SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

quinta-feira, 18 de junho de 2020

700 ARTIGOS POR NOVAS FORMAS DE SER, VIVER E GOVERNAR! 170 mil novos habitantes da Terra da Sabedoria. 1174 dias!



As ditas esquerdas ou direitas esquecem o anjo da história !  Na nona tese do seu ensaio "Sobre o Conceito de História", o filósofo e crítico literário Walter Benjamim nos lembra:


“Há um quadro de Klee que se chama Angelus Novus. Representa um anjo que parece querer afastar-se de algo que ele encara fixamente. Seus olhos estão escancarados, sua boca dilatada, suas asas abertas. O anjo da história deve ter esse aspecto. Seu rosto está dirigido para o passado. Onde nós vemos uma cadeia de acontecimentos, ele vê uma catástrofe única, que acumula incansavelmente ruína sobre ruína e as dispersa a nossos pés. Ele gostaria de deter-se para acordar os mortos e juntar os fragmentos. Mas uma tempestade sopra do paraíso e prende-se em suas asas com tanta força que ele não pode mais fechá-las. Essa tempestade o impele irresistivelmente para o futuro, ao qual ele vira as costas, enquanto o amontoado de ruínas cresce até o céu. Essa tempestade é o que chamamos progresso.”



Os judeus sempre tem uma perspectiva messiânica da história talvez porque para se libertar da escravidão seja necessário ousadia e coragem de pensar e construir outras formas de ser, viver e governar.  A história também nos ensina que vivemos vários tipos de Capitalismo com ou sem Estado de Bem estar social, vivemos vários colapsos de setores da indústria e com eles as cidades que as abrigavam, crises financeiras , e ciclo de inovações que segundo Schumpeter vivemos destruições criadoras que gera desenvolvimento; mas em todas elas as brutais desigualdades, miséria, desemprego, fome, e diversas violências sempre estiveram presentes em toda história da humanidade. 



Estas brutais desigualdades e violências produziram grandes guerras, revoluções, colapso de Estados, epidemias. Walter Scheidel , professor da Universidade de Stanford, depois de estudar a distância que separa ricos e pobres nos últimos 3 mil anos,  chegou à conclusão que, dos romanos até aqui, foram episódios de violência que ajudaram a reduzir a desigualdade de renda de forma significativa.



Infelizmente a humanidade que sempre gerou várias inovações tecnológicas , cientificas, econômicas, artísticas e em áreas como saúde, habitação, alimentação e outras. Sempre colocou de forma tímida a necessidade de superar os desafios das desigualdades e da pobreza. A ação mais consistente foi da ONU com os objetivos do milênio mas considero que faltou a ousadia e coragem colocados no inicio para escrever a História.



Assim como novas tecnologias mudam a historia e a sociedade podemos mostrar também que não foram somente as lutas sociais, revoluções e a politica que mudaram o Estado, as sociedades e as vidas em comunidades, cidades e Nações. Nesta direção gostaríamos de dar uma contribuição a epistemologia das inovações sociais a luz dos impactos que elas provocam de forma transdisciplinar no comportamento, economia, sociedade, educação, arte e claro na politica.


As grandes e profundas transformações que estamos vivendo, diria não apenas mudanças sociais, mas ruptura de civilização, nos exige cada dia mais e de forma urgente propor inovações sociais e com elas novas formas de ser, educar, viver e governar.  Um exemplo é como as mudanças climáticas e epidemia estão valorizando o local, a comunidade e a cidade em que vivemos como abordagem das medidas que estão sendo tomadas para evitar mais mortes. Ao mesmo tempo a vida on line, virtual, o uso das internet e das redes sociais nos coloca numa sociedade global em que as distâncias são superadas por teclas , vozes, imagens e wifi. 



Estes dois caminhos históricos e outros apontam a necessidade de conhecer o lugar da humanidade na teia da vida, assim como queremos colonizar Marte e viajar pelo Universo. Estes caminhos históricos estão exigindo mudanças na economia como renda mínima e grandes investimentos do Estado.  Porém estas mudanças  não tem demonstrado reduzir as desigualdades, pobreza e as mudanças climáticas. Resumindo; não é neste atual modelo que vamos encontrar soluções para estes desafios coletivos,  necessitamos ter ousadia e coragem para inaugurar novos paradigmas com novas formas de ser, viver e governar. Da mesma forma é o mesmo que observamos na educação, não se trata apenas da dicotomia entre aulas presenciais e online, e sim que nossas formas de pensar e educar estão obsoletas para problemas e desafios cada vez mais complexos, exigindo imaginação e uma visão sistêmica e disruptiva; porém que não nos leve a guerras ou mais mortes e miséria que já provocamos.   



A sociedade civil tem caminhado, indo alem da dialética de Hegel e Marx, aonde as forças se opõe como na física newtoniana;  visando construir uma democracia mais complexa baseada na ética de Spinoza com ações que expressam sua potência como auto gestão de comunidades e a busca por segurança alimentar, energética e hidráulica . A liberdade e a vida não deve depender do Estado e dos nobres de direita e esquerda, e seus respectivos projetos de poder transformado em burocracias que praticam ditaduras, biopolítica e necro politica em regimes de esquerda e direita.




A busca pelo Bem Comum nas obras de Antonio Negri apontam novos horizontes que necessitam de inovações sociais que dêem vida a estes caminhos  com tecnologias de democracia direta, renda mínima , HUB social , comunidades de saberes, novas leis, ecossistemas econômicos, sociais, ambientais e digitais integrados a inteligência artificial para objetivos de redução das desigualdades e violências  somadas a outras experiências como na área de educação na Região de Emilia Romana e Finlândia. 



Se seguimos estudos antropológicos sobre Estados arcaicos na Mesopotâmia apreenderemos que não são apenas as guerras que levam a mudança no poder, muitas vezes novos personagens e seus papéis na sociedade alteram os rumos do Estado e dos poderosos. Outras vezes como em Atenas foi a epidemia somadas as guerras que levou ao colapso dessa civilização.



Portanto hoje as mudanças climáticas alteram as comunidades rurais e nossos modelos de urbanização se tornando cada vez mais ecológicos . O recente pacote financeiro europeu e americano de medidas de recuperação econômica pós pandemia, aponta mais uma vez o fortalecimento do Estado e a reindustrialização de países que não querem que setores essenciais de sua economia e saúde fiquem dependendo de outros países e da globalização econômica.



Portanto o anjo da historia continua e continuara a surpreender a todos! Muito mais do que inovações sociais precisamos de ética na economia, politica e educação. Nunca foram tão importantes as lutas contra as brutais desigualdades, contra a fome que vai se alastrar ainda mais na Africa e refugiados, contra as diversas formas de violências contra as mulheres e  racismo, e a histórica luta contra a pobreza. Porem necessitamos na mesma proporção lutar e apresentar caminhos e inovações sociais que torne possível essa ética humanitária, a igualdade de oportunidades e direitos, e temos que apreender a cuidar de si e dos outros nas Escolas e Universidades, a construir juntos o bem comum de forma participativa e deliberativa para que tenhamos paz, prosperidade e qualidade de vida para todos. Hoje vivemos em Estado de sítio permanente e os desafios nos exigem que temos de AGIR AGORA e sermos anjos da História de um pequeno grão de terra a Terra da Sabedoria.   

                    


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