É preciso pensar a transição civilizacional que estamos vivendo de forma complexa e dinâmica e porque não afirmar caótica e incerta pois surpresas virão. Na verdade, elas estão acontecendo agora em milhares de lugares ao mesmo tempo em várias áreas da vida, mas também em novas formas de morte. No México somem 200 pessoas por dia devido ao crime, novas tecnologias são testadas e aceleradas todos os dias, militares americanos declaram a existência de extraterrestres, cada vez mais crianças e jovens se tornam produtos de um indústria sexual que ocupa vários setores entre eles a música, bilhões de pessoas se rendem às mídias de 30 segundos que pautam a cultura e a sociedade, milhares de espécies e ecossistemas são extintos todos os anos, enquanto isso o calor aumenta...Como podemos falar de futuro se os presentes nos desafiam a entendê-los e transformá-los para uma vida melhor, em especial visando as novas gerações e a existência da humanidade.
Necessito estar em movimento não apenas pela internet, mas em vários lugares e saberes, visando visualizar e sentir o impacto dessas consequências em nossas vidas. Escutar as várias palavras, vozes e imagens desse ecossistema educacional que expressam ao mesmo tempo suas descobertas, dores e sonhos. O nosso desafio é orquestrar nossa transição com a orquestração do DNA de uma nova sociedade, e a sensibilidade ética e estética é a alma dessa espiritualidade terrena.
A nossa nudez nos tem envergonhado nos últimos séculos, mas agora a nossa inocência e curiosidade é o que pode fazer a diferença no despertar de um novo mundo. Sermos crianças em corpos de adultos carregados de violências para rever nossos movimentos, hábitos, pensamentos e atos que devem ser puros e cheios de encantamento pelo mundo. Reviver a magia das descobertas e caprichos infantis, construir histórias geniais sobre a busca de liberdades que nunca experimentamos e deixamos de nos curar pela vida. Novas referências morais e sociais precisam ser construídas junto com sensores que integrem tecnologias e economias circulares sensíveis à natureza e ao humano. Nem o mais rico hoje é dono de sua própria vida e nunca se tornou de fato personagem de sua própria história, de seu corpo e busca por prazeres que não sejam apenas hediondos e repetitivos, mas como um experimento científico alimente sua alma e vida sem jogos, traições, mentiras, corrupções, mortes que se tornaram as regras do jogo hoje. O fim hoje para muitos ricos será em frente a condomínios luxuosos em frente ao mar ou em lugares sem vida cercados de seguranças. Muitos já estão mortos, não pensam, não mudam suas atitudes e negam a realidade.
É fácil identificar nessa trajetória e dinâmica de vida, evidências e elementos de rara e natural beleza que não precisam de um centavo nosso, nem pretendem curar o mal ou culpar os diabos. É mais fácil entender a natureza do outro e a minha ao mesmo tempo, aprendendo caminhar e ousar juntos novos horizontes, êxodos, novas formas de viver, amar e governar.
Essas são passagens de uma transição em busca de uma Terra da Sabedoria. Um computador pede a mim um pouco mais de calma, enquanto seus sensores e nano robôs, utilizando biologia sintética, consertam os males que provocamos a natureza ou a nossa humanidade com seus algoritmos. E se cada aprendizado e curiosidade nessas passagens para transição fossem momentos de felicidade, e se pudesse dialogar, praticar e compartilhar essas práticas nas escolas, universidades, empresas, governos, comunidades, talvez pudéssemos nos auto conhecer melhor nossas origens à Terra com sabedoria e tecnologias de um pequeno grão de terra a Terra da Sabedoria.
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