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quinta-feira, 25 de dezembro de 2025
Como a prisão de uma mulher em Londres mudou a vida de crianças no mundo todo.

Crédito,Sam Rodriguez/Save the Children
- Author,Alex von Tunzelmann, historiadora
- Role,BBC - History's Heroes
- Tempo de leitura: 11 min
Num dia nublado de abril de 1919, uma mulher chamada Eglantyne Jebb chegou à Trafalgar Square, a grande praça de Londres.
Ela usava o cabelo ruivo preso em um coque. Era alta, magra, pálida, com olhos azuis como flores de miosótis.
A Trafalgar Square era um lugar onde o descontentamento frequentemente se transformava em protesto.
Foi ali que os cartistas se reuniram em 1848 para exigir reformas políticas em favor dos trabalhadores e, mais tarde, as sufragistas, para lutar pelo direito ao voto.
Eglantyne também estava ali com um propósito: distribuir aos transeuntes um panfleto com a fotografia de uma menina de corpo pequeno e cabeça enorme.
Era uma menina austríaca de dois anos e meio que deveria estar rindo, correndo e perseguindo borboletas, mas não conseguia se manter em pé sozinha.
O que parecia ser uma cabeça aumentada era consequência da desnutrição, que havia impedido o desenvolvimento adequado do seu corpo.
A criança pesava cerca de 5,5 quilos. O peso médio de uma criança dessa idade era de aproximadamente 13 quilos.
A Primeira Guerra Mundial havia terminado um ano antes, mas a Europa ainda vivia grandes privações, com 800 pessoas morrendo de fome a cada semana.
Ainda assim, alguns britânicos não se sensibilizavam com a situação difícil de seus antigos inimigos.

Crédito,Save the Children
Embora ajudar a prevenir a fome de crianças em todo o mundo seja uma ideia excelente e compassiva, na época o trabalho de Eglantyne foi considerado subversivo.
A polícia chegou para prendê-la, e ela pensou que talvez pudesse usar a própria detenção para amplificar sua mensagem.
Eglantyne Jebb era uma mulher difícil — no melhor sentido da palavra.
Defendeu as crianças mais vulneráveis, mesmo quando isso a transformou, para alguns, em alvo de ódio e, perante a lei, em uma criminosa.
Curiosamente, ela gostava de crianças… à distância.
Embora tenha dedicado a vida a protegê-las, não apreciava a convivência com elas.
Da alegria à dor

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Eglantyne nasceu em 1876, no seio de uma família muito próspera, e teve uma infância idílica em uma fazenda no interior da Inglaterra, em Shropshire, perto do País de Gales.
Era a quarta de seis filhos e muito próxima dos irmãos mais novos, Gamul e Dorothy.
"Eles eram uma pequena turma: inseparáveis e muito travessos", conta Clare Mulley, autora de The Woman Who Saved the Children ("A mulher que salvou as crianças").
Mas, quando cresceu e quis ter a mesma educação que os irmãos, "o pai se opôs: não queria que sua linda filha se tornasse uma intelectual com quem ninguém quisesse se casar", relata Mulley.
Felizmente, Eglantyne contou com o apoio de uma tia formidável, Louisa, uma das chamadas "novas mulheres" da era vitoriana — emancipada, instruída, independente e autossuficiente, que desafiava os papéis de gênero tradicionais.
Ela não apenas garantiu que Eglantyne tivesse acesso à educação universitária e forneceu recursos para sustentá-la, como também exerceu uma influência decisiva para o desenvolvimento de sua consciência social, em uma época marcada por profundas desigualdades.

Crédito,Save the Children
Eglantyne foi para a Universidade de Oxford estudar História.
Na época, a universidade se recusava a conceder diplomas a mulheres, mas permitia que assistissem às aulas e tutorias e até que prestassem exames, desde que pagassem as taxas.
Eglantyne aproveitou e desfrutou da vida universitária.
Era popular e tinha tudo a seu favor: origem, beleza e inteligência.
"Ela era divertida e criativa. Escrevia peças satíricas e as encenava com os amigos, e vivia indo de festa em festa", conta Mulley.
Mas, de repente, em 1896, recebeu um telegrama da mãe que a devastou: seu amado irmão Gamul havia morrido de pneumonia.
"Ela passou a ter pesadelos terríveis e começou a imaginar Gamul como uma espécie de Peter Pan, esse símbolo da juventude. E passou a se perguntar: se ele não poderia contribuir para a sociedade como médico, o que ela poderia fazer para honrar os ideais que os dois compartilhavam quando eram crianças?"
Ela parou de ir a festas, afastou-se dos amigos e passou a se dedicar à leitura de História e ao estudo da Ética.
"Foi ver de perto os menos privilegiados da sociedade de Oxford e, chocada com os níveis de pobreza, livrou-se de tudo o que tinha em seu quarto, num gesto de rejeição aberta aos valores materiais."
O episódio foi descrito como um surto de loucura.
Por fim, conseguiram convencê-la a permitir que os móveis voltassem para o quarto. Mas, a partir daquele momento, ela passou a dedicar a vida a ajudar os outros.
Sem heróis nem vilões
Eglantyne queria tentar nivelar a sociedade e oferecer oportunidades a todos.
Depois de se formar, pensou em ser professora e conseguiu trabalho em uma escola feminina em um bairro operário de Marlborough, na Inglaterra.
Descobriu, porém, que essa não era sua vocação.
"Não tenho nenhuma das qualidades naturais de uma professora", escreveu em seu diário. "Não me interesso por crianças, não me interesso pelo ensino."
Ela se mudou então para Cambridge e passou a trabalhar com a historiadora Florence Ada Keynes, reformadora social e política britânica, na Charity Organisation Society, cujo objetivo era dar uma abordagem científica e moderna às ações de caridade.
Em 1906, escreveu um estudo social sobre Cambridge. Concluiu que era a injustiça — e não o infortúnio — a causa da pobreza.
E apaixonou-se pela filha de Keynes, Margaret, irmã do economista John Maynard Keynes.
As duas planejavam viver juntas, mas Margaret queria ter filhos e acabou se casando, em 1913, com o fisiologista e futuro vencedor do Prêmio Nobel Archibald Hill.

Crédito,Save the Children
Devastada, Eglantyne direcionou suas energias para uma crise nos Bálcãs e se juntou ao Fundo de Socorro Macedônio.
A Liga Balcânica — uma aliança entre Sérvia, Bulgária, Grécia e Montenegro — havia declarado guerra ao Império Otomano em 1912, que então administrava grande parte da região.
Milhares de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas.
Eglantyne foi enviada com recursos para financiar esforços humanitários, fornecendo comida e roupas, além de trabalhar na reunificação de famílias separadas.
Ela havia crescido com ideias românticas sobre a guerra, cercada por retratos de antepassados veneráveis como Richard Jebb, que lutou ao lado do rei Carlos I na Guerra Civil Inglesa.
A realidade brutal destruiu essas fantasias.
Ela constatou que, quando os homens iam para a guerra, deixavam para trás um mar de mulheres desesperadas e crianças trêmulas.
"A única vez em que não via uma criança faminta e congelando era depois que ela tomava a sopa que eu lhe dava", conta Mulley.
"Nessas situações, dizia ela, o único idioma internacional do mundo é o choro de uma criança."
Logo aprendeu a odiar a guerra.
Viajando de trem pelos Bálcãs, ouvia cada lado descrever o outro como sub-humano e compreendeu que não havia heróis nem vilões — era a própria guerra que desumanizava.
"Aquelas condições de desespero, medo e patriotismo envoltos em propaganda retiravam a humanidade das pessoas.
Era contra a própria guerra que se precisava lutar. Foi um verdadeiro ponto de virada para ela."
A Grande Guerra e a paz
Ela voltou a Londres revigorada por uma nova missão.
Mas o mundo não estava na mesma sintonia. Em julho de 1914, eclodiu a Grande Guerra na Europa.
Ao mesmo tempo, sofreu um colapso físico, precisou passar por uma cirurgia e passou grande parte do restante da guerra em recuperação, ao lado da irmã, Dorothy Buxton.

Crédito,Save the Children
Dorothy havia solicitado autorização para traduzir trechos da imprensa estrangeira e fazia um resumo semanal de reportagens internacionais para a *Cambridge Magazine*, que se tornou uma publicação importante numa época em que a censura era comum e a verdade, difícil de encontrar.
Eglantyne começou a trabalhar com a irmã em 1917; queria que os britânicos deixassem de demonizar os inimigos e compreendessem que pessoas comuns estavam sofrendo.
Em 11 de novembro de 1918, cessou o fogo.
Após cerca de 10 milhões de mortes militares e quatro anos brutais, a guerra finalmente terminou.
O primeiro-ministro britânico, David Lloyd George, convocou rapidamente eleições e prometeu um tratado de paz que obrigasse os agressores a pagar.
Ele venceu com ampla maioria.
"O clima geral do público não era de misericórdia. Queriam reparações pelos custos militares e sociais de uma guerra que os britânicos não haviam desejado nem iniciado."
Mas a devastação nos países derrotados persistia e continuava fazendo vítimas.
Por toda a Europa, milhões de deslocados tentavam voltar para casa, alguns em trens que frequentemente quebravam no caminho.
"Naquele inverno, chegaram relatos horríveis de trens que ficavam parados nos trilhos e, quando finalmente chegava ajuda, encontravam nos vagões mulheres completamente nuas, pois haviam tirado toda a roupa para aquecer os filhos.
Eles eram encontrados amontoados, mortos e congelados. Um relato falava das lágrimas congeladas nas bochechas das crianças."
O julgamento pela foto do panfleto
Enquanto as negociações de paz continuavam, os bloqueios econômicos britânicos seguiam impedindo que a ajuda chegasse aos antigos inimigos.
Algumas famílias foram forçadas a tomar decisões devastadoras, como "deixar seus filhos morrerem ou ajudá-los ativamente a sair da miséria", relata Mulley.
Eglantyne e Dorothy, horrorizadas, continuaram trabalhando na tradução da imprensa estrangeira, na esperança de que divulgar detalhes sobre a situação terrível vivida nesses lugares pudesse fazer a diferença.
"Assim como elas, outras pessoas visionárias reconheceram que havia uma necessidade humana urgente entre as nações derrotadas.
Também houve quem alertasse que impor reparações capazes de destruir economias no exterior não seria bom para ninguém a longo prazo, pois geraria raiva e ressentimento que poderiam desembocar em um conflito ainda maior."
As irmãs se uniram a outras mulheres com ideias semelhantes para criar o Conselho de Combate à Fome, cuja pressão conseguiu pôr fim ao bloqueio em alguns países — mas não na Áustria, na Alemanha e na Rússia.
Foi então que Dorothy viajou para a Suíça e voltou com fotografias, entre elas a da menina austríaca dolorosamente desnutrida que aparecia no panfleto distribuído por Eglantyne na Trafalgar Square.
As imagens não tinham autorização oficial para divulgação, pois legalmente precisavam cumprir a chamada DORA (Defence of the Realm Act), uma lei aprovada como medida emergencial de guerra em 1914.
Por isso, em maio de 1919, Eglantyne foi convocada a comparecer ao tribunal em Mansion House, em Londres.
A Mansion House era frequentemente usada por políticos e dignitários para eventos formais e proclamações, mas também havia sido o local onde muitas sufragistas foram julgadas.
"Ela estava sendo apresentada ao público como uma mulher histérica", observa Mulley.
Eglantyne decidiu se defender sozinha.
Sabia que era culpada do ponto de vista legal, então concentrou sua defesa no aspecto moral, oferecendo aos repórteres judiciais presentes material farto para preencher suas colunas.
"Ela argumentou que a DORA não deveria mais se aplicar por causa do armistício e que agia exclusivamente por motivos humanitários — uma campanha para salvar vidas, sem qualquer relação com o Exército ou com a política.
Mas, acima de tudo, concentrou-se na fome das crianças. E, para aproximar o tema das pessoas, contou histórias de soldados britânicos que dividiram suas rações com crianças nos trens para salvá-las.
Disse que esse era o verdadeiro espírito britânico: um espírito de humanidade e compaixão que todos deveriam sentir."
Sir Archibald Bodkin, o promotor — e diretor da promotoria pública — declarou-a culpada, mas aplicou apenas uma multa de £5.
E, diante dos repórteres, depois de proferir a sentença, aproximou-se da recém-condenada, tirou uma nota de £5 — que na época era um grande papel —, dobrou-a e entregou a ela.
Com esse gesto, Sir Archibald declarou publicamente que, embora Eglantyne tivesse perdido do ponto de vista legal, havia vencido moralmente.
Eglantyne disse que pagaria sua própria multa, mas que aceitaria o dinheiro dele e o usaria para criar uma nova organização destinada a ajudar a salvar crianças: a Save the Children, hoje uma ONG internacional presente em mais de 100 países e responsável por melhorar a vida de milhões de crianças.
Assim, a primeira doação à Save the Children veio do próprio promotor da Coroa britânica no processo contra sua fundadora.
Como se não bastasse…
Eglantyne havia conquistado alguns corações… embora não todos.
No dia seguinte, a história apareceu em todos os grandes jornais e, para aproveitar a repercussão, ela e Dorothy decidiram organizar uma reunião pública para a qual reservaram o maior espaço de Londres: o Royal Albert Hall.
Apareceu tanta gente que não houve espaço para acomodar todo o público, mas nem todos apoiavam a causa.
Muitos as consideravam traidoras e chegaram com sacolas cheias de frutas e legumes podres para atirá-los nas irmãs "sediciosas".
Quando a voz de Eglantyne se ergueu com paixão, dizendo que certamente era impossível que, como seres humanos, pudessem ver crianças morrerem de fome sem tentar salvá-las, os opositores guardaram suas batatas e tomates nas sacolas e tiraram as carteiras do bolso.
Espontaneamente, houve uma coleta de dinheiro em todo o salão, que ajudou a Save the Children a salvar vidas em Viena.
A frase de Eglantyne — "Não tenho inimigos menores de 7 anos" — foi amplamente divulgada pelo grupo e se tornou um lema das campanhas de arrecadação da organização.
Em 1921, ela se mudou para a Genebra politicamente neutra e transferiu para lá a sede da ONG que havia cofundado com a irmã.
E, num domingo do verão seguinte, depois de escalar o Monte Salève, enquanto admirava a vista panorâmica, teve um lampejo de inspiração.
"Ela concebeu a ideia de que todas as crianças do mundo deveriam desfrutar dos mesmos direitos humanos universais dos quais até então haviam sido excluídas", observa Mulley.
Pegou um lápis e um papel e redigiu um documento de cinco pontos.

Crédito,Save the Children
Logo se tornou representante voluntária pelo bem-estar da mãe e da criança na recém-criada Liga das Nações, precursora das Nações Unidas.
E impulsionou, apesar de enorme resistência, o que ficou conhecido como a Declaração de Genebra sobre os Direitos da Criança, que defendia a proteção, a alimentação e o abrigo das crianças.
O documento foi adotado em 1924 pela Liga das Nações; 65 anos depois, a ONU formalizou a Convenção sobre os Direitos da Criança.
"É o instrumento de direitos humanos mais universal da história: foi ratificado por todos os países do mundo, com exceção de um (os Estados Unidos).
E continua sendo extremamente influente na organização de todo tipo de políticas públicas, além de fundamentar o direito a uma infância saudável e segura, ao abrigo, ao brincar, à alimentação, aos cuidados médicos e a uma vida plena", explica a autora.
Eglantyne Jebb morreu em 1928, aos 52 anos.
"Importa que Eglantyne não gostasse de crianças?", pergunta Mulley.
"Ela as respeitava como indivíduos, como seres humanos — e isso sim importa: mudou a forma como o mundo inteiro vê, considera e trata suas crianças", conclui.
2026 Como as nossas Escolhas podem impactar quem somos ?
A Teia das Escolhas: Identidade, Multiversos e a Busca por um Propósito Coletivo
Baseado na obra de Blake Crouch e nas reflexões que ela provoca, a ideia de múltiplos universos paralelos nos confronta com questões existenciais profundas: quem somos nós verdadeiramente, e o quanto de nossa essência é moldada pelo mundo que habitamos?
Em Matéria Escura, Jason Dessen enfrenta o paradoxo mais angustiante: diante de infinitas versões de si mesmo, espalhadas por realidades quânticas, qual é a versão "verdadeira"? A física quântica nos diz que todas as possibilidades coexistem em potencial até que uma seja observada ou escolhida. De forma análoga, nossa identidade não é uma partícula fixa, mas uma onda de possibilidades, que colapsa em um "eu" específico através das escolhas que fazemos e dos contextos que nos cercam.
A psicologia junguiana complementa essa visão ao sugerir que carregamos dentro de nós potenciais não realizados — a Sombra, a Persona, os Arquétipos. Nossas diferentes "versões" não estão apenas em universos paralelos físicos, mas também em camadas psíquicas profundas. O mundo e a cultura em que vivemos atuam como o "campo" que favorece certos aspectos e suprime outros, dando forma ao Self que apresentamos. Nossos impulsos, sonhos e até nossas memórias (tão frágeis e manipuláveis na narrativa de Crouch) são filtrados por essa lente cultural. Não somos livres no vácuo; nossa liberdade é sempre uma negociação entre o impulso interno e as estruturas externas.
Nesse contexto, o que seria uma "vida perfeita" ou uma "cura"? A obra sugere que não há um ponto final de felicidade estática. A vida "perfeita" de uma realidade paralela pode se revelar uma gaiola dourada, pois exclui o crescimento que vem da adversidade e da escolha consciente. A verdadeira cura, então, é aprender. É o processo contínuo de expansão do ser e do mundo, um movimento dinâmico rumo a horizontes mais amplos. É fazer escolhas não por inércia ou pressão social, mas escolhas pensadas e sentidas que alinhem nosso propósito individual com valores universais: o bem, o belo, o justo e o economicamente sustentável para todos.
E por que as pequenas coisas importam? Porque no sistema caótico e interconectado da existência — seja no multiverso, seja na teia social — o efeito borboleta é uma lei. O café que você não tomou, a gentileza que ofereceu, a decisão aparentemente insignificante que adiou seu caminho: tudo reverbera. Nossos traumas e momentos decisivos são esses pontos de bifurcação quântica em nossa linha do tempo pessoal, onde mudamos de direção para sempre. Eles nos fracturam, mas também criam novas possibilidades de reconstrução.
Contudo, não viemos ao mundo a passeio. Cada versão de nós, em cada realidade possível, tem o potencial e a responsabilidade de transformar o mundo em algo melhor. Nossas escolhas individuais têm peso coletivo. Elas impactam as pessoas ao nosso redor, moldam culturas, definem legados e alteram o planeta que herdaremos e deixaremos. A ética do multiverso, portanto, não é apenas sobre qual Jason é o "real", mas sobre qual Jason contribui para uma rede de realidades mais compassiva e sustentável.
A grande lição, fundindo física, psicologia e ética, é esta: nossa jornada não é encontrar a "melhor" versão de nós mesmos em um universo pronto, mas criar ativamente a melhor versão do nosso universo através de nós mesmos. A perfeição não é um destino a ser alcançado, mas um norte ético a ser seguido — um compromisso diário com escolhas que honrem a complexidade do ser, a interconexão de toda a vida e a beleza frágil do mundo que co-criamos, um pequeno efeito borboleta de cada vez.
Somos, simultaneamente, o observador e a partícula, o arquiteto e a construção, a ferramenta e o transformador. E nesse papel duplo reside tanto nossa responsabilidade máxima quanto nossa liberdade mais profunda. Como resume a serie Matéria Escura, a Física e Carl Gustav Jung, o que importa é Empatia, as pessoas com quem compartilhamos a vida e como usamos nossa energia quântica nas imperfeições da vida que geram um tipo de perfeição. Sim existem outros mundos porque viver sem amor, propósito, sonhos ? Porque não viver a incerteza, o mistério, o sagrado como o mais mágico e real da vida ? Essa é e a escolha de estar vivo de verdade de forma plena! Sem mentiras, sem ilusões, lutar por causas, amar de verdade a Deus, sua família e a Terra do qual somos semente e colheita do destino. Escolha dar espaço para as necessidades e os sonhos de outras pessoas como um quebra-cabeça ou mosaico infinito se entrelaçando de forma eterna.