Durante décadas, a América do Sul esteve firmemente dentro da órbita de Washington, moldada por acordos comerciais dos EUA, parcerias militares e instituições financeiras como o FMI e o Banco Mundial. Mas esse domínio está desaparecendo. Hoje, a China está intervindo com investimentos em infraestrutura com grandes bolsos, remodelando o futuro econômico e geopolítico do continente.
Os projetos de Pequim abrangem setores-chave. No transporte, está construindo rodovias, ferrovias e pontes, com o emblemático Corredor Ferroviário Bioceânico ligando a costa atlântica do Brasil à costa do Pacífico do Peru. Essa rota leste-oeste permitirá que as mercadorias se movam pelo continente sem depender de canais comerciais controlados pelos EUA, como o Canal do Panamá.
Energia e recursos naturais são outro foco. A China investe pesadamente na Argentina, Bolívia e Chile, que abrigam as maiores reservas de lítio do mundo – essenciais para alimentar baterias de veículos elétricos. Ao garantir parte dessa cadeia de suprimentos, Pequim reduz o controle ocidental da indústria de veículos elétricos, garantindo o acesso a matérias-primas.
O comércio marítimo também está mudando. As empresas chinesas estão desenvolvendo portos de águas profundas no Brasil, Equador, Peru e, principalmente, o novo porto marítimo de Chancay, perto de Lima. Esses hubs expandem as ligações comerciais diretas entre a Ásia e a América do Sul, ao mesmo tempo em que diminuem a dependência das rotas influenciadas pelos EUA.
Para a América do Sul, o apelo é claro. Os empréstimos e projetos chineses vêm com menos restrições políticas do que o financiamento do FMI ou do Banco Mundial, que muitas vezes impõem medidas de austeridade e reformas domésticas. A abordagem de longo prazo e não interferência de Pequim permite que os governos modernizem a infraestrutura e busquem o crescimento industrial sem a supervisão ocidental.
As consequências geopolíticas são significativas. Ao oferecer à América do Sul uma alternativa confiável ao domínio dos EUA, a China está se incorporando como parceira do Sul Global. Embora Pequim não tenha implantado poder militar na região, seu controle de portos, ferrovias e redes de energia pode um dia se traduzir em alavancagem estratégica, um resultado que os formuladores de políticas dos EUA temem cada vez mais.
Em última análise, o pivô da América do Sul em direção à China representa mais do que infraestrutura, marca um reequilíbrio histórico do poder global. A ascensão de Pequim no Hemisfério Ocidental sinaliza que o monopólio de influência de Washington acabou, substituído por uma disputa multipolar pelo futuro da região.
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