, pela primeira vez, explica como ele fez isso.

 

“Intrigante e perspicaz... Annie Cohen-Solal captura uma faceta de um Picasso há muito esquecido.” – The Wall Street Journal

“Picasso, o estrangeiro, da historiadora francesa Annie Cohen-Solal, descarta as habituais bobagens sobre a boemia parisiense (adeus, absinto) e leva-nos, em vez disso, para norte da cidade, ao edifício dos arquivos da polícia francesa. Por meio de documentos administrativos, ela rastreia a xenofobia que seguiu Picasso em sua terra adotiva, onde a polícia o tachou de estrangeiro.” – The New York Times

"Annie Cohen-Solal defende fortemente a ideia de que a identidade expatriada de Picasso determinou em grande parte a trajetória de sua vida e obra... Uma grande e altamente pesquisada obra sobre história da arte." – Kirkus Review

Cultura: A nossa história, das pinturas rupestres ao K-pop


Cultura: A nossa história, das pinturas rupestres ao K-pop Capa comum – 2 julho 2024


Cultura conta a emocionante história das conquistas humanas através de nossas perdas e redescobertas coletivas, jogos de poder e jornadas heroicas, inovações, imitações e apropriações. Um passeio por momentos cruciais da história mundial, fornecendo uma introdução global às artes e às humanidades em um livro envolvente.

Da cidade perdida de Nefertiti às peças de Wole Soyinka; dos teatros da Grécia antiga aos diários de viagem chineses e às bibliotecas árabes e astecas; desde uma estatueta do sul da Ásia encontrada em Pompeia até uma cápsula do tempo deixada na Lua, Cultura aposta na mescla, na multiplicidade de histórias.
Martin Puchner nos mostra que precisamos nos envolver com o passado, e uns com os outros, para que as culturas realizem seu pleno potencial, a despeito dos erros, incompreensões e destruições que muitas vezes acompanham esse envolvimento. Para ele, a proximidade é o oxigênio que as mantém vivas.
O aclamado crítico literário quer oferecer aos leitores a espantosa variedade de obras culturais que nós, como espécie, temos realizado, na esperança de transmitir nossa herança humana comum às próximas gerações.

“Puchner é realmente um gênio.” ― William Dalrymple

“Enquanto orienta os leitores ao longo de um continuum de Nefertiti a TikTok, Puchner mostra como o intercâmbio cultural e a inovação ajudam as sociedades a abordar algumas das questões mais existenciais da vida.” ― The New York Times

“ Cultura percorre países e épocas para apresentar um argumento ressonante em favor da necessidade da nossa criatividade comum.” ― Elle

Kafka Indignado.


 Kafka Indignado, de Pascale Casanova, revela a imagem de um escritor combativo, indo além da análise de suas posições políticas, de seu lugar no mundo social, de sua relação com a identidade judaica ou de sua relação com o pai. Fundamentada em rico material documental (textos de ficção, diários íntimos, correspondência), a autora nos apresenta um autor cindido em sua condição de dominado entre o espaço literário antigo e poderoso da cultura alemã e os espaços recentes e desprovidos de força simbólica da literatura tcheca e judaica, unidos em torno de uma definição política de sua especificidade.

domingo, 21 de julho de 2024

CIRQUE DU SOLEIL: UMA LIÇÃO DE EDUCAÇÃO, ECONOMIA E POLÍTICA! LUTE NO AR!

 


Nós como educadores temos que educar nossos alunos para o mundo que estamos vivendo e não mentir para eles. A verdade é que o mundo que conhecemos está acabando, mas o fim do mundo é só o começo de um novo mundo de uma outra civilização. Não podemos reduzir a vida de milhões de pessoas aos interesses de fundações empresariais, oligarquias políticas corruptas, gangues partidárias e suas propostas educacionais com fins de lucros pessoais que destroem a Terra. A eficiência e produtividade de Taylor que tornou tudo mais rápido e barato, não pode pagar o planeta que destruiu e as bilhões de vidas humanas, animais e vegetais que estão morrendo; assim teremos que nos educar por outros caminhos éticos e estéticos , ampliando nossa resiliência para nos salvar. A jornada da humanidade, da Terra e da História são caóticas, irreversíveis  e incertas. Os caminhos não são lineares, nem planos, tudo está conectado e as ações imediatas de curto prazo impactam o médio e o longo de nossa existência coletiva. Nós infelizmente temos calculado e usado a matemática da pior forma, negando os custos indiretos e externalidades das vidas e do planeta para caber na conta do capitalismo e seus herdeiros milionários que escravizam 99% da humanidade em benefício próprio.


Mas será que ainda dá tempo de aprender com as escolas em Emilia Romagna, Japão e com o Cirque du Soleil, colheita da cultura canadense, que está nos educando a lutar no ar? Lutar contra capitalistas e marxistas que reduzem tudo a matéria, esquecem que depois de matar a fome, podemos imaginar nossas vidas e outros mundos possíveis, é urgente dançar. Um pequeno gesto na dança muda o olhar para o mundo, e a forma de pensar se liberta dos padrões e métricas adestradas pelo corpo e a mente. Mas tudo começa pelo desejo de reescrever a própria história e nos educar por outros caminhos e culturas que unem o pensar, o sentir e o agir dançando com o mundo de forma interdisciplinar, complexa e sistêmica. Unir o sujeito e objeto, a natureza e culturas que nos constituem como humanos e não Deuses. A sala de aula no mundo como um jardim onde expressamos cem linguagens com autonomia e afeto interagindo socialmente uma maestria individual e coletiva. 


Assim, a natureza como poeira estelar, as culturas e as artes nos ensinam a lutar no ar!  Quando aprendemos que toda criação emerge de lugares e tem uma história econômica, social, política e educacional; portanto não é um produto individual e sim coletivo. Esse é o desafio ético educacional de todo ser humano, reconhecer o coletivo sem negar sua individualidade. A cultura não é constituída apenas pelos recursos de uma comunidade, mas também pelo contato com outras culturas. Unimos nossas experiências vividas com formas emprestadas, que ajudam as pessoas a entenderem e expressarem suas experiências de maneiras inéditas. A cultura evolui por meio da circulação e se unem na dança da humanidade como espécie produtora de cultura, misturando éticas e estéticas de influências longínquas que se uniram pelo contato. Inovações impulsionadas pelo rompimento de tradições, que então são tecidas pelos fragmentos recuperados que ultrapassam barreiras temporais e espaciais de conexões e influências subterrâneas surpreendentes. 

      
No Brasil com rica diversidade cultural temos as melhores condições de construirmos com a humanidade, uma nova civilização como previu Darcy Ribeiro. Nós já produzimos nossos próprios alimentos e exportamos, temos condições de ter segurança energética e hídrica para todos e exportar nosso sol, mas ainda estamos construindo nosso caminho educacional, econômico e político que reconheça a dignidade e a cidadania de toda nossa diversidade humana e ambiental. A nossa educação e cultura podem transformar nossa economia e política pelos caminhos da autonomia e democracia. Assim como Cirque du Soleil, podemos criar, dançar, lutar e construir juntos uma economia ecológica, ética, estética e circular com justiça social partindo de cada território garantindo segurança alimentar, energética, hídrica, habitacional, saúde  e renda para todos . Uma nova cultura econômica e políticas públicas a serviço da vida e não da morte e da mentira. De um pequeno grão de terra à Terra da Sabedoria. Existe uma unica dança da humanidade na Terra que mistura nossa economia, ciências, artes, educação, politica no palco do planeta Terra é hora de reescrever nosso roteiro como humanidade e dançarmos de forma coletiva nossa existência.    

         



segunda-feira, 15 de julho de 2024

A Chapa é Quente part. Rael (Ao Vivo)



 

São tribos inimigas, exércitos e fronteirasSão guerras, são brigas, quebradas são ruasE ruas virando trincheirasE se trombar, nós vai cobrarQuer olho por olho, dente por dente
A chapa é quente, quente, quente, quenteA chapa é quente
Esses moleque arrastaram, causaramDerrubaram as moto, bateram nos carroTretaram com as tia, zarparamFesta é festa, fica na pazTem mano que bebe demaisUm quer ser mais homem que o outroE termina com o corpo embaixo dos jornaisAs mina dançando e do nada uns estaloFicou tipo rinha de galoUma pá de ganço moio a quebradaOs rato cinza pisando no caloÉ osso, tô ligadoNão tô aqui de advogadoSe trombo o irmão no apetiteÉ o seguinte, azeda, é embaçadoEntão, merece um sumário, trutaUma pá de filho da-Tinha que servir de exemplo memoPros bico pensar na condutaEntão qual vai ser? Fala pra mimCobra pesado os moleque assimA mema história de sempre com a genteParece que isso nunca vai ter fimQuebrada é quebrada, vários combateCada um faz a sua parteE falar pra você, eles tem que aprenderTem mano que não tá pra debateTá na razão, manoMas pega a visão que eu tô te passandoEm qual parte dessa históriaNão era só nós que estava se matando?
São tribos inimigas, exércitos e fronteirasSão guerras, são brigas, quebradas são ruasE ruas virando trincheirasE se trombar, nós vai cobrarQuer olho por olho, dente por dente
A chapa é quente, quente, quente, quenteA chapa é quente
Esses moleque arrastaram, causaramDerrubaram a moto, bateram nos carroTretaram com as tia, zarparamFesta é festa, fica na pazTem mano que bebe demaisUm quer ser mais homem que o outroE termina com o corpo embaixo dos jornaisAs mina dançando, do nada uns estaloFicou tipo rinha de galoUma pá de ganço moio a quebradaE só rato cinza pisando no caloPô, é osso, tô ligadoNão tô aqui de advogadoSe trombo o irmão no apetiteÉ o seguinte, azeda, é embaçadoEntão, merece um sumário, trutaUma pá de filho da putaTinha que servir de exemplo memoPr'os bico pensar na condutaEntão qual vai ser? Fala pra mimCobra pesado os moleque assimA mema história de sempre com a genteParece que isso nunca vai ter fimQuebrada é quebrada, vários combateCada um faz a sua parteFalar pra você, eles tem que aprenderTem mano que não tá pra debateCê tá na razão, meu manoMas pega a visão que eu tô te passandoEm qual parte da históriaNão era só isso de nós se matando?
São tribos inimigas, exércitos e fronteirasSão guerras, são brigas, quebradas são ruasE ruas virando trincheirasE se trombar, nós vai cobrarQuer olho por olho, dente por dente
A chapa é quente, quente, quente, quenteA chapa é quente

Como a consciência pode ter evoluído para beneficiar a sociedade, não os indivíduos

 

Como a consciência pode ter evoluído para beneficiar a sociedade, não os indivíduos

Ilustração de cabeça com engrenagem representando o cérebro

CRÉDITO,GETTY IMAGES

  • Author,Peter W Halligan e David A Oakley
  • Role,The Conversation*

Por que a experiência da consciência evoluiu a partir da nossa fisiologia cerebral subjacente? Apesar de ser uma área empolgante da neurociência, as pesquisas atuais sobre a consciência são caracterizadas por divergências e controvérsias. Existe uma disputa entre uma série de teorias concorrentes.

Uma revisão de escopo recente de mais de mil artigos identificou mais de 20 posições teóricas diferentes. Filósofos como David Chalmers argumentam que nenhuma teoria científica pode explicar verdadeiramente a consciência.

Definimos consciência como percepção subjetiva incorporada, incluindo autoconsciência. Em um artigo recente publicado na revista Interalia (que não foi revisado por pares), argumentamos que uma das razões para esta situação é o poderoso papel desempenhado pela intuição.

Não estamos sozinhos. O cientista social Jacy Reese Anthis escreveu que "grande parte do debate sobre a natureza fundamental da consciência assume a forma de um duelo de intuições, no qual cada uma das diferentes partes relatam suas próprias intuições fortes, e elas duelam umas contra as outras".

Perigos da intuição

As principais crenças intuitivas — por exemplo, que nossos processos mentais são distintos dos nossos corpos físicos (dualismo mente-corpo) e que os nossos processos mentais dão origem e controlam as nossas decisões e ações (causalidade mental) — são reforçadas por uma vida inteira de experiências subjetivas.Pule Matérias recomendadas e continue len

Fim do Matérias recomendadas

Estas crenças são encontradas em todas as culturas humanas. São importantes porque servem como crenças fundamentais para a maioria das democracias liberais e dos sistemas de justiça criminal. Elas são resistentes a contraprovas. Isto porque são fortemente validadas por conceitos sociais e culturais como o livre arbítrio, os direitos humanos, a democracia, a justiça e a responsabilidade moral. Todos esses conceitos pressupõem que a consciência desempenha uma influência controladora central.

A intuição, no entanto, é um processo cognitivo automático que evoluiu para fornecer explicações e previsões rápidas e confiáveis. Na verdade, ela faz isso sem a necessidade de sabermos como ou por que sabemos disso. Os resultados da intuição moldam, portanto, a forma como percebemos e explicamos nosso mundo cotidiano, sem a necessidade de uma reflexão extensa ou de explicações analíticas formais.

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Embora úteis e cruciais para muitas atividades cotidianas, as crenças intuitivas podem estar erradas. E também podem interferir na alfabetização científica.

Os relatos intuitivos da consciência, em última análise, nos colocam no comando, como "capitães do nosso próprio barco". Achamos que sabemos o que é a consciência e o que ela faz simplesmente por vivenciá-la. Pensamentos mentais, intenções e desejos são vistos como determinantes e controladores das nossas ações.

A ampla aceitação destas explicações intuitivas tácitas ajuda a explicar, em parte, por que é que o estudo formal da consciência foi relegado às margens da neurociência convencional até o final do século 20.

O problema para os modelos científicos de consciência continua a ser acomodar estas explicações intuitivas dentro de uma estrutura materialista consistente com as descobertas da neurociência. Embora não haja uma explicação científica atual sobre como o tecido cerebral gera ou mantém a experiência subjetiva, o consenso entre (a maioria) dos neurocientistas é que ela é um produto de processos cerebrais.

Propósito social

Se for esse o caso, por que a consciência, definida como percepção subjetiva, evoluiu?

A consciência provavelmente evoluiu como parte da evolução do sistema nervoso. De acordo com várias teorias, a principal função adaptativa (proporcionar ao organismo vantagens reprodutivas e de sobrevivência) da consciência é tornar possível o movimento volitivo. E a volição é algo que, em última análise, associamos à vontade, ao arbítrio e à individualidade. Portanto, é fácil pensar que a consciência evoluiu para nos beneficiar como indivíduos.

Ilustração de moradores de caverna em volta de fogueira

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,Os seres humanos são uma espécie altamente social

Mas argumentamos que a consciência pode ter evoluído para facilitar funções adaptativas sociais fundamentais. Em vez de ajudar os indivíduos a sobreviver, ela evoluiu para nos ajudar a transmitir as nossas ideias e sentimentos vivenciados para o resto do mundo. E isto pode beneficiar a sobrevivência e o bem-estar da espécie como um todo.

A ideia se encaixa no novo pensamento sobre genética. Embora a ciência evolucionista se concentre tradicionalmente nos genes individuais, há um reconhecimento cada vez maior de que a seleção natural entre os humanos opera em vários níveis. Por exemplo, a cultura e a sociedade influenciam características transmitidas entre gerações — valorizamos algumas mais do que outras.

No centro da nossa explicação, está a ideia de que a sociabilidade (a tendência de grupos e indivíduos desenvolverem relações sociais e viverem em comunidades) é uma estratégia de sobrevivência fundamental que influencia a forma como o cérebro e a cognição evoluem.

Adotando esta estrutura social evolutiva, nós propomos que a percepção subjetiva carece de qualquer capacidade independente de influenciar causalmente outros processos ou ações psicológicas. Um exemplo seria iniciar um plano de ação. A ideia de que a percepção subjetiva tem um propósito social foi descrita anteriormente por outros pesquisadores.

Mas afirmar que a percepção subjetiva não tem influência causal não significa negar a realidade da experiência subjetiva ou afirmar que a experiência é uma ilusão.

Embora nosso modelo retire a percepção subjetiva do comando tradicional da mente, isso não significa que não valorizamos experiências internas privadas. Na verdade, é justamente devido ao valor que damos a estas experiências que os relatos intuitivos permanecem convincentes e difundidos nos sistemas de organização social e jurídica e na psicologia.

Apesar de ser contraintuitivo atribuir arbítrio e responsabilidade pessoal a um conjunto biológico de células nervosas, faz sentido que construções sociais altamente valorizadas, como o livre arbítrio, a verdade, a honestidade e a justiça, possam ser atribuídas de forma significativa aos indivíduos como pessoas responsáveis ​​numa comunidade social.

Pense nisso. Embora estejamos profundamente arraigados à nossa natureza biológica, a nossa natureza social é amplamente definida por nossos papéis e interações na sociedade. Desta forma, a arquitetura mental da mente deve estar fortemente adaptada para a troca e recepção de informações, ideias e sentimentos. Consequentemente, embora os cérebros, enquanto órgãos biológicos, sejam incapazes de responsabilidade e arbítrio, as tradições jurídicas e sociais há muito tempo responsabilizam os indivíduos pelo seu comportamento.

Para se chegar a uma explicação mais científica para a percepção subjetiva, é necessário aceitar que a biologia e a cultura trabalham coletivamente para moldar a forma como os cérebros evoluem. A percepção subjetiva compreende apenas uma parte da arquitetura mental muito mais ampla do cérebro, projetada para facilitar a sobrevivência e o bem-estar da espécie.

*Peter W Halligan é professor de neuropsicologia na Universidade de Cardiff , no País de Gales.

David A Oakley é professor de psicologia na University College London (UCL), na Inglaterra.

Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).