CARTA AOS GESTORES DA EDUCAÇÃO MUNICIPAIS, ESTADUAIS, E AO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SOBRE AS DIVERSAS BRUTALIDADES E DESIGUALDADES NAS ESCOLAS PARA QUE GOVERNOS, UNIVERSIDADES, TERCEIRO SETOR, EMPRESAS, COMUNIDADES, COOPERAÇÃO INTERNACIONAL POSSAM ATUAR JUNTOS PARA ENFRENTAR AS TRAGÉDIAS QUE MILHÕES DE ALUNOS, FAMÍLIAS E PROFESSORES ENFRENTAM TODOS OS DIAS NAS ESCOLAS E COMUNIDADES. VÁRIOS FATORES SOCIAIS, POLÍTICOS, ECONÔMICOS E EDUCACIONAIS IMPACTAM DIRETAMENTE A EDUCAÇÃO; INCLUSIVE COM DESPERDÍCIO DE RECURSOS E TEMPO QUANDO NÃO OLHAMOS DE FRENTE COM RESPEITO A DIGNIDADE DAS PESSOAS DE FORMA SISTÊMICA, TRANSDISCIPLINAR E COMPLEXA A REALIDADE DAS ESCOLAS E VIDAS QUE LUTAM PARA APRENDER E ENSINAR.
Nós temos dialogado com Professores da Rede pública de educação que atuam há bastante tempo nas escolas e os relatos coincidem com professores recentemente concursados ou substitutos. Nós estamos atuando em dezenas de escolas onde faltam jogos, brinquedos e espaços para brincar, faltam livros das séries que não chegam a tempo, aumento da desatenção e indisciplina, muitos ocasionados pela Pandemia, pobreza e violências que invadem a escola. Como todos sabem, há décadas vários níveis de aprendizagem convivem na mesma série, muitos sem saber ler, escrever e fazer algumas operações matemáticas mas avançam de série e o problema se agrava a cada ano. É preciso enfrentar esses problemas numa rede de colaboração entre nós Professores, Governos, Secretarias de Educação, Universidades, ONGs e outros que conquistaram bons resultados em situações semelhantes. Como sabemos a verdade está nas escolas e em seus processos de ensino e aprendizagem que necessitam de algumas condições básicas para serem realizados. Não podemos como professores e povo cearense e brasileiro fazer de conta que não existem, pois dinheiro público e tempo das pessoas estão sendo gastos com baixo impacto nas vidas das crianças e famílias que continuam há décadas na pobreza em processos que mantêm os mesmos erros e outras prioridades.
Nenhum país dos melhores sistemas educacionais do mundo segundo o PISA, separou política educacional da social. Nenhum dos principais teóricos educacionais como Freire, Vygotsky, Malaguzzi, Walon, Morin e outros defenderam crianças com fome na escola e sofrendo brutais desigualdades pelos avanços das desigualdades e violências. Portanto não podemos como Bolsonaros fazem viver de mentiras, fake news e violências contra o povo brasileiro e suas escolas. Necessitamos olhar de frente as condições reais das escolas, escutar as vozes dos professores, alunos e famílias e construir juntos de baixo para cima diagnósticos que revelem por mais dura que seja a realidade que os professores estão enfrentando. Secretarias de Educação não podem se resumir a serem Empresas de Engenharias pois apenas paredes não realizam educação, nem cultura nem economia como mostram os países que tiraram milhões de pessoas da pobreza. O Brasil continua a colocar as pessoas na pobreza. Não podemos tornar a educação refém de engenharias e cases políticos, quando milhões de crianças e jovens não têm acesso ao direito da educação. Temos que valorizar várias ideias e iniciativas de professores e escolas sem nenhum apoio e dialogar em rede com outros setores da sociedade na missão de educar o povo brasileiro. Por isso, organizações como Fundação Lemann, Todos pela educação, Itaú e outras não podem viver de querer ocupar os Ministérios e atropelar a democracia, e sim respeitar os diversos processos coletivos de educadores que constroem de verdade a educação brasileira nas escolas. Se as grandes Empresas e Bancos com a maior taxa de juros do mundo querem de verdade ajudar a educação brasileira ? Como sabem, há décadas as escolas precisam de brinquedos, espaços para brincar, comida, livros, banheiros, apoio aos professores. Os Governos, Universidades, ONGs, Empresas, Cooperação internacional, Comunidades podem colaborar muito mas a partir das vozes, dores e sofrimentos da Escola. Por isso os Gestores Municipais, Estaduais e o MEC não podem fazer de conta que nada disso está acontecendo e precisamos agir em redes e juntos.
São Paulo - Enquanto houver crianças pobres frequentando as escolas brasileiras, o sistema educacional do país não irá atingir um nível de excelência. A afirmação é de Martin Carnoy, professor da Escola de Educação de Stanford, que é categórico ao afirmar que todo o dinheiro do mundo não será suficiente para melhorar o sistema educacional a menos que haja uma mudança profunda na sociedade brasileira.
Com base em suas pesquisas, o professor afirmou que o país não poderá ter um bom sistema educacional público antes de que o problema da pobreza seja resolvido.
"Quanto mais crianças pobres, pior o sistema", disse Carnoy. Ele explica que a educação é puxada pela parte inferior, e não pelos exemplos de sucesso, isto é, ela nivelada por baixo. Além disso, ao contrário do que é comumente defendido, Carnoy acredita que a pobreza não vai ser resolvida pela educação, porque esse é o caminho mais caro.
"Não é barato resolver o problema da pobreza de um país pela educação, é preciso começar logo na educação infantil, quando a criança tem 3 anos de idade, com um ensino estimulante e de extrema qualidade", explica.
Ele defende que o melhor caminho é o das mudanças na sociedade como um todo, oferecendo melhores condições de saúde, nutrição e segurança, por exemplo.
"Os sistemas educacionais estão profundamente mergulhados e conectados com as sociedades em que estão inseridos. Se a sociedade vai mal, a educação vai também", afirma o professor.Para ele, mudanças fundamentais na educação precisam ser puxadas por mudanças profundas na sociedade.
O uso da tecnologia, tão aclamado como a solução para todos os problemas, também é colocado em uma posição secundária por Carnoy. "Não há tecnologia que substitua um bom professor e não há um bom sistema educacional sem bons professores", encerra.
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