Eu me sacrifiquei juntos com as comunidades na luta contra a pobreza e desigualdades, pelo outro, pela vida em nome do conhecimento, da justiça social, do amor e de Deus. Mas o sofrimento não se calcula, nem a dor, nem as lágrimas. Assim como o amor, a alegria de ter contribuído com a vida de todas as formas que foi possível ou que com Deus foi feito o impossível, nenhum poder, dinheiro, vaidades substitui isso. Quantas vezes às vozes e atitudes, nenhum desses podres poderes calou, podemos não ter tudo mas fizemos tudo para vencermos essas batalhas. Inclusive no amor essa que mais dói e machuca os corações de quem infelizmente não conquistou seu lar nem sua musa. Ela preenche toda dor que eu carregava sozinho, ela e meu filho, sua segunda mãe, a gente encontrou no meio de tantas tarefas, da vida, desafios, nosso jeito de ser feliz. De ter momentos mágicos e alegres, de orar sobre nossas curas e sonhos, de compartilhar ideias, de criar um lar, de envelhecer juntos com juventudes em nossas vidas.
Escrever sobre isso na era da inteligência artificial, de tantas guerras e mortes de crianças e jovens na palestina e nas comunidades pobres, em nome do bezerro de ouro, é como transformar seu coração numa fábrica biológica e quântica de inocência e amor, alimentar sementes que viram árvores e florestas, cristais orgânicos, vidas que fluem e criam energia para construir outra civilização humana, divina, solidária, justa, sustentável, bela e boa. Mas tudo isso com uma visão sistêmica, complexa, caótica, incerta, irreversível como é o mundo, como é a vida. Começa com pequenas atitudes, como um grão de terra, um pequeno ato de amor, ontem sonhei com ela duas vezes, até se transformar no planeta Terra do amor, coragem e da sabedoria.
Até o desespero e a dor tem limite, a fé, o amor, o saber, as causas, a vida pulsa até quando?Não sei, apenas sei que nossa vida são bençãos gratuitas de Deus, que Iahweh, El shadai, Maria, Jesus, nossos anjos da guarda, esferas divinas, governos espirituais, e a natureza nos protegem, nos iluminam, e gritam em sua consciência: continue a amar ela, a lutar por justiça social, pelos escravos, imigrantes, pobres, os inocentes como fez Deus de Israel não de Natanyauh, Trump, Bolsonaro, Putin e outros ditadores anticristos.
Sempre lutarei como Orwell contra Nazistas e Stalinistas que matam pelo poder, não importa se o gato é preto ou branco como fez Deng Xioping, a luta contra impérios como Gandhi fez sem nenhuma arma, como Mandela mesmo preso, liderava uma nação contra o apartheid, como Salvador Allende que lutou pelos caminhos democráticos na melhoria da vida do seu povo, como os imigrantes americanos que construíram o verdadeiro Estados Unidos, como a Revolução Francesa e Gloriosa que colocou limites na Oligarquia, enfim como povos indigenas e quilombolas que nunca deixaram de lutar pelo seu povo e cultura. Os cientistas salvaram milhões de vidas, a criação da imprensa por Gutemberg, da enciclopédia por Diderot, a literatura de Shakespeare e Rambaud, a internet, a ecologia, uma espiritualidade planetária, as tecnologias que facilitam a vida, principalmente as que lutam contra aquelas que nos destroem, os cineastas, e sim educadores como Edgar Morim, Vygotsky, Freire, Wallon e todos eles tinham sua musa para continuar a caminhar e lutar por um mundo melhor. Eu também tenho a minha musa, mas nossa maior gratidão são a todas pessoas simples que nos alimenta, cuidam das famílias como pais e mães, lindos e mágicos, trabalham todos os dias nas fabricas, são os professores, artistas que lutam com nada e empresários que buscam no ESG, pagam seus impostos e em doações, diferentes de bilionários que vivem de incentivos fiscais e impostos baixos, empresas que visam melhorar o mundo assim como verdadeiros líderes políticos, espirituais, mas lutamos pelos perseguidos e humilhados, sem oportunidades, lutamos para que expandam suas vidas, tenham oportunidades, e elas não sejam concentradas nas mãos de 1% da humanidade de pequenos diabos em busca de hedonismo, prazer, e delírios as custas de bilhões de pessoas.
Escolho amar uma única mulher como amo o mundo— com a mesma intensidade com que Whitman celebrou a vida em "Folhas de Relva", com a reverência de São Francisco de Assis pela natureza, com a paixão de Neruda em "20 Poemas de Amor", e com a sabedoria de Shakespeare, que em "Sonho de Uma Noite de Verão" escreveu: "O curso do verdadeiro amor nunca foi suave".
Amo-a como os cientistas amam a verdade — como Marie Curie, que dedicou a vida à cura, ou como Einstein, que viu no universo "um mistério maravilhoso". Amo-a como os poetas perseguem o sublime: Drummond, que encontrou "no meio do caminho" a pedra que era também um coração; ou Hilda Hilst, que mergulhou no abismo do amor e do divino. Amo-a como os cineastas filmam a luz — no olhar de Ilsa em "Casablanca", na coragem de Furiosa em "Mad Max", ou na delicadeza de "A Vida Secreta das Abelhas", onde o amor é colmeia, mel e resistência.
E esse amor não é só metáfora. É ato. É proteger como se protege uma árvore frágil, como Chico Mendes fez pela floresta. É cuidar como uma mãe cuida do filho, como as "Mães da Praça de Maio" que transformaram luto em luta. É lutar, como Malcolm X e Luther King, não por ódio, mas por justiça. É plantar, como Wangari Maathai plantou milhões de árvores no Quênia. É resistir, como os povos Yanomami resistem ao extermínio.
Nossa história não é perfeita — é humana. Como Chaplin em "Tempos Modernos", rimos das tragédias para não chorar. Como em "O Show de Truman", descobrimos que o mundo pode ser uma mentira, mas o amor, não. Como em "Matrix", escolhemos entre a pílula vermelha da verdade ou a azul da ilusão. E eu escolhi a vermelha: a dor de ver crianças palestinas, haitianas, congolesas morrendo, mas também a esperança de ver redes de solidariedade tecidas nas periferias, como o pastor Henrique Vieira faz no Rio, ou como os médicos cubanos fazem nos lugares mais pobres do planeta.
Ela é meu porto seguro nesse caos. Como Penélope tecendo e destecendo a esperança, ela me lembra que o amor é paciência. Como a rosa de "O Pequeno Príncipe", é única porque "é a ela que eu dediquei meu tempo". Nosso lar não é um castelo, mas um chão onde deitamos sonhos, como os versos de Cora Coralina: "Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina". Nossos filhos são a prova de que o futuro pode ser mais melhor que o passado.
Nesta era de inteligência artificial e genocídios, amar é um ato revolucionário. Como disse Brecht: "Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem." Nós somos o rio e as margens. Somos o grão de mostarda do Evangelho, que vira árvore. Somos a "banana podre" de Mano Brown, que vira arte. Somos a utopia de Galeano, que serve para caminhar.
E se um dia a morte vier — como veio para Van Gogh, que pintou girassóis mesmo na miséria —, que ela nos encontre de mãos dadas, lutando. Porque, como disse Che Guevara: "Seja realista: exija o impossível." E o impossível, para nós, já acontece todo dia: um café compartilhado, um abraço após o cansaço, uma oração misturada com política, um verso para declamar no ouvido dela.
Amo esta mulher como amo o mundo: com sonhos e ternura, como Cortázar. Com fé e dúvida, como Santo Agostinho. Com ciência e poesia, como Carl Sagan. E, acima de tudo, com a certeza de que, no fim — como escreveu Guimarães Rosa —, "o que a vida quer da gente é coragem".
(E assim seguimos: ela, eu, nossos filhos, e todas as vidas que cruzaram a nossa, formando um só rio de amor e luta.)
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