Boas metáforas para educação. O Corpo pode realizar mais de mil movimentos diferentes e quantos desses você aprende na escola? O seu corpo é analfabeto? Quais os benefícios da dança para vida, saúde, aprendizagem pela corporeidade e outros. Muitas vezes o corpo é uma armadura que foi condicionada pelas violências, timidez, religião e por traumas e dores. Libertar o corpo por um gesto pode libertar a mente, a imaginação, a vida. Mas na escola podemos negar o corpo e iniciar a dança da vida pelas desigualdades, pela redução do repertório do corpo a poucos movimentos autorizados pelo regime escolar que muitas vezes não dispõe de espaços para brincar, dançar, se movimentar em sala de aula. A disciplina escolar imposta ao corpo nega o currículo e os movimentos que a própria vida nos deu desde que experimentado, exercitado, testado, vivido.
Essa mesma metáfora para educação pode ser usada para outras áreas como o paladar. Na creche do MIT as crianças recebem pequenos pedacinhos de diversas comidas para conhecer os sabores e pesquisar o paladar. Afinal o paladar é uma tabula rasa ou a cultura nos condiciona a determinados alimentos? ou a desigualdade impera pelos tipos de alimentos que temos à disposição, pelo tipo de escola onde estudo, se tenho acesso a dança entre outros. Nas nossas origens pela pobreza e educação são impostas milhares de desigualdades que negam a existência e a vida. Quantos cheiros a natureza pode nos ensinar com suas plantas, frutos, flores, animais, ou pelas montanhas, florestas, águas e pedras? Bilhões podemos ser Bilionários e enriquecer nosso olfato com bilhões de cheiros, perfumes e olfatos. Se somar essa riqueza com milhares de sabores e movimentos do corpo que podemos apreender durante a Escola, Universidade e a Vida qual a consequência de tudo isso em nossa existência e em uma economia circular, solidária e viva. E se conseguirmos expressar tudo que pensamos, sentimos, fazemos, sonharmos através de milhões de palavras nos letrando pela vida, tendo o mundo como um sala de aula e milhares de livros, filmes, danças, músicas, natureza, trabalhos diversos que podemos realizar durante toda vida, pessoas que podemos interagir e culturas diferentes, esportes, tecnologias, diferentes tipos de comunidades onde podemos viver, espiritualidades, amores... Sim, assim teremos menos desigualdades, seremos mais humanos com todos, mas precisamos de Escolas, Universidade e Economia para organizar tudo isso na era da tecnologia digital ?
Todos nós somos ao mesmo tempo professores e pesquisadores. A vida é uma eterna pesquisa e aprendizagem desde que sejamos desde criança fortalecida nossa autonomia, aprendizagem pela corporeidade, interações sociais, por múltiplos caminhos incluindo espaços educacionais não escolares, gerando a nossa individualização com nossas palavras, gestos, movimentos, saberes, sabores, odores, sons. Auto poesia que gera mutações e responde aos desafios cada vez maiores das mudanças climáticas, inovações tecnológicas, aumento da pobreza e violências gerada por brutais desigualdades semeadas todos os dias nas Escolas, Universidades, Economia e a vida. Nos desafiamos a inovar a tecnologia, ir a Marte, mas não podemos inovar a sociedade, educação e a vida que vivemos? Nos acostumamos a servir as elites entregando nas Escolas e Universidade milhões de vidas para o açougue do Sistema.
Enquanto isso, as Escolas e Universidades se transformaram em negócios de enriquecimento ilícito de alguns que usam as instituições em projetos corruptos e de poder. Onde o saber é negado todos os dias por tecnocratas
que usam processos para seus privilégios pagos com dinheiro público. Eles são Educadores ou Deuses sem lei que querem que aplaudamos suas ignorâncias e violências massacrando pessoas que buscam o saber, negando suas existências e dias melhores para todos. Muitos conhecimentos e estruturas públicas são usados para violências por autoridades que chegam ao poder para manter esses crimes e proteger criminosos em nome da educação? Assim como políticos fazem no Estado, juízes na Justiça, policiais na polícia, e educadores serpentes na educação que rouba, mata e destrói existências para manter seus privilégios, poderes e delírios. Eles também são responsáveis por brutais desigualdades, assim como políticos, mercado financeiro, senhores da guerra porque atuam como capitães do mato para manter a escravidão da maioria começando a escravizá-lo e educando para negar suas existências e vidas desde crianças nas escolas e jovens nas Universidade. Negando seus corpos, movimentos, gestos, sabores, cheiros, sons, palavras, e suas capacidades de aprender, pesquisar, sonhar, viver.
O despertar do conhecimento nos torna humanos em busca da sabedoria muitas vezes lugares sem Escolas e Universidades, encontramos nas comunidades e na pobreza o conhecimento pela vida que gerou muitos dos conteúdos, que hoje foram encaixotados em disciplinas nos currículos escolares e acadêmicos. Leva tempo para cair a quarta parede em Brecht, para que Sócrates depois de tanto diálogo resolva beber a cicuta, e que Rosseau andando pela floresta descubra as origens da desigualdade hoje transformada em capital, o conhecimento não para de pulsar com a vida. Benjamim nos educa para transformar o agora como anjos da história, as ruínas do passado em presentes e futuros, somando outras experiências que nos humaniza e destrua os nazismos e fascismos. Esse texto é apenas mais uma pedra nos empresários, políticos e educadores que usam a Educação para destruir vidas com suas cantigas de serpentes. Mas como pássaros livres vamos sobreviver os jogos vorazes da educação enfrentado os dragões das mudanças climáticas. É preciso lidar com o peso do não dito e do indizível, do perdido e do deixado de lado. Do silêncio de crianças, jovens e professores sobre o que sofrem na escola, universidades e brutais desigualdades em sus vidas.
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