É possível várias didáticas com várias formas diferentes de aprender ao mesmo tempo? Quais caminhos didáticos nos ensinam com coragem a verdade? Educam com responsabilidade visando lidar com a diversidade de alunos? Essa busca e pesquisa acontece por uma necessidade urgente. De um lado as didáticas desprezam as diferenças de raça, classe, gênero, cultura e outras. E principalmente a soma desses fatores que se conceituaria hoje como interseccionalidade. Isso inclui como outro se relaciona com seu corpo, cultura, espiritualidade e como isso dialoga com suas formas de apreender.
Infelizmente também impactando as didáticas e aprendizagens, as violências e o crime avançam sobre as escolas e as comunidades, onde vivem os alunos e as famílias impactando os comportamentos psíquicos, sociais e os processos educacionais das pessoas.
Isso nos faz lembrar infelizmente que o racismo e o crime ensinam seus mundos e suas violências. Isso vai emergir na escola em sala de aula, no recreio, nas palavras, atitudes...e silenciosamente sobre educadores que se calam para tudo isso apesar das leis e dos direitos humanos.
Mas vamos começar com uma boa notícia a Professora Patrícia Hill Collins uma renomada professora universitária de Sociologia da Universidade de Maryland, College Park, e autora do livro “Bem mais que ideias: A interseccionalidade como teoria social crítica” vem para o Brasil pesquisar e ensinar na UNIFESP. É importante lembrar que a segunda maior comunidade de negros fora da África vive no Brasil e sofrem uma das maiores brutalidades, desigualdades e injustiças do mundo. Aqui nessas terras vidas negras não importam. Aqui capitães do mato eram e são negros ou brancos dóceis que tem privilégios para açoitar e matar outros negros como policiais, e outros.
Outro autor dessa vez branco e italiano escreveu “Os Meninos de Nápoles” sobre como crianças convivem em suas comunidades desde que nascem com o comportamento imposto pelos traficantes.
Por fim, várias didáticas para várias formas de apreender, raças, classes, culturas.... é possível e urgente. Não apenas por maestria educacional mas para lutar nas escolas contra o massacre que tem sofrido nossas crianças e jovens, a maioria negras e pobres. Várias didáticas lidam com diversos níveis de alfabetização, violências e desigualdades que dificultam a aprendizagem lidando com diversos processos e formas de apreender de cada aluno, incluindo os afetos e autonomias relacionados às melhores formas de aprender!
Você está disposto a amar seu aluno pobre e negro? Se Não? Não fale em amorosidade freiriana ou ética de Malaguzzi pois não é apenas um conceito é uma forma de ser, viver e educar. Mas não precisa amar pode apenas respeitar por questões legais e públicas. O que não pode é ser ignorante e a-histórico falando de educação. É preciso ser radical e ir às raízes, pois as teses exigem muitos mais que os superficialismo das editoras às quais as escolas se rendem, enquanto os alunos pagam o preço de uma má educação, falta de didática e aprendizagem com suas vidas.
A educação e a ciência não são produtos a serem comercializados mas capacidades críticas e criativas que constroem conhecimento não pedindo por favor! Mas pelo contrário, muitas vezes é necessário chutar e derrubar paredes e vaidades que protegem privilégios de educadores e ditadores gestores educacionais ignorantes. A morte de Sócrates representa a importância do conhecimento.
A educação tem responsabilidade como qualquer profissão! Eu prefiro beber Cicuta como Sócrates, a coragem da verdade do que a mentira, a paresia grega, lembrada por Foucault, do que negociar o conhecimento e aprendizagem no mercado dos saberes e poderes, como pedreiros colocamos o tijolo com o cimento certo na construção do lar, ou como bons médicos fazemos os diagnósticos que não levam a doença e a morte.
A sala de aula é um jardim com flores diversas e lindas, cada um com sua natureza e forma de crescer. A água limpa e transparente é como a didática que carrega nela diversos conteúdos, mas precisa do Sol do mundo. A luz deve alimentar a sala de aula com condições básicas para a aprendizagem florescer, respiramos e sentimos como saber nos transforma para que nos ecossistemas que vivemos possamos compartilhar a vida feita da diversidade.
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