Há muito tempo, deixamos de entender o Evangelho como o chamado à ofensiva que ele é. Reduzimos Cristo a um ícone passivo de mansidão sentimental, como se Ele não fosse o Leão de Judá.
Sim, fé é um refúgio para os fracos de espírito, mas também é uma convocação para os fortes de alma. Jesus nunca chamou os Seus a jogarem na defesa. Ele os armou. Não com espadas de ferro, mas com a verdade que corta mais fundo. Não com escudos de medo, mas com armaduras de justiça, prontas para enfrentar o inferno e libertar os cativos.
O problema da nossa geração (ou qualquer uma a esse ponto) não é o desejo de ser grande, é o conceito distorcido de grandeza que abraçamos. Ensinamos que a humildade é sinônimo de apagamento. Que a força é pecado. Que a violência, mesmo quando justa, é sempre errada. Isso não é santidade. Isso é covardia com verniz teológico.
A Bíblia nunca condenou a força em si. Ela condena o abuso da força. Nunca condenou o ódio, mas sim o ódio mal direcionado. Não é errado odiar. É errado odiar aquilo que Deus ama. E é errado amar aquilo que Deus odeia. Em um mundo caído, onde o mal avança sem pedir licença, quem se recusa a usar a força para deter a injustiça se torna cúmplice dela.
A cultura atual demoniza a violência enquanto se curva a tiranos, protege o criminoso e abandona o inocente. E o pior é ver cristãos aderindo a essa mentalidade de paz artificial, onde a cruz virou um símbolo de passividade e não de confronto contra o pecado. A verdade é que pacifismo absoluto é, muitas vezes, uma fuga da responsabilidade moral. Um fingimento de pureza que entrega o mundo ao caos.
A Igreja não foi chamada para se desculpar. Foi chamada para guerrear. Não com ódio cego, mas com zelo santo. Não com brutalidade, mas com firmeza. O mundo não precisa de mais cristãos domesticados. Precisa de discípulos que encaram a batalha com os olhos no céu e os pés firmes na terra.
Dize-me o que odeias, e eu saberei quem és. Dize-me contra o que lutas, e eu saberei se carregas a cruz ou se te escondes atrás dela.
Cristo não foi crucificado por ser inofensivo. Ele foi morto porque era perigoso para os poderes das trevas. E se nós O seguimos, não podemos esperar outro caminho.
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