Quando criança a primeira história que a TV nos convence é ser artista igual a eles. Não durou muito , era só mais uma forma de dizer eu te amo para uma garota. Aos poucos fui me convencendo que a minha carreira era administração, queria ser executivo, como líder de grêmio no colégio , empreendendo projetos ; era o caminho natural. Os executivos também tem todo glamour de artista , bem vestidos, em prédios suntuosos, ganhando muito dinheiro e dando ordens. É o novo rei do capitalismo! Quem não quer ser rei ?
Porem as cenas dentro de uma empresa são chatas, a mensagem do filme de ganhar mais dinheiro para os donos, não ilude mais ninguém. Eu não sabia que escravidão tinha outro nome, antes o escravo tinha o direito de casa e comida, hoje para muitos o salário não paga isto! Quem quer ser capataz do sistema ? Eu não quero.
As desigualdades brutais, as injustiças, a pobreza é o cotidiano da vida de milhões de pessoas no Brasil. Só não enxerga quem inventa aos olhos , ou por ignorância ou maldade , uma realidade que não existe. O executivo que escreve este texto era o mesmo militante nas ruas, na Universidade, nos caras pintadas. Essas histórias das empresas e da política nas ruas , lutavam dentro de mim, cada uma queria minha alma! Eu era o cenário, o palco, aonde cada uma destas idéias representavam seu papel e guiavam meus movimentos pela vida. Eu alimentava cada um delas com livros, filmes, referências, atitudes, para exercer meu personagem nas empresas, ruas, Universidade da melhor maneira possível. Tinha que me convencer que estava me tornando eles e o que meus sonhos pertenciam a estes mundos. Outra ilusão produzida pela Matrix.
Porem uma parte do meu ser , graças aos livros e filmes ( como Matrix e outros ) geravam idéias diferentes. Eu começava a descobrir que existia outros caminhos de fazer empresas e de fazer política. A inovação tão bem aceita na tecnologia deve ocupar outros cenários da vida! Foi isto que fiz , resolvi juntar este dois papeis no meu ser, nascendo um terceiro, o terceiro setor, fundei ONGS. A primeira foi as empresas juniores, estava cansado de ver a política só falar e não fazer nada, de ver o meu conhecimento a serviço das grandes empresas, portanto na Universidade começamos a fazer consultoria para pequenas empresas , ONGS e Movimentos sociai
s. Sim podíamos gerar trabalho para jovens aonde o lucro pertencia a eles. Como podem ver ao exercer meu papel como executivo e militante, criei outro papel, o de empreendedor social, porque comecei a contar outra história. Uma nova história que não vinha de fora, agora ela nascia dentro de mim, do meu ser.
Não apenas esta historia das empresas junior, mas libertar meu ser para criar a sua existência, as suas idéias, que geram projetos inovadores, que são contados em novas histórias por outras pessoas, que começam a ser escritos, filmados e transformar os lugares em que vivemos. A primeira semente gerou as primeiras pequenas vitórias, que provaram para mim que eu posso criar novas realidades. Uma idéia , um projeto , novas realidades, levam a um sonho maior que geram outras idéias , que se transformam em novos conceitos a serem estudados , atitudes e bênçãos divinas. Começamos a enxergar com nossa capacidade critica que muito precisa ser mudado e com a criatividade a mudá-lo. Outras idéias de outros projetos foram surgindo, comecei a encontrar pessoas que tinham idéias complementares e que juntos podíamos empreender sonhos numa Terra da Sabedoria. Sabe neste momento eu me tornei a minha própria Universidade, não precisava de uma grade curricular para prender meus pensamentos. O s meus sonhos, projetos, idéias , guiavam a busca de meus saberes para empreender meu ser e um mundo em que a pobreza e as injustiças fossem superadas. Nascia assim de um pequeno grão de terra a Terra da Sabedoria!
Nenhum comentário:
Postar um comentário