Nós como educadores temos que educar nossos alunos para o mundo que estamos vivendo e não mentir para eles. A verdade é que o mundo que conhecemos está acabando, mas o fim do mundo é só o começo de um novo mundo de uma outra civilização. Não podemos reduzir a vida de milhões de pessoas aos interesses de fundações empresariais, oligarquias políticas corruptas, gangues partidárias e suas propostas educacionais com fins de lucros pessoais que destroem a Terra. A eficiência e produtividade de Taylor que tornou tudo mais rápido e barato, não pode pagar o planeta que destruiu e as bilhões de vidas humanas, animais e vegetais que estão morrendo; assim teremos que nos educar por outros caminhos éticos e estéticos , ampliando nossa resiliência para nos salvar. A jornada da humanidade, da Terra e da História são caóticas, irreversíveis e incertas. Os caminhos não são lineares, nem planos, tudo está conectado e as ações imediatas de curto prazo impactam o médio e o longo de nossa existência coletiva. Nós infelizmente temos calculado e usado a matemática da pior forma, negando os custos indiretos e externalidades das vidas e do planeta para caber na conta do capitalismo e seus herdeiros milionários que escravizam 99% da humanidade em benefício próprio.
Mas será que ainda dá tempo de aprender com as escolas em Emilia Romagna, Japão e com o Cirque du Soleil, colheita da cultura canadense, que está nos educando a lutar no ar? Lutar contra capitalistas e marxistas que reduzem tudo a matéria, esquecem que depois de matar a fome, podemos imaginar nossas vidas e outros mundos possíveis, é urgente dançar. Um pequeno gesto na dança muda o olhar para o mundo, e a forma de pensar se liberta dos padrões e métricas adestradas pelo corpo e a mente. Mas tudo começa pelo desejo de reescrever a própria história e nos educar por outros caminhos e culturas que unem o pensar, o sentir e o agir dançando com o mundo de forma interdisciplinar, complexa e sistêmica. Unir o sujeito e objeto, a natureza e culturas que nos constituem como humanos e não Deuses. A sala de aula no mundo como um jardim onde expressamos cem linguagens com autonomia e afeto interagindo socialmente uma maestria individual e coletiva.
Assim, a natureza como poeira estelar, as culturas e as artes nos ensinam a lutar no ar! Quando aprendemos que toda criação emerge de lugares e tem uma história econômica, social, política e educacional; portanto não é um produto individual e sim coletivo. Esse é o desafio ético educacional de todo ser humano, reconhecer o coletivo sem negar sua individualidade. A cultura não é constituída apenas pelos recursos de uma comunidade, mas também pelo contato com outras culturas. Unimos nossas experiências vividas com formas emprestadas, que ajudam as pessoas a entenderem e expressarem suas experiências de maneiras inéditas. A cultura evolui por meio da circulação e se unem na dança da humanidade como espécie produtora de cultura, misturando éticas e estéticas de influências longínquas que se uniram pelo contato. Inovações impulsionadas pelo rompimento de tradições, que então são tecidas pelos fragmentos recuperados que ultrapassam barreiras temporais e espaciais de conexões e influências subterrâneas surpreendentes.
No Brasil com rica diversidade cultural temos as melhores condições de construirmos com a humanidade, uma nova civilização como previu Darcy Ribeiro. Nós já produzimos nossos próprios alimentos e exportamos, temos condições de ter segurança energética e hídrica para todos e exportar nosso sol, mas ainda estamos construindo nosso caminho educacional, econômico e político que reconheça a dignidade e a cidadania de toda nossa diversidade humana e ambiental. A nossa educação e cultura podem transformar nossa economia e política pelos caminhos da autonomia e democracia. Assim como Cirque du Soleil, podemos criar, dançar, lutar e construir juntos uma economia ecológica, ética, estética e circular com justiça social partindo de cada território garantindo segurança alimentar, energética, hídrica, habitacional, saúde e renda para todos . Uma nova cultura econômica e políticas públicas a serviço da vida e não da morte e da mentira. De um pequeno grão de terra à Terra da Sabedoria. Existe uma unica dança da humanidade na Terra que mistura nossa economia, ciências, artes, educação, politica no palco do planeta Terra é hora de reescrever nosso roteiro como humanidade e dançarmos de forma coletiva nossa existência.
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