Por Egidio Guerra
Não gostei do filme! Bem , eu não sei se uma critica pode começar assim ? Como também não sei se uma era termina e outra começa, mesmo no cinema. Chaplin que o diga, se estivesse vivo, mesmo fazendo cinema mudo, levaria milhares de pessoas aos seus filmes. Crianças sorririam com o jeito de criança de Chaplin, mesmo velho.
Quando um roteirista começa a escrever um filme, é a história deste filme , pode se dizer é a história de vários roteiros. Ele quer fazer algo singular , único, como diz no filme para ver seu nome aparecer no letreiro! Porem sem
pre tem um revisionista para dizer alguém já escreveu isto , ou será um critico de cinema atualizando para os dias de hoje, ou alguém que publica no seu blog algo assim “rsrsrrs já sei o fim “
Já sei o fim de um Deus, ou melhor o crepúsculo , numa sociedade que não há mais tempo para com certo rigor desmontar um Deus nas telas com um roteiro bem escrito. Se esta Deusa for uma estrela de cinema que viu sua arte ou seus filmes serem construídos por uma industria e milhões de dólares ainda teremos centenas delas. O que não teremos infelizmente e são poucos, são filmes que critiquem esta forma de fazer cinema.
Por isso que Crepúsculo dos Deuses se tornou , um clássico! Não porque ele é um filme de 1950, ou ironiza vários diálogos famosos de filmes de Hollywood , ou porque tem novos atores consagrados como novos Deuses pela nova mídia. Apenas porque é um roteiro de um roteirista que talvez não tenha sido encomendado! Um roteiro que não tem uma história linear, que usa metáforas que fazem criticas independentes das palavras, as imagens são o alvo principal.
Imagens que são decupadas para contar uma história de amor , que ainda não tem nome , mas que se inscreve nas relações que são construídas entre Deuses ,seus cotidianos, seus súditos, poderes, vaidades e delírios!
Fico pensando como foi terapêutico para época, a própria industria americana sentar na sala do cinema para se olhar no espelho. O quanto alguns artistas economizaram com psicólogos e viveram cartases, choros, curas, quando na tela apareceu FIM. O fim de sua carreira, o fim de milhões de dólares em filmes, o fim de um cinema de formulas simples que se vendiam sem muito esforço.
Godard, Truffot, o neo realismo italiano e graças a “Deus” ou milhares de outros Deuses vão surgir ; e graças a Deuses também vão viver seus Crepúsculos. Como diz o dialogo no filme “ os melhores roteiros são feitos de barriga vazia” Melhor, nem toda força, dinheiro, fama, conseguiram manter uma estrela ou seu amor imaginário. Porque esta desconexão entre fantasia e realidade, muitas vezes acaba em loucura ou crime.
Na época estas conexões não eram tão claras como hoje, tinha poucos filmes ou roteiros sobre isto. Hoje o desejo se realiza de outras formas, os Deuses quando se tornam criminosos vendem mais, e várias publicações ganham muito dinheiro com isto. O que neste filme é um grande fim é apenas o começo de filmes que não cansam de detalhar os monstros, e qualquer coisa hoje, pode ser Deus, desde que multiplicado em alta velocidade por imagens via celular, internet, propagandas. O sonho de qualquer cidadão comum é ser Deus, e o cinema, games, interatividade, quer lhe dar controles de todas as situações possíveis. O virtual vira real, e os roteiros necessitam cada vez mais de mistura não três boas histórias mais dezenas, os personagens se multiplicam, a tecnologia, efeitos especiais dominam, porque a forma de contar histórias perdeu o controle do roteirista ou do cinema. Um novo crepúsculo?
Lógico Chaplins sobrevivem e várias perolas inesquecíveis sempre existiram e continuam a ser realizadas, graças a Deuses! Bem eu não sou um Deus para dizer isto, não sou critico nem doutor em cinema, sou apenas um apaixonado estudante de cinema. Esperando que as idéias possam valer mais que as patentes ou cargos, que a internet ou blog possam ser tão poderosos como grandes estruturas. Por isso publico no meu Blog na esperança de que o cinema possa contar boas histórias e sinta orgulho de dizer bem este é um bom filme ou não gostei, independente dos Deuses, porque arte como no cinema mudo de Chaplin se constitui de gestos simples as vezes de uma forma de andar diferente!
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