Por Egidio Guerra - Professor, Cineasta, Fellow Ashoka e Pesquisador em integração de processos educacionais, sócio ambientais, tecnológicos, e econômicos.
Por que não pensar de forma crítica nossas trajetórias de aprendizagens em diversos lugares e métodos visando transformar nossas vidas e cotidiano em saberes e dados para compreender as diversas potencialidades e desigualdades que vivemos, e que impactam os diversos processos de ensino e aprendizagem! Necessitamos de melhores escolhas e decisões para transformar a realidade dos alunos e professores, avaliando oportunidades com autonomia, compartilhando recursos, e atuando em rede em torno de objetivos comuns. Todos dizem que a prioridade de várias instituições como Secretária de Educação, Escolas, Universidades, Fundações, Famílias é melhorar a educação, mas é preciso orquestrar e gerar sinergias entre ações fragmentadas, atuarmos, pesquisarmos e educar em redes.
Esse objetivo envolve transformar o conteúdo das disciplinas como português, matemática e outros do Ensino Fundamental ao médio seguindo a BNCC em uma jornada educacional; onde professores e alunos possam atuar em redes buscando melhorar a qualidade dos seus processos de ensino e aprendizagem com projetos que ligam várias disciplinas com pesquisas acadêmicas, uso de tecnologias, jogos e brincadeiras, e diversas ações pedagógicas como empoderar alunos no ensino cooperativo, onde um aluno ensino o outro na zona de desenvolvimento proximal, gincanas com games, desafios e equipes com níveis de aprendizagem distintos, e outros instrumentos pedagógicos que possam fortalecer a atuação em redes presenciais e virtuais.
Mais de 50 estudantes de pedagogia da UFC passaram no concurso como Professores Pedagogos. Antes das aulas começarem, Professores da Faculdade de Educação da UFC como Professora Claudiana estava se reunindo, presencial e on-line, com seus ex- alunos, agora Professores das Escolas públicas para juntos pensarem caminhos múltiplos de como levar as teorias e práticas pedagógicas para sala de aula. Depois nos reunimos na Escola Yolanda Queiroz com Diretores e Professores de várias Escolas Municipais, Professores da UFC e convidados para dialogar sobre esses processos através da criação de laboratórios de inovação pedagógica. Um dos objetivos é que esses laboratórios de Alfabetização, Matemática, Arte e Tecnologias educacionais sejam elos integradores das ações de formação da Secretaria de Educação, SINDIUTE, Programas como aprender mais, além dos estágios e curricularização da extensão da UFC. Ao invés de ações fragmentadas, podemos somar conhecimentos, otimizar recursos, gerar complementaridades de ensino e aprendizagem entre Professores e alunos das Escolas públicas e UFC. Escolas em redes oportunizando a compreensão das diversas realidades que vivemos e do potencial de colaboração para que possamos aprender a trabalhar juntos em vários processos e jornadas que melhorem e impactem a construção de uma educação de qualidade.
Não podemos restringir a escola apenas a sala de aula e sistema burocráticos de presença e avaliação pois vários fatores impactam a aprendizagem, assim como a expansão do ser e autonomia de alunos e professores são construídos cada vez mais em redes físicas e virtuais que não cabem apenas em um único lugar. Claro que isso envolve as famílias, comunidades, mais também outras escolas, os órgãos gestores da educação a nível municipal, estadual e Federal, Universidades, Fundações e outros. Nós precisamos aprender a atuar juntos para dar maior agilidade aos processos de transformação organizacional nas escolas, incorporar novos métodos, práticas e tecnologias educacionais porém orquestrando os diversos conteúdos de forma sistematizada que hoje chegam aos alunos apenas através da sala de aula e professores.
Estamos buscando ir além das disciplinas, controles e espaços que constroem seres fragmentados em seus saberes, poderes, e formas padronizadas de se expressar no mundo. Buscamos construir caminhos múltiplos em redes para expansão do ser e da vida em jornadas de aprendizagens pela corporeidade, autonomia, afetos, interações sociais, desenvolvimento de múltiplas linguagens visando a individualização do ser através de um pensamento cada vez mais transdisciplinar, sistêmico e complexo capaz de produzir diferenças no mundo.
A ideia que nos move é superamos as prisões dos lugares, disciplinas, e controles e nos colocar em movimentos de colaboração, de circulação em espaços diferentes, integrando ações, compartilhando saberes, buscando colisões entre pessoas de diferentes lugares com os mesmos propósitos, onde podemos ter acesso aos currículos por diversos formas de ensinar e aprender os conteúdos, onde professores e alunos da Universidade e Escolas possam interagir mais, múltiplos caminhos de escolas em redes.
A ideia central é que o currículo tenha diversas formas de ensinar e apreender o conteúdo através dessa rede, usando o esporte, arte, tecnologia, e claro sala de aula. Isso pode ser feito de diversas formas em múltiplos espaços usando missões educadoras, desafios e projetos visando o pensar matematicamente, a expressão do ser em várias linguagens, do viver a ciência, do construir a história, ao mesmo tempo compreendendo os sentidos, explicando as razões, lutando e agindo em diversas formas de ser e viver transformando os lugares onde moramos.
Escola em redes e movimentos onde você se torna personagem de sua própria história, produzindo conhecimentos de forma autoral, exercendo sua autonomia e afetos, menos preocupado com processos de avaliação para compreender seus processos de aprendizagem e expressão das diversas linguagens do ser e da vida. Múltiplos saberes, vivências, experiências em redes de processos colaborativos carregados de interações sociais e afetos, onde professores, alunos, famílias e comunidades trocam e compartilham seus lugares e saberes nessas escolas em redes. As tecnologias substituem as burocracias e difundem conhecimentos pelo celular, porém como sabemos é preciso aprofundar como aprendemos em rede e com os outros de forma presencial e virtual, através da integração da escola com as famílias e cidades educadoras num currículo aberto e em movimento com os diversos desafios que vivemos individualmente e coletivamente, orquestrando conhecimentos, produzindo e articulando diferenças e capacidades de um pequeno grão de terra à Terra da Sabedoria. É preciso inovar as politicas publicas de educação e criar novos cases como Emilia Romana, Angicos, Finlândia e outros para inspirar as crianças e jovens em suas jornadas de aprendizagens.
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