SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Três Maçãs, Dois Castiçais e Uma Porta. Impressões sobre Os Miseráveis (1935)

 

"Deus é sempre justo. Mas os homens... nem sempre o são."

Ontem, assistiu pela primeira vez ao filme Os Miseráveis (1935). Eu sei, meio tarde para um clássico… Eu tinha um certo medo dele, pensando que era muito pesado (realmente, as outras versões são bem pesadas), mas a história vale cada sofrimento interpretado tardiamente na tela. 

Esse filme é um pouco diferente de outras adaptações, especialmente das mais modernas. Como foi feito em uma época de censura rigorosa em Hollywood — sob o chamado Código Hays — o filme evita mostrar com claro certos temas sensíveis presentes na obra original de Victor Hugo, como a prostituição de Fantine ou a corrupção aberta do sistema judicial (o que achei muito bom, já que sou um bocado sensível para essas coisas).

A história também foi bastante condensada para caber em menos de duas horas, o que fez com que muitos personagens e subtramas fossem cortados ou simplificados. Os Thénardier, por exemplo, que são figuras muito importantes no livro (que eu nunca li) e aparecem em praticamente todas as outras versões, mas não existem nessa. A parte política também é suavizada: os motins, os ideais revolucionários e a crítica social mais forte, que estão presentes tanto no romance quanto em adaptações como a de 2012, são abrandadas (aparentemente, já que não tenho muito como comparar). Ah, e essa adaptação não é um musical, o que é bem diferente.

Essa versão de 1935 se concentra quase exclusivamente no conflito moral entre Jean Valjean e Javert, que acaba se tornando o eixo dramático do filme. Javert, inclusive, é retratado de forma mais humana do que em outras versões (o que gostei muito). A interpretação de Charles Laughton dá ao personagem uma profundidade trágica e silenciosa, especialmente no final. O suicídio de Javert, por exemplo, é mostrado de maneira respeitosa, como uma ruptura interna e dolorosa causada pela misericórdia que ele não quis aceitar. Fantine, por sua vez, tem seu sofrimento suavizado. O filme mostra que ela é adolescente, que está desesperada, mas não revela que ela se prostitui para sustentar Cosette. Isso não quer dizer que a dor dela desapareça — ainda é um momento difícil de assistir —, mas não teve o peso cru da manipulação social que Victor Hugo descreveu.

“Se apoie em mim.”

Confesso que não tive vontade de escrever sobre o filme, embora ele tenha me marcado bastante.  Agora, tentando colocar tudo em palavras, percebo que é difícil escrever com a mesma força do que senti — mas mesmo assim, vou tentar.

Assistir a Os Miseráveis (1935) foi, para mim, mais do que acompanhar uma história — foi sentir o peso da injustiça, a beleza da misericórdia e a força de uma porta aberta no momento certo.

Puxa vida, que coisa horrível de assistir… A injustiça escancarada e impune. O filme já começa com um soco no estômago: um homem condenado por roubar maçãs para alimentar sua irmã e seus sobrinhos. O Estado que o condena é o mesmo que não lhe oferece meios dignos de sustento. É impossível não se revoltar. Escondem provas, manipulam o sistema, roubam dinheiro… Tudo isso aos olhos da justiça — uma estátua bem ali — e de Cristo — numa cruz enorme, pregada na parede perto da cela. Tão simbólico quanto cruel.

“Pois, com o seleções com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tivemos medidas, vocês medirão também” (Mateus 7:2)

Um dos personagens mais complexos para mim foi o guarda Javert. Eu sei: ele parece frio, rígido, inflexível. Mas desde o início percebi suas rachaduras. Existe angústia ali. Quando ele observa o prisioneiro ser espancado nas galés, algo se move em seu rosto, mesmo que ele não se mexa. Aquilo era tudo o que conhecia — uma forma de sobrevivência mental. Seus pais eram pobres, prisioneiros e provavelmente viviam cercados de dor e vergonha. Talvez tenha decidido, por ressentimento ou medo, ser o oposto disso. Viu na lei a única facilidade possível. Aprendeu que ter algum valor era seguir regras à risca, ser melhor que os pais foram, jamais mostrar fraqueza, ser perfeito e útil. Ninguém nunca o tratou com hold, então ele também nunca aprendeu como ser bom.

E, de certa forma, consegui entendê-lo. Não justifica a assiduidade, mas revela o motivo de sua assiduidade. Até quem parece estar no controle pode estar preso — por dentro — a uma lógica cruel.

Uma das cenas mais belas e inesperadas foi a da senhora na chuva, ainda no começo do filme. Ela avisa o ex-prisioneiro sobre qual porta deveria bater. Como uma mensagem divina. Um sinal no meio da tempestade. Quando Jean menciona que sua cama era de pedra, lembrei do povo de Israel no deserto: recém-liberto da escravidão, desejando voltar para o Egito. A liberdade assustada, o deserto pode parecer mais cruel do que as correntes conhecidas. Mas não o é.

Mais adiante, dentro da igreja, duas mulheres discutem se devem ou não deixam a porta aberta. Uma queria fechá-la, a outra insistia em deixar-la aberta. Era quase como se a razão e a emoção estivessem ali debatendo. E então aparece o bispo. Acolhedor. Silenciosamente revolucionário. Ele recebe o homem repudiado, o alimenta, o ouve, o credibiliza. Mesmo depois de ser roubado, ele entrega mais do que o ex-prisioneiro esperava — entrega misericórdia .

“Os castiçais de prata valem mais para mim do que todo o ouro do mundo.”

E é aí que tudo muda. Com um gesto simples. E radical. O bispo não envelheceu por engenhosidade, mas por fé. Escolhe amar . E isso planta algo novo em Jean: esperança .

Jean Valjean mostra um lado heróico do cristianismo. Ele nunca escolhe o mais fácil, o mais confortável. Jean abdica de tudo que conquistou para salvar um mendigo, arriscado a própria vida por um rapaz que nunca viu antes, apenas porque é o amor de sua querida Cosette. É piedoso até com seu grande antagonista, Javert. E, sempre que está preso a ceder às tentações, ele se lembra dos castiçais de prata — que, como ele diz, valem mais que ouro. Um símbolo constante que o resgatou.” E é verdade.

“Quem nunca amou jamais viveu.”

Deus transforma informações em vitórias. Foi justamente a injustiça das galés, o sofrimento absurdo por causa de três maçãs, que levou Jean à porta do bispo. E essa conversão silenciosa, nascida do gesto radical de um padre, transformou não só sua vida — mas a de tantos ao redor. Ele continuou: “Jean empregou bolsas, foi um exímio exemplo em sua comunidade (como todo cristão almeja ser), cuidou da pequena Cosette (tirando-a de um ambiente terrível), deu um colapso final a Fantine, e até tocou o coração resistido de Javert.” Completando, disse ainda: "Embora Javert tenha incidente de suicídio no final, um ato abominável, ele mudou seu coração graças à hold inabalável de Jean Valjean. Isso deve contar alguma coisa."

E eu concordo. O que mais mexe com a gente nesse filme talvez seja isso mesmo: esse cristianismo heróico — que escolhe perder , servir , amar , e perdoar , quando o mundo inteiro nos manda fazer o contrário.

“Senhor, eu entrego minha alma em Tuas mãos.”

Fiquei profundamente tocada com as cenas finais.

Jean salva Marian. Faz sua última prece. É uma oração de rendição, humildade e confiança. Valjean, nesse momento, sabe que está prestes a enfrentar o que mais teme — voltar à prisão — mas também sabe que está fazendo a coisa certa. Ele já passou a vida inteira tentando viver com integridade, desde o dia em que o bispo lhe disse: “Jean Valjean, meu irmão … você deve nunca esquecer que prometeu tornar-se um novo homem. Comprei sua alma para Deus. Use essa prata para se tornar um homem honesto. Não para tirar, mas para dar .”

Sua oração é o fechamento de um arco de redenção. Simples, discreto, mas contribuições de significado. Me lembrei dele na primeira noite na igreja, tendo pesadelos. E agora, tudo de novo, os mesmos medos.

O único ato de comiseração de Javert, que deixa “ 24601 ” se despedir de Cosette, “apesar da lei”…

O rosto de Javert… As algemas no chão…

Ele foi tão afetado por tudo aquilo que, pela primeira vez, foi contra tudo o que ele era — e não prendeu Jean. Mas, não aguentando não executar a lei, transtornado com o confronto do amor e da justiça , tirou a própria vida.

Fiquei chocada. Com cada coisinha do filme.

Como é pequena a vida de um homem que vive para si.

Como é grande a vida de um homem que vive para o outro.

Tudo isso… porque um padre abriu sua porta.

Por dois castiçais de prata.

Por três maçãs.

Nem sei explicar…

Que filme!

SOBRE O NOSSO FUTURO. Por Egidio Guerra e João Victor Guerra . Dia 11 de um novo ciclo de plantar e colher .

 Dia 11 de um novo ciclo de plantar e colher .


Talvez um das coisas mais lindas de ver é ver filmes históricos ou ler biografias, porque em poucas horas conhecemos o passado, presente e futuro. Na Bíblia vêm profecias e parábolas, mas quem quer aprender com a história e a vida? Por isso, por incrível que pareça, muitos poucos, mas todos querem saber o futuro! Esquecem que o futuro carregamos dentro de nós, em escolhas que se misturam em nosso ser, na interface entre várias áreas da vida, como trabalho, amor, educação, espiritualidade, políticas, saúde e outros, como se cada uma delas fosse fios que entrelaçam nosso destino. Agora, multiplica essas escolhas, pensamentos, atitudes, valores entre centenas, milhares, milhões e bilhões de pessoas, e temos assim a escrita da História e do futuro. Mil coisas vão acontecer amanhã e vão impactar sua vida, queira ou não: no seu trabalho, na saúde de um familiar, numa decisão política, numa nova tecnologia, ou porque algum maluco com poder resolveu enlouquecer. Sobre o nosso futuro dependem bênçãos não planejadas, acasos, sortes, mágicas do destino e, claro, Deus.



Imagine o poder de, durante 10 minutos por dia, você fazer qualquer coisa que nunca fez na vida e ampliar seus futuros. Imagine seu talento se unir com outros talentos, ideias e recursos compartilhados mudarem o futuro agora. Isso não depende de um, depende de nós, de solidariedade, fraternidade, amor, bem comum. O inferno é muito semelhante ao ego que não enxerga o outro, o vazio que se expande do tamanho da fuga que o ser faz da realidade e do presente. Talvez seja mais simples amar, ter na vida, ser sincero e honesto com outros sobre seus problemas e dores. Isso muda o futuro agora. 




A principal questão, ser ou não ser, ter futuros amplos a escolher, deriva das equações, variáveis e sentimentos que queremos enfrentar de frente, e ter futuro presente em nossas ações e valores. Bem, essa é a parte boa da história, porque eu não sabia que o mal existia, e muitas vezes o bem não acontece porque o mal age, principalmente quando você está fazendo a coisa certa. Futuros viram sofrimentos, dores, e ao invés de alegrias, perdemos dias e noites perguntando: por quê? Porque um assalto pode acabar com a sua vida, e em muitas casos não como impedir, ou uma desilusão amorosa, ou injustiças sociais, corrupções e outros. Tudo isso, junto com o que nos falta, molda um futuro que amanhã pode estar escrito num livro, virar filme ou jornal. 



Qual o poder de 50 mil vidas na Palestina decidirem suas vidas sem armas, nem comida, nem apoio internacional? Qual o poder de comunidades pobres cercadas pelo crime e corrupção? Eu sei apenas que esses futuros têm consequências e culpados, pessoas e coletivos, incluindo os que se omitem de dizer a verdade, de depois do roubo e maldades tentar esquecer com vícios, sexo e drogas. De sentir, ao mesmo tempo que reza, se matar aos poucos e muita de nossa humanidade.


O nosso futuro depende de enfrentarmos coração com coração, com sabedoria, coragem e amor. Não importa se aquele futuro assustador ainda não aconteceu, importa se não somos responsáveis diretos pelos piores futuros de nossas vidas e dos outros. A sociedade não vive sem ética, nem espiritualidade, mas vive sem dinheiro como entendemos o bezerro de ouro, vive sem ditadores. As maldades se perpetuam e destroem vidas durante anos e gerações. Mas acordamos de manhã, esquecemos tudo e seguimos em frente para onde? Ah, para o futuro, onde milagres ou pesadelos se tornam realidade. Culpamos Deus, mas não culpamos a nós mesmos, não culpamos nossa omissão, desde que o ego, a vaidade, os pecados capitais, desfrutem do medo de tornar-se cada vez mais o humano que traz alegria e felicidade não por um momento, mas uma alegria constante que brilha e ilumina milhares de futuros. 


Se as mudanças climáticas avançarem, veremos cidades costeiras submersas, colheitas fracassadas e migrações em massa. Água potável será disputada a tiro, e os mais pobres sofrerão primeiro. Tempestades e incêndios serão normais, e governos gastarão mais em desastres do que em educação. 



Se a inteligência artificial dominar a humanidade, empregos sumirão, máquinas decidirão quem vive bem e quem é descartável, e a privacidade será mito. Alguns viverão em realidade virtual, dopados de prazer artificial, enquanto outros lutarão por migalhas em favelas tecnológicas.

Se o crime organizado inviabilizar o Estado, policiais serão comprados, juízes ameaçados e hospitais controlados por milícias. Dinheiro sujo financiará eleições, e a lei será a do mais armado. Cidades se dividirão em feudos, onde sobrevive quem paga ou obedece. 



O que podemos fazer? 

Nas famílias: 

Ensinar filhos a plantar, consertar coisas e viver com menos. 

Guardar água, comida e remédios, mas também partilhar com vizinhos. 

Desligar celulares e conversar sobre ética, empatia e resistência. 

Nas comunidades: 

Criar hortas coletivas, bancos de sementes e sistemas de energia solar. 

Organizar grupos de vigilância solidária (sem armas, mas com comunicação). 

Apoiar escolas, igrejas e centros culturais que ensinem autonomia, não dependência. 

Nas cidades: 

Cobrar transparência e pressionar por políticas públicas locais (transporte limpo, reciclagem obrigatória). 

Boicotar empresas que destroem o planeta ou exploram pessoas. 

Usar tecnologia a nosso favor (redes alternativas de comunicação, moedas locais). 

O futuro não é o que vem, mas o que a gente constrói. Se cada rua tiver uma horta, cada bairro um grupo de defesa civil, cada cidade um pacto contra corrupção, o colapso vira renascimento. A escuridão vence se nos dividir. Mas se agirmos juntosmesmo em pequenos gestos —, o amanhã pode ser de luz. 



Exemplos Reais que Estão Construindo Futuros Melhores 

1. Contra as Mudanças Climáticas: 


Cidades Resilientes (Copenhague, Dinamarca): A capital dinamarquesa planeja ser carbono neutra até 2025 com ciclovias, energia eólica e telhados verdes. 

Agricultura Regenerativa (Projeto Seringueiro, Brasil): No Acre, comunidades extrativistas revitalizam florestas enquanto produzem borracha e castanhas, provando que é possível viver da terra sem destruí-la. 

Água para Todos (Projeto 1Milhão de Cisternas, Sertão Nordestino): Tecnologia simples (captação de água da chuva) salvou milhares da seca, mostrando que soluções baratas podem vencer até a escassez. 

2. Contra o Domínio Desumano da IA: 



Cooperativas de Dados (Mondragon, Espanha): Uma das maiores cooperativas do mundo usa tecnologia de forma coletivarobôs são dos trabalhadores, não de patrões. 

Cidades com Renda Básica (Maricá, RJ, Brasil): O município distribui renda universal financiada por royalties do petróleo, provando que é possível usar riqueza coletiva para reduzir desigualdades. 

Software Livre (Linux, Wikipedia): Projetos colaborativos sem donos mostram que conhecimento e tecnologia podem ser compartilhados, não controlados por gigantes corporativos. 

3. Contra o Crime Organizado e Estado Frágil: 



Paz Armada com Educação (Medellín, Colômbia): A cidade foi dominada pelo cartel de Pablo Escobar. Hoje, bibliotecas parques em favelas e investimento em cultura reduziram a violência em 80%. 

Justiça Comunitária (Tribunais de Gacaca, Ruanda): Após o genocídio, ruandeses criaram tribunais locais onde vítimas e culpados dialogavamhoje, o país tem uma das menores taxas de corrupção da África. 

Policiamento Comunitário (Guardas da Floresta, Amazônia): Indígenas e ribeirinhos armados apenas com drones e celulares monitoram e expulsam madeireiros ilegais melhor que o governo. 

O que Podemos Aprender com Esses Exemplos? 

Soluções não precisam ser caras, mas sim coletivas. 

Onde o Estado falha, a sociedade pode agir. 

Tecnologia e tradição podem andar juntas. 

O futuro não é uma profecia — é uma escolha. Se comunidades no sertão, em favelas ou em países destruídos por guerras conseguiram reinventar o amanhã, nós também podemos. Basta decidir se vamos apenas assistir ou fazer parte da mudança. 

Exemplos Reais de Educação que Estão Transformando Futuros 

A educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo — mas se for libertadora, prática e acessível a todos. Esses exemplos mostram que, mesmo em crises, é possível reinventar a aprendizagem: 


 

1. Escolas que Ensinam a Sobreviver (e Prosperar) no Século XXI 

Escola da Ponte (Portugal): Sem salas de aula, séries ou provas. Os alunos aprendem em projetos e decidem seu próprio ritmo. Resultado? Crianças autônomas, críticas e preparadas para a vida real. 

Green School (Bali, Indonésia): Feita de bambu, ensina sustentabilidade na prática. Alunos criam sistemas de energia solar, hortas e até negócios ecológicos antes de terminar o ensino médio. 

Projeto Âncora (Cotia, Brasil): Baseado no modelo da Ponte, prova que educação pública de qualidade é possívelmesmo sem recursos milionários. 

2. Revoluções na Educação Popular 

Movimento dos Sem Escola (Zona da Mata, Brasil): Agricultores sem acesso à escola criaram salas de aula nas lavouras, onde crianças aprendem matemática medindo terra e português lendo direitos trabalhistas. 

Escuelas Radiofónicas (Equador): Nos anos 60, rádios educativas alfabetizaram milhões de camponeses. Hoje, virou modelo para levar ensino a áreas remotas via celular. 

Currículo Ubuntu (Periferias do Brasil): Usa filosofia africana para ensinar ética, empatia e liderança em escolas públicas. Reduziu violência e evasão em várias comunidades. 

3. Tecnologia a Serviço da Educação Real (não do Lucro) 

Khan Academy (Global): Vídeos gratuitos salvaram milhões de alunos em matemática e ciências. Mostra que educação de qualidade não precisa ser cara. 

Escolas de Código (Favela da Maré, RJ): Jovens de periferia aprendem programação e saem empregados, provando que inclusão digital é possível sem depender do governo. 

Universidade dos Pés Descalços (Índia): Camponeses analfabetos viraram engenheiros solares em uma universidade que exige vontade de aprender. 



4. Educação para Reconstruir Sociedades Destruídas 

Escolas da Paz (El Salvador): Em um dos países mais violentos do mundo, crianças aprendem meditação e resolução de conflitos. Reduziu recrutamento por gangues. 

Afroescola (Brasil): Conecta saberes tradicionais africanos ao currículo escolar, combatendo racismo e fortalecendo identidade. 


Escolas para Refugiados (Kakuma, Quênia) :Professores refugiados dão aulas sob tendas, usando até teatro e arte para curar traumas de guerra. 





O que Esses Exemplos Têm em Comum? 

Não esperam pelo governocriam soluções com o que têm. 
Ensinam para a vida, não para provas. 
Unem tecnologia e humanidadenenhuma tela substitui um bom professor. 

Como Levar Isso Para Sua Comunidade? 

Crie rodas de aprendizagem (vizinhos ensinando uns aos outros habilidades, desde costura até programação). 

Pressione por escolas públicas inovadoras Use ferramentas gratuitas (Khan Academy, Duolingo, YouTube Edu) para complementar estudos. 

A educação que liberta existe precisa ser multiplicada. Se uma criança em Kakuma, um jovem na Maré ou um camponês no Equador podem aprender contra todas as dificuldades, qual é nossa desculpa para construir nosso futuro agora? De fazer a diferença no mundo? Nenhuma! Apenas as que nos tornam refens do egoismo, ódio e indiferença que nos aprisionam a um passado que destroi nossa vida, de quem amamos, da Terra e a humanidade , e o futuro dessa e das novas gerações depende de nós. O que mais me assusta são pessoas que não aprendem com seus próprios erros, e as consequências são mais mentiras e sofrimentos entre as pessoas que se auto enganam e enganam outros. Eles esquecem que no fim de tudo, quando não existe futuro o que sobra é o que somos é tudo que cada um carrega em si e compartilha com a vida, a humanidade e Deus.