Nos anos de 1960, o Banco Mundial aconselhou dois países a abandonarem qualquer ambição industrial
Nos anos de 1960, o Banco Mundial aconselhou dois países a abandonarem qualquer ambição industrial. O recado era direto: deveriam se limitar a produzir commodities para abastecer o mundo. A história, no entanto, seguiu por caminhos bem distintos.
Um deles decidiu ignorar a recomendação, ergueu barreiras para proteger suas empresas, investiu maciçamente em educação e tecnologia e apostou na industrialização forçada. Décadas depois, a Coreia do Sul se tornou potência em carros, navios e eletrônicos. O outro país, o Brasil, seguiu à risca o conselho: desmontou a indústria, enfraqueceu a pesquisa científica, privatizou estruturas estratégicas e perdeu espaço no cenário global. Não foi falta de capacidade ou talento, mas excesso de obediência. A diferença entre os dois não está em geografia ou cultura, mas na coragem de dizer “não” às fórmulas prontas e “sim” a um projeto soberano de desenvolvimento. Hoje, com novas possibilidades de cooperação nos BRICS e alternativas de financiamento para iniciativas tecnológicas e sustentáveis, ainda temos a chance de retomar o protagonismo. Temos que dizer sim ao projeto nacional de desenvolvimento. Focar no desenvolvimento de nossas indústrias (todas elas, incluindo agroindústria). O futuro é de quem ousa construir seu próprio caminho. Cabe a nós decidir se vamos continuar reféns das commodities ou voltar a disputar os rumos da inovação.
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