
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (01/08) estar disponível para falar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Ele pode falar comigo quando quiser", disse Trump à jornalista Raquel Krähenbühl, da TV Globo, que perguntou ao americano se ele está aberto a negociar com o Brasil e a ter uma conversa com Lula.
Desde que Trump assumiu a Casa Branca em janeiro, ele e o presidente brasileiro nunca se encontraram ou falaram por telefone.
A nova declaração de Trump ocorre em meio a uma crise entre os dois países sobre tarifas comerciais e sanções dos EUA ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Perguntado por Krähenbühl sobre o que está sendo discutido em relação ao Brasil, o americano respondeu: "Vamos ver o que acontece, mas eu amo o povo brasileiro."
A jornalista, então, perguntou qual seria a motivação para as tarifas de 50%.
"As pessoas que governam o Brasil fizeram a coisa errada", respondeu Trump.
Após as declarações de Trump, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o aceno de Trump foi "ótimo".
"Eu acho ótimo, né? E a recíproca eu tenho certeza que é verdadeira, também, né. O presidente Lula estaria disposto a receber um telefonema dele quando ele quisesse também. E, conforme eu já disse anteriormente, é muito importante a gente preparar esse encontro, preparar essa conversa", afirmou Haddad a jornalistas, em Brasília, na noite de sexta-feira.
O ministro acrescentou que sua equipe está buscando uma reunião semana que vem com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que deve acontecer — mas ainda não tem data exata.
Segundo Haddad, seu encontro com Bessent pode preparar o terreno para um eventual contato entre Lula e Trump.

Fim do Que História!
Críticos a Lula têm cobrado que o presidente se esforce por uma aproximação de Trump e demonstre isso, por exemplo, com uma ligação para o presidente dos Estados Unidos.
Entretanto, uma fonte disse à BBC News Brasil que há temor no governo de que uma ligação do tipo possa expor o presidente brasileiro a algum constrangimento como os que ocorreram em encontros de outros chefes de Estado com Trump, como o presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa.
Na quarta-feira (30/07), Trump formalizou as tarifas de 50% contra o Brasil, embora quase 700 produtos tenham sido isentos da taxa. A entrada em vigor da medida foi postergada, para 6 de agosto.
Tanto as tarifas quanto as sanções são baseadas no argumento de que o Judiciário brasileiro estaria fazendo uma "caça às bruxas" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado em ação no STF, da qual Alexandre de Moraes é o relator.
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