SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

domingo, 9 de agosto de 2020

Ele cresceu expressando novas formas de ser e viver com outras palavras, atitudes, mágicas e imaginações. Nasce um outro mundo com novos seres de um pequeno grão de terra a Terra da sabedoria!


Furacões na lua e borboletas na terra!



Passos rápidos, passos lentos, passos rápidos, passos lentos... Minha mente se esbarrava a cada caminhar mais rápido, caia e retomava. Presa em um labirinto criado por suas próprias crenças... Seria necessário mais que um fio de Ariadne para sair dali, talvez um furacão. 


Como fazer perguntas proibidas quando não as enxergamos? Só em diálogo com outra mente que derrube uma metáfora sobre nossos corpos, transformando em paradoxos tudo que tomávamos por real e certo. 


Tinha pouco tempo e meu tempo é lento. Como escapar do Minotauro sem as asas de Ícaro? Eram necessárias outras asas... Como criar a fórmula de um mundo sem fórmulas? Permiti me sentar mais uma vez, mesmo com os passos do monstro-tempo que a tudo devora, quando ele apareceu em minha frente, abri minha mente e mergulhei. 


Já era crepúsculo. Uma pálida Lua cortava o céu. De repente, percebi um objeto voador não identificado, escorregando do satélite terrestre, rodopiando pelos céus. Um céu muito cinzento por sinal. Como se a fuligem fosse predominante e ao mesmo tempo manchado por um vermelho, refletindo labaredas, soltando um cheiro de coquetel molotov. Era como se fosse maio de 68, só que 100 anos depois, pela falta de qualidade do ar. 


O tempo estava ao meu lado. Assim pude perceber minha escrita no pergaminho que se equilibrava no espaço a minha frente. Sincronizados através da mente de um inseto. 


“Então quer dizer que tudo está ligado, um bater de asas de borboleta provoca um furacão do outro lado mundo, chamam isto de ecologia, tem a ver com a camada de ozônio, os terremotos, furacões, tempestades, chuvas que estão devastando o mundo?” 


Caí de volta no labirinto, mas logo meu corpo subiu de novo aos céus. Era eu quem rodopiava no ar agora, no olho do furacão.


“O que faço com estas 9 linguagens que ele usa para que eu decifre como realizar os 12 trabalhos de Hércules em minha vida? Acho que tem alguns segredos, deixa eu ver ...” 


Aquele labirinto fazia parte do meu primeiro trabalho de Hércules. O problema era que eu estava procurando o fio de Ariadne, mas as histórias e as questões eram muito diferentes. Eu não precisava seguir linha nenhuma, mas sim das perguntas proibidas. 


No olho do furacão, uma epifania. 


“Ou será que é por outro caminho que vou desvendar esta história?” 


Um diálogo entre espécies. Um diálogo entre mentes. “Este diálogo entre um pai e seu filho, é um caminho que posso usar como jornada, roteiro, para fazer o meu diário de viagem neste mundo né?” 


Roteiros, jornadas, diários... histórias! Não as leis, sim as singularidades. Quem disse que só os humanos têm direito a história? Há um ditado africano que diz: “até que os leões inventem as suas próprias histórias, os caçadores serão sempre os heróis das narrativas de caça.” 


Aquele inseto alado, naquele momento em que o tempo ficou ao meu lado, apresentou seu diário de viagem a mim. Cada ente cria sua história com as marcas que deixa por onde desenha seus movimentos. 


“Eu vi que o senhor tá deixando seu mapa, seu mundo, o resultado de sua jornada neste mundo. Por isso escreveu sua biografia...” 


Tonto com o giro que dei, observando através do olho do furacão, pude ver os altos muros de regularidades do labirinto cair, um por um, singularmente. 


“Alguns dizem que isto tem a ver com a compreensão sistêmica da vida, da história, de forma transdisciplinar, olhando um mesmo fenômeno com vários saberes e de vários pontos de vistas, assim como a teoria da relatividade, o objeto e a energia mudam? 


Sim. Isso é uma rede de histórias. Um mapa cheio de enigmas, utilizando a linguagem da natureza. Metáforas. 


“Sempre fenômenos emergindo em rede, de forma complexa, por isto que temos que estudar as redes sociais, na natureza, no cérebro, na cidade, na vida?” 


Enfim, estava fazendo perguntas proibidas... Quem disse que o saber não é construído com histórias particulares? Se a própria vida é... Que saber é esse que vai contra a vida? 


“Sua jornada neste mundo [...] sem deixar de me mostrar que acontece em contextos sociais e econômicos que me falou sobre eles também nos manifestos” 


Sim. Como Neo pude perceber as grades e escolher se ia construir mais delas ou implodi-las. 


“Está me deixando projetos para que eu e outros possam continuar ou realizar, de forma que seu caminho se una com o meu, e possamos Empreender sonhos numa Terra da Sabedoria.” 


Implosões. Explosões. Eu pairava no ar junto ao pergaminho que lia. Ao meu redor outros mundos eram narrados. No espaço a minha frente, quase 1 ano depois, me vejo desenhando outras realidades, imaginando paisagens futuras, inclusive essas. 


“Por isso somos PROTETORES, personagens de uma nova História, desta história que estamos escrevendo com nossas vidas. Mágico.” 


Magias de proteção. É preciso acreditar na anima do mundo. Além de proteger, vamos reanimar, criar mentes, vidas, sistemas e malhas que se auto organizam, criam seus mundos. Mas isso tem como fonte outra história... 


“E o senhor como apaixonado que é pela literatura, cinema, e música claro tem que me mostrar o poder da imaginação, da arte, da poesia, na sua forma lúdica e mágica de explicar o mundo em que vivemos transformando tudo num romance , num livro e em filme.” 


Filme...Sim começou com um documentário, um filme (e espero terminar com outro), mas de que espécie? 


“Fala em Isaac e Apocalipses para que tenha a dimensão da fé e a linguagem religiosa em minha vida, nos Manifestos para que desenvolva a linguagem e a dimensão política e lute por nossas causas ao lado de minha Tribo.” 


Sim... Falava de um apocalipse, o qual estamos vivendo, inclusive. Todavia não fui criado para temê-lo. Na verdade, me animei com a oportunidade de criar um novo mundo. Aprendi que todo caos gerava uma nova ordem. A vida, apesar de se organizar, ela sempre vaza a si mesma. E falando em caos... 


“Tenho que encontrar as borboletas e descobrir porque elas causam furacões? Simples né?” 


O furacão havia passado e com ele levado junto o labirinto. Agora o horizonte estava livre para eu correr atrás das borboletas. 


“Parece que estes meus desafios são mais difíceis, o mundo real é mais mágico!” 


Sim... Apesar da magia do mundo, muitos andam cegos, enquanto outros são proibidos de amar. Como trazer o entusiasmo para nossas vidas? 


Como reanimar o mundo? 


“É continue sua busca Isaac, que vou avançar com a minha, procure seus amigos, que vou começar a formar minha Tribo, para assim como meu pai escrever meus projetos, minha história de vida.” 


Cultivando (multi)universos... A história da evolução é muito mais enigmática do que imaginamos. Já pensou que “Senhor dos Anéis” pode ter existido? E Harry Potter não existe? Há muito mais entre o céu e a terra do que 

nossa vã filosofia pode imaginar... 


“Sim tenho que desenvolver minha linguagem artística, e usar para entender os enigmas e desafios que envolve viver neste mundo. [...] Sim isto é a linguagem científica que o senhor busca estudar nos vários livros que leu e me deixa de presente esta magnífica biblioteca.” 


Desenhando e mapeando histórias em joguinhos busco encontrar terras de sabedorias com o nome de Reanima Mundi..., mas como ela seria? 


“Amar não é mais proibido, nasce uma Sociedade da Paixão, aonde vamos compartilhar sonhos, ideias, unindo linguagens e dimensões de nossa vida, instituições e projetos que estejam um passo além...” 


Parece que houve um furacão na Lua... trazendo essa carta de borboleta a mim...

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