Você doaria sua vida porque? Essa é a razão pela qual vale a pena viver. Se você ficar uma hora olhando, tiktok verá muitas coisas que as pessoas fazem no esporte, cultura, humor, muitas besteiras inclusive para que possam ter atenção das pessoas. Alguns dão a vida para ter uma casa e quando tem não querem ficar nela porque deixaram de viver, viajar e conhecer o mundo. Alguns dão a vida por dinheiro e quando tem não se prepararam para realizar a própria vida. Eu pessoalmente dou minha vida a algo que possa mudar o maior número de vidas possível. O nome disso é educação, cultura, a boa política como Gandhi, novas tecnologias como o computador e internet, preservar e cuidar da natureza, espiritualidade, e vários caminhos que podem de fato mudar a vida de muitas pessoas. Mas o nome disso não se resume à formação na Escola ou Universidade, essa jornada extrapola as paredes na construção de saberes que alimentam vidas e sonhos. Saber que precisa contagiar, se multiplicar, assim como a natureza, as ideias no bom livro, os filmes, as tecnologias, espiritualidade que a gente possa contribuir com a humanização através de experiências de vida.
Seguindo esse caminho em minha vida e nos passos de minha formação, os filmes são essenciais para que possamos pensar e sentir ao mesmo tempo por imagens, ao mesmo tempo que a leitura de livros de diversas ciências, história, e política nos dá a lentidão necessária para refletir sobre os conceitos na vida, somando a experiência do agir e vivências em vários setores da sociedade. Essa Interdisciplinaridade, interculturalidade, intersetorialidade, ora local, ora internacional, transborda e expande o ser em pensamentos sistêmicos e complexos cantando com poesias, dançando em redes, escrevendo e filmando no mundo real, os roteiros de outras histórias e personagens que inovam em novas formas de ser, educar, viver e nos governar no Século XXI.
Mas também de que adianta entendermos tudo sobre nosso eu, se não conheço o outro, se não percebo as realidades e contextos que fazemos parte interagindo com diversas pessoas, raças, gêneros, culturas, religiosidades. Sonhando juntos, unindo individual ao coletivo, dialogando com outras gerações sobre os mundos e formações que os tornaram quem eles são, sempre procurando compreender suas razões, trajetórias de vidas e as instituições que fazemos parte. Essas lições ao mesmo tempo éticas e estéticas são apreendidas pelos afetos, pelo corpo, pela alma com autonomia no processo de individuação que ao mesmo tempo afirma a singularidade de nossa existência coletiva.
Diante de muitos desafios coletivos como o feminicídio de milhares de mulheres sem que o Estado entregue cuidado, proteção e justiça apesar de seus diversos órgãos, orçamentos, burocracia, funcionários públicos, políticos, muitas vezes uma mulher é morta por falta de uma palavra ou atitude. De que adianta nosso currículo e formação tradicional em Escolas e Universidades diante de tais situações? Diante de não conseguir executar um orçamento que poderia salvar a vida de jovens em sistemas de medidas sócio educativas. Diante da pobreza da maioria de nossa população, da morte de jovens pela violência ou pessoas por falta de saúde, de milhões de pessoas analfabetas ou sem concluir o ensino médio, isso tudo durante décadas sobre o silêncio e omissão do Estado, de políticos e autoridades de outros poderes. Diante de partidos que ora são controlados pelas mesmas pessoas durante décadas que negociam seus cargos e posições ou são ocupados por políticos que já ocuparam diversos partidos como grupos apenas para manter seus projetos de poder, e se manter no poder a qualquer preço, mesmo que seja destruir a Democracia. A sociedade em que vivemos com trilhões de dinheiro público servindo aos interesses de grupos que usam as instituições para roubar e corromper, às custas de milhões de vidas numa guerra permanente durante décadas em várias faixas de Gazas que se tornaram as periferias sobre o comando do crime organizado. Muitas vezes transmitidas pela mídia sem discutir as reais causas ou pelas narrativas de políticos há décadas no poder que criam espetáculos e stand up para tentar apagar a história, os cargos que ocuparam e como viveram a vida toda do que agora criticam para se candidatar de novo.
A rejeição individualista de qualquer responsabilidade pelo mundo é o pior que escolhemos quando todos devem encontrar seu lugar na sociedade. Repetimos passados sem enxergar os fragmentos, ruínas e guerras que provocamos. A luta pela vida, em sobrevivência a uma cultura que nega a existência coletiva, contra a busca de uma perfeição individual nos leva mas a busca do fazer do que formar. O agora que une a história individual e coletiva, nos faz enxergar o passado e construí-lo por outros caminhos. É hora de renunciar ao caminho reto da razão em proveito para abertura dos espaços coletivos. Pensar nos sentidos daquilo que fazemos, reconstrução da experiência no presente. O conhecimento não apenas como organização e sistematização dos saberes, indo além dos limites da consciência empírica, uma experiência imanente e concreta que revela o que poderia ter sido nossa vida e o mundo que vivemos para agir agora. Uma experiência ética é uma ampliação da consciência não refém de conceitos e práticas sem sentido. Indo além do retrato fiel da realidade unindo a perspectiva estética do conhecimento e da própria vida. O Universal não precisa ser abstrato, ambição dos discursos científicos, mas é algo concreto que se revela no singular. Incorporar um senso comunitário, uma palavra comum diante do esfacelamento do tecido social e dos egos. O sentido que institui comunidades. Um campo capaz de acolher incertezas, provisórios, aquilo que escapa ao logos, fazendo da experimentação condição do saber e da vida. A escola de novas formas, a possibilitar a percepção estética da existência humana, novas construções de sentidos, dizer o presente de outras formas, criando um passado também novo. A educação é a renovação de um mundo comum, mas ela sozinha não pode resolver todos os males da sociedade de um pequeno grão de terra, a Terra da Sabedoria.
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