SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

HOMENAGEM, MOVIMENTO & FILME Fotógrafos do amanhã: Fotos que revelam vidas, culturas, e atitudes que nutrem a humanidade e a Terra.




- Escaleta de Roteiro por Egidio Guerra visando a co produção do filme entre cineastas brasileiros e de outros países com a Direção de Fotografia de Dorte Verner. 

 

Essas cenas se misturam entre fotos do passado e atuais de Dorte Verner. Como sua história, educação, relação com a natureza e outras culturas, trabalho, pesquisas, mãe, família, influência de Sebastião Salgado e outras foram dando vida sua estética e ética pelas fotos atuais. 

 

  1. SEQUÊNCIA DE CENAS 1 : uma criança coleciona na lua um álbum de figurinhas digitais com as fotos de Sebastiao Salgado e Dorte Verner. Eles fazem parte de uma geração dedos fotógrafos do amanhã, que registram em nossa memória educacional e espiritual, o que foi destruído pela humanidade e o que foi preservado para   salvar a Terra e bilhões de pessoas.  

 

  1. SEQUÊNCIA DE Cenas 2 : MEMÒRIAS : A criança Dorte Verner, o nascimento de um olhar estético e ético no convívio com a natureza, as pessoas e sua cultura de viajar pelo mundo, descobrindo outras culturas, despertando uma espiritualidade planetária. 

 

  1. SEQUÊNCIA DE CENAS 3 : MEMÒRIAS: A juventude de Dorte , seu encontro com a arte, a economia, educação, e as primeiras viagens ao Brasil e outros.  As suas primeiras fotos, Reflexão Social e Existencial. 

 

  1. SEQUÊNCIA DE CENAS 4 : Um diálogo de fotos de Dorte Verner atuais e a litertura dinamarquesa com frases de autores que expressam o valor da vida, da natureza, do convívio com as pessoas, suas culturas e realidades.  

  • Muitos autores dinamarqueses, como Kierkegaard e Høeg, exploraram temas de identidade, alienação e condições sociais, marcando a literatura com uma profundidade existencial.  

  • Hans Christian Andersen: Mundialmente famoso pelos seus contos de fadas, que foram traduzidos para cerca de 160 idiomas.  

  • Filosofia: Søren Kierkegaard, o criador do existencialismo cristão, é considerado um dos filósofos dinamarqueses mais influentes.  

  • Realismo e Naturalismo: Jens Peter Jacobsen introduziu o naturalismo com os seus romances e poemas. Henrik Pontoppidan (vencedor do Prémio Nobel) e Karl Gjellerup (vencedor do Prémio Nobel) destacaram-se com descrições autênticas da vida dinamarquesa. 

 

  1. SEQUÊNCIA DE CENAS 5 : MEMÓRIAS : Os estudos na Escola , Universidades e o ingresso no Banco Mundial. A formação e o convívio no Banco Mundial com pessoas de diversos países e culturas. O impacto da cultura francesa e outras em sua existência e vida. As primeiras missões.  

 

  1. SEQUÊNCIA DE CENAS 6 :  o nascimento de Emil e sua educação pelo mundo. Influência de Emilio de Rousseau ou Emile Zola ? Fotos de Emil criança como debaixo da mesa e Dorte em Reunião, jogando na argentina, vendendo Havaianas, no MIT, família e outras mil histórias.  

 

  1. SEQUÊNCIA DE CENAS 7 : Dorte Verner no Nordeste Brasileiro, a valorização das vozes dos pobres, o apoio a líderes sociais, incluindo vários fellows Ashoka, os projetos, o seu apartamento e a cultura regional, o trabalho com os povos indígenas e Vania Dummar, o encontro com vários economistas brasileiros e o debate da política pública como fome zero, Bolsa família, Pro jovem, Rede NOS, e outras no primeiro Governo Lula. O encontro com Erik Alda, Pesquisa, Projetos no Pirambu, CUCAS e outros. 

 

  1. SEQUÊNCIA DE CENAS 8 : De volta a Washinton para o mundo da alimentação, pobreza e Fotografa. A influência de Sebastião Salgado. As primeiras viagens e fotos.  

 

  1. SEQUÊNCIA DE CENAS 9 : As primeiras exposições e Premios. A história por de trás das principais fotos de Dorte Verner . As viagens a África, Asia, Comodidades indígenas e outras.  

 

  1. SEQUÊNCIA DE CENAS 10 : Fotos que revelam vidas, culturas, e atitudes que nutrem a humanidade e a Terra. Lições para essas e novas gerações com depoimentos de pessoas fotografadas e outras de vários setores da sociedade. Concluindo com uma fala de Dorte sobre sua vida e encontro com a Arte visando influenciar novas gerações de fotógrafos do amanhã  





 

NOTAS DE ROTEIRO 

Estilo e Referências Visuais: O filme adota uma abordagem poética, misturando o documental com a ficção. A fotografia é central, com a câmera atuando como uma extensão do olhar de Dorte Verner. Inspirações visuais incluem a grandiosidade de Baraka e Samsara, onde a imagem é a narrativa principal, e a profundidade de “A Árvore da Vida”, de Terrence Malick, que mistura memórias, natureza e o existencialismo em uma jornada sensorial. 

A trilha sonora é minimalista, priorizando sons da natureza, murmúrios de cidades e música que ressoe com as culturas retratadas. 

 

SEQUÊNCIA DE CENAS 1 

TÍTULO: A Geração do Amanhã 

CENA 1A. INT. LABORATÓRIO-CABINE ESPACIAL - NOITE 

SILÊNCIO. Uma nave espacial flutua silenciosamente no espaço, a Terra é uma pequena esfera azul ao longe. Dentro, uma menina de 10 anos, EMILIA (uma versão da criança idealizada na escaleta), com os olhos fixos em um holograma. Ela folheia um álbum de figurinhas digital. 

A imagem holográfica mostra FOTOS icônicas em P&B de Sebastião Salgado. A menina passa o dedo, e as fotos mudam: um campo de refugiados, a vastidão da natureza intocada, um minerador coberto de lama. 

NARRAÇÃO (DORTE VERNER, V.O.) 

"O mundo que conhecíamos foi um dia o nosso lar. E depois, tornou-se a nossa memória." 

A imagem muda para uma coleção de FOTOS em cores vibrantes de Dorte Verner. Um rosto enrugado de um líder indígena, crianças brincando na lama, a dança de um ritual africano. 

NARRAÇÃO (EMILIA, V.O.) 

"Eles são os Fotógrafos do Amanhã. Aqueles que registraram não só o que foi destruído, mas também o que foi preservado. Aqueles que nos ensinaram a ter memória." 

A câmera se aproxima da imagem holográfica de Dorte Verner e, gradualmente, se dissolve na próxima cena. 

 

SEQUÊNCIA DE CENAS 2 

TÍTULO: O Nascimento de um Olhar 

CENA 2A. EXT. CAMPO DINAMARQUÊS - DIA (MEMÓRIA) 

Luz amarelada de outono. Uma pequena DORTE VERNER (5 anos) corre por um campo aberto, seu cabelo loiro voando. A câmera está no nível do chão, seguindo-a. Ela se abaixa e examina uma folha caída, um inseto, a textura da terra. A curiosidade em seus olhos é palpável. 

NARRAÇÃO (DORTE VERNER, V.O.) 

"A Dinamarca é um lugar onde a luz é um convite à reflexão. Cresci aprendendo a ler o mundo não em livros, mas na mudança das estações, na brisa do mar. Na solitude." 

IMAGENS se sobrepõem: uma floresta de bétulas, o mar Báltico, a silhueta de uma bicicleta sob o pôr do sol. 

CITAÇÃO SOBREPOSTA (Kierkegaard): 

"A vida só pode ser entendida olhando para trás; mas deve ser vivida olhando para a frente." 

A cena corta para FOTOS de Dorte Verner em viagens de família pelo mundo. A pequena Dorte em uma vila no interior da França, em um mercado no Marrocos, seu olhar já capturando a singularidade das pessoas e culturas. 

 

SEQUÊNCIA DE CENAS 3 

TÍTULO: Primeiros Passos, Primeiros Quadros 

CENA 3A. EXT. RUAS DE PARIS - DIA (MEMÓRIA) 

DORTE VERNER (18 anos), com uma câmera simples, perambula por Paris. Ela não tira fotos de monumentos, mas de momentos: um casal se abraçando, uma criança comendo um crepe, um idoso pensativo em um café. 

NARRAÇÃO (DORTE VERNER, V.O.) 

"Na juventude, encontrei a economia, a educação, mas foi a arte que me deu a lente. A fotografia não era apenas um registro, era um reflexo social e existencial." 

A cena mostra seus primeiros cliques. O foco está nos detalhes: mãos enrugadas, o brilho de um olho, a textura de uma parede velha. 

 

SEQUÊNCIA DE CENAS 4 

TÍTULO: Diálogos com a Terra Natal 

CENA 4A. INT. GALERIA DE ARTE - DIA (PRESENTE) 

Dorte Verner, agora com seus 60 anos, caminha por uma galeria. Suas FOTOS atuais estão nas paredes. Cada foto é um portal para uma história. 

A câmera se move de uma foto a outra, enquanto a voz de um narrador (ou da própria Dorte) fala, como se estivesse dialogando com a literatura dinamarquesa. 

FOTO: Uma comunidade indígena. Crianças pintam o rosto, com sorrisos inocentes. 

NARRADOR (V.O.) 

"Como Hans Christian Andersen, que nos ensinou a enxergar a beleza nos contos de fadas mais simples, Dorte nos revela a magia escondida na dignidade de cada vida. A história de uma comunidade é um conto de fadas, e ela o registra com honestidade." 

FOTO: Um homem com as mãos calejadas trabalhando em um campo, a terra árida rachando sob seus pés. 

NARRADOR (V.O.) 

"Jens Peter Jacobsen introduziu o naturalismo na nossa literatura. Dorte faz o mesmo em sua fotografia, mostrando a vida crua, sem artifícios, a luta do homem com a terra, com a própria natureza." 

FOTO: Uma mulher de aparência cansada, mas com um olhar que transmite uma força inquebrantável. 

NARRADOR (V.O.) 

"Søren Kierkegaard nos falou sobre a angústia e a busca por sentido. Em cada um desses rostos, vemos o drama da existência humana, a solidão e a resiliência." 

 

SEQUÊNCIA DE CENAS 5 

TÍTULO: O MUNDO COMO ESCRITÓRIO 

CENA 5A. INT. SALA DE REUNIÕES DO BANCO MUNDIAL - DIA (MEMÓRIA) 

Dorte, formalmente vestida, senta-se em uma longa mesa com pessoas de diferentes nacionalidades. A reunião é sobre relatórios e números. O ambiente é tenso e burocrático. 

NARRAÇÃO (DORTE VERNER, V.O.) 

"Minha formação acadêmica me levou a Washington. O Banco Mundial era o meu palco. Mas enquanto discutíamos macroeconomia, eu sentia falta do que era microscópico: a vida de quem realmente se beneficiava ou não das nossas políticas." 

 

SEQUÊNCIA DE CENAS 6 

TÍTULO: O Olhar de um Filho 

CENA 6A. INT. APARTAMENTO EM WASHINGTON - DIA (MEMÓRIA) 

Dorte está em uma ligação importante, falando sobre uma missão. No chão, seu filho pequeno, EMIL, está construindo uma torre com blocos de montar. Ele a olha com uma expressão de total absorção. 

NARRAÇÃO (DORTE VERNER, V.O.) 

"O nascimento de Emil foi o meu renascimento. Ele me ensinou a ver o mundo de novo, de baixo para cima, de dentro para fora." 

CITAÇÃO SOBREPOSTA (ZOLA): 

"A obra de arte é um canto do universo visto através de um temperamento." 

MONTAGEM RÁPIDA: 

  • Emil debaixo da mesa em uma reunião, enquanto Dorte está em um terno formal. 

  • Emil jogando bola em uma rua de paralelepípedos na Argentina. 

  • Emil vendendo Havaianas em um mercado, com um sorriso de travessura. 

A vida de Emil é uma odisseia, e Dorte a captura com sua câmera. 

 

SEQUÊNCIA DE CENAS 7 

TÍTULO: O Sol do Nordeste 

CENA 7A. EXT. COMUNIDADE DO PIRAMBU, FORTALEZA - DIA (MEMÓRIA) 

Dorte, com um semblante mais relaxado, caminha por uma rua de terra, rodeada por crianças. Ela não está de terno. Ela está com roupas leves e uma câmera a tiracolo. Ela conversa com LÍDERES SOCIAIS, escutando atentamente suas histórias. 

NARRAÇÃO (DORTE VERNER, V.O.) 

"No Nordeste brasileiro, eu parei de ser apenas economista e comecei a ser aluna. Aprendi com as vozes dos mais pobres. Onde Washington via números, eu via rostos, histórias, esperança." 

A cena mostra Dorte em um debate sobre a política pública "Fome Zero" e "Bolsa Família" com economistas brasileiros, incluindo Erik Alda. As imagens se intercalam com FOTOS dela em seu apartamento, com objetos de arte regional, e em missões em comunidades indígenas com a antropóloga Vania Dummar. 

 

SEQUÊNCIA DE CENAS 8 

TÍTULO: Sebastião Salgado e a Fome do Olhar 

CENA 8A. INT. APARTAMENTO EM WASHINGTON - DIA (MEMÓRIA) 

Dorte está sentada em seu escritório, cercada por livros sobre Sebastião Salgado. Ela folheia um livro de fotos de Salgado, seus olhos absorvendo cada imagem. 

NARRAÇÃO (DORTE VERNER, V.O.) 

"O trabalho de Salgado me deu a coragem que me faltava. Ele me mostrou que a fotografia não é apenas sobre o que você vê, mas sobre o que você sente. É um ato de amor, de protesto, de humanidade. É a busca pela alma do mundo." 

CENA 8B. EXT. ÁFRICA - DIA (FOTOS ATUAIS) 

MONTAGEM RÁPIDA: A câmera se move por paisagens africanas áridas. Crianças com os olhos fixos na câmera, mulheres carregando baldes d'água, a vastidão da savana. As fotos de Dorte Verner são apresentadas, e a câmera mergulha dentro delas, como se estivéssemos ali. 

 

SEQUÊNCIA DE CENAS 9 

TÍTULO: A Arte que Transforma 

CENA 9A. INT. GALERIA DE ARTE - NOITE (PRESENTE) 

Uma multidão de pessoas admira as fotos de Dorte Verner. Em uma das paredes, um VÍDEO é projetado. Nele, Dorte fala sobre o seu trabalho. 

VÍDEO (DORTE) 

"As fotos são prêmios, mas a verdadeira recompensa é a história por trás delas." 

O vídeo é cortado por cenas que contam a história das fotos: 

  • A foto de uma criança na Ásia que Dorte ajudou a enviar para a escola. 

  • A foto de uma mulher em uma comunidade indígena que se tornou líder social. 

  • A foto de uma paisagem africana que Dorte capturou para denunciar o desmatamento. 

A câmera se aproxima de uma das fotos, e a imagem é alterada para mostrar os efeitos das mudanças climáticas em paisagens similares: enchentes, seca, migrações de populações. A foto que Dorte capturou de um homem à beira de um rio se sobrepõe a uma nova imagem do mesmo rio, agora seco. 

 

SEQUÊNCIA DE CENAS 10 

TÍTULO: Lições para o Amanhã 

CENA 10A. INT. GALERIA DE ARTE - NOITE (PRESENTE) 

Dorte Verner está no centro da galeria. Um microfone está em sua mão. Em volta dela, estão pessoas que ela fotografou, algumas já idosas, outras jovens. 

DEPOIMENTO 1 (MULHER BRASILEIRA, FOTOGRAFADA NA SEQUÊNCIA 7) 

"Ela não nos fotografou por pena. Ela nos fotografou porque viu nossa força. E nos fez acreditar nela também." 

DEPOIMENTO 2 (HOMEM DA ÁFRICA, FOTOGRAFADO NA SEQUÊNCIA 9) 

"Dorte me mostrou que o mundo é um só, e que não estamos sozinhos. Que o nosso problema é o problema de todos." 

Dorte pega o microfone, seus olhos marejados de emoção. 

DORTE VERNER 

"Quando comecei, não sabia que a fotografia seria o meu caminho. Eu só queria entender a vida, a minha e a dos outros. E descobri que a minha vida está em cada um de vocês, em cada canto que fotografei. A arte não é só sobre o que se vê, mas sobre o que se sente, sobre o que se cria. Ela é a nossa memória. E para os fotógrafos do amanhã, o desafio é este: registrar a vida para nutrir a humanidade e a Terra, antes que a única imagem que reste seja a da nossa memória." 

A imagem se dissolve em uma foto em P&B da pequena Emilia na cabine espacial, agora adulta, com uma câmera holográfica em suas mãos, apontada para a Terra. 

 

FADE OUT. 



OUTRAS EDIÇÔES E MONTAGENS. 

FILME: Fotógrafos do Amanhã 

Logline: A jornada da economista e fotógrafa Dorte Verner, cuja vida e lens capturam a interseção entre humanidade, natureza e a urgência climática, inspirando uma nova geração a ver o mundo com um olhar ético e estético. 

Direção de Fotografia: Dorte Verner 
Roteiro: Egidio Guerra 
Inspirações Visuais: O Sal da Terra (Wim Wenders), Samsara (Ron Fricke), A Grande Beleza (Paolo Sorrentino) para a mistura de contemplação e crítica social. 

 

SEQUÊNCIA 1 - PRÓLOGO: O COLECIONADOR DE ESTRELAS 

CENA 1 
EXT. SUPERFÍCIE LUNAR - NOITE 

O vácuo silencioso do espaço. A curvatura azul da TERRA iluminada pelo sol gira lentamente. 

Uma CRIANÇA (8-10 anos), traje espacial futurista mas desgastado, senta-se em uma cratera. Ela segura um tablet holográfico. Seus dedos deslizam pela tela, que emite uma luz suave. 

No tablet, imagens icônicas de SEBASTIÃO SALGADO (GenesisÊxodos) e DORTE VERNER (suas fotos do Nordeste, indígenas, África) se formam como figurinhas digitais brilhantes. 

A cada foto que ela "coleciona", um fragmento da memória da Terra é salvo. Imagens de florestas queimadas, rios poluídos (fotos de arquivo de desastres climáticos) piscam brevemente, como avisos, antes de serem substituídas pelas imagens de preservação e resistência humana. 

VOZ DA CRIANÇA (V.O.) 
(Suave, curiosa) 
Eles disseram que a gente tinha esquecido. Mas eu encontro as peças. Cada foto é uma estrela que ainda brilha. Sebastião mostrou o que foi ferido. Dorte mostra o que ainda pulsa... o que resiste para nos salvar. 

A criança olha para o planeta distante. Sua viseira reflete as imagens do tablet, fundindo passado, presente e futuro. 

TÍTULO DO FILME: FOTÓGRAFOS DO AMANHà

 

SEQUÊNCIA 2: MEMÓRIAS - O NASCIMENTO DE UM OLHAR 

CENA 2 
EXT. FLORESTA DINAMARQUESA - DIA (ANOS 60/70) 

DORTE VERNER CRIANÇA (5 anos) corre descalça entre as árvores. Ela observa um besouro com intensidade, sua sombra se alongando no musgo. 

MONTAGEM RÁPIDA: 

  • Mãos infantis tocando a textura áspera da casca de uma árvore. 

  • Olhos arregalados observando pescadores consertando redes em um fiorde. 

  • A família em uma estação de trem lotada, passaportes sendo carimbados. A pequena Dorte observa rostos de diferentes nacionalidades, fascinada. 

DORTE VERNER (V.O.) 
(Com sotaque dinamarquês, voz suave) 
Minha primeira universidade foi a floresta. Minha primeira aula de ética foi entender que aquele besouro tinha tanta direito ao mundo quanto eu. 

CITAÇÃO (V.O. - texto de Karen Blixen): 
"A cura para tudo é a água salgada: suor, lágrimas ou o mar." 

A cena se funde com uma foto atual de Dorte de um menino mergulhando no mar, seu corpo um reflexo da liberdade que ela mesma buscou. 

 

SEQUÊNCIA 3: MEMÓRIAS - A JUVENTUDE E AS PRIMEIRAS LENTES 

CENA 3 
INT. QUARTO UNIVERSITÁRIO - NOITE (ANOS 80) 

Pôsteres de Les Demoiselles d'Avignon de Picasso nas paredes. Jovem DORTE (20 anos) está sentada no chão, cercada por livros de economia e uma câmera analógica Pentax K1000. 

DORTE VERNER (V.O.) 
A economia me dava as ferramentas para entender a pobreza. A arte... a arte me dava a razão para querer entendê-la. Salgado me mostrou que os dois podiam ser um. 

CENA 4 
EXT. FAVELA NO RIO DE JANEIRO - DIA (ANOS 80) 

Dorte jovem, com sua câmera, timidamente fotografa crianças jogando futebol com uma bola de meia. Ela não é uma turista; seu olhar é de quem tenta compreender, não apenas capturar. 

CITAÇÃO (V.O. - texto de Søren Kierkegaard): 
"A vida só pode ser entendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida olhando-se para frente." 

 

SEQUÊNCIA 4: DIÁLOGO ENTRE FOTOS E PALAVRAS 

CENA 5 
MONTAGEM POÉTICA 

Fotografias atuais de Dorte Verner (comunidades indígenas, artesãos, agricultores) são intercaladas com textos projetados sobre a imagem. 

  1. FOTO: Um velho pescador consertando sua rede, seus olhos contam histórias de mil tempestades. 
    TEXTO (H.C. Andersen): "Uma vida não é vivida exceto uma vida vivida para os outros." 

  1. FOTO: Uma mulher em Timbuktu, Mali, carregando uma jarra de água na cabeça, o sol poente atrás dela. 
    TEXTO (Søren Kierkegaard): "A angústia é a tontura da liberdade." 

  1. FOTO: Crianças correndo em uma paisagem árida do Nordeste brasileiro, resilientes e cheias de vida. 
    TEXTO (Peter HøegOs Homens que não Amavam as Mulheres): "Nunca subestime a força explosiva da fraqueza." 

A trilha sonora é minimalista, talvez um piano solo. 

 

SEQUÊNCIA 5: MEMÓRIAS - O BANCO MUNDIAL: A CAVERNA DE ALADIM 

CENA 6 
INT. SALA DE REUNIÕES DO BANCO MUNDIAL - DIA (ANOS 90) 

Dorte, agora profissional, em uma mesa com colegas de dezenas de nacionalidades. Gráficos de pobreza são projetados na parede. 

DORTE VERNER (V.O.) 
O Banco Mundial era a Torre de Babel, mas uma que funcionava. Era onde os números ganhavam rostos, e os rostos demandavam soluções. A cultura francesa, com seu rigor intelectual, me ensinou a questionar. A missão de campo me ensinou a ouvir. 

IMAGENS DE ARQUIVO: Dorte em missão no Líbano, Vietnã, Marrocos, sempre com sua câmera a tiracolo, capturando momentos de vida entre as reuniões oficiais. 

 

SEQUÊNCIA 6: EMIL: A EDUCAÇÃO DO MUNDO 

CENA 7 
MONTAGEM - A VIDA DE EMIL 

Uma celebração da infância nômade e curiosa. 

  • EMIL, bebê, enrolado em um sling enquanto Dorte participa de uma videoconferência. 

  • EMIL (4 anos), debaixo de uma grande mesa de reuniões, desenhando enquanto above dele discute-se macroeconomia. 

  • EMIL (8 anos), em uma rua em Compenhague, tentando vender um par de Havaianas para um turista (foto real). 

  • EMIL , em seu dormitório no MIT, com uma foto sua e da mãe na estante, o namoro, casamento, pesquisas e filho. 

DORTE VERNER (V.O.) 
Meu maior projeto nunca foi um empréstimo ou um relatório. Foi o Emil. Rousseau acreditava na educação pela natureza. Zola, na força do meio social. Para mim, Emil foi educado pela humanidade. Cada país foi uma sala de aula, cada pessoa que encontramos, um professor. 

 

SEQUÊNCIA 7: O NORDESTE BRASILEIRO - O CORAÇÃO DO FILME 

CENA 8 
EXT. COMUNIDADE DE PIRAMBU - FORTALEZA - DIA (ANOS 2000) 

Dorte não está atrás da lens. Ela está sentada em um círculo com mulheres da comunidade, ouvindo. Sua câmera repousa ao seu lado, como uma extensão natural de seu ouvido. 

DEPOIMENTO (VÂNIA DUMMAR ): 
"A Dorte não veio aqui para tirar foto pobre. Ela veio para entender a riqueza que a gente tinha, que ninguém via. Ela via a beleza na nossa luta." 

MONTAGEM RÁPIDA: 

  • Dorte em reuniões com economistas (Erik Alda mencionado) discutindo os pilares do Fome Zero. 

  • Fotografias dela de crianças no projeto CUCAS. 

  • Sua varanda em Fortaleza, cheia de redes, livros e artefatos regionais. 

  • O encontro com fellows da Ashoka, trocando ideias sobre mudança social. 

FATO HISTÓRICO (TEXTO NA TELA): 
"Entre 2001 e 2014, os programas de transferência de renda como o Bolsa Família, apoiados por diagnósticos precisos de pobreza, foram fundamentais para retirar 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza." 

 

SEQUÊNCIA 8: O CHAMADO DE SALGADO 

CENA 9 
INT. APARTAMENTO DE DORTE - WASHINGTON D.C. - NOITE 

Dorte revisa centenas de suas fotos impressas espalhadas pelo chão. Ela para diante de uma foto poderosa de Sebastião Salgado, "Serra Pelada". 

DORTE VERNER (V.O.) 
Salgado partiu da economia para a fotografia para salvar sua própria alma. Eu entendi aquele chamado. Eu não podia mais apenas escrever relatórios sobre segurança alimentar. Eu precisava mostrar o rosto daquela fome, mas também a dignidade daquela resistência. 

Ela pega sua câmera. A decisão em seus olhos é clara. 

 

SEQUÊNCIA 9: A FOTÓGRAFA EM MISSÃO 

CENA 10 
MONTAGEM - AS EXPOSIÇÕES E O MUNDO 

Imagens vibrantes de Dorte em ação: 

  • No deserto do Sahel, com nômades Tuareg. 

  • Nas montanhas do Vietnã, com mulheres da etnia H'mong. 

  • Na Amazônia, com guerreiros indígenas (foto similar à de Salgado, mas com sua própria estética íntima). 

VOZ DE UM CUrador (V.O.) EM UMA ABERTURA DE EXPOSIÇÃO: 
"...e é com grande honra que concedemos o Prêmio de Fotografia Humanitária a Dorte Verner, por seu trabalho que transcende a documentação e se torna um ato de empatia pura." 

Cada foto premiada é mostrada, e rapidamente voltamos ao momento em que foi tirada, mostrando a história por trás da imagem: uma risada, um olhar de cumplicidade, um momento de pura vida. 

 

SEQUÊNCIA 10: EPÍLOGO - O LEGADO 

CENA 11 
EXT. VARANASI, ÍNDIA - AMANHECER 

Dorte, agora mais velha, sábia, fotografa pessoas realizando seus rituais no Rio Ganges. A luz é dourada, mística. 

DEPOIMENTOS INTERCALADOS: 
Pessoas que ela fotografou ao redor do mundo falam em suas línguas nativas (legendas em português). 
"Ela me fez sentir importante." 
"Nunca tinha visto uma foto tão bonita de mim." 
"Suas fotos mostraram para o mundo quem nós realmente somos." 

CENA 12 
INT. ESTÚDIO - PRESENTE 

Dorte olha diretamente para a câmera, para nós. 

DORTE VERNER 
A maior crise que enfrentamos não é das mudanças climáticas. É uma crise de percepção. Nós paramos de nos ver como parte da natureza, parte uns dos outros. A fotografia é minha ferramenta para reconectar esses fios rompidos. Para os fotógrafos de amanhã... não busquem a foto perfeita. Busquem a verdade. Busquem a conexão. A beleza virá naturalmente. 

CENA FINAL 
EXT. SUPERFÍCIE LUNAR - NOITE 

A criança da primeira cena fecha seu tablet holográfico. Ela se levanta e olha para a Terra. Agora, ela não a apenas como um planeta, mas como um mosaico de todas as histórias que acabou de colecionar. 

Ela pega uma câmera fotográfica analógica, simples, da mochila. Ergue-a e enquadra a Terra. Um ato de esperança. 

FADE TO BLACK. 

TELA PRETA COM TEXTO BRANCO: 
"Aos fotógrafos do amanhã. Que suas lentes capturem não apenas o que somos, mas tudo o que ainda podemos ser." 


 




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