O coração do evangelho bate no altar da glória de Deus, e não nas aspirações humanas.
Entre conversas, leituras e meditações, tenho percebido que a redenção é uma história que exalta um protagonista único — Jesus Cristo.
Nós somos alvos da graça, sim. Somos alcançados, lavados, remidos. Mas não somos o centro da história. O protagonista da Bíblia nunca foi o homem — é Cristo.
Toda a Escritura aponta para Ele. Desde Gênesis até Apocalipse, o foco é a glória de Deus se revelando no Filho. Não é a jornada do homem tentando chegar ao Céu, mas o movimento do Céu vindo ao homem — e não por mérito nosso, mas por amor e soberania d’Ele.
O plano redentivo de Deus não tem como ponto culminante o homem salvo, mas Cristo glorificado. A cruz é, sim, onde encontramos perdão e vida, mas acima disso, é onde o Filho obedece até o fim, honra o Pai, cumpre as promessas, derrota o pecado e manifesta a plenitude da glória divina. O centro é Ele.
Mas quando ouvimos o evangelho sendo pregado hoje, muitas vezes o foco é outro. Parece que a boa nova é que “você é importante demais”, “você é o centro do amor de Deus”, “você merece ser feliz”. Cristo vira o meio para um fim que somos nós mesmos. Um ajudador. Um degrau. Um bônus espiritual para a nossa autorrealização.
E isso deturpa tudo.
Sim, Deus nos ama — mas o amor de Deus não gira em torno do nosso valor, e sim da Sua natureza. Ele nos salva por graça, para louvor da Sua glória. E a verdadeira liberdade só é possível quando reconhecemos isso: não somos os heróis da história. Somos os resgatados. Os perdidos encontrados. Os servos redimidos para glorificar o Senhor, e não para sermos glorificados.
O céu não será o lugar onde finalmente tudo girará ao nosso redor. Será o lugar onde finalmente tudo estará como deve ser: centrado n’Ele.
Cristo não é apenas parte do evangelho. Ele é o evangelho.
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