Por Egidio Guerra e João Victor M O Guerra.
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No Princípio o Teatro era o canto ditirambo, o povo livre cantando ao ar livre, o carnaval e a festa."Por céus e mares eu andei, eu vi o poeta e o rei, na esperança de saber o que é o amor. Ninguém sabia me dizer, eu já queria até morrer, quando um velhinho com uma flor assim falou. O amor é o carinho. É o espinho que não se vê em cada flor. É a vida quando chega sangrando aberta em pétalas de amor."
A Educação e o amor aos nossos filhos em nossas casas, alunos nas escolas, pessoas nas comunidades, e no mundo, onde todos nós podemos exercer a missão divina de educador. Principalmente no mundo em que se mata 50 mil pessoas na Palestina, maioria mulheres e crianças, que o crime organizado avança como projeto de vida para milhares de crianças e jovens, em que as tecnologias matam nas guerras e nas redes sociais, reproduzindo e incentivando comportamentos de violências, em que bilionários destroem o planeta e milhões de vidas, em que governos autoritários transformam Estados e destroem constituição em nome do terror.
A educação é um teatro vivo, histórias a contar, em nossas casas, escolas, comunidades de como podemos aprender e viver outros papeis essenciais nesse mundo. Aprender a viver o amor, a verdade, a liberdade, a igualdade, a fraternidade e a cidadania plena, ou seja, atitudes e palavras de existências belas, boas, justas, economicamente e ambientalmente sustentáveis. É preciso dizer todos os dias em casa, em sala de aula, nas comunidades que o amor, verdade, ciência, justiça, Deus existem, e o quanto são ridículos, ignorantes e maus o que usam seus privilégios e riquezas para violências, desigualdades e mortes. Essa é melhor lição que podemos educar, e ela poder ser transformada em matemática, português, ciência, biologia, geografia e história com consciência crítica e criativa. Não tentar transformar crianças e jovens em robôs e escravos, nem buscar adestrá-los com métodos repetitivos que desconsideram o processo de letramento, interação social, autonomia, afetos, multiplicidade de caminhos, buscando construir com eles pensamentos mais complexos e sistêmicos, estética, ética e claro brincar muito em todos os sentidos com a vida, afinal para Spinoza: Educação é alegria.
Com meu filho, ainda criança, hoje ele tem 28 anos, eu e ele tivemos uma conversa na praia. Ele podia viver o currículo da escola, passar no concurso, viver uma rotina e ter estabilidade financeira. Mas tinha outro currículo que a vida, o mundo, Deus, irmãos de causas e lutas nos ofertam todos os dias que não se resumem a sala de aula, mas as experiências, emoções, amizades eternas, sonhos, realizações de nossa alma e vida de forma ampla. Nós fizemos várias ações juntas às vezes, avô, pai e filho juntos. Desde limpar o quintal, conversarmos sobre futebol e plantas, plantar, cozinhar, lavar as louças; e agora eu e meu filho cuidamos de meu pai no hospital durante semanas. Com diria Renato Russo:
Sou uma gota d'água
Sou um grão de areia. Você me diz que seus pais não lhe entendem,
Mas você não entende seus pais
Você culpa seus pais por tudo,
E isso é absurdo, São crianças como você
O que você vai ser. Quando você crescer?
Implantamos projetos com a comunidade e várias organizações no Serviluz, Jangurussu, Paraipaba e outras. Ele desde que nasceu conviveu com o Movimento Hip Hop, Edisca, Palmas, e dezenas de outros projetos e organizações; incluindo o Game Terra da Sabedoria e o Vale de inovação Global em políticas públicas. Ele lutou assim como eu no movimento estudantil, social e partidos. Fizemos passeatas e protestos juntos. Lemos e compartilhamos livros de nossa biblioteca com quase dois mil livros e nas bibliotecas públicas como UFC. Eu fiz cinema e mídias digitais, Pedagogia, Economia ecológica pela UFC, e Administração na UECE; ele faz Teatro e fez Ciências sociais na UFC, mas também estudou Administração na UECE e Direito na Unifor. Entrevistei ele sobre assuntos que não domino como antropologia, tecnologia e meio ambiente. Pesquisamos e ensinamos juntos alunos brasileiros, americanos, canadenses, e belgas. Ensinamos em escolas públicas para crianças e jovens, palestramos em auditórios e viajamos o Ceara, o Brasil e o mundo juntos, não como turistas, mas como cidadãos do mundo. Oramos juntos, convivemos com a natureza pelo mar, sertão e florestas. Bem esse é o nosso currículo, essa é a nossa própria vida.
Unimos o que podemos fazer, com o que temos, onde estivermos para construir e viver juntos com todos. Aprendemos as bençãos do acaso que nos leva a outros caminhos, unindo com os propósitos do amor. Aprendemos com a Cabala, El Shaddai, Bíblia, Jesus Cristo, anjos da guarda, comunidades indígenas, quilombolas e outras espiritualidades que a vida que não seja vivida como alegria é uma distorção da realidade. É claro que há momentos ruins e dolorosos na jornada, não é fácil desmontar os gatilhos de experiências vividas anteriormente que afetam o sistema nervoso. Educação é lutar contra alienação que foca em algum interesse particular e perdemos a vida, alienação serve para paralisar a autonomia do outro. Somos rebeldes convictos! Encontrar a personalidade com o corpo, significa dar a legítima forma que vamos dar a alma ou seja o corpo. Aprender que na diferença e na distinção, que outro é legitimado. O Outro é diferente e assim ajuda você a encontrar a si mesmo. Amigos não desparecem quando o céu fica encoberto de contratempos e revés. As vezes o sol brilha demais, e não é fácil encontrar amigos que ficam felizes com seu progresso. Alegrar com o sucesso do amigo é a maior prova de amizade, mas a todos nossos amigos que cruzamos pela vida fica a gratidão pela educação que compartilhamos, nas conquistas e derrotas, na aprendizagem, na distância e no amor. Esse currículo é infinito com a vida, o mundo e Deus.
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